Havia necessidade
Os golos regressaram a Alvalade. Com eles muitas coisas novas, bons momentos, alguma arte, aplausos espontâneos, sorrisos e consistência. O futebol é uma permanente caixinha de surpresa. No jogo anterior contra o Nacional (só vi os primeiros 60 min.) o Sporting fez muito mais e melhor para vencer do que hoje. Conseguiu com esforço marcar um único golo, hoje com muito menos colheu muito mais.
Cinco golos, cinco de uma assentada, de modo categórico coroam uma exibição segura contra um adversário que pouco cheirou a bola. Era urgente um jogo assim em que os jogadores se sentissem recompensados pelo seu esforço. Foi evidente neste como noutros jogos que a equipa, o grupo não está estável emocionalmente. Cada erro banal provoca olhares de desalento e angústia. Só após o terceiro golo houve sorrisos, alegria, liberdade. O quarto foi uma festa!
Aterramos assim naquele que para mim é o homem do jogo, Hélder Postiga, está nos primeiros três golos, cria espaço para Carriço cabecear, arrasta os defesas para Maniche concluir, assiste Salomão para ele ser feliz e mostrar que ainda nem sequer sabe muito bem como festejar. Depois de dar tudo o que podia e sabia à equipa, disse, “Hoje é o meu dia! Vejam como é fácil!”. Pontapé canhão e um golo para a Europa ver.
A equipa ainda tentou que a sua felicidade fosse maior, mas a barra disse que não. Hoje para lá do suor o banho não vai conseguir limpar os sorrisos dos nossos atletas. Carriço no próximo jogo, se tiver a sorte de voltar a marcar, já vai consegui r festejar sem ser contra o mundo.
A fechar a contagem Mátias, um mistério de jogador muito do que aconteceu de qualidade passou pelos seus pés, se tivesse metade da intensidade que João Pereira entrega ao jogo tínhamos feito um negócio da china, assim vivemos de lufadas de brilho, seguidos de eclipses.
Ganhamos uma equipa? Não. Ganhamos um resto de semana de trabalho com a cabeça limpa. O esforço de cada acção vai ser menor e mais frutuoso. O Sporting não está obrigado a vencer o próximo jogo. O Sporting está obrigado a vencer todos os jogos, o principal dos quais o seguinte, sempre o seguinte.