sábado, 31 de outubro de 2009

Sportinguização não!


De quem fala o Presidente quando diz que não despede a equipa técnica para “agradar a terceiros”? Quem são os adeptos que Moniz Pereira julga ser dispensáveis, identificando “alguns” como “os principais adversários do Sporting”? Quem são os terroristas? Quem é a minoria ruidosa?

São vergonhosas as declarações de Moniz Pereira. O prestigio que goza na familia Sportinguista, de quem é uma espécie de deão, também o obriga a ele e não apenas aqueles que o veneram. O que é deve-o a ele, mas também a muitos que o precederam e a quem com ele trabalhou. Se o Sporting não seria o mesmo sem ele o contrário também é verdade e há que dizê-lo sem medo. E o Sporting sem adeptos seria um mero espectro.

Mas não são menos as declarações do Presidente. A procura do Sportinguista puro nos que com ele abanam a cabeça, sendo os bastardos os "protestantes", é um erro estratégico por parte de quem foi eleito por uma maioria tão expressiva. Mas acima de tudo é um alijar de responsabilidades da sua própria administração. Sem a sua inacção, sem a cobertura que dá à incompetência, a aprovação de JEB seria praticamente unânime em Alvalade.

Claro que todos percebem que os destinatários das eloquentes tiradas são os adeptos que não se conformam com a indigente equipa principal de futebol. Equipa essa cuja estrutura está junta há cerca de 4 anos, mas que a cada início de época parece começar do zero, como se fosse um grupo de excursionistas unidos pela vontade de dar uns pontapés na bola.

Este rosnar e mostrar de dentes para dentro é uma das imagens de marca do status quo do Edifício Visconde de Alvalade, secundados por muitos de nós, que preconizam até medidas drásticas. .Não me consigo esquecer dos agentes da PSP, o ano passado, andarem de cacete em punho atrás de quem demonstrava indignação pelo sucedido em Munique, com os corpos sociais a ignorarem a gravidade do acto cometido bem dentro da nossa casa. Esta agressividade contrasta de forma gritante com a passividade e a bonomia com que os nossos verdadeiros inimigos – repito inimigos, não adversários – encontram nos nossos dirigentes. Compare-se as declarações de hoje com estas, por ocasião do sucedido na Academia, por altura do jogo de júniores.

Os “terceiros” e os “adversários” a que se referem acrimoniosamente os dirigentes citados são adeptos descontentes. Se a actual direcção tem a legitimidade democrática para governar, os sócios e adeptos não estão limitados na sua legitimidade ao protestarem contra a falta de acções concretas de quem os dirige, desde que esse protesto se faça dentro dos limites óbvios. Esse protesto acontece precisamente porque se percebe que nada de concreto, mais uma vez, será feito.

Surpreendente seria se não houvesse indignação e protestos perante o futebol do clube é hoje. Mesmo admitindo que o messianismo que se vive por hoje no clube em torno de JEB leve muitos de nós a pensar que numa linda manhã de nevoeiro a equipa voltará – será melhor "começará"?... - jogar futebol, há limites que até os adeptos mais supliciados e zurzidos não conseguem superar. Mesmo que grande parte de nós aceite como inevitável que os "terceiros" a que se refere o Presidente sejamos todos nós,optimisticamente, no final do campeonato.

Este é um sinal de esperança para mim. Enquanto houver Sportinguistas que acreditem que não é uma fatalidade ficar atrás dos rivais, mas sim o resultado de uma incompetência incapacitante que se instala no clube como uma doença crónica, eu acredito que estamos a tempo de cumprir o nosso destino. Que “Sportinguização” não se torne no epíteto terrível para designar os clubes que não conseguem ganhar, à semelhança do que hoje se usa com belenensização.

sexta-feira, 30 de outubro de 2009

Pela Centúria Leonina*


Quando há já seis anos pela primeira vez nos reunimos, idenficámos como prioridades para o Futuro do Clube (i) a pacificação interna, de que esta Vossa iniciativa é – como outras – um bom exemplo, (ii) a realização de um Congresso Leonino que nos permitisse, em condições de abrangência dificilmente clonáveis, reformar asisadamente os critérios de funcionamento interno e relacionamento (mesmo se estratégico) do Sporting e sociedades participadas, iniciativa essa que concluímos e – por tacanhez e excesso de miopia estratégica de alguns – não resultou mais profíqua e (iii) contibuir para um Sporting mais coeso, solidário e competente que, por essa via, esteja apto a melhor concorrer com os demais pelo único objectivo à altura dos seus pergaminhos: a vitória.

Quando há bem menos tempo decidimos apoiar José Eduardo Bettencourt fizémo-lo de fora. De forma independente e desinteressada, escutámos com agrado que também o então candidato procurava pacificar o Sporting e dotar o Clube (e participadas) de competências. Mais agradados ficámos ao apurar que, ainda que integrando o Conselho Directivo de Soares Franco, José Eduardo Bettencourt manifestava então a vontade de alcançar o que outros recusaram: a presidência da maior potência desportiva nacional. Intuímos-lhe conhecimento profundo do que é o Sporting (por dentro), do projecto financeiro que perante si fora diversas vezes discutidos pelos seus pares do Conselho Directivo de Soares Franco mas, sobretudo, um enorme respeito pelo verdadeiro Sporting: o que acompanha a equipa longe do conforto dos camarotes, holofotes da (mais ou menos frívola) fama ou simples arrivismo. Era um dos nossos, ainda que profundamente conhecedor dos dossiers que acompanhara directamente ao longo da última dezena de anos.

O balanço não pode, para já, ser muito positivo.

Aprovado o plano financeiro que nos reestruturou a dívida, fica por resolver uma das suas causas (a principal): a tesouraria. Para tanto, urge perceber como pretende o Presidente do Sporting aumentar receitas ou reduzir despesas e, queixando-se o Sporting do respectivo orçamento, perceber-se que o aumento de receitas é realmente viável.

Era, por isso, necessário, que nos explicassem como pretende o Sporting atrair os sportinguistas que o tempo, as circunstâncias ou a falta de vitórias foi afastando. Era igualmente conveniente que percebessemos como pretende do Sporting reconstruir com os (cada vez menos) resistentes os laços afectivos que nos permitem alavancar o crescimento numa base social de apoio efectiva. Era urgente que se reforçasse o clube com Cultura Sporting, actividade orientada para o sócio e promoção do espectáculo e competências específicas que nos permitissem evitar com maior eficiência os sortilégios das contratações. Para tanto ia, dolorosa e inevitavelmente, ter de ser induzida a mudança.

Até agora pouco de realmente importante se fez.

É pouco importante se o actual Presidente ou Presidente da Mesa de Assembleia Geral manda, num assomo de insensatez, calar um consócio. É ainda menos importante perceber como é que este olha para o rival (que o voltou competentemente a ser), se com inveja, se com desprezo. É inconsequente apurar quem é que contrata um ponta de lança, recusa ou dispensa um médio que tanto nos custou a contratar.

Tudo isto é a “circunstância” e o que faz falta é a acção com sentido estratégico.

Foi para isso que nos reunimos em Congresso. Foi para tanto que constituímos o Movimento e projectámos o blogue. Foi para isso que oportunamente alargámos a todos os campos e sensibilidades leoninas o blogue. Foi para contribuir para isso, estou certo, que o nosso anfitrião de hoje lançou esta feliz iniciativa.

[ver aqui, aqui e aqui]

Assim saiba quem de direito ler os sinais e perceber as necessidades.

Pela Comissão de Estratégia

João Pedro Varandas, Nuno Moraes Bastos,João Pedro Silva

*Texto da autoria da Centúria Leonina para o "ANortedeAlvalade", no âmbito da nossa iniciativa "Reflexão Leonina".


quinta-feira, 29 de outubro de 2009

SÓ OS SÓCIOS SALVARÃO O SPORTING*


Nesta profissão de jornalista, que é a minha e sempre há-de ser, são muitas as vezes em que o texto se escreve primeiro e o título apenas ganha forma depois, para corresponder plenamente ao que foi escrito.

Este é um dos casos em que o título surge logo, em que o essencial fica dito no título.

Haverá quem se admire: salvar? Será esse o verbo justo ou não estará o escriba a exagerar?

Não estou, caros amigos. Infelizmente é preciso salvar o Sporting. E só os sócios podem fazê-lo, tão depressa quanto puderem antes que o que resta do nosso Sporting seja assimilado por uma instituição nominalmente sportinguista mas na qual os sócios só podem mandar através de interpostas pessoas ou grupos. Ora a prática conhecida de algumas destas e de alguns destes nem sempre corresponde aos interesses do Sporting.

Deixem-me que vos diga, em jeito de parêntesis, que não escrevo estas linhas sob a influência das insatisfatórias prestações desportivas do momento embora saiba como a disposição do adepto é volúvel e anda muito ao sabor do mau resultado de ontem logo disfarçado pelo bom que hoje se conseguiu.

Apesar de todos estarmos intensamente envolvidos nos acontecimentos da actualidade, não é isso que está verdadeiramente em causa agora. O que é fundamental é salvar o Sporting para que o Clube tenha futuro e este seja bem melhor que o presente.

A tal instituição nominalmente sportinguista de que vos falei atrás é a Sporting, SAD, sociedade desportiva que, paulatinamente, vai tomando conta de todo o Sporting, retirando assim os bens, activos, património e actividades do controlo dos sócios do Clube. Por muito que doa escrever e ler isto, por este caminho o Sporting transformar-se-á num clube de bairro, numa sociedade recreativa – com todo o respeito por instituições como estas – porque não está apenas a ser espoliado do seu futebol mas de quase tudo o resto.

Não tenho qualquer hesitação em reconhecer que teoricamente a criação da Sporting, SAD foi uma boa ideia. Tratava-se de instalar uma estrutura do Clube dedicada exclusivamente ao futebol, altamente profissionalizada e vocacionada para dinamizar o aproveitamento de recursos disponíveis e a criar. Acreditava-se que seria a melhor forma a dar um salto qualitativo propício à integração da mística, da grandeza histórica e da fabulosa escola de formação num todo harmonioso capaz de projectar o Sporting (notem que escrevo simplesmente Sporting) para o topo nacional e para um elevado patamar na Europa.

A ideia era boa, repito. E a modernização de estruturas, sobretudo a construção da Academia, prometia contribuir para o seu êxito.

A degeneração, porém, começou cedo. O facto de os presidentes José Roquette e Dias da Cunha, guiados por objectivos de eficácia e descentralização, terem separado as presidências do Sporting e da SAD, teve um efeito perverso que se manifestou imediatamente na gestão de Luís Duque e Miguel Ribeiro Teles, o dirigente que actua ininterruptamente na SAD desde a fase final da presidência de Roquette, já lá vão 10 anos.

O exercício da presidência da SAD por José Eduardo Bettencourt permitiu ainda atenuar um pouco o fosso orgânico criado entre o futebol profissional do Sporting e o resto do Clube, mas as estruturas de funcionamento da sociedade tinham-se enraizado profundamente com Duque e mantiveram-se, no essencial, até hoje. Houve esforços sérios, em 2004-2005, para restabelecer a ligação original entre o Sporting e a SAD mas o modo como os acontecimentos internos se precipitaram nessa altura foi uma das piores coisas que aconteceu na História do nosso Clube. No rescaldo desse período, durante o qual a agitação interna artificialmente fomentada conduziu à demissão de Dias da Cunha, o velho funcionamento “autónomo” da SAD foi restaurado, reforçado e adquiriu uma nova e mais gravosa atitude contra o genuíno sportinguismo: o novo presidente do Clube, Soares Franco, tornou-se presidente da SAD mas assumindo o status quo “tecnocrático” instalado na sociedade – da qual já tinham sido expurgadas, com poucas e honrosas excepções, todas as figuras carismáticas que asseguravam o amor à camisola, coisa que em Alcochete às vezes parece atrapalhar. Passou ostensivamente a confundir-se o sportinguismo genuíno com a filosofia da SAD – a maior das mistificações de que o Sporting tem sido vítima nos anos mais recentes.

A Escola de Futebol sportinguista é, efectivamente, de grande qualidade técnica mas carece de formação clubista, os jovens e os profissionais não conhecem como deviam conhecer a grandeza e a riqueza histórica do Clube que representam. Não sendo deles a culpa, só pode ser de quem os dirige.

Vale a pena contar uma pequena história elucidativa do modo como o Sporting e os seus dirigentes eleitos pelos sócios são olhados nas estruturas entretanto enraizadas na SAD. O episódio passou-se em 2005, quando a equipa sportinguista foi jogar a Middlesbrough, por sinal em mais uma jornada gloriosa desses tempos em que o Sporting praticava aquele que foi considerado o melhor futebol da Europa. Um funcionário da SAD membro da comitiva oficial mas que estava e está enganado no clube da Segunda Circular ao qual presta os seus serviços, não conseguiu esconder a irritação com a existência de sites na Internet feitos por sportinguistas cujas opiniões não coincidiam propriamente com a sua maneira de entender o funcionamento da SAD. Mas tinha uma explicação para isso. “Isso (esses sites) só pode ser coisa dos amigos do Dias da Cunha”. Assim falava o funcionário da SAD sobre o presidente do Clube, encarado como espécie de adversário ou mesmo inimigo. Três nomes se sucederam na Presidência do Sporting e tal funcionário ainda permanece em Alcochete, continuando a agir em nome do Sporting, recebendo tranquilamente o seu salário.

É um simples episódio, pode até nem ser muito relevante em termos globais mas tem  gravidade própria por exemplificar um tipo de mentalidade que se cultiva na sociedade que gere o futebol do Sporting.

É prematuro tecer juízos sobre a gestão do Presidente do Sporting, e também da SAD, José Eduardo Bettencourt, embora todos saibamos que mudou a Direcção do Sporting mas quase nada se alterou quanto aos gestores da SAD. Não podem queixar-se da falta de estabilidade; nós, sportinguistas, é que devemos queixar-nos da falta de resultados e, sobretudo, do conformismo e da falta de ambição do futebol profissional do Sporting.

Continuamos a assistir, porém, à influência da SAD sobre o Clube e não o contrário, como deveria acontecer, porque é neste que os sócios podem decidir.

Argumenta-se sempre que o Sporting Clube tem a maioria na SAD e que não perderia o controlo ainda que ficasse numa determinada situação de minoria. Como diriam os nossos irmãos brasileiros, essa “é conversa para boi dormir”. Há interesses muito activos na SAD, a começar pelos do grupo do sr. Joaquim Oliveira, que não se confundem com os interesses do Sporting Clube e dos sportinguistas. São minoritários, dirão. É verdade, mas não sejamos ingénuos. Nestas coisas em que o dinheiro e os interesses pessoais e de grupo mandam mais não é difícil que estruturas minoritárias, mas bem organizadas e influentes, consigam reunir apoios fundamentais entre os sectores maioritários. Nós, sócios do Sporting, não devemos estar tranquilos por intervir no futebol do nosso Clube apenas através de interpostas pessoas.

Essas pessoas foram eleitas pelos sócios, também é verdade. Mais uma vez não sejamos ingénuos. Que cada um reflicta um pouco sobre como funcionam as Assembleias Gerais e até as eleições. Nada a dizer quanto ao seu formalismo e a legalidade das decisões. Há muitas maneiras, contudo, de formar as opiniões e criar maiorias mesmo sem necessidade de recorrer à arruaça.

Uma delas é o chamado “buraco financeiro” do Sporting, que serve para justificar todos os alarmes e todas as medidas, mesmo que sejam de excepção e apresentadas como males menores e indispensáveis.

A gestão da SAD, ao que parece, nada tem a ver com esse “buraco”, apesar dos inquietantes resultados revelados nos momentos impostos por lei. A culpa parece ser do Sporting Clube e, claro, das gestões imediatamente anteriores a Franco.

Será? Enquanto o Sporting construía a Academia, o Estádio e todas as estruturas patrimoniais que, bem geridas, poderiam ser um pilar fundamental de sustentabilidade e desenvolvimento do Clube, as gestões da SAD – praticadas mais ou menos pelas mesmas pessoas desde 2000 – vendiam as principais pérolas da formação sportinguista enquanto compravam enormes talentos como Koke, Bueno, Tiui, Celsinho e mais uma camioneta de craques como estes, cada um faça o favor de puxar pela memória, consultar os arquivos pessoais ou dos companheiros de tertúlia ou talvez de navegar um pouco pela net. Sem falar já em casos como o aparecimento do dispensado Varela no FC Porto e na troca do considerado melhor júnior da formação pelo “consagrado” Postiga. Troca? Não, a SAD do Sporting ainda pagou por isso. Grande negócio.

Neste cenário, passo a passo e, segundo se diz, para obviar aos efeitos do tal “buraco financeiro”, vai-se vendendo o património, transfere-se a “marca” Sporting para a SAD, prepara-se a transferência da Academia para a SAD, talvez um dia o Estádio vá também para que então a relva seja bem cuidada… Para o Sporting Clube de Portugal pouco mais restará. Ao lado nasceu um novo clube, a Sporting, SAD, e aí os sócios já nada podem decidir.

Como escrevi no título cabe aos sócios salvar o Sporting e devolver o futebol, todo o futebol, ao Clube. Não há dirigentes portadores de um qualquer sopro divino que lhes permita dar a escolher entre as suas soluções ou o caos. O caos será se os sócios deixarem de poder decidir sobre o seu Clube e o seu futebol.

Não há “eu ou o caos”, seja quem for o “eu” em presença. A melhor solução, caros amigos, será a reunificação do funcionamento do Sporting Clube de Portugal sob a tutela dos seus sócios em circunstâncias claras que lhes permitam decidir, sem ser perante sofismas, a melhor maneira de salvar e relançar o Clube nos trilhos da sua História grandiosa. É essencial criar um dinâmico movimento de regeneração do Sporting no qual todos os sócios, portadores das suas diferenças e divergências, possam contribuir para o fim de todos estes equívocos e devolver ao Clube o que é do Clube.

Parece difícil, se calhar as condições não são favoráveis nem estão ao alcance da mão. Temos de agir e acreditar; não podemos ser conformistas à imagem do futebol que a equipa do nosso Clube actualmente pratica reflectindo as carências de sportinguismo nas estruturas que a envolvem.

O futebol tem que ser reintegrado no Sporting, não tenhamos dúvidas disso, a salvação do Clube passa por aí. Nem que seja extinguindo a SAD – um entre muitos outros passos que estão ao alcance da massa associativa desde que esta seja esclarecida, se organize e mobilize para restaurar o nosso querido Sporting Clube de Portugal.

José Goulão, jornalista

*Texto escrito para o "ANortedeAlvalade" por José Goulão, no âmbito da nossa iniciativa "Reflexão Leonina". Jornalista, comentador de assuntos internacionais, ex-director de comunicação do Sporting, cargo que englobava as direcções do jornal "Sporting" e do site oficial. Autor de vários livros sobre a história e feitos do Sporting, entre os quais "ABC do Sporting", Aprende e diverte-te com os 100 anos do Sporting", O meu 1º livro do Sporting", "A Taça das Taças".

quarta-feira, 28 de outubro de 2009

O céu como limite


(...) O Sporting tem-se distinguido também por um trabalho activo e permanente pela valorização do futebol português a nível da transparência dos seus mecanismos, da credibilidade competitiva, da modernização das estruturas e da aplicação de formas de gestão adaptadas às realidades e exigências actuais. Somos primeiros em soluções empresariais que inevitavelmente se irão impor. A evolução do sistema de organização e de profissionalismo da Sporting SAD, sem nunca perder de vista as raízes, a tradição e a história do Sporting, vai fazer com que o Sporting se encontre com as grandes vitórias. Estamos seguros disso.


(…)A valorização do património imobiliário, em sintonia com CM de Lisboa, vai gerar os recursos indispensáveis para o desenvolvimento desportivo. Serão 3 enormes saltos em frente de que o Sporting colherá frutos a curto prazo a nível de estabilidade financeira e de grandes resultados desportivos.


(…) Mais do que nunca, mobilizados pela crescente solidez do clube e do Projecto em fase de concretização, os Sportinguistas têm de percorrer juntos este caminho. Aí, certamente, iremos reencontrarmo-nos com as grandes vitórias e enriquecer mais ainda este Livro de Ouro do Futebol do Sporting!

Prefácio de José Roquette para o "Livro de Ouro do futebol do Sporting".

Ou, citando o JVL, nada em Roquette foi premonitório ou veio a revelar-se acertado. Infelizmente. Continuamos dependentes da bola no poste, o estádio e a academia custaram-nos e muito, 3 títulos em 5 anos nem vê-los. Estava a pensar que acaba por ser uma pena não me conseguir curar desta doença. Ou, digo eu, como ficamos menos e mais pobres. De facto, por vezes, parece que só o céu nos pode (am)parar.

PS: a ver com atenção este video.

Veio do outro lado, pode ser que o ouçam*


“Manter este rumo de desculpabilidade baseada em factores externos à direcção técnica do futebol (pelas arbitragens, pelos adversários directos ou pelos orçamentos) revela fragilidade, falta de pulso, pequenez, dúvida, desconfiança e falta de auto-estima. Isto transmite-se como uma doença a todo o universo sportinguista. Você (JEB) foi eleito para tomar decisões, muitas delas serão muito difíceis (evocando o despedimento de PB). Os sócios e adeptos saberão reconhecer essa dificuldade e atribuir-lhe-ão mais valor por isso. Não os desiluda, por favor!”

Deste lado do Atlântico, a comunidade emigrante é doida por futebol. Sofrem tanto ou mais do que aí, não deixa de impressionar.

Mas sinto particularmente pena dos adeptos do SCP. Defendem-se com unhas e dentes, com muito sangue na guelra e alheios a relações de causa-efeito no futebol do SCP. Os benfiquistas nada perdoam. Impiedosos nos insultos e catapultados por uma raiva com cunho de vingança, escondida e agora exacerbada pelas circunstâncias – próprio de quem nunca soube perder ou ganhar -, rebolam de pança cheia na lama. Seja em Portugal ou noutro ponto do globo, ninguém ofende nem despreza como eles… Os suínos cruéis na lama…

Aqui o FCP controla os árbitros, aqui o SLB é rico e aqui o SCP é diferente. Porque é pobre, é roubado e joga com muitos portugueses no 11 inicial. Aqui são todos Eduardos Barrosos. Aqui ninguém questiona o PB. Aqui a esperança é sempre renovada. Aqui ainda ninguém percebeu que o SCP não será campeão este ano. Aqui moram os “verdadeiros sportinguistas”, os seguidores, os calados, os conformados, os mártires, os ignorantes… Aqui segue-se porque é verde. Aqui é o PB é o melhor porque fica sempre à frente do SLB. Aqui ninguém sabe o que significa belenensização. Aqui pensa-se que no próximo jogo virá uma boa exibição. Aqui acha-se que o SLB não será campeão.

Aqui não vive a razão, vive a paixão.

Providence, Rhode Island
JMO


*Comentário de um leitor residente nos Estados Unidos, no Site Apoio a um artigo do Norte de Alvalade.


Esta interessante reflexão, que nos dá uma perspectiva dos que vivem ainda mais longe que a generalidade dos Sportinguistas, remetem-nos para uma realidade longínqua, mas em tudo semelhante à que se vive deste lado em terra pátria. Grande parte dos Sportinguistas tem preferido manter a atitude descrita pelo autor do artigo e deve ser por isso que o nosso Presidente prefere visitar os núcleos a meter mãos à obra no muito que há a fazer nos gabinetes de Alvalade. O título do post, não passa pois, no actual contexto, de uma esperança vã. Visitar núcleos é mais confortável, é seguramente importante, mas, no momento presente é muito pouco. E garanto ao Presidente: a realidade que encontra é bem diferente dos restantes 364 dias que o ano tem.

Esta Presidência faz-me lembrar um pouco o programa de um Sportinguista: O Preço Certo, do Fernando Mendes. Um programa simpático, popularucho, mas que nunca será mais do que isso, nem pretende ser. Ora governar o Sporting tem que ser mais do que receber uns queijos e dar uns beijos.

terça-feira, 27 de outubro de 2009

VSC - SCP

V. Guimarães: Nilson; Alex, Moreno, Lazzaretti e Andrezinho, João Alves, Flávio Meireles e Nuno Assis; Targino, Douglas e Desmarets.

Suplentes: Serguinho, Custódio, Roberto, Rui Miguel, Milhazes, Jorge Gonçalves e Marquinho

Sporting: Rui Patrício; Abel, Tonel, Daniel Carriço e Grimi; João Moutinho, Miguel Veloso e Vukcevic; Caicedo, Matías Fernandez e Liedson

Suplentes: Tiago Pedro Siilva, Adrian, Pereirinha, Angulo, Hélder Postiga e Saleiro

Antevisão VSC - SCP




O SCP joga hoje em Guimarães contra a equipa local. Honestamente, pouco me apetece desenvolver este tema, ficando-me pelo essencial.
É por norma, uma deslocação tradicionalmente difícil, como os últimos resultados atestam (na época 06/07, o Guimarães estava na Honra):

05/06: 0-1
07/08: 2-0
08/09: 1-2

Atendendo à distância que já temos para o líder da prova e aos próximos encontros que iremos disputar, o único resultado aceitável é a vitória. Aliás como sempre, por muito que nos tentem vender a banha da cobra. O SCP é um grande, mesmo se atendendo ao discurso de muitos dos seus funcionários, não pareça.


PS: Em relação à iniciativa que levamos actualmente a cabo, teremos nos próximos 2 dias os 2 posts finais, fechando em beleza com a participação de um ex-atleta e campeão nacional e um ex-director do clube.

segunda-feira, 26 de outubro de 2009

Um Rugido Leonino


 
Respondendo ao amável convite formulado “a Norte”, deixamos aqui algumas reflexões sobre a nossa visão do Sporting dos nossos dias.

Sendo esta crónica produzida neste momento, não podemos deixar de utilizar como ponto de partida tudo o que se passou na Assembleia Geral de 13 de Outubro, até porque a mesma acaba por ser bastante representativa do que se passa no Sporting Clube de Portugal de há uns anos para cá.

Antes de mais, não podemos deixar de sublinhar que uma decisão tão importante sobre o futuro do clube acabou por ser tomada por um número de sócios que terá rondado o milhar. Além disso, também não podemos deixar de referir que, mais uma vez, o insulto, a falta de civismo e a total falta de racionalidade foram os tópicos dominantes da Assembleia Geral, onde as palavras maioria, minoria, forças de bloqueio e outras que mais foram usadas até á exaustão. A barricada, caros amigos, existe e veio para ficar.

Também não podemos deixar de referir que, mais uma vez, foram tomadas decisões importantes sem as pessoas estarem minimamente informadas e habilitadas para uma votação em consciência. As deliberações tomadas serão boas ou más para o clube? Que consequências terão no nosso futuro colectivo como associação? Permitirão que o Sporting Clube de Portugal continue a ter nas suas mãos a decisão futura sobre o futebol do Sporting? Permitirão que os sócios possam ser opinativos e interventivos no futuro? Nós, com honestidade, não podemos responder a estas questões e, como nós, mais de 95% das pessoas presentes, não saberão responder a estas questões. No entanto, aprovaram as propostas da Direcção, o que nos dá uma imagem assustadora do que é hoje a discussão e a vivencia democrática no Sporting!

Mais assustador que o estado da nossa equipa de futebol é o estado em que se encontra hoje o Sporting Clube de Portugal como instituição. A discussão é inquinada e não é bem vinda, as pessoas são julgadas por ser a favor ou contra a Direcção (esta como a anterior) e não pelo valor intrínseco das suas propostas e das suas ideias, os sócios afastam-se até porque não há grande vantagem em se ser sócio, para quem não tiver o Sporting marcado de forma profunda no ADN como os editores do Rugido, sócios há mais de 30 anos. Nem sequer no preço dos bilhetes para o futebol encontramos vantagens em se ser sócio.

O estádio transformou-se num local frio, onde as pessoas só se reúnem em dia de jogo e mesmo nesses dias são cada vez menos. Quem tem gravadas as memórias do local quente que era o velhinho Alvalade, sempre cheio de gente durante a semana inteira, estranha aquele monte frio de cimento em que se transformou o Alvalade XXI. No antigo estádio existiam as salas da ginástica, a Nave, a piscina na Nave, a sala de sócios, os cafés, os campos de treinos para o futebol ali ao lado. Existiam afinidades, calor humano, sportinguismo…

Este Sporting em certas alturas chega a ser frio como o gelo, cheio de “racionalidade económica”, sem racionalidade humana, sem afectos, sem paixão! E o mais grave é que, ainda por cima, a “racionalidade económica” resvalou num enorme buraco financeiro. Mais grave ainda é que, nas nossas costas, tenha sido delapidado património de uma forma criminosa e leviana. Hoje nada temos e ninguém vai prestar contas por isso. Porque se aceita passivamente que “eles eram boas pessoas, mas correu mal”. CORREU MAL???????

O Sporting da racionalidade económica é hoje um grupo de empresas que, tudo junto, ninguém sabe o que vale. Chegou-se ao ponto de o presidente do SCP não poder revelar as contas do Grupo porque teme as consequências de tal divulgação. As contas da SAD apresentaram um saldo negativo de 13 milhões de euros. As contas do SCP bateram todos os recordes de reservas às contas através da auditoria da KPMG. O resultado líquido negativo de 3 milhões de euros, com base no que se lê nessas reservas, deveria ser, no mínimo 10 vezes pior... E o que nos deixa mais perplexos é o sorriso e a falta de vergonha que as pessoas que lá andam conseguem ter ao apresentar um relatório assim.

O Sporting da racionalidade económica não tem modalidades amadoras de competição (salva-se o andebol e o futsal) mas tem horseball e automobilismo (??????) O Sporting da racionalidade económica não precisa das pessoas que circulavam pelo estádio e aproveitavam para ver o hóquei, o volley e o basket, porque essas também eram partes do seu Sportinguismo! O Sporting da racionalidade económica não tem sequer um pavilhão!

O Sporting da racionalidade económica aceita passivamente um treinador medíocre, que prefere escudar-se em desculpas a lutar pela grandeza do clube. O Sporting da racionalidade económica aceita que se leve 7-1 e 5-0 do Bayern de Munique sem qualquer problema. O Sporting da racionalidade económica aceita a falta de ambição, de garra e de bom futebol, como se o futebol fosse um mero exercício aritmético de orçamentos… O Sporting da racionalidade económica critica o sistema à quarta feira e senta-se com os seus criadores ao domingo numa qualquer Tribuna de Honra do Dragão ou da Luz! O Sporting da racionalidade económica cala-se perante qualquer Pereira ou Guilherme! O Sporting da racionalidade económica não percebe os assobios de quem gosta de bom futebol ou pelo menos de ver garra e entrega! O Sporting da racionalidade económica não percebe porque é que as pessoas cada vez mais ficam em casa!

O Sporting da racionalidade económica tem, no entanto, um Presidente com um vastíssimo C.V. como ficou demonstrado na funesta AG de dia 13! E mais importante que apontar soluções, discutir soluções, ouvir a voz dos sócios que ainda não desistiram de pensar nesta “Madeira á Alberto João Jardim” pintada de verde, é conhecer o CV. do Dr. José Eduardo Bettencourt. Ou de Nobre Guedes! Ou de José Roquete, que é afinal o pai deste monstro!

O futuro que perspectivamos para o SCP terá irremediavelmente que passar por quatro factores decisivos:

i)o futebol do Sporting terá rapidamente que melhorar como espectáculo. Não podemos continuar a oferecer espectáculos de tão pouca qualidade aos que gostam de futebol. Os sócios e adeptos afastam-se progressivamente e tornam cada vez mais difícil a recuperação. Seja através da formação ou do investimento possível, deve-se apostar no futebol de ataque, com muitos golos, com criatividade, com garra e empenho, sem perdas de tempo, sem simulações e sem agressões. O público, sportinguista ou não, deverá gostar de ver o Sporting jogar. Os orçamentos poderão servir de desculpa para não sermos campeões ou por não irmos mais longe na Europa, mas nunca poderão servir de desculpa à falta de qualidade nas exibições do Sporting ou à falta de empenho dos jogadores;

ii)as contas do clube (ou do grupo SCP) deverão rapidamente ser claras e transparentes. Basta de esconder e de enganar os sócios. Ao contrário de outros clubes, o Sporting não pode ser um instrumento de enriquecimento para alguns agentes que gravitam à volta do nosso futebol. Nós, sócios, temos o dever de exigir transparência e competência na gestão. O controlo orçamental deverá ser uma regra incontornável e os planos devem ser feitos com moderação e de acordo com as possibilidades. O crescimento através das receitas deverá ser a trave-mestra da estratégia do clube, de forma a podermos atingir patamares mais altos e mais ambiciosos;

iii) o SCP deverá assumir um papel de liderança na mudança do futebol português. Basta de ver uma Liga Portuguesa onde imperam as más arbitragens, uma justiça desportiva morosa e incapaz, os dirigentes corruptos ou incompetentes, os treinadores sem qualidade e que jogam para o empate, os jogadores que simulam ou queimam tempo, as claques violentas que afastam as famílias do espectáculo, os estádios vazios com bilhetes excessivamente caros, uma televisão que manda nos horários e que paga muito abaixo dos outros campeonatos europeus e os agentes que escolhem jogadores para os clubes e enriquecem à conta das comissões. O futuro do Sporting passa pelo estado do futebol português, e se os outros vivem bem nesta conjuntura, deveremos ser nós a lutar por alterá-la.

iv)O Sporting deverá continuar a ser decidido pelo Sporting, ou seja pelos seus sócios. Seja o Sporting das amadoras, das contas ou do…futebol! Será que ainda vamos a tempo de cumprir esta premissa?

Actualmente dói andar pela rua e, apesar de tudo, ver tantos miúdos de idade tenra vestidos à Sporting! Está ali o futuro deste clube e ele ainda existe. Basta sair à rua e contar os miúdos que vemos de verde e branco. Mas que Sporting temos para lhes entregar? Cabe-nos a nós decidir!

Rugido 
*Texto da autoria de RugidoLeonino  para o "ANortedeAlvalade"  no âmbito da nossa iniciativa "Reflexão Leonina". 

Velocista é que era




Como se pode comprovar pelos links que aqui deixo:

Record & A Bola, JEB voltou a mandar uma "JEbardada" relacionada com o Paulo Bento.

Depois do "Milagreiro", temos agora o 2 em 1, "Resistente" e "Touro Enraivecido" que não joga a toalha ao chão. Curiosamente, nenhum destes epítetos se baseia na sua qualidade como treinador, afinal de contas, aquilo que é pago para fazer.

Eu sou sincero, gostava que Paulo Bento fosse um "Usain Bolt" e se pusesse a andar do SCP em menos de 10 segundos!

domingo, 25 de outubro de 2009

Parar a espiral descendente



Os clubes, assim como as empresas – entidades a que nos temos de habituar a pensar quando nos referirmos ao nosso clube – não têm ponto zero, ponto neutro, ou crescem ou definham. Quando existe identificação dos adeptos e sócios com os seus clubes e as vitórias se tornam habituais, os clubes entram numa espiral de crescimento: vitórias, crescimento da massa associativa, maiores audiências, mais receita, maior capacidade de reforço dos plantéis, mais vitórias, etc. O nosso clube, desde há uns anos a esta parte está num processo contrário, entrou numa espiral descendente. As causas são várias, internas e externas.

 A - Internas

A.1 - A falta de respeito pelos sócios e a ideia criada de que eram dispensáveis e só atrapalhavam, provocou uma das maiores crises de identificação dos Sportinguistas com o seu clube.

O presidente actual já conseguiu, pelo menos, corrigir esta situação, mostrando respeito pelos sócios, entendendo o seu sentir e sobretudo não lhes mentindo. Em vez afirmar que não havia terrenos para o pavilhão, perto de Alvalade, fez um protocolo com a Câmara, em vez de afirmar que os terrenos da Academia não se tinham valorizado com o novo aeroporto, salvaguardou para o Sporting as mais - valias.

A.2 - Mas ainda existe muito trabalho para fazer internamente, sobretudo acabar de uma vez por todas com o mau profissionalismo, incompetência, oportunismos e as incompatibilidades que ainda existem em muitos gabinetes de Alvalade.

B - Externas

A perda de poder progressiva do nosso clube nos últimos anos, boicota qualquer tentativa de optimizar uma gestão competente e eficaz.

B.1 - Pelo ascendente que os nosso rivais têm sobre a generalidade dos clubes mais pequenos, quer lançando – lhe uma bóia financeira quando se estão a afundar, quer pelo empréstimo de jogadores e treinadores, quer pelo poder que têm na arbitragem, quer pela acção dos empresários amigos/sócios, faz com que não tenhamos hipóteses de competir na contratação de valores emergente desses clubes.Temos mesmo dificuldade em reaver os valores da nossa formação que emprestamos a outros clubes: Tiago Pinto, Varela, etc.

B.2 – Quando uma empresa traça os seus objectivos faz o diagnóstico de todos os aspectos que os podem inviabilizar.

A arbitragem actual impede – nos de atingir os objectivos.As consequências do actual estado da arbitragem são dramáticas para o nosso clube. Quem ganha, valoriza os jogadores, aumenta receitas, tem retorno dos investimentos, cresce. Ao não nos deixarem ganhar - humilhando sempre que possível – atiram - nos para o fundo, obrigam – nos a desperdiçar o pouco que temos, põem – nos a ralhar uns com os outros.Corrigir este aspecto é fundamental para inverter o sentido da espiral.

Queremos um Sporting tão grande como os maiores da Europa, vamos todos arregaçar as mangas e lutar para o engrandecimento do clube que amamos. 

SportingnoCoração

*Texto da autoria de Joaquim Agostinho, editor do Sporting no Coraçao  para o "ANortedeAlvalade"  no âmbito da nossa iniciativa "Reflexão Leonina". 

sábado, 24 de outubro de 2009

Bancada de Leão



Muito me honrou o convite do “A Norte de Alvalade” para falar sobre o actual momento do Sporting.


Não é fácil dizer muito, neste momento sobre o Nosso Sporting. A equipa não praticando bom futebol e os adeptos estando distanciados dela, não existe a simbiose necessária para arrancar em momentos complicados de uma época para um caminho que se espera de vitória.

Antes porém, não posso deixar de falar um pouco sobre o momento directivo actual. Ser coerente. José Eduardo Bettencourt venceu as eleições. É o nosso Presidente. Pode-se discordar, mas há que deixar que o seu trabalho seja efectuado até ao final. O período de avaliação não pode ser sumário. O Sporting tem um Presidente que tudo tem feito para se aproximar dos sócios (perdidos) e mesmo não dispondo das “armas” necessárias para criar uma equipa que todos desejaríamos, é vital que vejamos os desvios dos objectivos quando a época terminar. Não deixando porém de darmos a opinião sempre que necessária, mesmo sendo contrária aos actos praticados.  Há algum tempo que acho desnecessário estarmos constantemente preocupados com outros clubes. A nossa vida em nada depende dos outros!

Bettencourt conseguiu vencer a primeira batalha. Não a guerra. Mas conseguiu o seu principal objectivo financeiro do momento. Com isto, os sócios que votaram em maioria favoravelmente ao projecto apresentado, estenderam a passadeira verde para Bettencourt poder efectuar ainda de forma mais consistente o seu trabalho. No entanto, convém não esquecer que no final, na tal avaliação, tudo isto terá de ser tido em conta. A paz que o Presidente do Sporting procurou foi conseguida, mas só os bons resultados desportivos poderão ser o ponto de retorno numa situação que para já…é penosa!

Falando sobre a equipa, já há muito que a contesto. As razões mais que explicadas, não só por mim, mas por uma vasta plateia de Sportiguinstas que se tem manifestado agastado com a forma como foi construída a equipa para este época. Lacunas defensivas, laterais obsoletos, contratações falhadas, etc, etc. Não adianta e não faz sentido debater ainda mais o assunto. Só concebo um caminho que em tudo depende do que até lá conseguirmos. Se o Sporting mantiver intactos todos os objectivos da época, no mercado de Janeiro faria todo o sentido reforçarmo-nos. Pelo menos, colmatar problemas evidentes e sérios que nos têm impedido de realizar exibições aceitáveis.

Quanto ao treinador, já o tinha manifestado que não deveria ter iniciado a época. Paulo Bento em minha opinião esgotou um ciclo no final da última temporada. Era tempo de quebrar o elo de ligação, mas pelo contrário Bettencourt reforçou-o. Agora, que os resultados negativos estão à vista é mais fácil criticá-lo, como não vejo neste momento uma solução interessante para o Sporting, aceito que Paulo Bento seja escrutinado apenas no final da época. E acrescento que o escrutínio é fácil. Só o título de campeão nacional o poderá salvar, e mesmo assim…

Independentemente de tudo isto, há que continuar a apoiar o Nosso Clube. Pertence-nos a capacidade de mobilização para que o Sporting continue vivo. Não vivemos apenas do futebol e o ecletismo que há muito é cultivado no Sporting deverá ser sempre respeitado. Nesse sentido, fico muito contente que em breve as obras do pavilhão possam começar. Quando acontecer, o projecto Alvalade XXI estará acabado e aí poderemos entrar finalmente no novo século, com 6 anos de atraso, pelo menos, mas ainda muito a tempo de voltarmos a ser “tão grandes como os maiores da Europa”!"

SL,
Pedro Varela

*Texto da autoria de Pedro Varela, editor do Bancada de Leão para o "ANortedeAlvalade"  no âmbito da nossa iniciativa "Reflexão Leonina". 

Derby * 2

Fim de semana de derbies no que toca ao andebol e futsal.



Depois de uma derrota inesperada contra o São Bernardo por 25-23, o Sporting recebe amanhã o Belenenses, que empatou com a 23 com o ABC em casa, num jogo que se prevê muito difícil. O Belenenses ocupa o 2º lugar com 13 pontos, menos um que o Madeira SAD que lidera a classificação mas que conta com mais um jogo, ao passo que o SCP ocupa o 8º com 11 pontos.
Em caso de vitória leonina, as 2 equipas ficarão empatadas com 14 pontos, alcançando o Madeira SAD. Relembro o sistema de pontuação no andebol: Vitória 3 pontos, Empate 2 pontos, Derrota 1 ponto.

Agora que o pavilhão está na ordem do dia, cito aqui as declarações de António Campos, o guarda-redes do Belenenses, retiradas daqui:

"'Vai ser um jogo difícil. Em disputa vão estar mais do que os três pontos do jogo já que se trata de um derbi', refere António Campos que recorda ser a primeira vez que participa num Sporting-Belenenses.
‘ O Sporting joga em casa, mas não joga junto dos seus adeptos, joga no Casal Vistoso. E nestes três últimos anos, desde que vim de Espanha, reparo que os sócios do Sporting não correspondem da mesma maneira que a equipa jogasse perto de Alvalade. Todos os jogos são para ganhar, é essa a nossa política. Temos dois empates que não nos souberam nada bem, e agora, jogo a jogo, só procurámos os três pontos’."

Diz muito acerca da importância de termos um pavilhão, na minha opinião.

Destaque ainda nesta jornada para os jogos entre o Madeira SAD - ABC, hoje às 17h, e para o fcp-slb amanhã às 17h. Esta é uma jornada com excelentes jogos em perspectiva.




Quanto ao futsal, temos o slb-SCP, jogo em atraso da 3ª jornada. Apenas um ponto separa o slb, 3º classificado com 13 pontos, do SCP, 5º classificado com 12 pontos, ambos com 5 jogos disputados. O SCP vem de uma vitória expressiva contra a UTAD por 11-0 ao passo que o slb empatou com o Belenenses fora, 2-2. O Belenenses lidera a classificação com 16 pontos em 6 jogos.
Como alguém disse "Derby é derby e vice-versa" e nestes jogos, pouco importa a distância pontual entre as equipas, a emoção e rivalidade estão sempre presentes. A RTP2 transmite o jogo às 17h.

Entrevista a Paulo Fernandes

Um grande fim de semana no que às modalidades diz respeito e espero, apesar do grau de dificuldade estar no extremo oposto ao do anterior, que consigamos ganhar ambos os jogos. Seria uma injecção de moral tremenda!

ECLETISMO SEMPRE!!!

sexta-feira, 23 de outubro de 2009

Jogos de matrecos e outras evidências



Ontem mais uma vez ficou evidente que antes de se por o problema do dinheiro ou falta dele, o  Sporting tem de saber antes gastar o pouco que tem. Angulo? Caicedo? Quanto ganham estes matrecos e onde estarão daqui a um ano? Varela seria pior? O “terrível” Carlos Martins só foi problemático em Alvalade?


A propósito do relvado diz Taveira que não percebe de relvados. Ora sabemos bem do que percebe... A ideia de que a temperatura é a causa do mal leva-me a perguntar como é possível ter relva em Sevilla, Málaga, ou em Marrocos, onde é normal registarem-se temperaturas bem acima das de Lisboa, e onde me parece que também há estádios. E se o relvado, ao que dizem, tem algas, não será da água que a equipa mete a cada jogo que passa?


Voltando ao estádio: que saudades do velhinho Alvalade. Não das cadeiras ou cimento. Do que ele representava na história do nosso associativismo. Nunca é demais lembrar que foi projectado “pro bono” pelo Arqt.º Anselmo Fernandes, que nos havia de dar também a nossa maior glória europeia, a Taça das Taças. Que tempos eram esses, em que se trabalhava de borla para o clube do coração, em que amadores não se envergonhariam do que hoje fazem profissionais muito bem pagos.

Nem tudo se perderá se, nos terrenos do antigo estádio for edificado o pavilhão dos nossos anseios. Mais do que uma obra de arte, necessitamos de uma casa condigna para as modalidades. E, por favor, não percam o rasto aos 18 milhões...

quinta-feira, 22 de outubro de 2009

Próxima paragem, Sibéria

O SCP tinha obrigação de ganhar este jogo. O Ventspils, com todo o respeito que merece, não pertence sequer à 3ª linha europeia. Para que se veja o seu nível, houve momentos em que até o Grimi pareceu ser um jogador de qualidade média.
O SCP é muito superior à equipa letã e mesmo sem saber, arrisco dizer que temos um orçamento superior. Não podendo usar nenhuma das desculpas predilectas, restava-nos um caminho: ganhar.

Fizemo-lo mas cometemos os erros de sempre. Os tais que são constantemente identificados mas nunca corrigidos. Haja algo em que somos constantes, já que a exibição sofre mais flutuações que a inflação no Brasil.

E não vale a pena iludirmo-nos, ganhámos porque individualmente temos melhores valores, já que colectivamente, a exibição foi igual a tantas outras. Custa-me que uma equipa que não tem 1/10 da qualidade da nossa, seja capaz de nos criar as dificuldades que criou.

Depois de uns 30 minutos razoáveis, onde marcámos um golo de canto directo e dispusemos de 4 boas oportunidades para ampliar a vantagem, voltámos ao registo habitual: "controlar" o jogo, abrandar o ritmo, etc etc etc.
Tenho uma ideia, chamem-me revolucionário, que é mais ou menos assim: que tal pressionar o adversário e procurar o golo que nos dá a tranquilidade? Depois desse obtido, prego à chapa na mesma para obter um 3º e apenas aí, e isto porque o Polga actual não está em campo, abrandar.

A 2ª parte foi um enorme bocejo interrompido pelo penalty cometido pelo Tonel. Não sinto nada de especial. Pelos vistos o frio põe-me dormente. Ok acredito que o Rui Patrício saca isto. Afinal não, empataram. Bom, nada que não se estivesse à espera.

Sai Vuk, sai Matías, nada de novo acontece em termos de rendimento. De repente, Moutinho tira não sei bem de onde um golaço! Isto quando nem sequer se pode dizer que ele remata bem de fora da área. Vantagem para o SCP e o resultado já não se altera. Apuramento quase garantido (na verdade duvido que nos fuja).

Se antes do jogo Paulo Bento dizia que o frio nos poderia ajudar, pois faria com que houvesse mais movimentações, e foi o que se viu, sugiro que joguemos o próximo jogo na Sibéria.

Uma palavra para os Sportinguistas que não se cansaram de incentivar a equipa. Suspeito que sejam de Leiria e/ou dos Açores.

PS: Qual foi a vitória convincente que obtivemos este ano? E o Atlético do Cacém não conta.

Ventspils - SCP

Ventspils: Kolinko; Chirkin, Mihadjuks, Zamperini, Ndeki e Hodel; Kosmacovs; Butriks, Laizans, Tigirlas e Gauracs.
Suplentes: Chesnovski, Astafjevs, Visnakovs, Dedov e Solovjovs

Sporting: Rui Patrício; Abel, Tonel, Carriço, Grimi, Miguel Veloso, Moutinho, Vukcevic, Matias, Liedson e Caicedo.
Suplentes: Tiago, Pedro Silva, André Marques, Pereirinha, Angulo, Postiga e Saleiro

quarta-feira, 21 de outubro de 2009

Seis notas sobre o Leão*


1 - A PSIQUE

Parece-me óbvio, aqui chegados, que:

- Bettencourt e Bento estão convencidos que os jogadores do Sporting são piores do que os da concorrência

- para ambos, presidente e treinador, é claro que só um orçamento maior vai alterar este estado de coisas e aportar mais qualidade ao plantel

Sem elementos para determinar a influência desta visão - sucessivamente tornada pública - no estado de espírito dos futebolistas que João Moutinho capitaneia, suspeito, no entanto, que pode estar aí uma explicação - não a única, certamente - para a falta de confiança exibida no relvado semana após semana pela equipa e para o facto de, como diz José Eduardo Bettencourt, a bola queimar em determinados momentos.

É preciso perceber que toda a comunicação estratégica no Sporting, de há anos a esta parte, tem assentado em:

- não temos o dinheiro dos rivais.

- não temos a qualidade dos rivais.

Atentemos agora no FC Porto, que JEB tanto aprecia. Qual é o primeiro mérito atribuído a José Maria Pedroto na revolução que iniciou nas Antas? Justamente, vencer o complexo de inferioridade que derrotava os dragões rumo a Sul logo após atravessar a ponte sobre o Douro.

A minha primeira conclusão é então a seguinte: a política de comunicação do Sporting é um desastre, sobretudo considerando que o futebol é antes de mais gestão de emoções e expectativas. Destruiu a relação com um número importante de adeptos. Para defender o coiro a dirigentes e treinador, recorre-se sistematicamente ao argumento da pobreza, de bolsa e de plantel. Os resultados estão à vista.

2 - O GUITO

Tratada a vertente psicológica, vamos a contas. Longe de mim, que de gestão percebo zero, pretender discutir modelos de governância e planos de reestruturação financeira. Limito-me a expressar perplexidades. E uma delas é esta: como é que se atraem investidores para uma SAD em ruína que opera num negócio em ruína? Estou a falar da possibilidade de o Sporting ceder posição na estrutura de capital, ficando minoritário para facilitar a entrada de parceiros com grana, o que parece ser, afinal, o plano paralelo que avança, assembleia geral após assembleia geral, rumo à solução final. Como pode ver-se aqui uma luz, depois de ler esta semana as declarações de JEB: "Neste negócio, independentemente de vendas muito bem sucedidas, como é o caso do FC Porto, toda a gente tem perdido dinheiro (...) tem sido um negócio em que todos perdem (...) o negócio em si não liberta meios e na generalidade tem-se assistido à degradação de contas". 

Parece-me inevitável concluir que a divisão interna e o desgaste a que está sujeita a hierarquia dirigente leonina, prejudicando, por arrasto, o clube e o seu core-business, resulta, em parte, de uma evidência, de algo muito simples de compreender: sócios e adeptos não entendem por que razão ainda aguardam o milagre de gestão prometido há 14 anos pelo founding father José Roquette.

3 - A FORMAÇÃO

Um equívoco que se arrasta desde 1995 é o que diz respeito à formação. Continuo a crer que lugares-chave na administração do clube e da SAD são ocupados por pessoas que têm das escolas uma visão meramente monetária, acreditando que o lançamento de ex-juniores é um paliativo e nunca a cura. Não vou ao ponto de defender que um onze da formação pode vencer o campeonato nacional, mas tenho a certeza que a identidade conferida por uma aposta genuína nas camadas jovens é um valor inestimável e uma mais-valia a médio-prazo. Isto passa por convencer Figo ou Ronaldo a serem embaixadores oficiais; por não ignorar nomes como Hugo Viana ou Quaresma quando regressam a Portugal; por não fornecer aos rivais o mapa para qualidade a baixo custo, como sucedeu com Carlos Martins e Varela; por não ceder promessas como Diogo Viana só porque são extremos. Portanto, há muito potencial na formação que o Sporting não aproveita.

4 - O NOSSO FERGUSON

Vamos, então, a Paulo Bento. Está presente em ambos os lados do balanço. No activo, porque deu coesão e vitórias ao clube. No passivo, porque não evitou casos e conduziu a equipa a um beco exibicional, a um buraco negro que extermina criatividade e talento. Bento demonstrou méritos que têm de ser elogiados. E cometeu erros que devem ser apontados. Além de distinguir filhos de enteados, o maior deles é gerir por teimosia em oposição à crítica, seja ela dos jogadores, da imprensa ou dos adeptos. A casmurrice, em bom português. Acho inaceitável que se queime tudo à volta só para defender Bento, como JEB, e outros, têm feito. E é grave ver o presidente atribuir a Bento, nas entrevistas desta semana, o mérito da venda de Nani e dos 30 milhões de euros das idas à Champions (ignorando por completo os futebolistas que para tal contribuíram, num exercício de idolatria imediatamente replicado pelo incansável Mário Duarte n'O Jogo). To make a long story short:

- este plantel pode jogar muito mais do que aquilo que vem apresentando

- como colectivo, está a render menos do que a soma das partes (2+2 = 3)

- individualmente, quase todos os jogadores estão abaixo do que sabem fazer ou aparentam valer (os casos de Vukcevic e Matias Fernandez são gritantes)

- Paulo Bento, acredito, perdeu o tempo e o modo para inverter o rumo e tornou-se problema em vez de solução.

5 - O NOSSO KENYON

Claro que Bento não é o único culpado. Pedro Barbosa tem sido criticado e eu alinho no lançamento de pedras, sobretudo quando observo a desesperante incapacidade do Sporting para vender quem quer que seja. O que tem, então, a política desportiva verde-branca? Em síntese:

- incapacidade para valorizar jogadores e realizar mais-valias.

- gestão desastrosa do momento certo para vender..

- escasso aproveitamento do mercado português e aparente desconhecimento de mercados alternativos.

- má política de emprestados e dispensados.

- o caso Grimi.

6 - NO ENTANTO

Lembro-me de um Sporting x Lierse para a Champions, já na década de 90, com 5.000 pessoas em Alvalade. As jóias da coroa já não saem com 19 anos. O cemitério de treinadores é passado. As vitórias nas taças e supertaças, não sendo o objectivo supremo, são saborosas. As idas à Champions, salvo a tragédia de Munique, fizeram bem ao ego. Excepto Pedro Silva, Grimi e Tiuí, as últimas contratações, não sendo as ideais, são relativamente fáceis de perceber (eu teria comprado Caneira, Rochemback, Postiga, Derlei, Caicedo, Matias Fernandez, mesmo que o rendimento deles nem sempre tenha correspondido às expectativas). A estabilidade no plantel é real e pode ser benéfica. O futebol do Sporting está melhor, muito melhor, do que no fim da década de 80, quando FCP e SLB ganhavam em Alvalade com uma perna às costas.

Kovacevic 


*Texto da autoria de Kovacevic, editor do 442 para o "ANortedeAlvalade"  no âmbito da nossa iniciativa "Reflexão Leonina".

terça-feira, 20 de outubro de 2009

A Academia e os V.M.O.C.*

Aprovada que foi a passagem da SCS para a SAD, a Direcção arvora que o seu plano de 3 passos (SCS, Academia e VMOC na SAD) estará pronto a avançar.

A este respeito, cumpre esclarecer o seguinte:

Ao contrário do afirmado pela Direcção, a passagem da Academia e a emissão de VMOCs não estão aprovadas em Assembleia Geral, pelos motivos que passo a explicar:

Academia:

Nos termos dos estatutos, a "alienação ou oneração de direitos sobre bem imóvel" carecem do voto favorável de 2/3 dos Sócios. Ora, a Academia, tanto quanto julgo saber, é um bem imóvel, e a passagem dela da esfera patrimonial do Clube para a da SAD constitui, para todos os efeitos, uma alienação: passa a ser dum para ser doutra.

Como 2+2 ainda vão sendo 4, a passagem da Academia depende desta maioria, que não foi obtida.

VMOC:

VMOC é o acrónimo de "Valores Mobiliários Obrigatoriamente Convertíveis", como já todos sabemos, dado que o significado do termo foi das poucas coisas que a Direcção fez a gentileza de explicar.

Mas convertíveis em quê? Convertíveis em acções da Sporting SAD.

Os VMOC têm um período de maturidade, após o qual se convertem (obrigatoriamente, conforme o nome indica), em participações sociais do Clube.

Esta conversão significa que, no futuro, o capital social da Sporting SAD será de mais 55 milhões de Euros (o valor da emissão dos VMOC), o que, em termos jurídicos, representa um aumento de capital, mesmo que diferido no tempo.

Ora, o aumento de capital duma sociedade tem o efeito de diluir e relativizar a posição accionista das sociedades que já são Sócias da SAD. Assim, na prática, o que o SCP está a fazer é alienar parte da participação social que detém na SAD, no sentido de que tendo 68% dela hoje, passará a ter 50,1%.

Sucede que a "alienação ou oneração de participações sociais do Clube" requer também a infame maioria de 2/3, que também não foi obtida.

O argumento da Direcção é, grosso modo, este: "nós não estamos tecnicamente a vender as acções, por isso até vos estamos a fazer um favor em vos perguntar seja o que for".

Este argumento juridicamente é defensável, porque as acções da SAD que pertencem ao SCP não estão efectivamente a ser vendidas a ninguém com a emissão dos VMOC, embora esta posição admita posições contrárias tão ou mais defensáveis também.

Mas, num quadro de respeito aos Sócios, a única que coisa que, de acordo com JEB é o SCP (..."o resto é SAD"), é moralmente condenável, por dois motivos:

1. Os estatutos não são letra vazia e impassível de interpretação tendo em conta o seu propósito. O propósito de sujeitar a alienação de participações sociais à aprovação de 2/3 dos Sócios é um especial interesse na manutenção e protecção da posição accionista que o Clube tenha. Neste contexto, deve-se entender que qualquer operação societária que tenha como efeito diminuir a participação social do Clube em sociedades deve ser sindicada pelos Sócios. Entender o contrário seria admitir a criação duma válvula de escape que subtraísse qualquer controlo sobre as participações sociais do Clube aos Sócios.

2. Age com claro desrespeito pela vontade dos Sócios quem, mesmo na hipótese de não estar obrigado a pedir a aprovação dos Sócios, a pede, não a recebe, e depois faz na mesma. Goste a Direcção ou não, o SCP é nosso. É nosso desde 1906 e merecemos algum respeito porque chorámos, sangrámos e sofremos muito para o engrandecer.

Como nota final sobre esta história do património:

É a minha sincera opinião que os Sócios do Clube mais e mais ignoram que essa qualidade os constitui nos verdadeiros últimos proprietários do acervo patrimonial do Clube. Os terrenos são do Clube, mas o Clube é (ou devia ser) dos Sócios, portanto os terrenos são, em última análise dos Sócios.

Não no sentido de que os podem vender e ganhar directamente com a sua venda, mas no sentido de que é sobre os Sócios que impende o dever de conservarem bem o património do Clube.

A ideia do associativismo, a ideia subjacente ao SCP NUNCA foi eleger corpos directivos e depois demitirmo-nos de participar na vida do Clube. Mas participar não é "ir" à AG. É ir e saber ao que vai. É ir e exigir respostas. É dar o voto sem preconceitos pessoais quanto aos proponentes das propostas (passe o pleonasmo), mas pedindo-lhes sempre o esclarecimento necessário.

Dito isto, acho chocante que os Sócios aceitem vender uma coisa que é sua, como a SCS sem se darem ao trabalho de saber sequer por quanto a venderam.

Estou em crer que fosse a SCS de qualquer um dos Sócios que votou convictamente "sim" a título estritamente pessoal, esse Sócio empregaria mais cuidado e interesse na sua venda do seu bem.

Espero e desespero que haja algum cuidado quanto ao pouco património que nos resta Da minha parte, é claro como água: Se a Direcção vender Academias e aceitar a emissão de acções a coberto de poderes que objectivamente não tem, pode contar com a minha oposição. Em qualquer sede. Até na judicial. "

Saudações Leoninas

*Texto complementar à reflexão que JL elaborou para o "ANortedeAlvalade" sobre a última AG, no âmbito da nossa iniciativa "Reflexão Leonina".

O Jogo Directo*


Acredito - ou estou mesmo completamente convicto - de que a emoção de cada momento retira lucidez às análises que se fazem sobre as situações. Quando se está bem, tudo é perfeito, quando não se está, tudo é péssimo. Normalmente a verdade está algures, entre estes dois sentimentos extremos.

Não me quero alongar muito, mas também não pretendo ser indelicado face ao convite feito e, por isso, deixo apenas 3 tópicos para reflexão sobre o actual momento do Sporting.

- Se o Sporting investe (ano após ano, não é isoladamente) menos do que o Porto e Benfica e se, como parece acontecer este ano, ambos os rivais estiverem bem orientados tecnicamente, que hipóteses terá o Sporting de chegar ao título interno?

- Na sequência da evidente (parece-me) resposta à pergunta anterior, não será urgente para o Sporting rever alguns pontos do seu modelo de gestão? Não estará, na situação actual, dependente da incompetência dos rivais para realisticamente poder aspirar ao sucesso?

- A contestação vai inevitavelmente entroncar na figura do treinador. Reconhecendo, como venho fazendo, aspectos que podem ser melhorados na qualidade do actual modelo, a questão que me parece mais pertinente fazer não é se o treinador deve sair. A penalização de um treinador, "tout court" nunca serve os interesses de um clube, apenas alivia o ego de alguns adeptos. O que importa questionar é se existe alguma solução que, com alguma certeza, represente uma mais valia consistente em relação ao técnico actual. Se a resposta for vazia ou mesmo dúbia (como acredito que seja no momento), o que de mais prejudicial pode haver para equipa é uma pressão externa para uma "revolução".



*Artigo escrito por Filipe V. de Sá, editor do Jogo Directo, cuja visita é obrigatória, e hoje em particular para os Sportinguistas, pelo post "Organização ofensiva, o pesadelo de Paulo Bento".

segunda-feira, 19 de outubro de 2009

Mas havia (outra) solução*


Pertenço a uma família de sportinguistas desiludidos. Conforme referi noutro espaço, quatro dos seis sportinguistas com gamebox na temporada passada preferiram, esta temporada, ficar-se pelo sofá. Dois espectadores de sempre do Estádio de Alvalade, pela primeira vez, sentiram-se sem vontade de continuar a acompanhar a equipa. E, em ambos os casos, isso nada teve a ver com planos de reestruturação financeira ou com opiniões sobre a política desportiva e respectiva gestão dos activos do Sporting. Foi simplesmente porque, duas épocas volvidas, não aguentávamos mais a (ausência de) qualidade do futebol praticado em Alvalade.

Este sentimento de desilusão com a equipa é um dos (poucos) pontos de unanimidade entre os sportinguistas. A opinião sobre as causas é que diverge. Isto é ponto assente: ninguém está contente com o que tem. Por isso se anunciou (e aprovou) mais uma reestruturação financeira, sob a bandeira de se poder libertar mais recursos para o futebol, de libertar o Sporting do jugo do passivo que criou para si próprio, por forma a poder dedicar-se à actividade a que - teoricamente - está mais capacitado: promover um espectáculo de futebol que seja do agrado dos seus adeptos.

1. Um contexto
 
Nao pretendo com estas linhas tentar reproduzir o que outros fizeram melhor que eu, uma análise às condições apresentadas pelo recentemente aprovado plano de reestruturação financeira, nem às condições em que esse plano foi apresentado (depois das eleições, não é surpresa que os sportinguistas votem a favor de pessoas que não explicam devidamente as suas ideias). As próximas linhas dedicar-se-ão àquilo que alguns apontam como a razão principal para a aprovação deste plano: a inexistência de uma hipótese em alternativa, ou pelo menos, a inexistência de uma hipótese alternativa que tenha sido apresentada (admitindo, sem conceder, que esta "alternativa" foi devidamente apresentada).

Comecemos pelo princípio: sou um relativo adepto do denominado "Projecto Roquette". As ideias que estiveram na sua base, as ideias que estariam na base da sustentação do projecto desportivo do Sporting, eram boas e passavam essencialmente por três vectores, todos plausíveis, todos exequíveis e todos racionais: (i) aposta na formação, (ii) aposta na valorização dos direitos de transmissão televisiva dos jogos do Sporting, nas futuras plataformas multimédia e (iii) aposta num projecto imobiliário, em altura de elevada valorização deste mercado, que em conjunto garantissem que o Sporting poderia oferecer aos seus adeptos condições ímpares para assistir a um espectáculo de futebol.

A criaçao de um braço empresarial para o clube foi a opção certa. Tanto assim foi, que foi seguida por todos. A implementação das ideias, contudo, teve - para ser simpático - um sucesso variável.


No que era imprevisível - a valorização dos direitos de transmissão dos jogos de futebol do Sporting - em sintonia com a catástrofe das dot.com, o Sporting (os seus associados e os seus accionistas) ficou a perder. No que era mais inverosímil que perdesse dinheiro - o imobiliário - o Sporting conseguiu apresentar contas negativas, vender quando o mercado já estava em nítida baixa sob a justificação (compreensível) que o Sporting (SAD ou clube) não tinha vocação para gerir este negócio. Mas a formação foi um sucesso. E - apesar de sempre necessárias revisões da implementação desta política de aposta na formação - é um sucesso que continua a apresentar frutos e que se apresenta, na minha opinião, (actualmente) o único aspecto da vida do clube em que existe potencial de crescimento.

O Sporting, sem esta sua aposta inicial na formação, que juntou as condições de trabalho ao know how que existia em Alvalade, existiria hoje (porque os sportinguistas não desapareceriam) mas sob uma forma totalmente diferente. Provavelmente não seria mais dos seus associados. E por isso é chocante ouvir-se alguém que se quer responsável (que a única coisa de que é responsável é por uma gestão flagrantemente desequilibrada de uma sociedade) dizer que o actual treinador é bom porque terá "dado" ao Sporting o Nani. Foram as (fortes) apostas do Real Sport Clube de Massamá e do Sporting que permitiram que Nani oferecesse €25,5M ao clube. Apostar num jogador talentoso tem pouco de meritório.

2. Uma mais valia

Quando se pensa o futuro do clube fala-se sempre em sustentabilidade. O Sporting quer-se sustentável a curto, médio e longo prazo. Este é outro dos (poucos) desejos comuns dos Sportinguistas. Como amor que é, queremos que dure bem além da morte que nos separará. O Sporting é para nós, para os nossos filhos, para os nossos netos, mesmo que ainda sejamos adolescentes ou estejamos longe de encontrar razão para aumentar a família sportinguista. Aqui, como lá em cima, os sportinguistas dividem-se sobre o caminho para a sustentabilidade.

Nao tenho dúvidas sobre a parcialidade desta minha opinião: ela reside num pré-conceito, o de que o forma bons jogadores, jogadores com nível para jogar no Sporting, jogadores com nível para ambicionar voar mais alto, e forma-os em número suficiente para oferecer ao clube essa tal sustentabilidade. Ou seja, acredito que o Projecto Roquette é capaz de se (auto)sustentar em apenas um dos seus vectores principais. O futebol, como sempre, seria o motor da restante actividade do clube.

Filipe Soares Franco era da mesma opinião: era necessário conservar os talentos formados pelo Sporting o tempo suficiente para que estes oferecessem ao clube os títulos que o seu valor desportivo justificava. Isto partia de uma premissa lógica: se o Sporting vendia jogadores por valores que não estavam ao alcance da sua bolsa (entre os €5M e os €25M) e se - para mais - estes jogadores nao implicavam qualquer investimento inicial, então o Sporting poderia utilizar as (restantes) receitas para compor o plantel competitivo que lhe permitiria atingir maiores voos. E por isso as ambições europeias de Soares Franco. Para mim, também era lógico.

E, desde sempre, Soares Franco recusou a ideia de que o Sporting não venderia os seus talentos. Disse - na sua natural incapacidade para comunicar - que não venderia "agora". A sustentação do clube passaria, obviamente, também pela transferência dos seus próprios talentos. Isso seria um passo necessário, inevitável face à capacidade orçamental (a nível salarial), para manter as contas equilibradas. E assim se poderia juntar o útil ao agradável: libertar o clube/SAD da obrigatoriedade de proceder às tais "mais-valias" concederia a possibilidade de vender na melhor altura, sem ser perante a ameaça do incumprimento, e isso permitiria manter durante mais tempo no clube os jogadores com maior valor de mercado. E como o mercado remunera a competência, mantendo-se os mais valiosos, preservar-se-ia o valor dentro do clube.

O objectivo até poderia deixar de ser exclusivamente "valorizar" os activos, optando - a médio prazo - para a capacidade de ter a opção relativamente à oportunidade da venda. Isto é, aceitando que um jogador não se valorizaria acima de X, seria preferível mantê-lo (perdendo dinheiro) caso para a sua ausência nao houvesse uma hipótese em alternativa que apresentasse garantias de uma substituição adequada.

E se a política de formação do Sporting continuou a ser um sucesso, a gestão dos activos resolveu seguir o mesmo trilho que a da construção do imobiliário: é desastrosa. E é desastrosa por fazer perder ao clube muito mais dinheiro do que investiu.

3. Uma solução

O exercício da auto-citação tem o seu quê de pretensioso. Mas, sem pudor, ficam aqui umas linhas que escrevi como uma introdução em Julho a um post intitulado "o meu plantel para 2009/2010": "Comecei a escrever este post no princípio de Junho. Ficou no pipeline porque queria fazê-lo fundamentado em números, na necessária redução orçamental que o Sporting deverá fazer em função da maior dificuldade de aceder à Liga dos Campeões."

Ainda antes dos jogos oficiais, entre outras coisas, pedia a substituição de Polga, a contratação de um defesa-esquerdo, as dispensas de Romagnoli e de Rochemback, a contratação de Hugo Viana e - sobretudo - uma redução do orçamento para o futebol.

As soluções seriam encontradas dentro de casa. Havia-as em número suficiente para que o Sporting apresentasse um plantel com soluções, próximo em qualidade do actual plantel, mas com um custo substancialmente inferior.

E, na minha opinião, a minha proposta acumulava três méritos: (i) potenciava a existência dentro do plantel de jogadores susceptíveis de ter mercado (por oposiçao a outros "sem mercado", quer pela idade, quer pelas falhadas experiências no estrangeiro, quer pela ausência de qualidade), (ii) fazia face à redução da probabilidade de receitas oriundas da Liga dos Campeões (face ao novo formato), portanto equilibrando a gestão ao aumento do nível de risco de perda de receitas e (iii) enviava um forte sinal aos sportinguistas de que se estava a construir algo para o futuro. Este sinal - que foi dado no passado com acolhimento pelos adeptos - permitiria fazer o Sporting virar a página. Seria um projecto comum.

Para este projecto, seria apenas necessário dotar o Sporting de meios para assegurar que o trabalho de formação dos jogadores nao parava à sua saída dos escalões de formação. Não seria necessário apenas um treinador que apostasse nos jovens da casa, era sobretudo preciso uma equipa técnica que assegurasse que - na transição para seniores - os jovens formandos do Sporting continuariam a apurar as suas capacidades, por forma a tornarem-se cada vez melhores.

Que resultados poderia ter esta estratégia? Imaginando que o Sporting conseguia reduzir significativamente o seu orçamento, limpando da coluna da despesa salários gordos que não apresentassem uma possibilidade de retorno desportivo e financeiro - vendendo um ou dois jogadores (Moutinho e Veloso à cabeça), estaria encontrada a solução para acabar com o estrangulamento imposto pela dívida.

Caso a estratégia tivesse sucesso, poder-se-ia almejar a ainda mais receitas. Caso contrário, o risco era meramente desportivo. Do ponto de vista financeiro, com a despesa controlada, o Sporting estaria em condições - a médio prazo - de reverter esta orientação política. E isto sem (voltar a) meter dinheiro nas mãos de quem o tinha esbanjado anteriormente.

Esta era a minha solução. É a solução de quem tem de gerir um orçamento apertado, de quem não quer depender de terceiros a prazo ou de quem tem orgulho na sua identidade e não contempla vender a alma (a personalidade) para assegurar uma nova vida. Infelizmente, cada vez mais o Sporting se afasta da sua raiz original. Temo que com isso possa comprometer o futuro deste meu amor e, com ele, o dos meus filhos e netos.

*Este artigo foi escrito para o "ANortedeAlvalade" pelo editor PLF da BancadaNova, no âmbito da reflexão sobre o momento do clube.

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