Apresentação foi um lugar estranho
Longe vão os tempos em que ao dia de apresentação dos jogadores ao primeiro dia de trabalho correspondia um corrupio de jornalistas e adeptos curiosos junto à mítica porta 10A, com o intuito de ver os craques e, em especial, as aquisições. O contraste não podia ser maior com o sucedido este ano.
A novela Viktor Gyokeres continua em alta, de forma fastidiosa, sem avanços nem recuos significativos. Às parangonas nos jornais não correspondem qualquer desenvolvimento nas páginas interiores. O que leva a crer que os títulos não passam de caça-níqueis e que as negociações, a haver, seguem no segredo dos deuses.
O mesmo é crível que esteja a suceder com os demais objectivos por todos identificados e que têm que ser pelo menos um “6” e um “2”. Provavelmente as decisões serão tomadas a partir da aquisição do que será inevitavelmente o “produto” mais caro: o “9”. Haverá por certo um plafond e esse bolo terá que ser fatiado com rigor para que a distribuição alcance todas as necessidades.
Sobre o "9" sueco o que me parece é que o Sporting escolheu um mercado caro e com muita visibilidade, acrescido do facto de a origem do jogador lhe proporcionar por si só um palco sobre o qual estão os olhares de clubes com carteiras bem mais recheadas que a nossa. Acresce a esse possível problema um outro: a criação de um perfil sebastiânico, à semelhança do sucedido com Paulinho, o que está longe de ser salutar. Vamos ver como tudo termina e quanto fica a factura final.
É também estranho que, com necessidades à tanto identificadas, não haja sequer uma aquisição para adoçar o bico aos adeptos, havendo, ao que parece alguma liquidez por via das vendas de Porro, Ugarte e até de Rafael Leão. É verdade que o mercado está um bocado PIFio, por força dos petrodólares que o fundo saudita pôs a jorrar, mas isso são mais uns quatro ou cinco andares acima do piso que habitualmente frequentamos no mercado.
Esta situação obviamente que tem que ser transitória. À saída para o Algarve deseja-se e muito que aqueles que serão os 18 / 20 jogadores que constituirão os elos da coluna vertebral da equipa estejam já presentes no autocarro. Pelo menos a sua maioria, isto sabendo como sabemos que até o mercado fechar há sempre a possibilidade de uma qualquer cláusula possa ser exercida.
Mas de facto a nota dominante da apresentação ao trabalho é precisamente não haver notas dominantes. Nem o penso no joelho St. Just pode ser considerado propriamente uma noticia. Isso seria se ele não tivesse nada, não é?