Morder o isco
Só quem não conhece o estádio do Moreirense é que pode estar a achar estranho que uma possível altercação entre jogadores (como a que vem hoje nos jornais alegadamente entre Acuña e Jovane) poderia ficar no âmbito exclusivo do balneário.
Antes do mais é preciso ter em conta que este tipo de acontecimentos são
muito comuns no fim de jogos, especialmente quando o resultado é
adverso e com todas as incidências que a partida teve. O sentimento de
frustração e revolta é grande e o discernimento não abunda. Acresce que
jogadores como o Acuña têm um estatuto equiparado a capitão sentem o
dever de o exercer junto dos mais novos.
Noticias como estas podem dar muito jeito a algumas narrativas para cair sobre os responsáveis ou para destilar ódios de estimação - que tanto pode ser Jovane como Acuña, que os têm - mas é evidente que se insere na movimentação em curso desde que o Sporting recuperou o terceiro lugar e que a arbitragem do jogo foi mais um episódio lamentável. Mais lamentável porém é que sejam os sportinguistas a ir apressadamente morder o isco.
Infelizmente os nossos adversários conhecem bem os nossos pontos fracos. Vai ser assim até ao final do campeonato e era bom por isso que a corda não partisse do nosso lado, como também de forma frequentemente infeliz vem sendo habitual.
PS: obviamente que os jornalistas, tendo acesso a este tipo de acontecimentos, têm de publicar, mesmo considerando que não passam de fait-divers.