Breve balancete da pré-época
A mais ou menos um mês do final da janela de transferências um balanço rápido sobre o que tem sido o defeso.
Programação da época
Demasiado acidentada. Até agora 2 jogos anulados sem explicação satisfatória para o sucedido. As razões logísticas para o adiamento do jogo em Nice não foram suficientes para que a Roma lá se apresentasse à última hora, como aqui foi bem observado.
Abordagem do mercado: Ficará sempre indelevelmente marcada pela inabilidade com o que o dossier Bruma foi abordado, mesmo que este venha a ser remediado, embora haja efeitos perniciosos que não poderão já ser anulados. E também pela truculenta relação com os empresários e com os clubes (negócios Thuram, Viola). Demasiadas frentes em aberto, demasiada exposição com efeitos práticos nulos ou até negativos. Um livro antecipadamente aberto em relação aos jogadores pretendidos, com desfechos negativos perniciosos para a imagem do clube.
Vendas / Dispensas: O dossier mais difícil de resolver tendo em conta o elevado lote de jogadores, com elevados salários e valor de mercado em baixa e que por isso só deverá conhecer o desfecho nos últimos segundos. Não será porém surpreendente que um ou outro jogador acabe por continuar ligado ao clube, por comodismo proporcionado por um ordenado chorudo ou por falta de pretendentes ou ambos. Pela dificuldade envolvida requer paciência e nervos de aço.Valores muito baixos no negócio com o PSV por Schaars / Árias. Critério muito duvidoso nas dispensas de Farley Rosa, Luiz Cortês e Ricardo Tavares na formação.
Aquisições: Cissé, Welder, Mauricio, Magrão não acrescentaram nada ao que não tivéssemos já no plantel ou não pudéssemos remediar. Apesar do valor de Montero ser ainda uma incógnita, dificilmente não significará uma melhoria, face ao que Jardim tinha à disposição. São muitas as dúvidas de estas serem as tais aquisições cirúrgicas ou se andamos a gastar no farelo e poupar na farinha. Experiências anteriores com jogadores à procura da redenção ou do relançamento das suas carreiras (Angulo, Paredes, Pranjic, Bojinov, etc.) também ajudam pouco a ver algumas destas aquisições com confiança, especialmente o caso de Magrão, o mais caro de todos. Face aos jogadores já em carteira e ao momento financeiro 2 a 3 aquisições seriam suficientes, o que constituiria uma mensagem coerente com a "aposta nos jogadores da casa". Para lá deste número, a haver mais, seriam em função de saídas, como pode acontecer com Patrício ou outro eventual bom negócio.
Melhor contratação: Leonardo Jardim. Pelo que se pôde ver no jogo de apresentação, os princípios são bons. Com a assimilação dos conceitos e consolidação de processos é expectável mais consistência e evolução positiva. Dúvidas legitimas sobre o que seremos capazes de fazer no último terço do terreno. Tal estará também dependente do material humano à disposição do treinador, o que até agora me parece insuficiente. Mas como é também o telhado, é por aí que a construção de uma equipa acaba. Aguardemos. O que todos esperamos dele é consiga o fundamental em qualquer equipa de futebol: que o todo seja superior à soma de todas as partes. Isso conseguido e as insuficiências e limitações individuais acabam por passar despercebidas.
A renovação de João Mário e William Carvalho, de entre as efectuadas com jogadores da casa até ao momento, são excelentes noticias pelo que já valem e pelo que valerão no futuro.