segunda-feira, 29 de fevereiro de 2016

Na batalha de Guimarães faltou eficácia e controlo emocional

O Sporting fez mais do que necessário para vencer o jogo. Falhou oportunidades atrás de oportunidades, algumas de forma quase escandalosa. Acabou por se deixar envolver demasiado na estratégia do adversário, que faz da luta a cada centímetro quadrado do campo a sua forma de estar. Assim, faltou-nos além da eficácia, serenidade e algum controlo emocional que fizessem prevalecer a nossa superioridade. 

Agora? Apetece-me esquecer rapidamente este jogo, sobre o qual até estava optimista. Vou ali esgotar os stocks de anti-ácidos e reabastecer-me de ansioliticos, porque este não é e não vai ser um campeonato para nervos fracos. O dérby? É para ganhar, claro.

Nota: porque jogou(?) Teo em publicidade na camisola e com o símbolo da Liga Europa? Saudades?

sexta-feira, 26 de fevereiro de 2016

A saída de Vitor Pereira e os almoços destes e os jantares daqueles

Ficamos ontem a saber que Vítor Pereira vai deixar o comando (nunca uma palavra terá sido tão bem empregue) da arbitragem nacional. Não podia fazê-lo de forma também tão justificada como a actual: o seu mandato não foi apenas decepcionante, transformou-se num logro, marcado por esse ritual de passagem de poder azul para tons a vermelho e branco. 

Aquele que era o objectivo mínimo do seu mandato - a redução da suspeição, pela adopção de medidas que favorecessem a transparência - perdeu-se por completo e o futuro campeonato europeu deserto de árbitros portugueses é um triste epitáfio a jazer sobre a sua actuação ao longo dos anos em que foi presidente do Conselho de Arbitragem. 

Ao contrário do que possa parecer numa análise primária, a sua saída agora publicitada não é uma boa noticia. Desde logo porque a folha de serviços do que se perfila como seu substituto (Duarte Gomes) não é propriamente inspiradora de novos ventos para a arbitragem. Mas sobretudo porque o fim anunciado do seu mandato significa que Vítor Pereira deixou de depender em absoluto do juízo que os clubes e demais agentes farão do seu trabalho para manter o poder que ainda detém. Torna-se naquilo que os ingleses chamam "loose cannon", alguém que age sem controlo e de forma imprevisível. Vamos saber em breve o que é que isso quer dizer para o que resta do campeonato. Mas a amostra não augura nada de bom.

Por falar em suspeições têm sido recorrentes as noticias sobre jantares de jornalistas com dirigentes ou funcionários de clubes e hoje até entre dirigentes actuais e antigos de clubes rivais. Sem saber se a ética está a ser integralmente respeitada no caso dos jornalistas, quer-me parecer que se está a ir longe de mais nas teorias da conspiração. Se alguém quiser conspirar não o vai fazer num local público à vista de toda a gente. Logo hoje, em que abundam as possibilidades de estabelecer contactos e fazer chegar mensagens. Obviamente que não podemos ser ingénuos  mas convém não exagerar, sob pena de nos cobrirmos de ridículo.

quinta-feira, 25 de fevereiro de 2016

Eles tinham o Bellarabi e nós o Mané. Ah, e vontade de ganhar, claro

Obviamente que para uma eliminatória a duas mãos e para explicar a saída de uma competição com esta configuração tem de se avaliar o que sucedeu em ambos os jogos. Daí que o titulo seja redutor e injusto por fazer recair a atenção em apenas um elemento o que é da responsabilidade de muitos. 

Mas ainda assim o titulo do post parece-me correcto se analisarmos a actuação de ambos os jogadores: enquanto Bellarabi não apenas não falhou as oportunidades que teve como ainda foi responsável pela sua criação. Do outro lado Mané foi falhando bolas (remates, passes) atrás uns dos outros. 

Mas não foi só a diferença entre este ou aquele jogador. Houve também uma enorme diferença na seriedade e sobretudo de querer. Contabilizados os dois jogos fica o sabor amargo de oportunidade perdida, mais uma, para afirmar o nome do Sporting numa competição internacional, ante uma equipa perfeitamente ao nossa alcance. Ao invés, o que fica para a história são duas derrotas. Não fazer tudo o que está ao nosso alcance para ganhar é a mais amarga e triste forma de perder e está longe de poder ser aceite com toda a placidez.

terça-feira, 23 de fevereiro de 2016

Sporting - Boavista: Sem brilho, Leão domina a Pantera


O jogo era com o Boavista mas não foi agradável de se ver. Ressalta no entanto a importância do resultado mesmo sem este ter sido conseguido com nota artística. Que bom que era que o mesmo tivesse sido conseguido em jogos anteriores, em que acabamos de claudicar, entregando pontos que agora muito aconchego dariam à nossa candidatura ao título.

Olhando para a equipa inicial depressa se constata que pedir a tal nota artística ontem era capaz de ser excessivo. Porque não abundam no nosso plantel artistas e porque, entre alterações forçadas e opcionais, a principal virtude do Sporting de Jesus- uma ideia forte de jogo bem assimilada e geralmente bem interpretada colecivamente - de Jesus estava diminuída à partida pelas ausências de uns e presenças pouco frequentes de outros.

Os primeiros vinte minutos chegaram a ser preocupantes. O Boavista conseguia conter as investidas pouco esclarecidas da nossa parte, apesar de Teo ter beneficiado de uma oportunidade cujo falhanço precipitado nos remetia para a actuação de um principiante, ao invés do internacional colombiano experiente que esperamos dele. Desabafava eu com os meus botões que, nesse período, Teo era o melhor defensor do Boavista, enquanto a precipitação de Semedo o transformavam no melhor atacante axadrezado.

O desassossego seria interrompido à cabeçada por Ewerton, cujo regresso ao que é normal esperar dele se saúda e se deseja seja para ficar. Entramos no último terço do campeonato e precisamos dos melhores ao seu melhor nível. Tem tudo para formar uma dupla forte com Coates, embora nenhum deles seja particularmente rápido, o que podem contrariar com apurado sentido posicional e leitura de jogo. 

Nota para a participação esforçada e aplicada de Scheloto, em prejuízo de permanecer a impressão que isso também Esgaio faz, já cá estava e é mais barato. No entanto o seu estilo abnegado e a fonética do nome o candidatem a preferido nas bancadas. Na prática porém não se vislumbram grandes ganhos. Zeegelar vai continuando o seu estágio para no próximo ano, apresentar candidatura a titular indiscutível. Até lá precisa de aprender a ser mais fiável a defender e mais consequente a atacar.

A ausência de William obrigou Adrien a recuar para a frente da defesa. Neste momento a sua confiança está de tal forma elevada que até poderia jogar no lugar de Patricio, caso as circunstâncias assim o obrigassem. Quem perdeu fulgor nos últimos jogos, por menor eficácia das suas acções, foi João Mário. 

Já Ruiz quando não joga bem também não joga mal. Continuo a pensar que um jogo de intervalo na sobreutilização a que tem sido forçado poderia contribuir para melhor execução, uma vez que ao nível da decisão é um dos melhores, não apenas do nosso plantel mas e todo o campeonato. Apesar de ter sido bafejado pela sorte, foi inteiramente merecido o golo da sua autoria.

Fui comedido em relação a Teo, embora seja óbvio que com ele Slimani a frente de ataque parece engasgar-se frequentemente. O argelino ontem acabou por ser prejudicado pela falta de qualidade nas acções atacantes, não sendo servido praticamente nenhuma vez. À falta de grandes oportunidades foram as tais bolas, que paradas só estão no inicio do lance, a contribuir para a decisão do jogo. Nota ainda para a exibição esforçada de Gélson, a quem falta ainda melhor definição final dos lances.

segunda-feira, 22 de fevereiro de 2016

Campeonato do mergulho ao rubro

Na vigésima terceira jornada da presente Liga parece que o futebol decidiu fazer um intervalo e dar lugar a um campeonato de mergulho, tantos foram os casos de simulações de jogadores que os árbitros acabaram por sancionar com grande penalidade, contribuído para influenciar o resultado final. Dos casos que vou abordar todos eles estão marcados por essa agravante: alteram o curso do resultado a favor de uma das equipas.

Tivessem os erros ocorrido no decurso de um resultado já favorável às equipas beneficiadas e a sua gravidade seria menor. Estes casos ganham ainda maior projecção porque estamos a entrar numa altura decisiva do campeonato, em que todos os erros (dos jogadores, treinadores e árbitros) contam tanto como os que se registaram anteriormente, mas restam cada vez menos oportunidades para as equipas anularem os seus prejuízos.

Jogadores a tentar enganar árbitros para as respectivas equipas daí retirarem vantagem haverá sempre como sempre existiram no passado. No caso concreto do futebol português ao problema dos erros dos árbitros, comuns em todos os campeonatos, junta-se a suspeição relativamente à isenção de alguns dos árbitros, que é também agravada pelo facto de desde ao presidente até a vários elementos do Conselho de Arbitragem terem comprometida a imagem de isenção e de se comportarem como se fossem um dos lados dos três concorrentes ao título.

Sintomaticamente tem sido o SLB o menos critico da sua actuação, quando não é até o seu defensor. Isso quererá dizer alguma coisa, mais ainda quando se conhecem as violentas criticas que aquele clube ainda muito recentemente fazia a Vitor Pereira. Não é por gostarem mais de futebol e que assim o queiram proteger, parece mesmo que é por estarem satisfeitos com o curso dos acontecimentos.

Por ordem cronológica começo pelo jogo Paços de Ferreira – SLB. Quem vê futebol há algum tempo sabe que o Jorge Ferreira é um mau árbitro. Foi essa a impressão que deixou no jogo em causa, ao revelar uma duplicidade de critério na análise de lances em tudo semelhantes. Se o lance do Jonas é penalty o lance ocorrido momentos antes com Bruno Moreira teria que ter decisão semelhante. Acresce que no lance de Jonas o árbitro está muito bem colocado para se deixar enganar.

O erro existirá sempre mas quando um árbitro, num mesmo jogo, exibe um critério diferente abre o caminho à suspeição e lança sérias dúvidas relativamente à sua independência e capacidade de julgar com insenção. Com o passado de Jorge Ferreira ainda mais.

O FCP beneficiou também de um penalty que ocorre também num momento em que a primeira parte se encaminhava para o final. Com o resultado em 0-2 no inicio da segunda parte é pelo menos claro que teria pelo menos tempo para alterar o resultado, com todas as implicações que tal representaria. De todos este parece-me o lance mais difícil de ajuizar. Não só porque Maxi é um artista neste tipo de lances, mas também porque a perspetiva do árbitro era de todo desfavorável. Não é penalty mas compreendo a decisão.

Sem estar envolvido na luta pelo campeonato o jogo Braga – Vitória é um clássico do nosso futebol e ontem teve ainda a particularidade de ter sido apimentado por muitos golos e uma decisão que alterou significativamente o resultado final. Falo do penalty “cavado” por Otávio, que além da punição com o castigo máximo acabou por ditar a expulsão injusta do defensor do Braga. Mais do que o árbitro quem sai completamente chamuscado deste lance é o auxiliar porque o jogador brasileiro efectua a simulação a poucos metros dos seus olhos.

Casos como estes seriam facilmente resolvidos com o recurso a imagens de auxilio à decisão da equipa de arbitragem. Como sabemos, e agora cada vez mais e de forma mais pormenorizada, as entidades que superintendem o futebol especializaram-se em negócios de cariz mafioso, ao invés de se preocuparem e tornar o futebol numa modalidade mais transparente e justa. Mas mesmo enquanto o uso de todas os meios para o fazer continua por legislar, houvesse vontade por parte dos organismos nacionais e estes tipo de lances poderiam ser dissuadidos com o recurso ao castigo dos jogadores prevaricadores. Mas parece que essa vontade começa e acaba apenas para ameaçar o Slimani com um castigo…

quinta-feira, 18 de fevereiro de 2016

Bayer distribuiu em Alvalade a pílula da realidade

De uma forma algo cínica poder-se-ia dizer que o Bayer Leverkussen acaba de fazer um grande favor a Jorge Jesus e a todos aqueles que acham que o Sporting não só não tem equipa para estas andanças europeias como nem sequer lhes deve atribuir importância e muito menos afectar grandes recursos ou tempo a tentar seguir em frente. Há quem concorde com ambas as afirmações, há quem se reveja apenas em uma delas.

Antes de ir o jogo propriamente dito devo dizer que eu não concordo com a abordagem feita por Jorge Jesus às outras competições que não o campeonato nacional. Sobretudo no discurso, embora na prática isso também seja notório. Mas especialmente no discurso, que dificilmente não contamina a forma como a equipa encara os jogos. Creio mesmo que o mesmo acontece com os adeptos, que hoje deixaram a casa meio cheia, meio vazia.

Deixaremos para posterior oportunidade a discussão sobre a necessidade de rodar e fazer descansar alguns dos jogadores mais sobrecarregados, embora a questão ganhe pertinência quando o próximo jogo é na segunda-feira, e com uma das equipas mais limitadas da nossa Liga. Mas, sem prejuízo de considerar que melhor do que ninguém, é a equipa técnica, apoiada certamente no conselho clínico, que melhor habilitada está para tomar decisões, pergunto:

- Porque não descansou o Ruiz, o jogador mais sobrecarregado e dos poucos cuja criatividade e capacidade de criar desequilíbrios é acima da média?

- E porque não entrou João Mário no mesmo critério?

- Que peso terá não apenas nas pernas (gestão do esforço física) mas também nas respectivas cabeças (gestão do esforço e prontidão psicológica), quando os níveis de stress competitivo estão já no seu pico, caso no próximo jogo o percurso do resultado seja adverso?
Mas, voltando ao parágrafo inaugural, o que o Leverkussen veio hoje fazer a Alvalade foi demonstrar aquilo que é cada vez mais notório: 

- Há um núcleo duro essencial que tem carregado a equipa às costas: Patrício - que hoje dividiu com João Pereira as culpas num golo evitável - Adrien, João Mário, Ruiz e Slimani. 
- Sem eles há um outro Sporting, menos forte, menos intenso, menos capaz. Façamos um exercício: olhando para o banco hoje à disposição do treinador, e retirando Adrien e Slimani, Jesus podia esperar o quê de Gélson, Matheus, Esgaio ou de Teo, Mané ou Aquilani, se não tivessem sido hoje titulares, para tentar virar o jogo?
- Depois, em quais das outras equipas do quarteto da frente do campeonato Gélson, Matheus, Mané (a viver um segundo ano de estagnação) ou Semedo (um caso claro de falta de controlo emocional que obsta à sua afirmação) poderiam ambicionar a titularidade?
- Numa perspectiva mais abrangente, ficou também bem evidente a distância que nos separa do campeonato alemão. É escusado lembrar que jogos com grande intensidade e elevado nível competitivo acontecem todos os fins-de-semana por lá, enquanto por cá a diferença entre as grandes equipas e as pequenas é quase sempre combatida pela negativa.


Indo para o jogo, começo precisamente pela falha mais evidente no jogo de hoje: a falta de intensidade na recuperação da bola, em grande parte resultante das dificuldades que quer Aquilani e William revelam neste aspecto. Sem esse factor determinante a equipa teve muito pouca bola no pé e quando a tinha não conseguia libertar-se da asfixia que o Bayer levava a todo o ponto do relvado onde se disputava a posse de bola. Sem bola ficamos à mercê do que o adversário seria capaz de fazer.

Mas não sejamos ingénuos, este mesmo resultado podia ter acontecido com os melhores em campo, o adversário de hoje é mesmo forte e muito bom nos vários momentos de jogo. Com ou sem Adrien e Slimani seria sempre capaz de nos criar dificuldades que ainda não havíamos sentido no campeonato, talvez nem mesmo nos jogos com os dois maiores rivais e isso já é dizer muito.

A discussão sobre a secundarização desta competição, bem como das demais, será sempre orientada em função do resultado final. Mas, por muitas voltas que se dê, parece-me inevitável concluir que não se constrói uma grande equipa de um dia para outro e a do Sporting ainda tem muita estrada para fazer para lá chegar.
Isto dito, e apesar de achar que o discurso de Jesus sobre a nossa/dele responsabilidade nesta competição ser particularmente desmobilizador, compreendo que um clube que não ganha o campeonato há mais de uma década faça da quebra desse jejum a sua principal aposta.

A ambição de lá chegar não deve contudo retirar-nos a clarividência e objectividade. Uma equipa que não ganha há tanto tempo não tem que vencer apenas os adversários, tem que vencer em si mesma o hábito de não ganhar. E, ainda mais importante, apesar de perdemos para os nossos adversários nos meios à disposição do treinador e na capacidade de influência institucional nos centros de decisão, não nos limitamos a "dar luta", estamos mesmo a ser os melhores e mais consistentes até ao momento.

A chamada de atenção feita por Jorge Jesus aos "assobiadores de serviço" ("Aqui não há patinhos feios, precisamos de todos. Não me compliquem as coisas") é pertinente. Até podia falar de Teo Gutierrez, (de cuja atitude não gosto e considero um erro que pode estourar nas mãos do treinador) e recordar o que aconteceu com Acosta no passado, em que muita gente teve que engolir os assobios.

Prefiro reforçar que este é um ano de todo excepcional, nunca nos anos anteriores estivemos tão perto e tão capazes de poder inverter o curso de uma história sem títulos. Apesar das diferenças de opinião e até mesmo na forma de olhar para o clube, ninguém duvide da ambição de ganhar de Jorge Jesus ou que ele está a ser o factor diferenciador que nos colocou na posição que os nossos rivais estranham e invejam. Façamos os balanços no fim, agora é hora de cerrar os dentes e acreditar que podemos ser felizes.

*o post foi revisto e aumentado já depois da publicação inicial

terça-feira, 16 de fevereiro de 2016

Actualidade: Somos os melhores adeptos da Europa? Bruno César, um custo com muitos zeros

Somos os melhores adeptos da Europa?
Numa votação que decorreu no site do canal Eurosport os adeptos do Sporting foram eleitos os melhores adeptos europeus. Para que tal sucedesse foi certamente decisiva a intervenção directa de muitos adeptos, ultrapassando assim clubes que à partida, pelo número dos seus seguidores, nos poderiam superar com grande facilidade.

Tendo em conta que das votações se podem extrapolar resultados muito diversos do que é obtido no final, e atendendo ao conceito tão lato e subjectivo que ser "o melhor adepto" representa, não vou fazer qualquer análise ao produto final da iniciativa do Eurosport. 

Neste âmbito, parece-me ser obrigatório assinalar que tem sido notável a mobilização em torno da equipa de futebol, de forma a hoje ficarmos a saber que se estende já a diversos continentes a vontade de ver o Sporting campeão. Por cá, e ainda recentemente, vimos os adeptos a ocorrer ao aeroporto, para incentivarem os jogadores, num momento que todos percebemos que a vitória era o único resultado que nos interessava, como demonstração de poder por parte da equipa. 

Certamente que aqui e ali poderão ser encontrados exemplos de excessos de optimismo que a realidade não confirma ou até de alguma fanfaronice mais conhecida noutras paragens, mas creio que a raiz onde nasce toda a mobilização é precisamente está na paixão incomensurável e na vontade de ver o Sporting triunfar.

Esta paixão é permanente, mas que agora se agiganta, por se sentir o sonho a materializar-se em cada golo, em cada ponto suado e em cada jornada conquistado. Não sei se somos os melhores, mas a magnitude da  paixão que a generalidade dos adeptos dedica ao clube não tem receio de ser equiparada com a de nenhuma outra organização do género ou semelhante. 

Bruno César, um custo com muitos zeros
Na sequência da actualidade, tem-se falado muito hoje da gorda comissão paga ao agente que intermediou a contratação de Bruno César e que é o mesmo que já havia mediado a contratação de Jorge Jesus no verão. 

As comissões e as relações com os empresários têm estado sobre cerrado escrutínio no clube, por força das diversas declarações pública, tendo mesmo sido várias vezes anunciada como uma das mais notórias mudanças de actuação dos actuais corpos sociais face aos seus antecessores. Sempre me pareceu um assunto tratado de forma mais populista que racional e que, assim tratado, era até mais prejudicial ao clube que verdadeiramente proveitoso.

Em primeiro lugar parece-me que o Sporting não se pode - pelo menos não se deve - abstrair das condições gerais do mercado onde os clubes seus concorrentes (não apenas os nacionais, como os estrangeiros que negoceiam no mesmo estrato) negoceiam com os agentes, clubes e financiadores. Ser conhecido no mercado como um clube que não paga comissões ou que é "forreta" é colocar-se de forma voluntária numa espécie de exílio que em nada beneficia a sua posição negocial, bem antes pelo contrário.

Porém onde o populismo nesta matéria é mais notório é na forma como se tratam as comissões, como se se estivesse a falar de uma verba que circula por baixo da mesa. Ora verbas que constam do relatório e contas, como as pagas agora por Bruno César (1,3 milhões) constarão [e já constaram as relativas a Aquilani (1 milhão) ou Teo Gutierrez (340 mil+470 mil/época)] são completamente transparentes e são parcelas para serem incluídas no custo total de aquisição do jogador. 

Se um qualquer dirigente de um qualquer clube se quiser valer da sua posição para ganhar dinheiro com transferências, essas verbas não vão aparecer num relatório e contas como comissões, mas podem estar incluídas no preço pago ao agente, que posteriormente encontrará milhentas formas de as fazer chegar.  

Abaixo fica a noticia do Record sobre esta matéria na íntegra:

"O Sporting contratou Bruno César a custo zero, mas um custo zero relativo. Na verdade, a SAD leonina acordou pagar uma comissão de 1,3 milhões de euros ao intermediário Costa Aguiar por ter negociado a transferência "em condições extremamente vantajosas, nomeada mas não exclusivamente pela ausência de qualquer pagamento ao clube ao qual o atleta se encontra contratualmente ligado", o Estoril.
Segundo o "contrato de representação" disponibilizado pelo Football Leaks a Record, o Sporting decidiu valorizar o "contributo decisivo" de Costa Aguiar – o agente que tratou do negócio de Jesus com os leões – na contratação de Bruno César e recompensou-o com um valor pouco usual, a que acresceu o pagamento de mais 299 mil euros do IVA.
Este contrato foi assinado um dia depois (a 14 de novembro de 2015) do Sporting ter efetivado a contratação de Bruno César até junho de 2020. Pela época em curso, o ex-estorilista ficou de receber 400 mil euros brutos. Em 2016/17, os leões acordaram pagar 800 mil e 40 euros, divididos por doze meses (66.670 euros/mês). Nas três temporadas restantes, o rendimento bruto de Bruno César será de 900 mil euros/ano, ou seja, 75 mil euros mensais.
O Sporting estipulou ainda um conjunto de prémios que poderão valorizar mais o rendimento de Bruno César. Por cada série de 15 jogos, o jogador receberá mais 50 mil euros, desde que cumpra pelo menos 46 minutos – até agora fez seis partidas, mas só em quatro cumpriu o requisito. Para além deste valor, Bruno César está ainda habilitado a receber os prémios de jogo. Nesta negociação, o Sporting fez-se representar por Costa Aguiar e o jogador declarou não ter recorrido a qualquer agente.
Estoril sem indemnização?
Record teve igualmente acesso ao acordo de revogação do contrato entre Bruno César e o Estoril, que foi válido entre agosto e novembro de 2015. Nele se percebe que o jogador acordou não ter qualquer valor suplementar a receber do clube canarinho, que, curiosamente, ficou sem indemnização. Pelo menos, na revogação assinada no dia 13 de novembro não há menção disso, a não ser que uma eventual compensação tenha sido concedida por outra via.
Enquanto jogador dos canarinhos, Bruno César cobrava 10.267 euros ilíquidos por mês, 112.938 euros a cada onze meses.
Traffic na jogada
Bruno César é o jogador dos movimentos financeiros faraónicas, pode escrever-se. O Benfica transferiu-o para o Al-Ahli Jedah, a 21 de janeiro de 2013, por 5 milhões de euros líquidos, mais 150 mil euros para cobrir os mecanismos de solidariedade previstos pela FIFA, e menos de um mês depois (10/2/2013), conforme os documentos a que Record acedeu, o clube da Arábia Saudita fez uma transferência de 400 mil dólares (358 mil euros) em benefício da Traffic, a empresa brasileira que agencia jogadores e controla a maioria da capital da SAD do Estoril.
Cinco meses depois (31/7/2015), a Traffic recebeu mais 300 mil dólares (268 mil euros). Neste caso, está por apurar a que se devem exatamente estas transferências – comissões? Dois anos depois, César chegou ao Estoril e depois ao Sporting."

segunda-feira, 15 de fevereiro de 2016

Do clássico da Luz até à Madeira: jogamos uma vez e ganhamos duas

Não podia ter corrido melhor o fim-de-semana futebolístico para os nossos lados. Jogamos apenas uma vez mas ganhámos duas vezes. Deixo algumas reflexões avulsas sobre os dois jogos, por ordem cronológica:

O Clássico
- A principal nota a marcar o resultado final foi a superior eficácia do ataque portista sobre o ataque benfiquista. Ou, se quisermos, porque o guarda-redes também conta, a eficácia de Casillas entre os postes. Pela sua história o jogo podia ter tido qualquer resultado, ganhou a equipa mais eficaz nos vários momentos do jogo e mais segura em todos os sectores.

- O jogo confirmou a minha impressão que, dos três grandes, a equipa do Sporting é a melhor trabalhada em praticamente todos os momentos do jogo e é a isso que se deve o seu lugar na frente da competição.

- É muito provável que o FC Porto ainda venha a subir colectivamente agora com Peseiro. A sua reacção ao primeiro golo revela uma equipa madura psicologicamente. Tem jogadores em nítido sub-rendimento que, caso o seu treinador tenha tempo e acerto, poderão emprestar à equipa outra qualidade e com isso outro rendimento.

- A equipa do SL Benfica estabilizou, depois de um começo difícil. Continua a defender mal, o que explica os sucessivos fracassos com os adversários mais difíceis da Liga, mas a facilidade com que consegue criar oportunidades de golo tem-lhe valido jogos fáceis com os mais pequenos. Duvido que suba colectivamente, mas tem o melhor sector atacante dos três grandes, com Jonas, Gaitan, Mitroglu, onde se irá juntar agora Sálvio.

Segurança Nacional
- A grande dúvida que se colocava no inicio da partida estava na resposta que a equipa do Sporting necessitava de dar face à obrigação de ganhar. Dúvida que quase não teve tempo de vida, morta logo à nascença com a cabeçada fulminante de Slimani.

- A vitória foi categórica sem ser brilhante, ante uma equipa insular das mais fracas dos últimos tempos.

- O controlo do jogo por parte do Sporting foi quase absoluto, pelo menos enquanto Adrien esteve em campo. Um pouco à semelhança do que já tínhamos visto em Paços de Ferreira, é notório que há um Sporting com ele em campo e outro muito mais macio e permissivo sem ele. Além do controlo do jogo salientaria a serenidade/maturidade da equipa.

-  A entrada de Coates com o tão improvável como até agora surpreendente Semedo conferiu uma segurança defensiva que ainda carece de melhor teste. Mas as primeiras indicações do uruguaio - cuja passagem por Inglaterra mudou muito o perfil físico, agora muito mais musculado - parecem indicar que Jesus encontrou o "seu senhor" para a defesa.

- Grande momento de forma de João Mário, com um golo, uma assistência e um jogo de uma regularidade que lhe poderia valer o cognome de "O metrónomo", tal a eficácia com que pauta o nosso jogo.

- Depois de um impacto muito positivo aquando da sua entrada, Bruno César eclipsou-se, muito por causa dos problemas físicos de que tem padecido. É um jogador demasiado importante para estar ausente agora e o nosso ataque recente-se disso.

- Ruiz é de menos e está sobre-aproveitado, quase espremido. Mané é demasiado inconstante e pouco assertivo. Gélson, como anteriormente aqui disse, é tão brilhante como intermitente. Creio que é aqui, nos criativos, que está o nosso "calcanhar de aquiles". 

- A menos que Jesus tire mais algum coelho da cartola, o nosso sucesso no campeonato está excessivamente dependente destes jogadores de produção muito inconstante - o que é normal nas suas idades - o que explica em grande parte a nossa oscilação, já depois de termos conseguido uma importante vantagem, entretanto anulada.

quarta-feira, 10 de fevereiro de 2016

Ter ou não ter estofo de campeão, William, Adrien, Spalvis

Ter ou não ter estofo de campeão
É muito frequente, em particular quando os jogos correm mal, como foi caso do último jogo, que os adeptos questionem as decisões do treinador, as prestações e o empenho dos jogadores. Frequente e natural. Já menos natural é que um mau resultado sirva para colocar em causa aquilo que é indiscutivelmente um bom trajecto no campeonato nacional e, ainda mais importante, um enorme salto qualitativo, que nos coloca a disputar no mesmo espaço tido como quintal privativo dos nossos rivais SLB e FCP. 

Quando se fala de falta de estofo de campeão a apreciação não pode ficar apenas limitada à prestação da equipa, mas deve-se estender também à reacção dos adeptos. Não há nada que justifique o pessimismo, mesmo considerando o facto de a liderança isolada se ter perdido. Desde logo porque, apesar do bom campeonato, o Sporting não deixou de ser um outsider, o mesmo é dizer que o menos favorito dos três concorrentes. 

Havendo ainda muito que decidir, não pode deixar de se constatar a vantagem que detemos no confronto directo com ambos os adversários e que dificilmente poderá ser anulada. O pessimismo é tão prejudicial como foi a basófia registada aqui e ali, quando tinhamos vários pontos de conforto a separar-nos dos segundos classificados. O que o Sporting mais precisa é de ter os pés bem assentes no chão, sem derrotismo ou euforias sem sentido. Isso também é ter estofo de campeão.

William Carvalho
Em breve vamos ficar a saber se a renovação pendente era o factor de distracção que o estava a arredar do que melhor pode dar a equipa. Provavelmente era apenas um dos vários factores, a que juntaria a auto-confiança. Os passes que tem falhado, e até linguagem corporal no momento de execução, são um sinal indicativo nesse sentido. Tenho uma certeza: não irá melhorar com os assobios, como os que foi brindado no jogo passado.

Adrien
Não o escondo, sempre foi dos meus jogadores preferidos da sua geração por lhe reconhecer um potencial que, todavia, tardava em demonstrar. A isso não terá sido alheio o facto de ter sobrevivido a vários anos de profunda instabilidade. Não é um sobredotado, mas as equipas não se fazem apenas de Messis e Ronaldos. Adrien, para lá das suas qualidades técnicas, pela sua vontade indómita de vencer, tem tudo para ser considerado um jogador à Sporting. Ao prolongar a sua ligação ao clube, e sendo já o capitão de equipa, tem tudo para escrever o seu nome junto ao lote exclusivo de jogadores cuja carreira é uma referência para os vindouros, sejam eles adeptos ou jogadores oriundos da formação.

Lucas Spalvis
Vamos ter que esperar para ver o que tem este jovem ponta-de-lança lituano para nos oferecer. Não é de todo um desconhecido, pois há vários apontamentos de scouting com o seu nome, em particular no capítulo de "jogadores promissores a bom preço". Esperemos que confirme a nota é o máximo que se pode dizer neste momento. Se assim for não deixará de se considerar uma boa jogada de antecipação num mercado tradicionalmente dominado por alemães, holandeses e eslavos (Rússia e Ucrânia).

terça-feira, 9 de fevereiro de 2016

Com água pela barba, nem de Barcos atravessamos o Rio Ave

Julgo que qualquer adepto que vive apaixonadamente o seu clube amiúde é confrontado com presságios dos mais diversos sinais antes dos jogos. Ontem, desde muito cedo, senti com preocupação acrescida o aproximar da hora de jogo por antecipar que íamos ter um jogo difícil. Há que dizer que tal não tinha a ver com superstição mas sim com o reconhecimento do valor do adversário, em particular das suas características e das circunstâncias em que o íamos enfrentar. 

Conheço bem o Rio Ave bem como a forma como o seu actual treinador costuma por as suas equipas a jogar, em particular com os grandes. Jogando na expectativa, procura criar dificuldade com o lançamento de transições rápidas ou o jogo directo para contrariar o adiantamento natural dos adversários mais fortes.

Ora havia sinais de que o Sporting ira estrear mais um quarteto defensivo por força da lesão de Naldo e Jefferson o que lançava a dúvida sobre a coesão e entendimento entre os quatro elementos chamados à titularidade. Os receios revelaram-se fundados uma vez que o Rio Ave dispôs de boas oportunidades, mesmo em situações de 1x1 entre avançado e Rui Patrício. Se é verdade que Cássio foi importante para a manutenção do empate para o Rio Ave, não deixa de ser claro que sem o acerto de Patrício os danos poderiam ter sido outros.

Esses momentos acabaram por ser determinantes na postura da equipa que, a partir de determinado momento, começou a revelar sintomas de ansiedade, diminuindo a qualidade das decisões. Isso foi evidente em quase todo o jogo e de forma muito particular na hora de finalizar. Com uma eficácia mais próxima da nossa realidade neste campeonato o resultado poderia ter sido outro. A essa ansiedade não será também alheia a pressão de ver os minutos correr sem conseguir marcar, sabendo da necessidade de ganhar para recuperar a liderança.

Este jogo foi também um bom instrumento para se perceber aquela que parece ser a grande dificuldade que o Sporting enfrenta neste campeonato e que me parece ter sido ampliada nesta janela de mercado com a saída de Montero. O que o Sporting ganhou em altura perdeu em técnica, criatividade e espontaneidade de execução, em particular aquela que é necessária para o reduzido espaço que existe nas zonas frontais à baliza. E, diga-se, ela já não era particularmente abundante. 

Ruiz é pouco para as nossas necessidades. João Mário assegura qualidade em posse de bola, criação de linhas de passe, mas não é particularmente rápido. Gélson tem os problemas naturais da juventude, é inconstante e muitas vezes sendo ocasionalmente brilhante é frequentemente inconsistente. Teo não está em forma porque na praia em regra a consequência mais natural é... ficar mais moreno. Jesus viu-se forçado mandar Barcos para o meio do Rio e o que ficou mais claro foi que ainda é cedo para o argentino. Mas não deixa de ser particularmente preocupante constatar que dependemos em demasia de Slimani, que ontem não esteve particularmente feliz.

A passagem do Rio Ave deixou-nos água pela barba. O resultado de ontem e em particular a exibição deixaram os primeiros sinais de uma equipa permeável a pressão. Os campeões decidem-se muitas vezes pela forma como conseguem lidar com este importante factor psicológico. Quem pensava que ia ser fácil não sabia ao que vinha. Como dizia Ruiz ontem, este é o momento de estar tranquilos. Já perdemos o primeiro lugar anteriormente, de forma inesperada, e de igual modo a recuperamos. 

Creio ser estéril a discussão sobre quem comanda agora o campeonato, embora seja útil perceber quem mantém os critérios usados em anos anteriores e quem os ajusta agora. O que é importante é o critério de desempate no final do campeonato, porque ninguém é campeão antes. E aí creio ser muito difícil anular a vantagem conquistada pelo Sporting com os seus mais directos adversários. Não somos nós que, se essas circunstâncias se verificarem, quem tem que estar mais pressionado ou preocupado.

William terá que ficar para outra altura. Mas, pelo que viu ontem, a sua menor produção não tem nada a ver com o modelo de jogo de Jesus. Não é por isso que se falham passes atrás de passes. A sua recuperação é crucial para a subida de rendimento da equipa e há por isso que perceber o que é necessário fazer para que tal aconteça.

domingo, 7 de fevereiro de 2016

Os bastidores da transferência de André Carrillo

São vários os jornais que desde sexta-feira publicaram artigos sobre a transferência de André Carrillo para o SLB. A versão do Sporting pode ser conhecida neste link, onde Bruno de Carvalho conta a sua versão dos acontecimentos. Este sábado o Expresso publicou um artigo, com o mesmo titulo do post, onde contam a versão que resulta da audição de todas as partes (segundo os próprios). É esse artigo que partilhamos com os leitores do blogue.

"A dada altura neste artigo, o leitor sentir-se-á baralhado porque achará a informação confusa e difusa, mas é o que acontece quando há mais do que três partes envolvidas e no meio delas um negócio de milhões que se fez... e outros que deixaram de se poder fazer. O Expresso ouviu todos os lados na transferência de André Carrillo para o Benfica e esta é a história que deles se extrai.

Houve um tempo em que Elio Casareto, agente de Carrillo, e Bruno de Carvalho, presidente do Sporting, se deram bem. Aconteceu logo no início do mandato de Bruno de Carvalho: Casareto pediu ao diretor desportivo Augusto Inácio uma reunião com o presidente para que os três encontrassem uma solução para o jogador. Porquê? Porque o passe de Carrillo estava dividido entre Pini Zahavi, o agente israelita, o Alianza Lima, clube ao qual o futebolista fora comprado, e o Sporting. Casareto disse a Inácio que aquilo tinha tudo para correr mal dali a três anos, quando chegasse o momento de renovar contrato. 

No dia em que Casareto se encontrou com Bruno de Carvalho, num jogo contra o Penafiel, ambos concordaram que o assunto tinha de ser resolvido, que o Sporting iria recomprar parte do passe de Carrillo. Só que o Carrillo de então, inconsequente e pouco disponível para defender, não era o Carrillo de Marco Silva e Jorge Jesus. E, por isso, o Sporting até chegou a pô-lo numa lista para emprestar ou vender, deixando correr o marfim a seu favor. Quando Casareto pediu ao Sporting que revisse o salário do jogador por causa do aumento da carga fiscal, o clube disse não. 

Em vez disso, apresentou uma proposta de três anos pelo mesmo ordenado, €300 mil anuais líquidos, que Carrillo não aceitou. Passaram-se meses sem que o agente, o futebolista e a direção do clube voltassem a falar, e quando o fizeram, em abril de 2015, o Sporting propôs €1 milhão brutos; o empresário contrapôs, dizendo que tinha quem pagasse €1,5 milhões líquidos. E depois veio a Taça de Portugal, que o Sporting ganhou, e depois a Supertaça, que o Sporting também ganhou. Carrillo foi importante nos dois jogos, e chegaram propostas a Casareto. O peruano começava a ficar bem cotado, e Bruno de Carvalho convocou uma reunião com Casareto para acordarem a renovação. 

Neste ponto, as versões divergem: uma delas garante que o Sporting apresentou um ordenado de €1,3 milhões líquidos, 80% através de uma offshore em Malta e os restantes 20% (5% dos direitos de imagem e 15% do contrato de trabalho) a serem pagos em Portugal; a outra diz que a ideia partiu do próprio Casareto. “Foi dada a Carrillo uma folha em branco para lá pôr o salário que queria”, assegura fonte de Alvalade.

As negociações ficaram congeladas, o Sporting foi eliminado da Champions pelo CSKA, o fecho do mercado estava ao virar da esquina, e lá fora sabia-se o que se passava em Portugal. Um emblema francês acenou com €10 milhões a Casareto, e Bruno de Carvalho ter-lhe-á respondido que não, que não era suficiente; e foi então que o agente sul-americano informou o Sporting de que o Leicester pagaria €12 milhões. Um bom preço, faltava perceber como se faria o pagamento, porque o passe de Carrillo era detido em grande parte por Pini Zahavi. E Zahavi não queria ficar a arder.
Quem é de quem?

O Expresso teve acesso a documentos relativos às negociações entre o Sporting e o Leicester, que decorreram entre os últimos dias de agosto e os dois primeiros de setembro. As condições pedidas pelos leões implicavam um pagamento de €15 milhões, 25% de uma futura transferência e uma cláusula antirrivais (Benfica, FC Porto e Braga). O Leicester respondeu com €12 milhões, 17,5% de uma futura transferência e a impossibilidade de ter uma cláusula antirrivais ao abrigo das leis britânicas. No meio desta troca de informações entre Sporting e Leicester, o clube inglês pergunta ao congénere português quem é a Leiston (empresa de Pini Zahavi). “É uma entidade com quem tivemos negócios no passado mas que presentemente não tem direito a qualquer percentagem dos direitos económicos do jogador”, lê-se no texto da resposta. Mas Zahavi tinha direito a 45%, e o próprio Sporting reconhecera isso mesmo, 15 dias antes, num e-mail enviado à Leiston: “A Sporting SAD está disponível para aceitar a cláusula de 45% dos direitos económicos.”~

Falhado o voo para Inglaterra, André Carrillo ficou em terra. E desterrado. Jorge Jesus ainda tentou fazer-lhe a cabeça durante um almoço, disse-lhe que devia ficar, que faria dele um futebolista melhor, mas o processo causara mal-estar de parte a parte. Em outubro, o Sporting instaura um processo disciplinar a Carrillo e envia-lhe uma nota de culpa de 200 páginas. Para o Sporting, era clarinho como água que o agente e o futebolista estavam a agir de má-fé com o clube de Alvalade; o próprio Jesus revelou a Bruno de Carvalho que, ainda no Benfica, Luís Filipe Vieira lhe confidenciara que o peruano iria parar à Luz a custo zero. O Expresso sabe que Carrillo já teria sido contactado pelo Benfica no tempo de Godinho Lopes e que, em outubro, Paulo Gonçalves e Vieira terão abordado o futebolista para perceber as suas condições.

Mas, até ver a Luz, houve acordos que morreram na praia, jatos privados, fundos de investimento, agentes, clubes turcos, italianos e espanhóis — e os três grandes de cá.

Houve um momento em que André Carrillo e Marat Izmailov coincidiram no Sporting. Formavam um par estranho — um miúdo peruano extrovertido e um russo tímido e envelhecido pelas lesões —, mas ficaram amigos para a vida. E no dia em que Carrillo viu a vida andar para trás, lembrou-se de Izmailov e do agente dele, Paulo Barbosa, o português que falava russo como os russos. Carrillo chegou a uma encruzilhada, sem saber para que lado se virar, e virou-se para Barbosa. Foi ao apartamento do empresário, na Estrela, e ambos falaram sobre o futuro, num momento de fragilidade em que o peruano sentiu que Casareto não lhe contava tudo. Casareto já conhecia Barbosa através de um intermediário que trabalhava com o português, portanto não estranhou quando este lhe trouxe novidades da Turquia. Do Fenerbahçe. A solução falhou, mas Barbosa não perdeu Carrillo de vista, nem mesmo quando o extremo se viu metido num negócio em Valência, com dedo de Zahavi e Jorge Mendes, ou com a Juventus, via Doyen, com direito a lugar num jato privado em Roma.

Mas, por uma razão ou por outra, nenhuma das opções agradou a toda a gente, até que o Atlético de Madrid bateu à porta. Carrillo, que deixou Lisboa e se refugiou em Madrid durante 27 dias, efetuou exames médicos, mas a suspensão da FIFA (a impedir contratações durante um ano) ainda não fora levantada e o plantel já tinha extracomunitários a mais. Carrillo nunca chegou a assinar e saiu de Madrid, sozinho, para se encontrar com Vieira em Lisboa. Na quarta-feira, 27 de janeiro, foram ambos fotografados à saída do prédio onde fica o escritório de Paulo Barbosa, e levantou-se a lebre que pôs o FC Porto no encalço. Na quinta-feira, as negociações intensificaram-se, e na madrugada de 29 de janeiro, Alexandre Pinto da Costa, filho do presidente, ligou à entourage de Carrillo. Eram três da manhã, mas já era tarde. Na manhã de sexta-feira, Pinto da Costa pôs tudo a nu: “Disseram-me que o Carrillo já assinou com o Benfica.” Não tinha assinado. Mas estava quase.

sexta-feira, 5 de fevereiro de 2016

Uma noticia de 11 milhões empatados para lançar uma reflexão

A noticia do jornal "O Jogo" aludida no titulo do post provocou grande indignação entre os Sportinguistas. Na base dessa reacção estará o tratamento diferenciado que aquela publicação dá aos três clubes grandes, ao fazer apenas capa com os aparentes insucessos de algumas das nossas contratações, deixando de fora as do SLB e FCP.

Compreendo e partilho do sentimento, talvez não com o mesmo grau, porque a este nível já há pouco que me surpreenda. Na verdade não há aqui nada de muito novo neste comportamento num órgão de comunicação social relativamente ao meu clube e no caso daquele jornal é mesmo uma imagem de marca. É sobejamente conhecida a ligação umbilical ao FCP e o seu principal accionista é-o também da SAD daquele clube, onde a sua participação é crucial para manter o respectivo controlo. 

Na sequência da referida noticia ficou mais ou menos claro que a nossa concorrência possui listas de emprestados mais numerosas e muito mais dispendiosas que aquelas que foram noticiadas como pretensos falhanços nossos, o que terá contribuído para aumentar a indignação geral. Porém, das listas que vi elencadas há uma semelhança notória e uma diferença gritante.

A semelhança:

As diferenças no número de jogadores dispensados e o  volume financeiro associado são os mesmas que encontramos nos orçamentos das SAD's dos respectivos clubes. Grosso modo, os onze milhões em dispensados do Sporting equivale a metade do orçamento da SAD. O mesmo se poderá dizer, respectivamente, dos mais 50 milhões em emprestados da SAD encarnada e dos mais de 60 milhões da SAD azul-e-branca. 

Esse mesmo rácio pode-se verificar nos valores dos:

-  Custos operacionais (52,105 milhões / 106,474 milhões / 110,335 milhões)
Proveitos operacionais (53,382 milhões / 101,974 milhões / 93,588 milhões)
- Mais-valias com transferências de jogadores (28,002 milhões / 78,825 milhões / 82,500 milhões)

Estes são números retirados dos últimos relatórios e contas comunicados pelas respectivas SAD's à C.M.V.M.

A diferença

Aparentemente, (e considerando como totalmente irrecuperáveis os valores investidos na aquisição de todos os emprestados) o desperdício e insucesso estão ligados ao limite do que nos é possível gastar o que, no que ao grau de eficiência de gestão diz respeito, remete-nos para uma equivalência entre todos. A favor da actual gestão da nossa SAD está o facto de, com muito menos dinheiro, estar a conseguir aquilo que o FCP não tem conseguido (não ganhou nada mas gasta muito mais).

Há contudo uma diferença gritante entre as listas de jogadores dos nossos rivais postas a circular e a que o jornal "O Jogo" deu ontem a conhecer: é que da nossa contam apenas jogadores adquiridos desde 2013. Nas dos nossos rivais há diversos jogadores, alguns deles de valores consideráveis a engrossar o resultado final, que foram adquiridos antes de 2013 (por exemplo, Sidnei, Olá John / Walter, Kelvin, Quiñones)

O parágrafo anterior é composto por dados factuais. Mas a análise, mesmo que subjectiva, relativamente à qualidade dos jogadores constantes nas três listas indica que:

- Dos jogadores por nós dispensados, talvez apenas Jonhatan possa vir a constar de um plantel que lute pelo titulo. Para os restantes, a dúvida é mesmo se conseguiremos ser restituídos do valor neles investido. 

- Neste âmbito seria ainda forçoso adicionar à lista de dispensados contratados em 2013 os nomes de Ryan Gauld, Sarr, Rabia e Sacko como de qualidade ou recuperação muito duvidosas.

- Na lista portista jogadores como Reyes, Quintero, Adrian Lopes, Fabiano, Josué e Octávio discutiriam lugares no onze titular no imediato uns e no futuro outros.

- Na lista de dispensados benfiquistas Rúben Amorim, Cristante, Djuricic e Ola John teriam estatuto semelhante.

Ora, para lá da indignação pela diferença de tratamento, que é natural, o que a noticia de "O Jogo" nos devia suscitar era o despertar para uma maior atenção sobre nós mesmos, sobre o que andamos a fazer.  Porque é o que fazemos - e muito menos o que os outros fazem - que dita o nosso destino. No entanto cada vez mais a atenção geral parece estar a ser desviada para o que os nossos concorrentes fazem de errado, ignorando o valor indispensável da autocrítica no aprimoramento das competências próprias.

Já não é possível anular estas decisões mas é possível ou até mesmo obrigatório fazer a pergunta: 

- Se o dinheiro tivesse sido gasto de forma mais assertiva e criteriosa o ano passado não teríamos tido maior disponibilidade para dar melhores condições a Jesus para atacar o título? 

- Apesar do evidente crescimento sustentado dos resultados, é este o modelo de gestão que nos foi prometido, nomeadamente no que diz respeito à formação e ao rigor na gestão?

Mesmo que de uma forma superficial podemos alargar este raciocínio e fazer um relance sobre o que se tem passado nos escalões inferiores, habitualmente designados como de formação. Para tal recuei ao mesmo período, em 2013. A nossa equipa B dava os primeiros passos e, à época, disputou uma competição até à meia-final da qual alguns ainda se lembram. 

Nela constavam jogadores como Esgaio, Riquicho, Tobias, Ruben Semedo, Geraldes, Domingos Duarte, Palhinha, João Mário, Mané, Iuri Medeiros, Wallyson, Farley Rosa, Ponde, Podence, Gélson Martins e Chaby. Em três anos a qualidade disponível neste escalão desceu de forma exponencial e algum do pouco talento disponível vive soterrado num modelo de jogo que não apenas o anula como impede a generalidade de evoluir. 

No entanto o treinador foi premiado o ano passado devido a um critério no mínimo aberrante num escalão de formação: ter ficado à frente dos rivais! Quem, do actual plantel, poderá seguir as pisadas dos nomes que figuram no topo deste parágrafo?

Ora, se voltarmos ao motivo deste post (a famigerada lista de emprestados) o que verificamos é que nela não constam os jogadores que mais depressa poderão ascender ao plantel principal: Iuri Medeiros, Palhinha e Wallyson. Todos eles partilhando a mesma condição: serem oriundos da Academia. E quando acabar esta geração, quem se poderá seguir?

Para muitos estas questões não farão qualquer sentido. Porém parece-me ser urgente fazê-las porque está em causa a sustentabilidade do nosso modelo e talvez mesmo uma parte muito grande da nossa identidade como clube. 
É neste âmbito que posso entender uma aposta total no "titulo o mais depressa possível" que parece ser o mote deste ano. Porque um clube grande alimenta-se de títulos. Mas a luta é a três e por isso, no máximo, temos 33% de hipóteses de ganhar à partida. É preciso estar preparado (preparado=equilibrado) para o caso dos outros 66% de possibilidades ocorrerem.

quarta-feira, 3 de fevereiro de 2016

Acabaram-se os sorrisos para Carrillo

A mudança agora consumada de Carrillo para o outro lado da estrada não é propriamente uma surpresa, mas não deixa de ser dolorosa. Representa uma tripla derrota para o meu clube:

-  Perdemos desportivamente, ao ver partir um dos melhores e mais influentes jogadores.

- Perdemos financeiramente, ao não realizar nenhuma mais valia com um jogador que fizemos crescer a custo.

- Registamos uma derrota no eterno derby que é a relação com os rivais de sempre. 

De todas, a última é aquela que menos me custa, pelo menos até ver Carrillo de vermelho em Alvalade, a jogar contra nós. Deixo a minha avaliação pessoal a este processo em que todos me parecem ter estado mal e todos perderam muito ou alguma coisa, como procurarei explanar abaixo. Se quiser deixe ficar a sua.

O erro de gestão desportiva da SAD
A não renovação atempada do contrato de Carrilo é um erro de gestão desportiva da SAD. Há três anos, quando os actuais corpos sociais foram investidos, a renovação era fácil e foi esse o tempo que foi desperdiçado. Cada mês que passou foi um passo na direcção do desfecho agora conhecido. 

Neste período, apesar dos constrangimentos financeiros consabidos, a SAD alocou recursos para a aquisição de várias dezenas de atletas, entre jogadores para a equipa principal, equipa B e sub-19. De grande parte desses jogadores nunca mais ouviremos falar. Outros chegaram e partiram deixando como rasto apenas uma parcela nas despesas do relatório e contas. Contam-se pelos dedos os que representam ou representaram um valor desportivo e/ou  financeiro acrescentado. 

Não há aqui nenhuma novidade de monta, o mesmo se assiste em todos os clubes. É a lei das probabilidades a funcionar, descobrir talentos é uma árdua e por vezes ingrata tarefa de garimpagem. O que é lamentável neste caso é verificar alguém olhou para a peneira e não conseguiu distinguir o valor entre uma pedra amarela e uma pepita. Carrillo andou para ali sem ninguém reparar até o seu valor ser uma evidência aos olhos de todos.

O que eu quero e entendo que deve ser exigido é que quem toma decisões consiga ver mais que o vulgar adepto ou treinador de bancada que todos somos um pouco. Por isso é que estão no lugar em que estão, ganham o que se sabe e  nós, os adeptos, estamos na bancada, muitas vezes a contar cada cêntimo para pagar quotas, viagens e bilhetes. No caso de Carrillo até já nem era preciso ser particularmente perspicaz para lhe reconhecer pelo menos potencial.

A confusão entre as incompatibilidades do "eu" e os interesses da instituição
Os comentários públicos de Bruno de Carvalho denunciaram que as dificuldades na renovação tinham transformado um problema de gestão numa de questão de carácter pessoal difícil de ultrapassar. Com a agravante de lhe ter faltado a clarividência, ao relativizar a influência do empresário junto do jogador, bem como a vantagem negocial de um jogador com o contrato na mão quando se tentaram impor cláusulas "impossíveis". 

Faltou também certamente quem, dentro dos que lhe são próximos, alguém capaz de intermediar o conflito quando este se começou a desenhar. O presidente é importante, as incompatibilidades pessoais do Bruno de Carvalho não são. Os interesses do clube terão que vir sempre em primeiro lugar. Perdeu o Sporting.

Quando Bruno de Carvalho decide contratar Jorge Jesus sabia que abriria uma guerra sem quartel com o rival. Nesse novo cenário, os nossos melhores jogadores passariam a ser o bilhete premiado numa qualquer estratégia de retaliação e Carrillo estava ali mesmo à mão de semear. Ao invés de este processo ter sido gerido com pinças e com discrição, as declarações mediáticas sucederam-se. Entre promessas que não se tinha a certeza de poder cumprir ("Carrilo? De borla não sairá!"), o que ia ficando cada vez mais claro é que pareciam estar reunidas as melhores condições para tudo acabar... mal. 

A machadada final vem com a suspensão e instauração de processo disciplinar ao jogador. É muito provável que foi aí que se escreveu o guião deste final. Duvido que o jogador, se mantivesse o seu estatuto de titular, fosse capaz de oficializar já esta sua nova ligação, mesmo que fosse essa a sua intenção final.

Sempre fui de opinião que o jogador, mesmo em processo de renovação, deveria continuar a ser uma opção para o treinador e era este a quem cabia a decisão de o por ou não a jogar. Não apenas pelo seu valor e importância - reconhecida por Jesus várias vezes - mas por uma questão de direito. Um clube que centra o discurso oficial na verdade e nos direitos não pode suspender e mover um processo disciplinar a um funcionário que não quer renovar.

Os erros de Carrillo
De todos os envolvidos é talvez o único que se pode vir a refazer das perdas, mas os prejuízos são para já avultados. O jogador já está a perder desde que deixou de treinar e jogar. A paragem afunilou-lhe as perspectivas, ainda por cima num ano que parecia talhado para mostrar o seu melhor lado.

De todas as saídas possíveis escolheu a pior para os seus interesses de curto prazo: ao assinar por um clube que não tem qualquer intenção (e quiçá possibilidade) de o resgatar ao seu actual empregador, de forma a poder jogar no imediato, o jogador assume uma jogada de elevado risco. Um ano praticamente parado deve não só retirar-lhe o lugar na selecção do seu país - talvez o menor dos seus problemas neste momento - como deixam um enorme lastro de recuperação pela frente. E veremos como será a vida em Lisboa nos tempos mais próximos.

Como adepto (que ainda por cima lhe reconhecia talento) parece-me que Carrilo caiu no mesmo erro de Bruno de Carvalho, ao deixar que a questão pessoal se sobrepusesse aos seus próprios interesses. Isso subentende-se nas declarações muitas vezes inqualificáveis da namorada e do pai, que certamente falariam por ele. Com a agravante de não ter percebido que Bruno de Carvalho é "apenas" o presidente, mas não é o Sporting. 

Talvez seja pedir muito a um jogador que faça essa distinção, quando há muitos adeptos do clube que parecem ser também incapazes de a fazer. Mas parece óbvio que o jogador se esqueceu de tudo o resto quando, para chegar ao presidente com quem se incompatibilizou, atinge o clube que o recebeu e que o projectou. 

Talvez o meu último post sobre Carrillo
Pouco me interessa o que diziam as bancadas de Carrillo e da sua irregularidade. E que se dirá no futuro ainda me importará menos. Importei-me durante os anos em que por cá andou, irritei-me vezes sem conta com os erros por vezes incompreensíveis, mas sempre lhe reconheci talento e potencial. Preferiria isso repetido a ter que me irritar solemente a vê-lo de vermelho vestido. Ele não vai estranhar, é essa afinal a cor da camisola da sua selecção, mas oxalá descubra depressa que o verde lhe ficava muito melhor.

terça-feira, 2 de fevereiro de 2016

Fecho do mercado: "Estamos muita fortes" ou nem por isso?

Tal como prometido ontem, falaremos hoje dos efeitos do fecho do mercado no plantel do Sporting. Falaremos de jogadores que entram e dos que saem e procuraremos perceber qual será o resultado das mexidas na capacidade de resposta aos desafios que ainda se colocam. Estes, são como se sabe, a presença na Liga Europa e a disputa do titulo de campeão nacional.

Do ponto de vista da quantidade, o Sporting ficará com um plantel extenso de vinte e sete jogadores. Se, como esperamos que não aconteça, o Sporting ficar arredado da Liga Europa, passará a jogar apenas uma vez por semana, o que quer dizer que, estando todos aptos, um número muito razoável de jogadores ficará arredado da competição. Existindo uma equipa B, parece-me um número algo exagerado e por isso dispendioso.

Relativamente à qualidade disponível, esta parece ter melhorado num sector - a defesa - e piorado consideravelmente noutro - o ataque - relativamente ao que ao inicio de época. Em quantidade e qualidade ficou a perder a baliza, onde contamos apenas com Patrício. Azbe Jug é uma incógnita e agravada pelo facto de desde 2013/14 para cá ter disputado apenas cinco (!) jogos oficiais. A dispensa sem mais de Boeck, ainda por cima após renovação de contrato (que deve ter significado o pagamento de prémio de assinatura) parece-me o acto mais difícil de compreender e até temerário, se se atender ao que pode representar, caso haja um problema com Patrício.

Para a defesa entraram Coates, Semedo, Schelotto e Zeegelar. Saiu Jonathan e Tobias acumulará algum tempo de inactividade. Se Coates, como se espera, conseguir estar ao seu melhor nível sem lesões, o centro da defesa registará melhorias na oferta individual. Onde elas parecem ser evidentes é com a troca no lado esquerdo. Jonathan praticamente não progrediu, continuando a exibir as mesmas dificuldades a defender que registava à chegada e Zeegelar parece poder oferecer uma verdadeira concorrência a Jefferson, que defende mal mas é fundamental no serviço prestado no apoio ao ataque. Schelotto parece-me um excesso, não se percebendo porque se menospreza assim Esgaio, que até esteve bem sempre que foi chamado.

Não houve alterações na linha média, o que é das melhores noticias que se registam neste fecho de mercado. Este facto não pode ser considerado casual. Este é um dos sectores que melhor e mais consistente desempenho tem registado, afigurando-se como difícil o seu reforço. Não que não haja jogadores capazes de o fazer, como é óbvio, mas encontrar jogadores para competir com Adrien, William, João Mário e Aquilani significaria um elevado e aparentemente desnecessário esforço financeiro, atendendo ao que estes vêm fazendo.

O sector atacante o Sporting é aquele que passa a suscitar maiores dúvidas, atendendo ao abanão que sofreu relativamente ao inicio de época. Primeiro saiu Carrillo, pelas razões que se sabe, e agora, de forma algo surpreendente, Montero. Não se sabe o que Barcos será capaz de oferecer, mas percebe-se que a sorte do Sporting poderá estar umbilicalmente ligada à prestação deste jogador. Isto porque Slimani é um alvo a abater, e Teo tem a cabeça, (se é que a tem...) noutro(s) lugare(s).

Fica ainda uma observação: quer Barcos quer Teo são jogadores de custo elevado, quer na aquisição quer nos ordenados, pelo que devem ser vistos como aquisições de risco. Atendendo à idade que têm, o melhor que o Sporting pode esperar para não ver os ver como "sunk costs" em próximos relatórios de contas é que rendam desportivamente. Até agora Teo tem sido uma desilusão, as suas "originalidades" são apenas toleradas pelos adeptos em jogadores que de alguma forma contribuem para o esforço colectivo, o que está longe de ser o caso.

Dúvidas que se acentuam relativamente ao que podem oferecer os restantes elementos. Se é verdade que Bruno César parecia caminhar para o seu melhor (muito bom jogo em Paços de Ferreira, completamente devotado aos interesses da equipa) parece muito pouco contar apenas com a irreverência e espontaneidade de Gélson Martins para furar os autocarros de espessa blindagem com que a generalidade das equipas se apresentam contra nós. A menos que um Matheus Pereira ainda não visto apareça na segunda metade que falta da época. Atendendo ao que vem fazendo no Moreirense, não podia o Sporting ter sugerido uma troca com Iuri Medeiros?

Parece-me pois indiscutível concluir que o ataque perdeu os seus dois jogadores mais talentosos, o que agravou quer o seu valor absoluto quer o valor relativo aos seus mais directos rivais. Não deixa porém de ser inevitável constatar que, apesar disso, estamos a falar de dois jogadores cujas prestações estavam longe de ser um exemplo de regularidade e que ou não tinham estatuto de titular - Montero - ou cujo contributo se perdeu numa fase muito precoce da época - Carrillo - não obstando a que o Sporting seja a equipa com mais tempo na liderança do campeonato. A dúvida é pois esta: será suficiente contar mais com a força do que com o talento?

Não se fala aqui de Tanaka, Labyad, Cissé, Salomão e Viola porque, pelas mais variadas razões, nunca foram parcelas de somar.

segunda-feira, 1 de fevereiro de 2016

De Adrien, o Capitão a Cosme o catedrático, até à troca do Avioncito por Barcos

Antes de ir propriamente dito aos temas suscitados no titulo, ficam uma linhas breves sobre o jogo com a Académica. Pormenores de última hora impediram-me de ver o jogo ao vivo e, quando me sentei no sofá, ia preparado para ver um jogo do género "Anita vai ao parque" quando, passados menos de dez minutos já constatava que afinal o género seria o terror.  De forma breve:

- Muitas mexidas, algumas obrigatórias, outras nem por isso. A presença de Semedo (regular) a titular é a confirmação de que Ewerton deixou de contar, como aqui já havia vaticinado. Fica para nova observação, mas parece que Jefferson tem agora concorrência a sério. Registe-se a equipa inicial com seis jogadores formados pelo clube.

- Jogo ganho pela vontade indómita dos jogadores, suportada por um público insuperável de crença e dedicação total. O "colinho" desta equipa são os adeptos, indiscutivelmente.

- Se os adeptos são o "colinho" Adrien tem sido a nossa locomotiva. É ele que por vezes arrasta a equipa para a frente, pela vontade imprimida, outras vezes põe-a a deslizar, tal a classe com que executa. E golo, senhores? Um capitão a sério e com um "C" maiúsculo.

- Não foi um jogo brilhante do ponto de vista colectivo. A influência de Ruiz não se fez sentir tanto como em ocasiões anteriores e viu-se mais o recurso ao centro que às jogadas de envolvimento. Por acaso o lance do golo nasce de uma jogada assim, mas ficam dúvidas se tal seria possível com uma equipa que defenda melhor que a Académica.

- Infantilidade e falha de concentração (de vários, mas em especial de Mané, que estava a dormir na cabeça da área) a ditar o primeiro golo sofrido. Também com uma equipa mais forte poderíamos ficar em maus lençóis. Quem sabe aconteceu na altura certa, com a equipa certa.

Cosme, o catedrático
Em dia de Académica calhou-nos o Cosme. A presença de um árbitro destes, sem qualquer qualidade que o justifiquem, diz tudo do estado do futebol português. Um dos piores árbitros, um catedrático do erro todas as épocas, mas que permanece no quadro principal. Quem é o padrinho, a quem ele dá jeito, é a pergunta obrigatória? Um sinal do poder da associação de futebol a que pertence? E o que dizer da encenação da admissão de culpas, seguramente que patrocinada pelo Conselho de Arbitragem, em especial por Vítor Pereira. Já agora a sua nota também vai ser conhecida? A arbitrar assim quem sabe não acaba em internacional...

Seria fastidioso voltar a enumerar aqui os lances do jogo, uma vez que tal já foi feito até à exaustão. Lembro apenas um episódio já aqui anteriormente relatado e que demonstra a inaptidão total para a função de Cosme Machado:


"Jogava-se ontem o Académico de Viseu - FCPortoB quando, na sequência de uma tentativa de evitar que uma bola saísse do terreno do jogo, um jogador da equipa da casa fica ferido, como a imagem documenta. Ao invés, o que é bem claro na imagem e no som (apesar da fraca qualidade e pelo facto peço as minhas desculpas) é o total alheamento de Cosme Machado para com o estado do jogador e uma pressa inusitada em dar continuidade ao jogo que, há altura, se encontrava empatado a zero. Cosme Machado avança para o jogador aos gritos insistentes de "ou sais ou levas amarelo". É isto um árbitro de futebol?

Mais uma travessia de Barcos
O fecho do mercado trará ainda novidades e será certamente objecto de post a propósito. São muitos os rumores que circulam, há também algumas confirmações. No topo da actualidade está a possível troca, a ser confirmada a qualquer momento, de Freddy Montero por Hernan Barcos. Uma troca de meio de transporte na frente de ataque, trocando o Avioncito por Barcos.

Trata-se de um globetrotter argentino (onze clubes, em três continentes!), com um perfil físico que parece ser típico nas preferências de Jorge Jesus. Apesar da sua estatura não estamos a falar de um tosco. Como é óbvio há vários vídeos das suas performances, escolhi o seguinte como um dos seus melhores golos para ilustrar a frase anterior.



É fácil de perceber que Montero era o terceiro na lista de preferências do treinador, mas não é demais lembrar que, apesar do seu perfil pouco mediático, Montero deixa atrás de si um número de respeito, sobretudo se for considerado o pouco que tem jogado no último ano: 34 golos. 

Seria mais expectável e natural a saída de Teo Gutierrez, o que ainda pode acontecer até ao fechar do mercado, logo à noite. Não está em causa a qualidade do jogador, apesar de só a ter demonstrado em pequenos fogachos. Mas quando é cada vez mais evidente que a luta pelo título vai ser dura e todos os campos, é bom que só contemos com quem está cá de com o corpo e com a cabeça. E se Teo está, não parece nada...

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