quarta-feira, 30 de julho de 2014

Decisões difíceis de compreender, as suas consequências nem por isso

Um breve post para dar conta de algumas decisões pouco felizes e cuja matéria não é assim tão complexa ou exija grandes estudos. Os efeitos perniciosos de algumas delas - como o "ruído" desnecessário que elas provocam e até eventual desmobilização de uma parte, mesmo que menor, de alguns sócios e adeptos, seriam fáceis de fáceis de evitar fazendo uso do bom senso na hora da tomada da decisão. Algumas delas parecem resultar de decisões mal pensadas ou nem pensadas sequer. 

Troféu 5 Violinos - marcar a apresentação do novo plantel para a época 14/15 para uma sexta-feira à noite não me parece uma decisão feliz. Para lá do simbolismo que reveste o momento não será menos importante salientar que se trata da primeira oportunidade para realizar uma receita com a bilheteira desde 11 de Maio, altura em que recebeu o Estoril em casa no fecho do campeonato. Ambas as razões concorrem para a necessidade da maior mobilização possível para que o estádio esteja cheio, a que acresce a importância de os jogadores sentirem desde já que os adeptos estão com eles e, especialmente os que acabam de chegar, sintam a força e grandeza da instituição que vão representar.  

Quem vive em Lisboa e nos seus arredores não terá grande problema em estar presente, excepto os que estão de férias longe de casa. Mas quem vive longe, e esses são muitos Sportinguistas, e estiver a trabalhar, dificilmente consegue conciliar a presença sem abdicar de pelo menos meio-dia de trabalho, custo que acresce aos bilhetes, gasolina, portagens, etc. É também de salientar que um evento num 1º de Agosto vai apanhar muita gente em trânsito: ou a preparar as saídas de férias ou o seu regresso.

Obviamente que neste momentos do ano não é possível conciliar as necessidades de todos mas parece-me que a realização ao fim-de-semana poderia ser uma decisão que facilitaria a vida a muitos mais sportinguistas do que a uma sexta-feira à noite. Não terá sido por acaso que os nossos rivais realizaram as suas apresentações no fim-de-semana passado, de forma certamente a evitar este tipo de constrangimentos.

Assinale-se, ainda dentro do âmbito desta matéria - os agendamentos dos eventos - que há pouco tempo o presidente Bruno de Carvalho se queixou da fraca adesão dos sócios à última A.G., sem contudo dar importância à decisão que levou ao seu agendamento para uma segunda-feira à noite e em vésperas da Gala Honóris. Quem tem uma vida activa e preenchida de responsabilidades debatia-se com a dificuldade de marcar duas noites na mesma semana. Quem dispendeu 50.00 € para a gala a realizar no dia seguinte automaticamente fez a sua escolha. Quem vive fora de Lisboa tem este problema mais as das já aludidas despesas e tempos de viagens. Fácil torna-se depois julgar as ausências.

O mesmo se poderá dizer da marcação de jogos. Há um ano o Sporting marcou para um dia escaldante de verão a recepção ao Arouca. Esperava-se que o sacrifício - os adeptos acorreram em massa - fosse recompensado com a repetição de mais jogos num horário mais amigável, especialmente no ano passado, cuja ausência de Europa permitia maior jogo de cintura. Porém o que veio a suceder foi uma série de jogos em casa marcados para as noites de domingo. Obviamente que não é fácil rasgar a camisa de forças que representam os interesesses da SportTv, que conflituam com os dos adeptos e, por isso, também com os dos clubes de que estes são mais do que a mola real, o esqueleto, o sangue e o oxigénio. Mas, até prova do contrário, fica a noção que é possível fazer mais e melhor.

Decisões como esta, que afastam ou dificultam a vida aos adeptos, (ou como a dos equipamentos, que mexem com a noção de identidade) são totalmente inesperadas numa direcção que teve a sua génese precisamente num movimento de adeptos. Seguramente que decisões de carácter mais complexo foram já tomadas com muito maior felicidade e acerto do que estas aqui abordadas.

Para finalizar uma breve menção às dificuldades de comunicação em projectos essenciais como sejam a Missão Pavilhão e o ingresso de novos sócios e compras de Gamebox, de que este post (O Sporting é dos sócios). São inúmeras as queixas de sócios e de outros que o querem vir a ser. Por vezes fica a sensação, nas piores versões, de se ser atraído para uma armadilha. Na maior parte dos casos sobrevém a impressão de se estar a viver um daqueles lamentáveis episódios que se tornaram referência das más práticas da administração pública, como se a relação fosse da mesma natureza que os contribuintes mantêm com um Estado que lhes exaure as parcas poupanças. 

Fica ideia de que o  clube  joga todas as fichas no lado irracional dessa ligação, sem cuidar sequer de potenciar a paixão que suscita nos seus adeptos o que, com as imensas solicitações e possibilidades hoje ao dispor de todos, algumas delas muito mais baratas, me parece uma confiança excessiva, tendente a produzir resultados menos favoráveis ao próprio clube.

segunda-feira, 28 de julho de 2014

Twente 2 - Sporting 0 - Não podia ter corrido melhor

Do ponto de vista dos objectivos de um jogo de preparação da próxima época o jogo que o Sporting acaba de perder há pouco com o Twente não podia ter corrido melhor. Há ainda muito trabalho pela frente, muitas debilidades que os adversários anteriores não permitiram expor. Este é também o tempo de avaliar se as ideias do treinador estão a ser assimiladas pelo plantel. O próprio treinador tem também tempo para se interrogar sobre as suas opções e sobre a qualidade do plantel à disposição.

Se não havia razões para pensar que íamos caminhar de vitória em vitória, com a elegância de um elefante de nenúfar em nenúfar, também não há agora razões para pensar que o futuro é negro.  Isto também não é dizer que está tudo bem, porque há alguns sinais de que há muito ainda a fazer para que a nossa candidatura ao título seja realista. Esta é a conversa habitual de qualquer época que começa, pelo que não vale a pena maçar mais os leitores.

domingo, 27 de julho de 2014

3 ao Utrecht e a chegada de mais um central

O Sporting prosseguiu a sua preparação na Holanda, elegendo para adversário uma equipa que significava um importante acréscimo de dificuldade. Por isso a equipa que Marco Silva escolheu para subir ao relvado foi praticamente a mesma que havia jogado a final da Taça de Honra.

Apesar da equipa ser a mesma a sua colocação em campo foi diferente, dando indicações prováveis do que será o Sporting na maioria dos jogos do campeonato nacional. Uma defesa mais subida, proporcionando uma pressão mais forte sobre a construção de jogo dos adversários e uma maior proximidade dos médios de Montero, em particular de Martins (com funções mais alargadas no campo, não se limitando ao descaimento sobre a direita) e e Adrien, permitindo-lhes não só um maior apoio mas também chegadas com maior perigo à baliza adversária. Foi possível ver também a intenção de Marco Silva em envolver mais os laterais no jogo ofensivo. Defensivamente, e enquanto o jogo não decaiu de interesse com as substituições, não foram permitidas grandes veleidades, excepção aos momentos iniciais da partida em que o Utrech podia ter chegado ao golo.

Face ao que têm sido as escolhas de Marco Silva é já notória uma consolidação de alguns processos bem como de alguns lugares na equipa e algumas disputas de titularidade interessantes. Rosell é muito mais intenso que William quando a equipa não tem bola mas não oferece tanta segurança e soluções quando em posse e talvez por isso Adrien tenha sido chamado mais vezes a descer até aos centrais para lançar o jogo. André Martins tem aparecido em grande neste inicio de época, conseguindo até ser decisivo, mas a ameaça de João Mário permanece. A defesa parece consolidada nos actuais quatro elementos, Cédric, Mauricio, Dier e Jefferson. Carrillo tem arriscado menos mas tem sido mais consistente e mais envolvido nas tarefas defensivas. Montero precisa de marcar urgentemente para ter a confiança minima que se exige a um jogador naquela posição.

Saliência para os adeptos leoninos, cuja presença se fez sentir e ouvir antes, durante e após o jogo.

E, enquanto isto, o Sporting adquire mais um defesa central, um gigante francês, de seu nome Naby Sarr. Não parece que seja o jogador "que vai substituir o Rojo", tendo em conta a sua fraca participação na sua anterior equipa, contabilizando menos de 300 minutos de utilização. Não conhecendo o jogador mas apenas o facto de ter feito parte das selecções sub-19 e sub-20 francesas resta aguardar para perceber quanto vale e o que lhe vai ser pedido - se intergra a equipa A ou B - para perceber a utilidade de um negócio que, para a posição em causa, está longe de ser considerado prioritário.

quinta-feira, 24 de julho de 2014

Estágio na Holanda: os calcanhares de Achilles, os que não valem um Chaby e as minas de Gauld

Com a pré-época a decorrer há imensas ocorrências dignas de nota que infelizmente têm ficado para trás. O jogo de ontem na Holanda, por ser o último e o mais notório, servirá de pretexto para abordar algumas dessas matérias. Ficarão para melhor oportunidade as recentes saídas e renovações, bem como as dispensas.

O jogo propriamente dito não merecerá assim tanta atenção, tendo em conta que do objectivo do jogo, a equipa eleita e as incidências que dele decorrem não terão qualquer repercussão transcendental para a época que se avizinha.

Evitarei neste post usar o chavão "aposta na formação" bem como a sua negação. Esta tem sido uma discussão feita de forma quase sempre enviesada, excessivamente "politizada", mas será evidente, a quem ler este post, que muitas das questões levantadas lhe estão relacionadas. Porém não me parece ser este o momento para realizar esse debate, comprometendo-me a fazê-lo posteriormente, em altura mais oportuna.

As virtudes da convocação dos jogadores da equipa B
Indiscutivelmente uma excelente ideia a convocação dos jogadores da equipa B para o presente estágio da Holanda. Não apenas como medida motivacional para os jogadores em causa e para os que são agora precedidos por estes e que, na Academia, aguardam oportunidades para demonstrarem o seu valor. É também a forma mais adequada de Marco Silva, um treinador com um compromisso longo com o clube, conhecer melhor os jogadores que tem à sua disposição na segunda equipa do clube.

Embora tenha sido apenas um jogo, ainda por cima de uma equipa constituída por jogadores que, na sua grande maioria, jogaram juntos pela primeira vez e orientados por um técnico cujas ideias estão ainda em assimilação, o decorrer dos noventa minutos deixaram algumas evidências e não menos interrogações. 

Ao permitir a observação directa, em igualdade de circunstâncias, de alguns jogadores considerados reforços para este ano e outros que militam na equipa B, o jogo teve pelo menos uma virtude, nem por isso muito desejada: a de lançar interrogações sobre a virtude de algumas das escolhas feitas de jogadores para incorporar na presente época em detrimento da equipa B.

Em jeito de conclusão deste capitulo diria que a incorporação dos jogadores da equipa B, sendo uma medida de indiscutível mérito, tem alcance imediato muito limitado. Não é provável que, mesmo que se conclua que o seu valor é inferior nuns casos e idêntico noutros, que os jogadores agora contratados troquem de posições com os da equipa B. Não é também provável que, pelo menos até a Dezembro e em muitos casos até à próxima época, algumas dessas medidas possam ser corrigidas ou os seus danos limitados. Em alguns casos, porque o tempo é por vezes cruel, o destino acaba por ficar traçado. 

Mas a observação não é inútil, longe disso, até porque dela, além do melhor conhecimento do treinador, pode resultar a iniciativa de Marco Silva de solicitar a colocação de alguns jogadores como Chaby, Iuri, ou até mesmo Tobias Figueiredo a rodar em equipas de I divisão, assim houvesse treinadores e equipas interessadas, embora tal se me afigure muito difícil. 

Os calcanhares de Achilles (I) e os que não valem um Chaby
Ora o que resultou claro do jogo de ontem foram as semelhanças de qualidade, apesar dos diferentes graus de experiência, de Paulo Oliveira com Tobias. Da prontidão da resposta de Wallyson perante mais um engasganço de Slavchev. Pelo segundo jogo consecutivo se percebe que Geraldes ou está com sérios problemas de adaptação ou não vale um Esgaio. Que Héldon não vale um Chaby, pese a experiência que possa ter, e todo o dinheiro e tempo que dedicamos a um em detrimento de outro são deitados pela janela fora. 

Como é evidente os casos não são todos iguais. Não se trata de dizer que Paulo Oliveira ou Slavchev (o jogador parece-me, pela linguagem corporal, que está acusar cansaço, o que o limitaria e dessa forma também a sua prestação e respectiva avaliação) são maus jogadores, ou que não tenham futuro, mas sim interrogar a necessidade da sua contratação e do poder disruptivo que a sua chegada tem na afirmação dos jogadores de nível semelhante cujo lugar vêm ocupar. O custo de oportunidade de decisões deste teor ultrapassa em muito o valor pago nas respectivas transferências, uma vez que ficam por apurar quando o clube perde por não promover os jogadores de valor semelhante cujos direitos desportivos e económicos já são seus.

Calcanhares de Achilles (II): aquisições ou reforços?
Neste momento parece mais ou menos consensual que o Sporting, (quem o dirige, obviamente) tomou uma boa decisão quando contratou Marco Silva. Talvez a melhor possível, no actual contexto. Porém a escolha do treinador, sendo decisiva em percentagem que é muito difícil estimar mas largamente maioritária para sorte de um clube, não é tudo. Ele depende em muito dos meios que se lhe colocam à disposição. Por isso é que, quando se fizer a história da época que começa sensivelmente daqui a um mês, se terá que ter em conta o que foi oferecido a Marco Silva. Até ao momento apenas Rosell "disse" que com ele estamos mais fortes. Dos jogadores que falamos acima isso está longe de se poder confirmar. Ora o que se pede este ano ao actual treinador é muito mais do que foi exigido a Jardim: assumimo-nos como candidatos ao título e não como underdogs, faltando nesta equação uma participação honrosa no lado de tank-shark da Liga dos Campeões. Para isso é preciso não apenas jogadores com futuro, mas com presente e qualidade. 

As minas de Gauld
Num campo oposto podemos colocar o exemplo de Gauld. Não sei, ninguém sabe, se um jogador como Chaby (especialmente este pela semelhança no toque de bola) e Iuri Medeiros tivesse a oportunidade de ter jogador no Dundee e se se teriam destacado como Ryan Gauld. Assim como não sabemos se Gauld tivesse feito o mesmo percurso que os dois mencionados não estariam ainda hoje à espera de uma oportunidade como a que o Dundee lhe concedeu. É uma discussão estéril.  Mas percebe-se, nos poucos minutos de observação do escocês que o Sporting tem ali uma mina de ouro. A forma como recebe a bola e levanta a cabeça, como a procura servir ao colega melhor colocado, não engana ninguém. Mas ter uma mina de ouro, um poço de petróleo, não é por si só o garante de prosperidade. O crescimento de Gauld, de Chaby, Medeiros e outros com muito talento depende deles mas muito dos meios que o Sporting como organização lhes souber proporcionar. Um deles é indiscutivelmente uma boa equipa e os bons resultados.

terça-feira, 22 de julho de 2014

Dossier "os fundos no futebol": o que já se sabia, o que se suspeitava, o que nem sequer se imaginava

O Diário de Noticias publicou no passado fim-de-semana um extenso dossier sobre os fundos e as suas complicadas relações (do ponto de vista da transparência) com os três grandes clubes nacionais. Pela importância de que a matéria se reveste e para memória futura, partilho com os leitores os referido dossier.

Este artigo surge num importante momento de viragem uma vez que a FIFA, em reunião ocorrida recentemente, já proibiu o uso desta importante ferramenta por parte dos clubes, proibição que em breve se estenderá a toda a Europa, Portugal incluído. E é ainda mais importante porque todos falam dos fundos sem saberem muito bem do que estão a falar. Os fundos não são apenas ferramentas pouco transparentes, a sua importância foi crucial no reequilibro de forças, depois da entrada em vigor da "Lei Bosman" e do dinheiro do petróleo no futebol, desequilibrando os pratos da balança em favor dos países mais ricos. 

De fora destas entradas de capital têm estado os clubes alemães, cujas dimensões económica e demográfica, a par de uma verdadeira aposta na formação de jogadores tem permitido manter-se no topo do futebol mundial, quem a nível de clubes quer de selecções. 

I Parte: Quantos jogadores são detidos pelos fundos / De que fundos falamos / Alguns Nomes por trás dos fundos / Os receios de Platini / O estranho negócio Moutinho entre outros:

II Parte: A que fundos pertencem os jogadores dos 3 grandes / Quem lucrou o quê com as vendas de Rodrigo e André Gomes / Por quem estão repartidos os jogadores do Sporting, dos quais apenas um terço é detido na totalidade / O clube fantasma que "assombra" os negócios do Porto

III Parte: O que são os fundos / O vento invisivel que move o futebol europeu (opinião) / Benfica fecha fundo / O "negócio Roberto" na PJ / Os fundos deficitários / A Proibição dos fundos e o risco de perda de competividade no contexto do novo alinhamento ditado pela Lei Bosman e a entrada em cena dos sheiks / A opinião de Fernando Gomes, presidente da FPF

segunda-feira, 21 de julho de 2014

A falácia da "equipa do ano passado", as promessas, as dúvidas e os problemas de uma vitória Honrosa

Uma boa vitória a que o Sporting conseguiu ontem, trazendo para casa o 29º troféu, honrando assim os seus pergaminhos nesta competição. Uma vitória justa porque o Sporting esteve quase sempre melhor do que o seu adversário, tendo sido a única equipa a criar verdadeiros lances de golo no decorrer da partida. Com mais espaço para jogar do que no jogo anterior, o Sporting foi uma equipa sólida, esclarecida e solidária.

A falácia da "equipa do ano passado"
A indiscutível superioridade do Sporting sobre o o seu adversário será hoje sucintamente explicada por, na composição da sua equipa principal, se ter apresentado apenas um reforço, tendo, por isso mantido a sua estrutura e ter sido esta que lhe permitiu chegar à vitória. Ora há alguma verdade nesta avaliação, mas não é menos verdade que o aproveitar dessa identidade, da base do que de bom foi feito o ano passado é um sinal de que trabalhou bem nestas duas semanas que passaram. Esse mérito de Marco Silva terá que ser reconhecido, não só porque se conhecem tantos casos em que novos treinadores foram incapazes de realizar o mesmo trabalho, como também é claro, sobretudo no jogo de ontem que, se os jogadores são os mesmos, a forma como jogam já não o é inteiramente.

As promessas
Foi o melhor do que o jogo de ontem permitiu ver: a promessa de uma equipa interessada em dispor de bola mais tempo, sem se lançar imediatamente no ataque, procurando as melhores soluções. Marco Silva mantém mais ou menos o mesmo critério de Jardim no que diz respeito à forma como a equipa sairá a jogar, encaminhando o jogo pelas laterais, expondo-se pouco ao risco de perder a bola em zonas centrais. (Para se perceber melhor o que isto representa reveja-se o jogo Brasil-Alemanha.). Provavelmente os centrais serão mais vezes chamados a desempenhar funções nos momentos de iniciar o ataque, que só ocorrerá havendo linhas seguras de passe. Ontem, à falta de alternativa a bola ia para Boeck, que lançava longo, o que não é particularmente eficaz e requererá outra solução.


Do ponto de vista individual confirmou-se a boa presença de Rosell, embora ontem mais condicionado na acção que no jogo anterior, a subida de produção de Adrien, a segurança de Dier, a simplicidade de processos de Mauricio e a qualidade técnica de Montero, pese a eficácia ainda arredia. Para o fim a boa forma física e anímica de André Martins a pedir mais jogo, o que, descaído apenas sobre a direita e tão adiantado no terreno, não terá. João Mário é um sério concorrente, embora não disponha da mesma velocidade, sendo contraproducente pedir-lhe que faça as mesmas correrias que faz Martins. Uma luta interessante.

As dúvidas e os problemas
Se se tratou de uma vitória importante e interessante não se pode deixar de considerar o seu carácter relativo. O adversário não é exactamente o que será daqui a um mês, quando se iniciar a competição, faltando saber se, da nossa parte, é ainda possível crescer mais. Às diferenças notórias de um jogo para outro não são alheias os adversários. Se mesmo este Benfica é equipa para nos causar mais, muitos mais problemas, que o Belenenses, não é menos verdade que procura muito mais do jogo e isso oferece-nos muito mais oportunidades e espaço que 3 linhas de jogadores atrás da linha da bola à espera que joguemos e sobretudo que erremos. 


Porém, a maior parte dos nossos jogos, em casa e fora, serão deste teor e no sucesso ou insucesso do plano de jogo para o contrariar jogar-se-á a nossa sorte no campeonato. Para tal, e tendo em conta o que acima foi dito sobre o que parece ser a vontade de Marco Silva, ficam muitas dúvidas sobre a qualidade individual de que dispõe no plantel para o último terço. 


Para assumir o jogo e ter bola Marco Silva precisa de criatividade, capacidade de execução rápida e qualidade técnica que, neste momento, estão apenas asseguradas por Carillo, que não é propriamente fiável, Mané de forma parcial, porque é um jogador em crescimento e Montero. Capel parece querer ficar-se pelas paralelas às linhas, desconsiderando a importância de sair em direcção ao centro. Shikabala e Gauld ainda não mereceram a confiança do treinador, constituindo-se as grandes incógnitas. Se a sua qualidade de trato da bola parece não oferecer dúvidas, estas parecem centrar-se na forma como a reverter em favor do colectivo e em desfavor do futebol de circo, em particular no caso do egípcio. 


O maior problema que pode ocorrer neste momento para Marco Silva, e ele verbalizou-o ontem, é perder jogadores fundamentais. Ora esses são os titulares do ano passado. Se esses jogadores fossem os que ainda estão de fora - Rojo, Patricio Silimani - parte dos problemas estariam resolvidos uma vez que , não tendo ainda participado nos trabalhos, a sua ausência tenderia a provocar menos abalos. William não entraria na equação, mantendo-se mais um ano.

Ficaria outro problema em aberto, que seria a sua substituição. Paradoxalmente para muitos, seriam para mim os problemas de mais fácil resolução, desde que houvesse critério e a felicidade indispensável. A defesa tal como está já parece capaz dos serviços mínimos. Boeck dá segurança e as características de Slimani levantam muitas dúvidas de aplicabilidade no que parece ser o modelo de Marco Silva. 


Para fim as dúvidas do costume, sempre que se iniciam as novas temporadas que, confirmadas, se tornam em problemas: a qualidade dos reforços. É ainda cedo para fazer essa avaliação mas, do que se viu até agora dos que foram chamados Rosell é reforço. Slavchev, Tanaka e Paulo Oliveira e Geraldes tiveram participações apagadas, pelo que teremos que aguardar por novas observações.

sábado, 19 de julho de 2014

Vitória na Honra, sem brilho

Não é fácil fazer uma avaliação justa de uma equipa que está a trabalhar há apenas 15 dias. A resposta dos jogadores nos jogos surge muitas vezes condicionada pelas dificuldades impostas no plano físico pelos primeiros dias de trabalho, mesmo que já estejam em desuso as grandes cargas físicas de outrora. A essas acrescentam-se a total compreensão do que lhes é pedido no plano táctico e o respectivo desempenho prático. Respostas que surgem de forma individualizada, porque cada jogador reage a todas estas condicionantes de forma muita própria. Por isso os primeiros jogos são sobretudo indicativos de determinadas tendências, que se podem vir a confirmar ou não.

No caso especifico do jogo de ontem creio que não é muito conclusivo. Marco Silva optou por manter a titularidade dos jogadores da época passada, com excepção de Rosell, que ontem foi uma espécie de William branco. Usando a gaffe da estreia da Sporting TV pode-se dizer com alguma propriedade que tivemos em campo um William Rosell. 

Como interpretar o conservadorismo de Marco Silva? Há várias respostas possíveis, pode até dar-se o caso de não ser apenas uma, mas um misto de várias. 

A primeira que ocorre é que o treinador quer servir-se da base de trabalho de Jardim, dos mecanismos deixados pelo anterior treinador, antes de introduzir o seu cunho pessoal. Dessa forma a equipa caminha sem grandes sobressaltos que a introdução de novos mecanismos podem suscitar. Outra resposta possível é que a atitude prudente do treinador visará que os novos reforços tenham uma introdução gradual, não os expondo numa equipa e futebol que ainda desconhecem. A menos desejável de todas é que os que chegaram não conseguem oferecer mais do que os que já cá estavam. Só o decorrer do tempo poderá esclarecer estas dúvidas.

Indo ao jogo de ontem em concreto, podemos dizer que teve duas partes distintas. A primeira, com a equipa preenchida com a quase totalidade de jogadores do ano passado, com acima foi aludido, o Sporting chegou ao intervalo com um resultado muito melhor do que a exibição produzida. Assinalem-se também a excelência dos golos de Wilson e Martins. Contudo, o que o 2-0 mascaram foi uma enorme dificuldade em ligar o jogo, com uma distância entre sectores a isolar os jogadores da frente, em particular Montero, que não foi servido uma única vez. 

A dificuldade em contornar as 3 linhas que Lito Vidigal posicionou à frente da bola, a partir da linha do seu meio-campo só uma ou duas vezes foi ultrapassada pelo interior por André Martins, mas em jogadas que não tiveram sequência. Dessa forma o Sporting teve que "voltar"ao ano passado, bombeando bolas a partir das laterais, mas sem criar grande perigo. A forma compacta como o Belenenses defendia permitia-lhe sair com vários jogadores para o ataque, criando quase sempre perigo, numa defesa que se via a braços com dificuldades com os jogadores azuis a chegarem à sua frente sem grande oposição e com a bola controlada. Melhor o resultado, que penalizou os azuis, e que deu uma sensação enganadora de domínio, mas que não passou de controlo relativo, que a exibição produzida. 

A segunda parte foi condicionada pelas muitas alterações introduzidas. Marco Silva ainda tentou diminuir o seu impacto no ritmo da equipa fazendo-as de uma assentada ao invés das entradas às pinguinhas. Mas, com o Belenenses a perder e com necessidade de correr atrás do resultado, o Sporting pressionou pouco permitindo várias chegadas à sua área com perigo, não conseguindo, por outro lado, fazer uso do maior espaço agora concedido à sua frente.  A saída de Rosell acentuou um certo desnorte, deixando de haver respostas colectivas organizadas. Mais do que o golo consentido - Geraldes esteve muito mal, aquela postura nem numa peladinha, acabando por ser penalizado - foram a quantidade de oportunidades consentidas que mereceram destaque. 

Estou convencido que Marco Silva terá gostado muito pouco do que viu nesse período. É também para isto que servem estes jogos, onde errar não tem o carácter destrutivo de um jogo a sério. Uma vitória sem brilho, o que talvez seja pedir muito nesta fase da época, mas a deixar várias interrogações para resolver na cabeça do treinador. 

No plano individual, para lá do destaque feito a Rosell, assinale-se a prestação de Boeck e Dier. O guarda-redes brasileiro, sem ser um jogador excepcional, é bom no que faz. impressionando a sua postura séria e profissional nos treinos, nos aquecimentos, nos jogos. Dier esteve quase sempre imperial, quer a defender quer a tentar sair a jogar. Muita confiança exibida e disponibilidade física de André Martins, faltando uma unha, aqui e acolá, na forma como decidiu alguns lances.

Dos restantes reforços, fica a apreciação para próxima observação, uma vez que saem nitidamente prejudicados pelo momento pouco favorável em que participaram. Embora, como é óbvio, parte dessa responsabilidade lhes cabe a eles como protagonistas. Em jeito de agência de rating ficam sob observação Paulo Oliveira e Slavechev. Já Tanaka foi muito difícil descortinar o que esperar dele, se um 9 ou um 10...

sexta-feira, 18 de julho de 2014

Sporting TV - O inicio e a entrevista: as criticas às TV's dos outros e a Missão Pavilhão

A data histórica não foi tão histórica quanto foi almejado mas foi-o a hora: 19:06. Uma excelente lembrança para assinalar a concretização de um projecto há muito ansiado, a Sporting TV. 

Não tendo podido estar à frente do ecran nos momentos iniciais, foi o primeiro acto realizado assim que entrei em casa: ligar a televisão e mudar para o canal 35. Um acto que certamente foi repetido ontem, vezes sem conta, com muita emoção à mistura, pelos Sportinguistas espalhados pelo país. 

Alguns apontamentos do pouco que me foi possível ver porque, além do adiantado da hora, a emissão de ontem centrou-se na retransmissão da I Gala Honoris, evento a que já havia assistido quase na totalidade, em directo. 

- O logotipo resulta muito melhor em execução no ecran do que da forma como foi visualizado, de forma estática, quando foi anunciado. 

- Algum nervosismo e algumas pequenas imperfeições - ruídos de fundo nalgumas reportagens, o que nem sempre pode ser controlado e sobretudo em alguns programas pré-gravados e ontem anunciados -  nalguns momentos, o que deve ser considerado natural. Trata-se de uma emissão inicial  e se é natural que se exija profissionalismo, também o é que se seja tolerante numa fase como a que estamos a viver. A pior coisa que podemos fazer a este projecto, que nos é tão caro, é sentarmo-nos no sofá de caderno de apontamentos na mão, a anotar erros e imperfeições. 

- Só quem nunca participou ou assistiu a uma emissão em directo não percebe o que os picos de adrenalina e stress podem obrigar a fazer ou dizer um repórter. Ora, a generalidade dos repórteres seleccionados são jovens e com pouca experiência, pelo que juntar o Wilson com o Carvalho não merece outra nota que não a humorística feita por Bruno de Carvalho, quando foi entrevistado. Provavelmente a repórter também não é muito familiarizada com o futebol,  é muito difícil que alguém que o seja cometa o mesmo tipo de gaffe, pelo que, se assim é, a culpa deve ser remetida a quem a colocou lá.

- Há outros pormenores porém, porque podem ser controlados, que merecem mais cuidado. Por exemplo, vários atletas foram entrevistados, alguns deles "à civil", isto é, com a sua própria roupa. Pelo menos um deles exibia um grande logo de uma marca de roupa, a quem acabamos por fazer publicidade de borla. Se isto não é controlável em direto, é-o num programa gravado. A banalização deste tipo de ocorrências acaba por desvalorizar a importância e o poder da imagem da nossa televisão.

- Uma nota lateral para a menção a Moutinho como sucesso da formação. Compreendo a critica pelo lado da emoção e dos sentimentos que o jogador suscita pela forma como saiu e, depois disso, pela forma como se refere ou esquece o clube onde se formou. Mas é indiscutível que Moutinho é um sucesso assinalável para a formação do clube. Ainda há dias vi menções ao jogador pela sua fraca participação no Mundial, é certo, mas inserido num grupo de 50 de quem mais se esperava na competição. Estamos a falar de um jogador que provavelmente se teria perdido noutro clube qualquer, atendendo às suas caracteristicas. Mesmo que assim não fosse, foi o Sporting que acreditou nele, dando-lhe a titularidade desde os 18 anos. Compreendo as dúvidas sobre a referência ao seu nome no nosso espaço televisivo mas o sucesso da formação do Sporting no caso dele é indiscutível.

- A preferência por profissionais experimentados, nestas áreas, paga os seus dividendos. O ex-jornalista da SIC, Nuno Graça Dias esteve sempre muito seguro e em muito bom nível.

A entrevista a Bruno de Carvalho
Foi um presidente diferente do que aquele a que Bruno de Carvalho nos habituou em momentos semelhantes. Devo dizer que este registo me agrada mais e se aproxima mais do que espero de um presidente do Sporting, pelo menos em contraste com o que foram algumas aparições menos felizes dos últimos tempos. E este registo nada tem a ver com um presidente passivo e submisso. E esteve muito bem na forma como relativizou a gaffe mais notória da noite, a já aludida fusão entre Wilson Eduardo e William Carvalho. 

Da excepção à apreciação positiva da prestação do presidente deixo 2 notas:

Missão Pavilhão
O presidente referiu-se ao passado afirmando que o pavilhão só não existia porque não o quiseram construir porque "quiseram transformar este clube num clube de futebol". Uma generalização que não me parece justa nem respeita o rigor histórico que documenta a (i) perda do pavilhão, nos anos 80, ainda com João Rocha na presidência, (ii) a perda da Nave, com a demolição do velho Alvalade até à (iii) transformação do pavilhão projectado para o novo estádio num polidesportivo, para se ir atrás das mais de 50 mil pessoas de lotação para podermos albergar uma meia-final do Europeu e uma final da UEFA, de triste memória. Muitos erros de avavaliação cometidos que conduziram ao estado actual mas nem todos pela razão apontada por Bruno de Carvalho. 

Não tenho falado propositadamente sobre a Missão Pavilhão. Mas lembro que, do que Bruno de Carvalho recebeu em mãos pouco ou nada foi alterado. Lançar a obrigação para cima das costas dos sócios e adeptos é muito menos que os serviços minimos. O pavilhão não tem projecto constituído, não tem financiamento, duas responsabilidades dos corpos sociais, que têm que fazer muito mais do que lançar um peditório. Da forma como está dificilmente não estará condenado ao insucesso.

As criticas às televisões dos outros
As criticas deixadas às televisões dos nossos rivais pareceram-me imprudentes e desajustadas.

Imprudentes porque estando nós a começar estamos obrigados a produzir ao mesmo nível para nos podermos colocar num plano de podermos atirar pedras para os quintais dos outros.

É por isso que me parecem desajustadas as criticas. Quer FCP quer SLB souberam criar condições para a realização das suas TV´s que se ajustam às suas necessidades. 

O FCP soube contornar muito bem as dúvidas que se colocavam sobre a viabilidade de um canal exclusivo, por eventual falta de audiência que o justificasse. Associando-se ao Porto Canal, encontrou um espaço para a difusão institucional na plataforma TV sem grandes preocupações com logistica, beneficiando inclusive de uma imagem já instalada e reconhecida.

O SLB, depois de um começo cheio de altos e baixos no que à qualidade dos conteúdos diz respeito - um caminho que vamos ter que fazer obrigatoriamente com muito melhor nível, o que está longe de estar garantido - soube encontrar uma forma de alargar o alcance das suas emissões a uma clientela mais generalista, com a conquista do espaço que lhe abrem as emissões dos jogos da Liga Inglesa. Um passo ousado que lhe assegura a liderança das audiências dos canais deste género e de forma muito segura. Falta saber se a ousadia pagará o investimento, mas essa é a última das minhas preocupações, claro está. 

E não ficou bem a Bruno de Carvalho menosprezar as transmissões directas dos jogos da nossa principal equipa. Nas razões aduzidas (Não acreditamos propriamente no modelo em que os clubes transmitem os próprios jogos até por uma questão de coerência. Se queremos rigor e verdade desportiva, não nos parece que para esse rigor seja bom os clubes fazerem a transmissão dos próprios jogos) faltam precisamente a coerência porque vamos transmitir os jogos da equipa B em casa e só não fazemos o mesmo fora porque não temos licença para o efeito. E precisamente hoje, vamos transmitir em diferido o jogo da Taça de Honra, numa subalternização à Benfica TV que me parece indesejável.

Depois é bom lembrar que, nos anos que já levam de transmissão, a SportTV está longe de ser uma referência de rigor e verdade desportiva. Nos comentadores que selecciona e nos comentários que estes produzem e até nas imagens que selecciona. 

Convém acrescentar que serão precisamente as transmissões dos jogos do Sporting pela SportTV, ou de outro canal que as venha a produzir no futuro, que o Sporting enfrentará a mais dura concorrência e a mais difícil de contrariar. Quando o Sporting jogar, as audiências da Sporting TV estarão naturalmente às moscas, sendo de esperar que figuras tristes e lamentáveis produzidas pela Benfica TV em momentos idênticos, que hoje engrossam o anedotário nacional, não se repitam no nosso canal. Mas convenhamos que não é fácil ser o responsável pela programação nesses momentos.

quinta-feira, 17 de julho de 2014

Saldos no Colombo são boas noticias. Outras nem por isso

O desmantelar da equipa do campeão nacional foi o aperitivo para este post. Embora o blogue seja obviamente dedicado ao Sporting, a análise do que vão fazendo os nossos principais adversários é incontornável, porque o valor da nossa equipa é-lhes sempre relativo.

A debandada dos melhores jogadores do SLB era inevitável e provavelmente, do ponto de vista das mais avisadas regras da boa gestão financeira, está ser feita no limite da resistência. Os mais pessimistas dizem que é já tarde. Foi no entanto o "aguenta, aguenta" do ano passado que lhe permitiu chegar ao titulo. Do ponto de vista desportivo, que é o que me interessa agora analisar, é uma boa noticia para qualquer adversário, situação onde se inscreve o Sporting.  As saídas já anunciadas de Oblak, Siqueira, Garay, Markovic, Rodrigo, André Gomes, estando ainda em aberto as saídas de Enzo Peres, Gaitan, Cardozo, farão descer vários níveis o valor da equipa que dominou as competições nacionais e que, face ao que era capaz de produzir, a grande surpresa foi não ter feito o pleno, ao perder a Liga Europa com o Sevilha. 

O SLB continuará a ter em Jesus o principal suporte para a sua competitividade, mas teria que ter um defeso mais do que perfeito para que todas as incorporações lhe deixassem no nível que terminou o campeonato passado. Mas mesmo com o nome como o que ostenta, é capaz de se estar a pedir muito a um treinador que já mostrou anteriormente ser capaz de fazer milagres com jogadores quase perdidos - Coentrão é o melhor testemunho - ou de reinventar futuros como fez para Matic, Fesja, Enzo, Gaitan. E mesmo admitindo a que a facilidade de refinanciar vai subsistir, e com isso conseguir preencher os lugares em aberto no plantel, é difícil estimar que pelo menos uma parte significativa do domínio exercido não se desvaneça. Noticias como a de incorporação de Bebé são boas para os adverários, a menos que Jesus consiga o milagre de o fazer crescer numa época o que não conseguiu na totalidade da carreira. A venda de alguns jogadores a desconto ou por valores que a pressa impõe também deve ser assinalada. Continuará obviamente a ser candidato, mas dependerá muito mais do que os seus adversários forem capazes do que anteriormente.

O FCP de Lopetegui começou por ser destacado pela bizarria de uma torre no campo de treinos. A única bizarria deste facto foi o destaque merecido, uma vez que o recurso a estes meios, que permitem a sistematização da informação recolhida nos treinos, é já usada pela generalidade dos clubes, mesmo que de forma menos evidente. Ao contrário da generalidade das opiniões que fui vendo por aí, a contratação do treinador espanhol, sendo arriscada, correspondeu mais do que à busca de um curriculum - o que é sempre fácil para quem tem que decidir - à procura de um perfil. 

O facto de ter apenas sido treinador principal de selecções jovens ao invés de um problema, e face aos resultados obtidos e sobretudo pela qualidade do futebol jogado, vi como uma boa aposta. Porque não creio que seja mais fácil treinar jovens jogadores e obter resultados. E seguramente não é mais fácil treinar equipas de selecção, que se reúnem esporadicamente, muitas vezes conflituando com interesses dos clubes que os jogadores privilegiam, e obter resultados. Se dessa forma eles são alcançados não será, pelo menos em teoria, consegui-los com uma equipa que se treina em bases diárias? Obviamente que não há uma resposta óbvia para a pergunta, o futebol de uma equipa é o produto de uma série de circunstâncias, umas manipuláveis mas muitas delas imprevisíveis e impossíveis de prever ou sistematizar.

O que o FCP de Lopetegui trará a este campeonato é ainda um incógnita, mais ainda se o dispêndio de mais de 7 milhões num jogador tão limitado como Martins Indi - um Maurício muito caro, resumiria - o for da sua autoria e o que tal representaria como testemunho da sua visão do futebol a implantar. Mas a última coisa a esperar serão facilidades. Indi é um nome forte pela selecção que representa, mas fraco em relação aos colegas com divide o estatuto de recém-chegado, com Adrian Lopez e Tello no extremo oposto do holandês do Barreiro. Os melhores anos do FCP foram precedidos de falhanços mais ou menos estrepitosos como o da época transacta. Não menosprezaria nunca a vontade de vencer a todo o custo - expressão que deve ser lida e entendida de forma literal - do clube das Antas. 

Do nosso lado, todos os dias são boas noticias quando nenhum dos jogadores titulares da época passada não são confirmados noutros clubes. Manter um fio condutor entre o que de bom se fez no passado recente e acrescentar-lhe qualidade ao jogo e ao plantel são as tarefas pendentes. Porém, como se sabe, isso dificilmente se consegue sem refinanciar a SAD por via de realizações de mais-valias com os jogadores mais valorizados pelo mercado. Ora até ao momento tal não aconteceu, o que parece estar a travar os passos necessários para fechar o plantel. O ideal seria que a integração dos últimos reforços acontecesse a tempo destes participarem o mais possível na pré-época, nomeadamente nos jogos já agendados. Os movimentos de avanço e recuo no mercado, de que Rafael Martins e Kapino dão nota, podem muito bem estar relacionados com essa indefinição.

Dos 6 jogadores até agora contratados não há nenhum nome particularmente entusiasmante, o que não é particularmente significativo ou definidor, atendendo sobretudo ao desconhecimento que envolve a totalidade dos reforços, excepção feita a Paulo Oliveira. Do meu ponto de vista são jogadores a mais para as limitações financeiras apregoadas (e reais) e que, à excepção de Rosell, não prevêem as saídas mais esperadas. Isto pelo menos a fazer fé no que se vai dizendo pela imprensa, que avança diariamente com o nome de 2 defesas centrais para o lugar de Rojo (confirmado pelos jogadores e agentes mencionados, Rabia e Milosevic) mais a menção de vários nomes de extremos (Gerson Cabral e Kostic) e profusão de nome de pontas-de-lança levam a crer que há mais jogadores, para lá dos mundialistas, a poder sair antes do primeiro dia de Setembro.

Para terminar a boa noticia há muito ansiada: A Sporting TV inicia hoje a transmissão regular. O primeiro dia será assinalado com uma entrevista do presidente, Bruno de Carvalho, de que daremos conta se houver algo de relevante a assinalar.

terça-feira, 15 de julho de 2014

Mercado: A hora das grandes decisões. Rojo, Simani, William e Patrício.

Agora que o campeonato do Mundo terminou aproximam-se as horas das grandes decisões. Os clubes poderosos já definiram os alvos a atingir para recomposição dos seus plantéis e a necessidade de estes estarem fechados o mais cedo possível para os primeiros compromissos da época tenderão a apressar os negócios.

O Sporting teve quatro mundialistas do seu plantel e é natural que sejam eles os primeiros a estar "sob vigilância". Porém as suas prestações não foram idênticas e esse facto determina avaliações diferentes. Essas, independentemente das valorizações que os jogadores possam ou não ter sofrido, deverão primar sempre pelo máximo realismo. O que infelizmente não acontece quase nunca, sobretudo pelo lado dos adeptos que, ao valor real que o mercado atribui, somam-lhes a ligações afectivas que entretanto se foram criando com a ligação do jogador ao clube.

Fazer preços aos jogadores será das tarefas mais ingratas e difíceis de consensualizar. Mesmo no caso dos valores astronómicos das vendas de Bale, Ronaldo, Suarez, para citar os mais mediáticos, há sempre adeptos descontentes, que preferiam ver os jogadores continuar a ostentar as suas cores ou, na ocorrência dessa impossibilidade, a factura a cobrar deveria ser ainda mais estratosférica.

Devo dizer que não sou esse género de adepto. Primeiro percebo bem a dificuldade que sente quem tem de tomar decisões no contexto em permanente mudança, como são os mercados de jogadores de futebol. Uma hesitação ou precipitação podem significar a perda de milhões.

Depois também tenho os meus jogadores preferidos, mas não lhes exijo mais do que profissionalismo, para amar o clube estamos cá nós, os adeptos. Depois tenho a percepção da volatilidade das suas carreiras, da voracidade com que estas são promovidas ou trituradas, muitas vezes ao arrepio de qualquer racionalidade. A gratidão que por vezes se lhes exige é muitas vezes, por conveniência, rapidamente esquecida em nome de outros valores. Depois não olho para nenhum jogador como insubstituível ou que se sobreponha à importância do colectivo. Afinal o futebol é isso mesmo, uma modalidade colectiva.

O exemplo recente de Oblak é um extremo que obviamente merece censura, não tanto pela transferência em si, mas pela forma pouco civilizada que o jogador encontrou para terminar uma ligação que até foi feliz. Mas, no essencial, sou incapaz de censurar um profissional que vai atrás de melhores condições para si e para sua família que não sabe se voltarão a ocorrer. Qual de nós se manteria fiel à ligação profissional actual se uma Google, Microsoft, grande banco, escritório de advogados, etc, lhe oferecesse um contrato que lhe assegurasse independência financeira para o resto da vida?

Voltando aos nossos mundialistas, o respectivo percurso ditou situações diferentes para cada um deles, embora a situação de Rojo e Slimani se assemelhem. Ambos sofreram consideráveis apreciações, com menções elogiosas várias, estando a viver provavelmente um momento irrepetível das suas carreiras. Dessa forma será muito provável que lhes chovam propostas tentadoras. Dificilmente o Sporting não venderá, correndo o risco, se não o fizer, de ficar com dois jogadores contrariados e que dificilmente conseguirá que o mercado volte a olhar para eles com o mesmo apetite.

Por norma, porque os agentes e clubes compradores sabem como se movimentar, estas chegam primeiro aos jogadores e em números irrecusáveis, para depois se regatear cada cêntimo aos clubes que detêm os seus direitos. Não vale a pena estigmatiza-los, tecer grandes considerações morais , porque é precisamente o que o Sporting faz quando se encontra na mesma posição.

Pelos números que se falam, Rojo significará uma valorização que andará perto do quadruplo do que custou. Não é um jogador ainda acabado, mas é seguramente melhor hoje do que quando cá chegou, mas ainda distante dos melhores jogadores das posições que desempenha. Porém, tem potencial, caso os treinadores que se venham a cruzar com ele lhe consigam fazer compreender melhor o jogo e ele consiga também perceber melhor que o uso da força damente é tão importante como a do corpo. A sua saída não me parece dramática e pode ser suprida por um jogador de valor idêntico e de salário mais baixo. Esse jogador pode até já estar no quadro de profissionais do clube, Dier.

Slimani é um caso notável de sucesso para o scouting do clube. Sem saber exactamente quanto custou, (já vi vários valores entre 300 e 500 mil euros) vale hoje mais de dez vezes mais. Quanto a mim trata-se de uma valor inflacionado pelo mercado que o Sporting pode muito bem aproveitar e, não o fazendo, a sua depreciação para valores mais racionais será inevitável.. Da minha percepção do que vale, qualquer valor acima de 5 milhões, mais do que um negócio feliz seria um excelente negócio. Pelos valores que se falam - iguais ou superiores a 10 milhões - seria o melhor negócio de sempre do Sporting, tendo em conta o "valor da mercadoria" e o valor recebido. Até porque não estou certo que seja titular de caras com Marco Silva...

William está a meio caminho dos seus colegas acima mencionados. Não se valorizou no Mundial mas também não terá visto o seu valor depreciar. Mas valores próximos da sua cláusula de rescisão deverão ser praticamente impossíveis de ver cair nas secretárias da SAD. Basta olhar para o que se está a pagar por essa Europa fora por jogadores como Kroos, Kedira, etc. Falta saber se o jogador tem propostas em carteira e se estas lhe mexeram com a cabeça, isto é, com o seu grau de comprometimento com o clube.

Patrício é "worst-case cenario" personificado. Teve um jogo infeliz numa selecção infeliz e a lesão não lhe permitiu desfazer a má impressão deixada. Um dos possíveis lugares de destino, o Mónaco de Jardim, teve em Romero um dos melhores jogadores do torneio, obrigando os seus responsáveis a ponderado juízo sobre o seu substituto, sob pena de ficarem mal perante os adeptos. Os valores de transferência dos melhores do torneio contrariam também os que acham que "Patricio só devia sair por valores acima de 15 milhões". Cláudio Bravo por exemplo vai por 12 milhões para o Barcelona. Patrício é também um problema para a SAD que poderia (desejaria) substituí-lo por um guarda-redes "bom e barato". Neste cenário, e mantendo o que sempre disse, 7,5 milhões seria um bom negócio, pelo menos o possível.

segunda-feira, 14 de julho de 2014

Missão calções - De Rinaudo a Rei nada, com Viola no mesmo saco

Do primeiro jogo de preparação, realizado nos Açores, há poucas conclusões directas a retirar. O contrário é que seria de estranhar, atendendo às características do próprio jogo e adversário. Marco Silva priveligiou uma equipa inicial de jogadores da época passada para depois fazer entrar paulatinamente alguns dos novos jogadores. Fica a nota positiva para a generalidade - Rosell até teve honras de titularidade - o que, sem poder ser excessivamente valorizado, é sempre melhor do que o inverso.

Mas há ilações a tirar da primeira lista de convocados. Rinaudo, Viola, Salomão e Miguel Lopes dificilmente integrarão o plantel principal. O caso de Salomão só é assinalável pelo facto de o ano passado ter visto prolongado o seu contrato por cinco anos (até 2019) para agora, pelo menos aparentemente não contar. Miguel Lopes tem uma relação de custo/qualidade relativamente elevado e um contrato a meias com o FCP que está longe de beneficiá-lo e à relação com o clube. 

Já o caso de Rinaudo é diferente. De Rinaudo e mais 10 até à situação de dispensado foi um sopro. A ascensão improvável e meteórica de William retirou-lhe espaço, mas é precisamente a possibilidade deste sair que a sua permanência fazia sentido. Não estamos a falar de um jogador qualquer, pese a necessidade de ajustar alguma postura no seu jogo. O caso do compatriota Viola é algo semelhante. Não serão seguramente critérios estritamente técnicos a presidir à decisão de os afastar.

Um outro dado definitivo sobre o jogo dos Açores: o equipamento. Tinha reservado uma opinião definitiva para um melhor visionamento, que a apresentação na Gala não proporcionou. As imagens televisivas e as que os jornais difundiram ontem confirmaram o pior receio. O verde mudou para um tom mais claro o que, associado aos calções no mesmo tom torna difícil a identificação imediata de que "o Sporting está a jogar". Que o diga um pai aflito, que ontem, numa esplanada onde aterrei por acaso, tentava esgrimir argumentos que convencessem o seu petiz de que aquele jogador (provavelmente dos recém-chegados) com aquele equipamento eram do Sporting.

Por decoro e por comedimento não me voltarei a referir ao tema. A escolha foi infeliz e os calções pretos significariam um remediar da situação. Nem que para isso se tenha de constituir uma "Missão Calções" para a qual contribuirei de bom grado.

quinta-feira, 10 de julho de 2014

BES: um credor em apuros pode contaminar o Sporting?

Quando começaram os primeiros rumores sobre uma crise na holding empresarial não financeira do grupo BES comecei a escrever o presente artigo. Porém, rapidamente se percebeu que a doença era maior do que parecia e a forma virulenta como se espalha leva a recear o pior. O artigo, já extenso, ficou reduzido às presentes linhas, por grande parte do que aí era explanado ter perdido actualidade ou deixar de fazer sentido.

Como grande parte dos Sportinguistas saberá, o Sporting, no inicio da gestão de Bruno de Carvalho, concluiu um acordo de reestruturação financeira, cujo âmbito é seguramente mais complexo e cuja total amplitude me escapa. A mim e creio que à maior parte dos Sportinguistas porque, de forma básica mas realista, a génese da nossa ligação ao clube não foi nem nunca será a discussão de relatório e contas, participações económicas, reestruturações financeiras. Se o fazemos é por necessidade de compreender uma parte vital da vida do clube, desde sempre mas cada vez mais ligada à sorte que se joga entre as quatro linhas.

Na sua essência, a reestruturação financeira visava restabelecer o rácio de solvabilidade do clube, com o aumento dos capitais próprios, sendo para tal determinante a integração da participada SPM na SAD do clube. Especulou-se também sobre um possível hair-cut sobre o passivo detido pelos credores - BES e BCP - o que não vi confirmado em lado nenhum, mas cuja possibilidade tanto agitou os nossos rivais...

A fusão da SPM, detentora do Estádio José Alvalade, era também um instrumento vital para a manutenção da maioria do capital da SAD, mesmo depois da conversão das famosas VMOC's em capital. Toda a operação era também crucial para o cumprimento das normas de fair-play financeiro que a UEFA obriga.

Nesse acordo seguramente que ficaram firmadas as condições de financiamento de tesouraria pois, ao contrário do que é o mito do papão dos bancos na blogosfera - aliás muito semelhante a outros, como os empresários, os fundos, etc. - são eles que permitem a liquidez necessária para satisfazer grande parte dos compromissos assumidos. Esta não será uma realidade exclusiva do Sporting, estende-se também aos seus rivais, com as devidas diferenças ditadas em função da especificidade de cada um dos clubes.

No ponto actual do processo desencadeado pela crise no grupo BES é ainda demasiado cedo para perceber que implicações reais possam vir a incidir no relacionamento credor/cliente. Porém, há uma evidência preocupante: o terramoto que está a fazer tremer o grupo surge num momento em que a reestruturação financeira não está concluída uma vez que a supracitada fusão da SPM na SAD está ainda por fazer. 

Lembre-se que a fusão foi aprovada há mais de um ano pelos associados na  AG de 30 de Junho de 2013. Várias vezes foi afirmado, quer directa, quer indirectamente, que havia sido requerida a isenção de impostos, (valores próximos de 500 mil euros), ao ministério da Economia e que, essa isenção estava ainda pendente. Esse pedido de isenção pressupunha o acompanhamento de um documento da Sec. de Estado da Cultura - não era suposto que os dois ministérios dialogassem entre si, ao invés de o requerente ter de andar a penar entre ministérios? - de forma a que os impostos de selo e IMT não fossem tributados ao clube. Esta semana o jornal "O Jogo" estimava que o processo estivesse concluído em Setembro, embora não justificasse o prazo. Atendendo a que grande parte do País, instituições oficiais incluídas, se apresta para fechar e ir a banhos, talvez esteja aí a razão.

É este o documento que faltará para completar o processo de fusão e por sua  vez a reestruturação financeira se tornar definitiva e os seus termos e consequências entrarem em vigor. Mas, passado um ano da sua aprovação em AG, é legitimo perguntar porque é que este processo, de vital importância para o clube, se arrasta há tanto tempo. É apenas este o documento em falta ou há ainda outras condicionantes para satisfazer? Quando foi requerido o referido documento à Sec. de Estado da Cultura e quanto tempo é legitimo esperar ainda mais sem qualquer resposta?

Num cenário de derrocada do BES, que não se pode, em bom juízo, afastar, o valor em dívida pelo Sporting àquela entidade bancária seriam a menor das preocupações para nós, num primeiro momento. Esse seria primeiro um problema dos credores do banco. Mas uma hipotética interrupção de disponibilidade do banco teria como resultado a falta de liquidez de tesouraria. Isso sim, seria um problema sério talvez represente, no actual cenário, um perigo real. No momento actual seria um pesadelo para a actual gestão ter que encontrar uma alternativa para os serviços agora prestados, sabendo como se sabe das dificuldades da generalidade das entidades que concedem crédito. 

Se uma catástrofe como a invocada - a derrocada do BES - se pode considerar um fenómeno extremo, de ocorrência improvável, já uma degradação paulatina da solidez do banco e, consequentemente do nível dos serviços que presta, é mais do que razoável esperar. A questão que se coloca é se tal impedirá a total satisfação do acordo de reestruturação feita com o Sporting. Poder-se-á pensar: "certamente que há documentos assinados e o clube tem constituída uma posição sólida perante um possível incumprimento".

Sendo isto verdade, não é menos verdade que a história documenta situações semelhantes cujo cumprimento nunca chegou a ter lugar, seja da parte de credores, seja do lado dos devedores. E, verdade seja dita, para tal acontecer, tanto faz que reestruturação esteja ou não fechada. Uma situação a acompanhar com alguma cautela. Até porque as consequências do que está a suceder no BES nos poderão atingir de diversas formas e ângulos sendo que, pelo que o Sporting representa para os Sportinguistas, as noticias dos últimos dias estão longe de ser boas para nós, mesmo que não representem um perigo eminente.

Falar do BES é falar também da accionista da SAD, a Holdimo, cujo principal accionista é Álvaro Sobrinho, de certa forma também ele envolvido no vórtice do BESA (BES Angola). Com dois lugares assegurados na SAD, por força do favor concedido ao clube - não há como vê-lo de outra forma -  de que também é sócio e adepto, quando aceitou a troca dos passes de jogadores por capital, voltamos a ouvir falar dele há dias. Tal como havia sido prometido, entregou um autocarro novo e a brilhar, constituindo a surpresa da noite na recente gala. 

Faltará, para fechar o circulo do que foi prometido, a bancada nova na Academia, para que o anunciado mini-estádio, onde os jogos da equipa B e demais formação, terão lugar seja realidade. Atraso que não lhe poderá ser assacado uma vez que o clube, em noticias recentes no site, assumiu a responsabilidade, dando conta primeiro da falta dos estudos de viabilidade de solo e, mais tarde, dos respectivos projectos de arquitectura e respectivo licenciamento.

Com 20% da SAD, Álvaro Sobrinho é um nome que seguramente aparecerá inscrito nos próximos capítulos da sociedade que gere o futebol. Veremos que consequências que a sua elevada exposição ao BES terá nesse relacionamento, esperando obviamente que nenhuma delas afecte a ligação ao clube ou prejudique este.

quarta-feira, 9 de julho de 2014

Afinal o inferno de Dante (& Cia.) foi escrito por um alemão*

Capa da revista Lance, hoje
“Cada povo tem a sua irremediável catástrofe nacional, algo assim como uma Hiroxima. A nossa catástrofe, a nossa Hiroxima, foi a derrota frente ao Uruguai, em 1950”. Assim descrevia Nelson Rodrigues, jornalista brasileiro, autor de poderosas crónicas sobre o futebol, o Maracanazo de 1950, quando o golo de Alcides Ghiggia impôs o mais ensurdecedor dos silêncios num estádio lotado de mais de 200 mil espectadores.

Dizem que o silêncio não tem voz. Que silêncio é silêncio… Foi talvez o barulho pior que ouvi na minha vida. Foi um silêncio que vem de dentro, apocalíptico, de ‘amargedão’. Parecia que o mundo todo tinha parado. Foi a primeira vez que como adulto eu chorei. Chorei com a impressão de que não tinha mais nada para fazer na vida. Que os meus dias na terra não contavam mais. Isso foi um sentimento geral e custou muito a digerir.” Carlos Heytor Cony, escritor e jornalista 

Parece um exagero comparar a derrota com um dos mais terríveis exemplos da bestialidade humana mas, como dizia também  Bill Shankly "Algumas pessoas acreditam que futebol é questão de vida ou morte. Fico muito decepcionado com essa atitude. Eu posso assegurar que futebol é muito, muito mais importante!". Se há algum sitio na terra onde esta asserção faz sentido talvez o Brasil seja o lugar perfeito. Porque talvez como em mais nenhum país do mundo quando a selecção nacional joga é todo o país que está em campo. 

Por isso a derrota de 1950 também teve repercussões sociais, na forma como os brasileiros se viam como povom, quando o sentimento antecipado de vitória garantida correspondia ao da "maior vitória do povo brasileiro, depois da independência desde a independência, em 1822." redundou no maior fracasso. O Waterloo dos Trópicos, segundo Paulo Perdigão, autor do livro Anatomia da Derrota.

“Vi um povo de cabeça baixa, de lágrimas nos olhos, sem fala, abandonar o Estádio Municipal como se voltasse do enterro de um pai muito amado. Vi um povo derrotado e, mais que derrotado, sem esperança. Aquilo me doeu no coração. Toda a vibração dos minutos iniciais da partida, reduzidos a uma pobre cinza de fogo apagado. E, de repente, chegou-me a decepção maior, a ideia fixa que se grudou na minha cabeça, a ideia de que éramos mesmo um povo sem sorte, um povo sem as grandes alegrias das vitórias, sempre perseguido pelo azar, pela mesquinharia do destino. A vil tristeza de Camões, a vil tristeza dos que nada têm que esperar seria assim o alimento podre dos nossos corações." José Lins do Rego, escritor, da sua crónica "A derrota", escrita dois depois do fatidico dia 16 de Julho.

O que representará para o Brasil a humilhação a que a sua selecção foi ontem sujeita? 

Não sabemos, estamos demasiado perto da "tragédia" para o perceber. Seguramente que não há tempo suficiente  na vida humana para apagar da memória o "schrecklich Mineirazo" (horrivel Mineirazo). Porém ninguém como os brasileiros saberá tão bem sofrer profundamente, viver eternas quartas-feiras de cinzas, cantar a desgraça, dança-la e acabar a rir-se dela. E quem sabe, daqui por 64 anos, repetir a lição de fair-play, levando os sobreviventes alemães da actual selecção pelo braço a Belo Horizonte, como fizeram este ano com Alcides Ghiggia, eternizando o seu nome na calçada da fama no... Maracanã. 

 *post escrito tendo como base este artigo

terça-feira, 8 de julho de 2014

Mais uma vez Ryan Gauld

O Record pega hoje numa crónica que Gordon Strachan produziu ontem para o Daily Record sobre o que ele pensa sobre o jovem jogador que o Sporting contratou há uma semana e a sua partida para Lisboa. 

O Record sintetiza em poucas linhas

“Precisamos deixá-lo seguir em frente e não transformá-lo em algo que ele não é. Não vamos cometer o mesmo erro que o Brasil cometeu com Neymar”, argumenta o selecionador escocês, confessando-se “preocupado” com a alcunha que os antigos companheiros colocaram ao agora médio do Sporting: Mini-Messi. “Quem necessita desta pressão?

a versão integral do texto de Strachan, actual seleccionador escocês que aqui vos deixo:

I was surprised and delighted to hear about Ryan Gauld’s transfer to Sporting Lisbon last week.
He’ll be given a superb education in Portugal and it will be fascinating to see how he develops.
What we should do now is give him time to settle in and see how he gets on. He’s moving to a country with a different way of life and a different style of football.
With the weather and facilities over there he’ll train twice as much so it will be exciting to see how good he can get.
Scots will be looking at this move and wondering if this kid is going to be our attacking talisman in France in two years time.
But we should just back off and let’s see how he gets on. I already worry Ryan has too much expectancy on him just because of his nickname.
Whoever called him “Mini Messi” wants to have a good look at himself. Who needs that pressure?
I played against a boy at Under-15 I thought was the best player I’d ever seen. His name was Graeme Payne but it all went wrong which can happen with kids. You need a bit of luck.
However, Gauld is giving himself as good a chance as he can to become a top player because he’s prepared to work hard and to listen. I’m told he’s also good with people which helps.
We need to let him get on with it now and not build him up into something he is not. Let’s not make the same mistake Brazil has with Neymar."
Depois da leitura do veredicto de Strachan, (os sublinhados são meus) convido os leitores a lerem (ou relerem) o que eu escrevi a propósito do mesmo tema 

"Um conselho sobre Ryan Gauld, "o pequeno Messi"? Esqueçam-no!"

E digam-me lá se o Gordon Stracham, cujo texto bate mais ou menos os mesmos pontos principais do meu,  também merece alguns dos comentários aqui deixados na ocasião.

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