quinta-feira, 28 de março de 2013
quarta-feira, 27 de março de 2013
Perceber o porquê dos 4 milhões e a diferença entre um papagaio e um técnico
Segundo o que hoje é dito na comunicação social, o presidente Bruno de Carvalho antecipou a sua tomada de posse por causa de uma série de assuntos de carácter urgente. Uma boa decisão pois em nenhuma circunstância é bom para um clube prolongar um hiato de liderança. Para as circunstâncias especificas do Sporting muito menos. O acerto dessa decisão mais justificado é se atendermos que são várias as "equipas a entrar em campo" - Conselho Fiscal, M.A.G. e Conselho Directivo a partilhar da mesma condição: começar a gerir um clube que desconhecem na totalidade e que, contudo, tem necessidade quase diária de decisões.
Entre as muitas pendências parece estar - isto também fazendo eco do que hoje é avançado pela comunicação social - a necessidade de saldar dívidas no valor de 4 milhões de euros, para que o clube se enquadre no que é estipulado pela regras do Fair-Play Financeiro da UEFA. Para perceber o que isso é, procurei a informação, que agora partilho com os leitores, uma vez que nem sempre a comunicação social esclarece como lhe compete as matérias que analisa.
As regras do fair-play financeiro foram instituídas em 2011 e entraram em vigor desde a presente época
2013-14. No entanto já são levados em conta os exercícios de 2011/12 e 2012/13.
Este ano os clubes não podem registar perdas superiores a 45 milhões de euros no conjunto das duas épocas anteriores.
Este ano os clubes não podem registar perdas superiores a 45 milhões de euros no conjunto das duas épocas anteriores.
Em 2014/15 os clubes não poderão registar perdas superiores a 45 milhões de euros no conjunto das 3 épocas anteriores que vão de 2011 a 2014.
De 2015-16 a 2017-18 os prejuízos não podem exceder os 30 milhões de euros.
São as mesmas regras que estipulam que, sempre que um clube ultrapasse 5 milhões de euros de perdas, passa a estar obrigado a apresentar relatórios trimestrais. Não cumprindo o clube está sujeito a um inquérito disciplinar. Como é sabido, o Sporting já está incluído no rol de clube sob escrutínio da UEFA, como se constatou com a inclusão do seu nome na lista de clubes a que a UEFA pediu explicações no ínicio da temporada.
Julgo que é esta avaliação trimestral que agora está em causa.
Julgo que é esta avaliação trimestral que agora está em causa.
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A outro nível muito se tem falado sobre a continuidade de Jesualdo, o que deve ser das poucas matérias a concitarem uma maioria de vontades no seio dos Sportinguistas. Diz hoje o Record que Jesualdo irá apresentar as conclusões de 4 reuniões do gabinete técnico que o próprio criou quando assumiu responsabilidades na SAD. É capaz de ser a primeira, provavelmente de muitas, que Bruno de Carvalho perceba a diferença entre ter um técnico e um papagaio. Estou certo que Jesualdo impressionará o presidente e que lhe aguçará a vontade de contar com ele.
Figura de papagaio é a que tem feito Inácio, a desdobrar-se em entrevistas. Não só porque em simultâneo se anuncia que o Sporting falará a uma só voz, a de Bruno de Carvalho, como pelo próprio conteúdo das próprias entrevistas. É que, tendo visto uma e tendo lido outra, não consigo compreender qual a necessidade ou a urgência da exposição, quando ainda nem sequer sabe o que pensa Jesualdo, que, ficando ou não, é o mais importante interlocutor para os que terão que assumir responsabilidades na SAD.
segunda-feira, 25 de março de 2013
Que o Sporting se reerga sob o signo de Carvalho
É com alivio que se fecha mais uma página na história do Sporting. Uma página de controvérsia, instabilidade e de permanente tensão praticamente desde as últimas eleições. Os resultados desportivos desastrosos da equipa de futebol, que se prolongaram pela época dentro, depois de uma derrota dolorosa na Taça de Portugal ajudaram à agonia.
O período eleitoral prolongado acentuou clivagens, extremou os discursos e posições. Consumiu energias, provocou desgastes, fraccionou. É hora de pensar no futuro e reerguer o Sporting tornando-o tão grande como ele é nos nossos sonhos, nas nossas vontades, mas como quase nunca tem sido ao longo das nossas vidas.
O período eleitoral prolongado acentuou clivagens, extremou os discursos e posições. Consumiu energias, provocou desgastes, fraccionou. É hora de pensar no futuro e reerguer o Sporting tornando-o tão grande como ele é nos nossos sonhos, nas nossas vontades, mas como quase nunca tem sido ao longo das nossas vidas.
5 notas sobre os resultados eleitorais:
1- Sem ressabiamentos olho para a escolha da maioria, à qual
me submeto com respeito e sem qualquer azedume, como mais uma
oportunidade perdida. Um pouco à semelhança de quando pudemos ter
Mourinho e o impedimos de entrar, ou quando escolhemos Vilas Boas e
acabamos por ficar com Paulo Sérgio. Dizer isto não é comparar os
acima mencionados e respectivos trajectos com Couceiro, mas vincar as
diferenças do que representavam os dois projectos em confronto.
2- Pode-se perder sem perder a face ou os argumentos. O meu Sportinguismo sentiu-se representado na forma como Couceiro reagiu à derrota e nas palavras que proferiu: o Sporting não precisa de oposição interna. Duvido que se pudesse registar desfecho idêntico por parte de Bruno de Carvalho e de muitos dos seus apoiantes, se este não tivesse ganho.
3- A vitória de Bruno de Carvalho tornou-se quase numa inevitabilidade. Os acontecimentos das últimas eleições, o que foi o mandato de GL e o seu desfecho, a comparação entre a realidade e o que Bruno de Carvalho prometia transformaram-no quase num mito. Se, por hipótese, Couceiro ganhasse as eleições, tinha apenas a possibilidade de ter um mandato a rondar a excelência, o que, na actual conjuntura, seria sempre muito difícil. Sem isso a sombra de Bruno de Carvalho manteria o clube consumido numa luta interior nefasta e definhante. Nos mais de 50% de votos que a lista vencedora alcançou há um reduto que nunca aceitaria outro resultado. Por isso a vitória de ontem evita ter que percorrer esse caminho, reduz a possibilidade de perdermos tempo e é um factor de pacificação, condição necessária para que o clube possa avançar.
4- Não gostei do grito de vitória "O Sporting é nosso outra vez". Tão erróneo e desajustado como o titulo da "Bola" de hoje. Que seja apenas um excesso próprio de uma vitória muito desejada. Porque o Sporting sempre foi dos sócios, estes podem-se ter enganado nas escolhas, podem ter sido enganados pelos escolhidos, mas as decisões, boas e más, foram sempre tomadas pela maioria. E porque o Sporting é um clube do povo, amplamente disseminado de forma transversal pela sociedade portuguesa. Não respeitar as decisões do passado é abrir o caminho ao desrespeito pelas decisões do presente.
2- Pode-se perder sem perder a face ou os argumentos. O meu Sportinguismo sentiu-se representado na forma como Couceiro reagiu à derrota e nas palavras que proferiu: o Sporting não precisa de oposição interna. Duvido que se pudesse registar desfecho idêntico por parte de Bruno de Carvalho e de muitos dos seus apoiantes, se este não tivesse ganho.
3- A vitória de Bruno de Carvalho tornou-se quase numa inevitabilidade. Os acontecimentos das últimas eleições, o que foi o mandato de GL e o seu desfecho, a comparação entre a realidade e o que Bruno de Carvalho prometia transformaram-no quase num mito. Se, por hipótese, Couceiro ganhasse as eleições, tinha apenas a possibilidade de ter um mandato a rondar a excelência, o que, na actual conjuntura, seria sempre muito difícil. Sem isso a sombra de Bruno de Carvalho manteria o clube consumido numa luta interior nefasta e definhante. Nos mais de 50% de votos que a lista vencedora alcançou há um reduto que nunca aceitaria outro resultado. Por isso a vitória de ontem evita ter que percorrer esse caminho, reduz a possibilidade de perdermos tempo e é um factor de pacificação, condição necessária para que o clube possa avançar.
4- Não gostei do grito de vitória "O Sporting é nosso outra vez". Tão erróneo e desajustado como o titulo da "Bola" de hoje. Que seja apenas um excesso próprio de uma vitória muito desejada. Porque o Sporting sempre foi dos sócios, estes podem-se ter enganado nas escolhas, podem ter sido enganados pelos escolhidos, mas as decisões, boas e más, foram sempre tomadas pela maioria. E porque o Sporting é um clube do povo, amplamente disseminado de forma transversal pela sociedade portuguesa. Não respeitar as decisões do passado é abrir o caminho ao desrespeito pelas decisões do presente.
5- O Sporting tem um novo presidente. Espera-o um mandato difícil. Dar-lhe-ei o mesmo que dei ao presidente cessante, em quem também não votei. Terá o beneficio da dúvida, a moderação na critica, sem abdicar das minhas convicções. É meu entendimento que essa deve ser a postura que o amor pelo Sporting exige, aguçada pelo momento de particular fragilidade.
Os Sportinguistas não podem ficar à espera que surja um novo João Rocha para voltarem ao seio do clube, participando de forma activa na sua reconstrução. É o mesmo que estar parado numa linha de autocarros em dia de greve: pode vir um, mas o mais certo é ficar-se à espera em vão. Nesse entretanto a vida continua e não estamos onde devíamos estar, onde somos necessários.
Quem lê o que eu escrevo sabe o que eu penso do que foi proposto por Bruno de Carvalho. De uma forma despojada e sincera desejo-lhe que os próximos 4 anos sejam um desmentido permanente às minhas dúvidas e certezas. Os sócios deram-lhe uma vitória expressiva, que esteja à altura da confiança que nele depositaram.
Os Sportinguistas não podem ficar à espera que surja um novo João Rocha para voltarem ao seio do clube, participando de forma activa na sua reconstrução. É o mesmo que estar parado numa linha de autocarros em dia de greve: pode vir um, mas o mais certo é ficar-se à espera em vão. Nesse entretanto a vida continua e não estamos onde devíamos estar, onde somos necessários.
Quem lê o que eu escrevo sabe o que eu penso do que foi proposto por Bruno de Carvalho. De uma forma despojada e sincera desejo-lhe que os próximos 4 anos sejam um desmentido permanente às minhas dúvidas e certezas. Os sócios deram-lhe uma vitória expressiva, que esteja à altura da confiança que nele depositaram.
Não sei se nos muitos horóscopos existe a figura do Carvalho. Existindo ou não, que o Sporting se reerga (ou pelo menos inicie o seu processo de reconstrução) sob a presidência de Bruno de Carvalho.
Que o seu mandato se cumpra, que seja duradouro, resistente e confiável como a árvore que lhe dá o nome.
Que o seu mandato se cumpra, que seja duradouro, resistente e confiável como a árvore que lhe dá o nome.
Eu te amo Sporting!
Em frente Sporting!
domingo, 24 de março de 2013
E ao 24.º dia, surge o 42.º presidente
Bruno de Carvalho foi eleito como
o 42.º Presidente do nosso Sporting Clube de Portugal!
Ainda falta apurar alguns votos por
correspondência mas que, julgo, não alterará os resultados significativamente. Os
sócios são soberanos e pronunciaram-se claramente. Os resultados são evidentes:
cerca de 59% dos sócios leoninos que exerceram o seu direito (e DEVER) de votar
optaram pela Lista B, liderada por Bruno de Carvalho. Para mim, são esses os
números que contam. Dispenso a retórica sobre as vantagens / desvantagens do
peso na votação que a antiguidade atribui a cada sócio. Se defendo que para a
eleição dos Órgãos Políticos da minha freguesia, concelho e País, cada eleitor deve
contar como um voto, porque é que no meu clube tenho que defender um sistema de
votação diferente?
Duas notas finais:
1º) Mais uma vez, assistimos a uma
péssima prestação de Barroso. É que nem a ler os resultados… Não vou
desenvolver muito mais esta minha opinião, para evitar polémica, mas os sorrisos
e piscadelas de olho dos membros da (ainda) actual MAG, enquanto atrapalhadamente
anunciavam os resultados, eram mesmo para ser evitados. Haja um mínimo de
decoro no exercício da imparcialidade que esta MAG deveria assegurar.
2.ª) Como transmiti anteriormente
o meu sentido de voto foi outro. Para não variar das eleições
anteriores em que participei, vi outra Lista ser eleita. E para não variar,
desejo, muito sinceramente, que os novos Órgãos Sociais do Sporting Clube de
Portugal tenham a melhor sorte do mundo e alcancem os maiores sucessos.
VIVA O SPORTING!
sexta-feira, 22 de março de 2013
Para onde foram os votos deste Sportinguista
De repente o regresso ao sec. XX. Reconhecimento de assinaturas, estações do correio apinhadas de gente para ser atendida e balcões vazios do lado de dentro. O Sporting tem menos de 33 mil sócios habilitados a votar e desses 7.981 votam fora da Grande Lisboa, estrangeiro incluído. Quem se lembrou de nos proporcionar este regresso ao passado não deve estar interessado em que este número aumente.
Não voto tranquilo, seguro de que os meus votos serão bem empregues . Ao longo da campanha foi notória a impreparação, resultantes das limitações próprias de cada candidato e que não houve tempo para a preparar devidamente. Julgo que faltou muita verdade, em particular nas questões financeiras, que todos disseram estar resolvida para as necessidades imediatas. Afigura-se-me dificil que assim seja, não só pela falta de liquidez dos bancos credores - 25 milhões não se escavam nas pedras da calçada - como induz nos sócios uma facilidade que as óbvias medidas draconianas que aí vêm se encarregarão de desmentir.
Mas voto tranquilo das minhas decisões face às escolhas possíveis. É isso que procurarei explicar abaixo.
O voto é um acto individual. Não o divulgo com intuito de aconselhar ninguém ou fazer campanha. Mas por entender que, quem quase todos os dias escreve sobre o Sporting, deve essa "contabilidade" a quem o lê.
Conselho Leonino
Foi a decisão mais fácil de tomar. Nos actuais moldes de funcionamento e pela forma como tem sido encarado por grande parte dos seus membros, não é apenas uma inutilidade, tem sido (i)responsável por promover vaidades, ajustes de contas, e até fuga de informação qualificada e estratégica para o clube. Em branco.
Conselho Fiscal
Nas anteriores eleições fui subscritor e votante da lista agora encabeçada por Vicente Caldeira Pires, a Candidatura Independente ao Conselho Fiscal e Disciplinar. Este ano não subscrevi a candidatura mas ainda assim votei. Provavelmente fui eu que mudei a minha percepção sobre as proposições da lista, não terá sido esta a mudar. Concordo com o principio que é necessário um CF que analise as contas e que, se chamada a proceder disciplinarmente, actue norteada por independência e rigor.
Tenho poucas dúvidas que alguém que pertença a um órgão desta natureza se possa pronunciar como o tem feito sobre o passado recente do clube, sem comprometer precisamente a sua independência , mais ainda se tiver que deliberar sobre a matéria. Refiro-me à questão da auditoria de gestão.
Nem sequer ponho em causa que haja matéria a suscitar muitas dúvidas a todos e que muitas suspeitas se venham a confirmar. Da mesma forma que um juiz comprometeria a sua posição se se pronunciasse de forma aprioristica sobre uma matéria que lhe caberia julgar, não me parece que este seja um bom ponto de partida para um processo do género. As pazes com o passado são desejáveis, as responsabilidades devem ser assacadas, mas não pode haver uma verdade definida à partida.
Ainda relativamente a esta matéria tenho sérias dúvidas que seja bom para um clube como é actualmente o Sporting a aplicação do método de Hondt.
Assembleia Geral
Defini os meus votos talvez antes das eleições, face ao que assisti no mandato dos CS que agora cessam. No debate que ocorreu na BolaTv, onde estiveram presentes os candidatos a PMAG confirmei a minha decisão. Votei no candidato da mesma lista em que votei para o Conselho Directivo. Pareceu-me que o cargo não ficaria mal entregue ao representante de Carlos Severino. Não deixei de me interrogar pela coincidência de Bruno de Carvalho nos propor agora um bombeiro, depois de nos ter "oferecido" um incendiário...
Conselho Directivo
Todas as listas têm pontos frágeis e em todas elas encontramos matéria que nos levam a duvidar da sua capacidade. Não baseei a minha escolha validando o Sportinguismo de uns contra os outros, como alguns infelizes foram fazendo ao longo da campanha.
Os programas equivalem-se. As diferenças estão ao nível das aptidões e do modelo de liderança. A minha decisão, como aqui várias vezes fui fazendo notar, estaria do lado de quem mostrasse mais competência para as matérias de natureza desportiva e esse é não só Couceiro como a lista que acompanha. O que oferecem ao Sporting não deixa de ser um risco, por nunca ter sido testado, mas representa também um corte com o passado no dirigismo do clube. Gente que acumula não só saber adquirido pela formação como pela vivência diária, ao contrário dos empresários e gestores mais ou menos bem sucedidos noutras, áreas mas que não compreendem o fenómeno desportivo nas mais diversas valências.
Couceiro foi feliz a estabelecer uma diferença crucial com o seu oponente. BdC diz que onde ele está manda ele e isso nota-se do discurso, aos tiques, passando pela organização da sua lista: é ele, ele e depois ele. Couceiro diz que o Sporting não precisa de quem mande mas de quem comande. Concordo, essa é uma forma de liderar adequada ao Sporting, os sócios do Sporting não são um rebanho. Ou não deviam ser olhados como tal.
Resumia a questão a seguinte forma: BdC precisa do saber de Couceiro e a este muito jeito daria o discurso. O Sporting pode sobreviver sem a segunda premissa mas dificilmente o conseguirá senão tomar as decisões competentes que apenas o conhecimento capacita. Por isso ontem, quando expedi os meus votos, a cruz estava desenhada no quadrado da lista C, de José Peyroteo Couceiro.
Questões laterais como o comportamento totalitário, manipulador e digno de extremistas fundamentalistas de muitos dos seus apoiantes, dos quais Bruno de Carvalho não só não se descola como foi alimentando ao longo dos últimos anos, também me ajudaram a decidir desta forma. Não que me tirem o sono as imbecilidades, as ofensas, e perseguições quase diárias com que aqui e noutras redes sociais me presenteiam. O que o Sporting tem pela frente não é uma tarefa de alguns, somos precisos todos.
O debate: a muleta, o homem do lixo e a coça em Couceiro
O debate de ontem pode ser dividido em 2 partes. Na primeira parte Couceiro a demonstrar não só ter preparado o debate como também o conhecimento do que é uma SAD, como deve funcionar um clube. Foi o único a explicar o organigrama da SAD de forma racional. Um presidente, ele, um director desportivo que fará a ligação com o treinador. Ao contrário de BdC, que se escudou na "estrutura transversal" colocando nomes sem indicar as funções. Carlos Severino já tem os nomes para a SAD mas os visados não o sabem: ainda não falou com eles!
Bruno de Carvalho começou por revelar dificuldades em responder de forma
categórica à questão de Severino, quanto este perguntou aos demais se
admitiam tornar públicos os seus rendimentos. Para quem nesse mesmo dia
havia dito que houve presidentes que tinham saído mais ricos do que
tinham entrado foi estranho.
Entre contradições:
- Como pode chamar incompetente a Couceiro tendo-o convidado 2 vezes consecutivas para a sua lista?
- Como pode atacar Couceiro por ter um CFO por anunciar quando ele propõe um 5º elemento para a SAD sem o anunciar?
desconhecimento e populismo:
- o ordenado é proposto por uma comissão de vencimentos da SAD, não como ele inicialmente avançou, como sendo objecto proposta dele à AG
BdC diz o que as pessoas gostam de ouvir. Não me surpreende que o seu discurso cative mas das explicações que dá não retiram grandes conclusões.
- Como pode chamar incompetente a Couceiro tendo-o convidado 2 vezes consecutivas para a sua lista?
- Como pode atacar Couceiro por ter um CFO por anunciar quando ele propõe um 5º elemento para a SAD sem o anunciar?
desconhecimento e populismo:
- o ordenado é proposto por uma comissão de vencimentos da SAD, não como ele inicialmente avançou, como sendo objecto proposta dele à AG
BdC diz o que as pessoas gostam de ouvir. Não me surpreende que o seu discurso cative mas das explicações que dá não retiram grandes conclusões.
A muleta
Numa primeira fase do debate sempre que Couceiro, muito mais assertivo, questionava Bruno de Carvalho, este escudava-se no "lá vem você com ataques pessoais", " o que os Sportinguistas querem é conhecer o meu plano" uma muleta que lhe ia permitindo fugir ao confronto. Quando o diálogo aquecia, Severino interrompia, dizendo que estavam ali para apresentar os seus planos e não para discutir questões pessoais.
O homem do lixo
Nunca tinha percebido muito bem qual era o papel de Severino nestas eleições. O momento do clube obriga a ainda maior cuidado e responsabilidade, e o que Severino ia dizendo e propondo estava nos antípodas desta exigência. Apenas por respeito me reservei nos comentários e apreciações. Ontem foi o homem do lixo de Bruno de Carvalho, fazendo-lhe o trabalho em que não lhe convinha sujar as mãos.
Talvez agora se perceba melhor porque Bruno de Carvalho pareceu contido. Porque se recusou a debates a dois, porque nunca questionou Severino ou porque Severino nunca lhe fez uma pergunta incómoda. O ataque a Couceiro pareceu-me deliberado - acusações sem interrupções, não permitindo que se ouvissem as respostas de Couceiro - e estratégico - quando o debate se encaminhava para o final, sem permitir retratação.
A coça em Couceiro
Couceiro acusou o toque e meteu os pés pelas mãos em algumas questões de enfiada, terminando em dificuldades. Se o debate tivesse sido um jogo, equiparava-o a um dos muitos jogos que vemos acontecer com o Sporting. Entramos no jogo e as coisas até estão a correr bem. No confronto directo não perdemos para o adversário. Mas, com intervenção concertada, acabamos o jogo em dificuldades ou até a perder. Se Couceiro ontem perdeu o debate, não foi apenas por ter jogado contra dois, foi porque os dois se juntaram para o derrubar.
Couceiro tem esse problema. Tem um curriculum, tem um passado, com altos e baixos. E isso é-lhe fatal na comparação com os adversários. Nunca fizeram nada ligados à área técnica ou dirigente. Bruno de Carvalho ainda contrapõe com o curso de treinador, que nunca exerceu. Por isso pode dizer que nunca perdeu um jogo. Imbatível e incontestável.
P.S.- Se o tempo me permitir acabar o post ontem iniciado, logo darei aqui conta dos meus votos, ontem enviados, nas presentes eleições.
Ruptura total
A dois dias das eleições senti que era altura de deixar a minha opinião acerca das mesmas, tenha ela o valor que tenha, sendo que o negócio RVW só fez acelerar a minha vontade de voltar a escrever.
Esta época tem sido penosa. De tal forma que, tendo este ano resolvido gastar um pouco mais de dinheiro e saido da superior para me instalar na central, tem sido o ano em que menos vezes tenho ido ao estádio. Não é só o que a "equipa" não joga, é tudo o que as sucessivas direcções têm feito, e que tendo em conta alguns adeptos, poderão continuar a fazer que me levou a afastar. Até mesmo para preservar a minha saúde. Sim porque qualquer jogo do SCP pode ser visto como um check-up cardíaco só que eu não estou para arriscar, por muito bem que a máquina funcione.
Não gosto de Couceiro. Ou melhor, não gosto da ideia de ter Couceiro como Presidente do SCP. Por vários motivos, dos quais destaco desde já dois, possivelmente para alguns de menor importância mas que para mim, não são tão irrelevantes quanto tudo isso:
1) José Couceiro sempre foi José Couceiro. Fosse por motivos profissionais, por questões de querer vingar por mérito próprio sem que tivesse portas abertas devido ao seu parentesco com uma lenda do futebol do SCP, nunca se apresentou como José Peyroteo Couceiro. Chegam as eleições e o que é que se vê? A utilização de Peyroteo em toda e qualquer oportunidade. Não sei se vos incomoda mas a mim, incomoda-me e muito. Podem dizer-me que ele tem todo o direito de o usar, afinal de contas é o seu nome, mas pergunto: porque é que não o fez antes e porquê a necessidade de o usar agora?
2) Não me agrada a ideia de ter como Presidente do SCP, alguém que já foi assalariado de um rival. Chamem-me esquisito mas é algo que desagrada profundamente.
Serão estes, motivos suficientes para não votar nele? Bem, tendo em conta alguns motivos que vi esgrimidos para votar em Godinho Lopes ou Bettencourt, chegam e sobram.
Tenho acompanhado, ainda que com algum distanciamento, este período pré-eleitoral. Reparo que agora, para além do crédito junto à banca - como se qualquer banco recusasse receber o Presidente do SCP fosse ele quem fosse - vejo adicionar um novo critério de selecção: o ter passado no desporto.
No fundo, é apenas o arranjar de uma desculpa, e não um argumento válido, para votar num candidato que não o BdC, apenas e só. Que passado no desporto tinha Bettencourt? E Godinho Lopes? Não foi a "equipa" que GL montou que lhe permitiu vencer as eleições, com a volta do Duo "São & Sebastião" AKA Duque & Freitas?
Tendo em conta tudo o que tem sido o passado recente do SCP, com especial ênfase nestes últimos 5 anos, que ainda haja quem tenha a coragem, ou cegueira já nem sei, de apelidar BdC, de aventureiro. Aventureiros foram todos os "gestores de topo" que passaram por Alvalade e que delapidaram o SCP, tanto a nível financeiro, como patrimonial, como desportivo!!!
Como é que é possível que tantos ainda acreditem que é preferível votar no mal menor, do que arriscar e tentar mudar de caminho? Será que é possível fazer pior do que o Bettencourt e o Godinho Lopes?! Eu sei que o SCP, infelizmente, nos tem provado que o fundo ainda está por atingir mas chega uma altura em que é preciso dizer "Basta!".
Se BdC pode fazer pior?! Claro. Se estou disposto a dar-lhe uma hipótese? Certamente.
Godinho Lopes tem a cara de pau para negociar RVW, o tal que tinha um nome estranho, que na época de estreia marca 25 golos (salvo erro, não estive para ir confirmar), que para muitos é um cepo, que apesar de jogar completamente desamparado na frente continua a marcar e a garantir pontos importantes, com base no argumento que se os comprou e alimentou - LINDO!!!!! - os pode vender também!!!
Sendo assim, e com base nesta linha de raciocínio, que assegure o pagamento da dívida contraída durante o seu mandato e que liberte o SCP desse peso. Sim, porque se alimentou uns, também pode pagar a factura de tudo.
Indo RVW embora, quem temos? Viola?!?!?! Eh pá não me façam rir que isto não tem piada nenhuma!!! E quem quererá vir para um clube cujo Presidente cessante vai para a TV, jornais, etc falar nas dificuldades financeiras e de tesouraria do Clube?
Estou farto. Completamente farto de ver à frente dos destinos do meu Clube, pessoas fracas, sem carácter e que mentem e se contradizem numa base diária. Prefiro arriscar que manter este rumo de morte lenta.
Venha daí o "aventureiro" da Fundação!
quinta-feira, 21 de março de 2013
O negócio Wolfswinkel
Considero-me insuspeito para falar de Wolfsvinkel. Defendi-o nos piores momentos, quando me pareceram injustas as acusações proferidas. E, apesar de ter limitações que o impedem de se tornar num avançado ao nível dos melhores - jogo de cabeça, 1x1 quer a enfrentar defesas quer guarda-redes - tinha qualidades para ser importante no plantel. Se preciso fosse, estão os mais de 20 golos que marcou na época de estreia, que ainda por cima nem foi assim tão estável. Acresce que o modelo de jogo de Domingos ou até de Sá Pinto não eram particularmente facilitadores da tarefa do avançado.
Quando chegar o final da época Wolfsvinkel partirá deixando dúvidas sobre o seu valor, juntamente com uma legião de fans e hatters. Nisso não escapa ao destino de quase todos os que jogam no mesmo lugar, muitos deles com folhas de serviço muito melhor preenchidas. O que eu gostaria de ver já não será possível no Sporting para dissipar as dúvidas que o holandês me deixava: Wolfsvinkel tem sido obrigado a correr demasiado para poder ser eficaz como se pede a um ponta-de-lança. Ainda num dos últimos jogos Wolfs tinha sido o 3º jogador com mais distância percorrida, só superado pelos defesas direitos e suplantando os extremos. Algo está mal neste modelo, o que me leva a concluir que até foi bom não ter vindo ninguém em Dezembro. Dificilmente não teria ardido nesta fogueira.
Quem o considerava um mau avançado só pode rejubilar e concluir que foi um grande negócio. O negócio não me parece de todo mau do ponto de vista dos números, não me parece que fosse possível, nas actuais circunstancias do clube e do jogador.
Não gosto do timing nem do destino. A 2 dias das eleições e para um clube cujos horizontes se confinam entre a vista das costas das camisolas dos que se ambicionam as competições europeias e a vista da Premiership deixa no ar a ideia de que devia poder ser diferente e melhor.
quarta-feira, 20 de março de 2013
O meu "problema" com Bruno de Carvalho e as sondagens
Com algum sacrifício dispus-me a acompanhar o debate de ontem na SICn. Não só porque esta abertura de época eleitoral me apanhou num complicado momento mas também porque a campanha é já longa e quase sempre fastidiosa.
Nos primeiros momentos não deixei de sentir alguma pena por Couceiro e Bruno de Carvalho, por um deles - o que vier a ganhar - estar a viver os últimos momentos antes do vórtice que vai sugar a sua vida pessoal e familiar. Ninguém duvide que a tarefa do próximo presidente do Sporting é de tal forma complexa que se torna quase inadjectivável.
Este espírito benevolente depressa foi interrompido quando decorriam cerca de 7 minutos do debate quando BdC começa a falar da reestruturação financeira. Dizia ele:
"Em 1º lugar a reestruturação financeira tem vários pontos que são fundamentais para resultar. Um a questão da fusão. Nós temos que resolver a questão dos capitais próprios negativos, e temos que começar a resolver a questão do fair-play financeiro. A questão da fusão que os próprios sócios já aprovaram, mas isso tem que estar integrado num plano perceptível para os próprios sócios."
Esta questão só pode ser considerada de somenos importância para quem tiver memória de peixe de aquário. De facto uma maioria de sócios aprovou a fusão da SPM, Património e Markting na SAD, mas entre eles não esteve BdC. Podia simplesmente ter-se abstido ou até votado contra. Mas BdC não fez apenas isso. Quando a direcção cessante anunciou a medida disse BdC, em conferência de imprensa especialmente convocada para o efeito:
"Esta proposta de fusão da SPM com a SAD é uma infâmia e uma ficção, em que não entra qualquer dinheiro no clube. Trata-se da passagem do único bem valioso para outras mãos: a
propriedade do direito de superfície do terreno do estádio. Estas
pessoas querem acabar com o Sporting e o poder dos seus sócios,
transformando um clube centenário num mendigo."
De fora ficam os extensos posts na página do Facebook do Sporting Sem Complexos e outras intervenções que então fez. Quem foi à AG, onde a medida foi aprovada, deve-se lembrar das intervenções que então fez, bem como as que fez à saída da AG e que batiam na mesma tecla.
Ora se BdC tinha a convicção que a referida operação era um "infâmia e uma ficcção" e se estava a "transformar o Sporting num mendigo", não era suposto, ao invés de proferir as afirmações que proferiu, ter dito que se iria bater por fazer reverter a situação, apresentando proposta alternativa aos sócios em AG a perspectiva tão gravosa?
Ou BdC disse o que disse e fez o que fez apenas porque dava jeito para se manter visivel a sua oposição a GL?
O que é convicção e o que é mera estratégia e conveniência para adquirir votos ou arregimentar apoios, ao melhor estilo politiqueiro?
No post da passada segunda-feira chamava aqui à atenção do papel que devemos ter perante os candidatos que se apresentam às eleições. Não era altura de os que foram arregimentados para a dita AG, que se desgastaram, que deram a cara, que foram para os fóruns declarar o fim do Sporting e outras declarações apocalípticas, pedissem agora explicações pela súbita mudança ou útil esquecimento?
É esta falta de consistência que se vê também agora no anúncio de Tomás Morais para as modalidades e Luís Freitas Lobo algures para a SAD. Atiram-se nomes sem se anunciar as funções a executar e respectivo enquadramento.
Vão ser remunerados?
Como se enquadram as funções de Tomás Morais nas do eventual vice-presidente Vicente Moura?
Ou o nome de Tomás Morais surge para aplacar o repúdio que suscita o nome do ex-presidente do Comité Olímpico entre atletas e técnicos das modalidades?
O que pensa o departamento de scouting, nomeadamente Paulo Menezes, da nomeação de Luís Freitas Lobo? E que competências se lhe reconhecem a este, que não se confinem ao comentário desportivo?
Ou o nome de Freitas Lobo aparece para aplacar as dúvidas mais do que legitimas que se põem em Virgílio, de quem não se conhece uma ideia, e sobre Inácio?
Com a chegada de Freitas Lobo já vamos em 4 elementos para a tal "estrutura transversal da SAD". E há ainda um quinto elemento anunciado, mas ainda incógnito (Manuel Fernandes?) sem que se descortinem cargos, conteúdos funcionais, modelos. Está por definir o que se vai fazer com Beto e outros que entretanto entraram com GL.
Como é que isto se enquadra na necessidade de reduzir custos? Não é isto uma nova versão do albergue espanhol?
Como é que isto se enquadra na necessidade de reduzir custos? Não é isto uma nova versão do albergue espanhol?
Couceiro também não adiantou muito sobre a SAD, mas deixou pelo menos claro que ficará com o futebol profissional e entregará a Diogo Matos a formação. Tem pelo menos uma grande vantagem: o conhecimento de ambos sobre a Academia e futebol profissional dá-lhes meses de avanço sobre a "mini-van" que BdC preconiza para responsáveis desta área critica do clube. Estes terão que deixar passar semanas até conhecerem as portas e os corredores de Alvalade e da Academia. Imagina-se quanta água terá de passar sobre a ponte Vasco da Gama até conhecerem os dossiers.
Estas são as matérias que me preocupam. Reduzir a discussão à questão da continuidade é um argumento oco e que, no caso presente, nem sentido faz. Ou a questões da vida pessoal dos candidatos, o que, sem fundamento ou prova, é de uma baixeza sem qualificação.
A sondagens
Muito se tem falado na disparidade entre as sondagens do jornal A Bola e do grupo de comunicação de Oliveira, cuja responsabilidade está a cargo do nosso inefável (e até dizem que perigosamente inflamável...) consócio Oliveira e Costa.
Podemos olhar para elas sob o prisma da teoria da conspiração. Mas para ambas e não apenas a de Oliveira Costa. Qualquer uma é digna de suspeita sob esse prisma. Mas fiquemo-nos pela leitura das suas fichas técnicas para as perceber melhor.
A Bola divide o universo dos inquiridos entre sócios com mais ou menos de 8 anos. A sondagem da Controlinveste inquire sócios divididos por escalões que representam melhor a ponderação de votos que subsiste neste momento entre os sócios em condições de votar. Cada qual que retire as suas conclusões. A minha é que até sábado qualquer um pode ganhar.
O debate na SICn, quem o ganhou?
Interessa-me muito pouco eleger entre os participantes um vencedor do debate que agora terminou. Não só porque as opiniões já formadas sobre as candidaturas contamina, na sua maioria, as opiniões.
Interessa-me muito mais referir o tom em que o debate -que de debate teve muito pouco - decorreu que, pese embora não ter sido esclarecedor para quem ainda hesita na escolha, não envergonha o nosso emblema. Felizmente os candidatos não foram permeáveis ao ambiente à sua volta.
Pode ter sido desapontador para muitos. Mas, para o futuro imediato do clube e na complexidade da situação que o envolve, a possibilidade de não se cavarem trincheiras fundas como no passado acto eleitoral, permite a esperança de, após o acto eleitoral, não haja fracturas expostas sem consolidação possível.
Nesse sentido pode-se dizer que o Sporting ganhou.
segunda-feira, 18 de março de 2013
Ser candidato é fácil e a "nós" se deve e impugnação das eleições em aberto?
Este fim-de-semana dediquei algum tempo à leitura das entrevistas dadas pelos 2 candidatos que, em principio, disputarão a vitória no próximo sábado. Dessa leitura retiro uma conclusão em tudo idêntica à que havia retirado da leitura dos seus programas: equivalem-se.
Equivalem-se no seu aspecto mais importante, contribuem muito pouco para uma tomada de decisão consciente sobre o destino a dar aos meus votos. Há muito "vamos ver", muito "achismo" ou enunciação de "medidas" que mais não são do que banalidades. Fica quase tudo para depois das eleições, o que subverte um pouco o seu sentido: deveríamos estar a votar num modelo de governo do clube e não de pessoas.
Mas há algumas diferenças que merecem ser assinaladas porque a mim me dizem alguma coisa. Reparei na primeira página do jornal "O Jogo" de ontem, onde BdC acusa Couceiro de se comportar como um rufia. Rufia.
Eu não sei se BdC domina bem a língua portuguesa, até porque a seguir também usa o verbo "mediocrizar", que deixa algumas dúvidas sobre a sua correcção, mas isso é um pormenor. Mas rufia é uma derivação do substantivo "rufião" que significa:
1-
Indivíduo que vive à custa do que uma prostituta ganha.
2-Pessoa que se envolve frequente ou facilmente em brigas.
Com toda a naturalidade BdC queixa-se linhas abaixo do nível da campanha de Couceiro, dizendo que "os Sportinguistas não querem um discurso de quezília de truculência"! Acrescenta que "não entra em debates de carácter" apesar de saber que Couceiro "já foi empregado em vários clubes".
E como BdC se queixou também de Couceiro "em cada 10 palavras usar o seu nome em 5" dei-me ao trabalho de contabilizar, nas 2 entrevistas que tinha disponíveis, (O Jogo de ontem e o Record de sábado) e contabilizar as vezes que cada um dos candidatos se refere ao seu oponente. E além disso retirei as frases para que se consiga perceber os contextos. A entrevista de BdC tem 2 páginas e a de Couceiro tem 4.
BdC ao Jogo:
Há 2 anos apresentei uma estrutura com Inácio Virgílio e
José Couceiro que ia ficar com a logística ao nivel do futebol.
Espanta-me que em cada dez palavras de Couceiro 5 tenham o
meu nome. Os Sportinguistas não querem um discurso de quezilia e truculência.
(Pedro Gomes no dia anterior declara que Couceiro é um perdedor nato, dias
antes BdC inicia as hostilidades insinuando que Couceiro anda à procura de
emprego).
E não há dúvidas que José Couceiro é o herdeiro de GL.
Já vi José Couceiro utilizar com requinte a palavra Vale
referindo-se a Vale e Azevedo.
Foram à procura de alguém que na ideia deles mesmo não tendo
soluções para o Sporting me pudesse vencer falo de José Couceiro.
É uma irresponsabilidade em linha com o discurso de Couceiro
que diz que o clube está numa situação de sobrevivência e precisa de não sei
quantos milhões. (Já em Novembro BdC dizia que “Este é o momento mais grave
que o nosso Clube já atravessou nos seus 106 anos de história. Quer a nível desportivo, quer a nível
financeiro, atingimos limites que colocam em causa toda a razão de existência
do Sporting Clube de Portugal.” O que
mudou agora para BdC se sentir autorizado a fazer este reparo?).
A passagem de José Couceiro pela Rússia deve tê-lo marcado
fortemente.
Esse candidato (José Couceiro) entende que tudo é para
arrasar.
Couceiro ao Record
O Sporting está cheio de problemas para virmos agora evocar
que a mesa da AG foi eleita pela lista de BdC. Nem pensar nisso.
Já tinha sido convidado por ele (BdC) em 2011. 2 anos depois
fui novamente abordado.
Cada um que conclua o que quiser. Da minha parte o que fica é um estilo de BdC que me desagrada, que foi adoptado por grande parte dos seus apoiantes e que me remete para o pior que vi em FSF e Bettencourt, na falta de respeito por quem não perfilhe as suas ideias. Tenho feito um grande esforço para não formular a minha decisão de voto num voto contra "isto" e "estes". Mas que o esforço é grande lá isso é...
Não sei se Couceiro ou alguém da sua campanha - há acusações feitas à empresa que lhe faz a comunicação que ainda não vi concretizadas - usa de idênticos procedimentos ou linguagem. Em Couceiro estranharia, confesso.
Mas esta questão é menos importante do que constatar que se este tem sido o foco da campanha eleitoral ou pelo menos um dos seus aspectos mais relevantes, aos sócios se pode agradecer. Não a todos, mas a um grande número, sem dúvida e no que toca à blogosfera, à sua quase generalidade.
No que à blogosfera diz respeito, a sua maioria tomou como matéria de decisão do voto o facto de se "ser ou não da continuidade", centrando por isso o debate numa questão que será, face a outras, de somenos importância no dia 24.
Além de desviar as atenções e ser redutor, facilita a vida aos candidatos: é muito mais fácil proferir esta acusação ou fazer a demonstração do seu contrário do que demonstrar capacidade para resolver ou o pelo menos tratar a complexidade das matérias que lhe aparecerão em, calcula-se, em avalancha.
Também ajudaria muito que as diversas sessões de esclarecimento não fossem actos de aclamação e entronização. Este é o tempo de obrigar os candidatos a apresentarem os seus planos para a redução do orçamento da SAD, quem são os investidores, se os têm, como pretendem levar a cabo a reestruturação financeira, ou enfrentar a possibilidade de termos que estar ausentes das competições europeias, por força de uma hipotética adesão ao plano de recuperação de empresas, ou simplesmente como convocar TODOS os Sportinguistas para a refundação que se adivinha. Doutra forma a crescem as hipóteses de, depois das eleições, sermos apenas confrontados com inevitabilidades.
Votos por correspondência
Pela primeira vez seria possível aos sócios que moram longe da Grande Lisboa sem terem que se deslocar a Alvalade, o que reduzia em muito o maior sacrifício que lhes é exigido para exercerem o seu sportinguismo. Não me enganei no tempo verbal, "seria" porque sobram muitas dúvidas se tal ainda será possível de acontecer em tempo útil (até sexta-feira), porque há muitos, onde me incluo, que ainda não receberam os respectivos boletins para iniciar o anacrónico processo burocrático de validação. E há quem esteja em piores circunstâncias, por estar no estrangeiro.
A menos que haja um tratamento muito cuidadoso por parte da A.G., que terá que passar por um acordo entre todas listas, ficarão sportinguistas sem a possibilidade de participarem no acto eleitoral. Impugnação a caminho de quem não se conformar com os resultados que podem ser novamente renhidos é apenas uma das muitas hipóteses em aberto...
De Florença para Alvalade
A faixa que se encontra nesta imagem estava presente ontem na Curva Fiesole, a bancada do Estádio Artemio Franchi onde se situam os mais ferverosos adeptos da Fiorentina. Como muitos sportinguistas sabem, existe uma grande amizade entre adeptos organizados da Fiorentina e do Sporting desde meados dos anos 1990, uma relação alimentada por muitas visitas de parte a parte. Os últimos exemplos mais significativos foram a presença de algumas dezenas de adeptos viola no Olímpico de Roma aquando do nosso jogo com a Lázio, em Dezembro de 2011, e a presença de muitos desses mesmos adeptos na Final da Taça de Portugal contra a Académica, em Maio passado.
A imagem fala por si mas deixa igualmente espaço para várias reflexões. A ideia que gostaria de deixar é que, por causa dos seus adeptos, organizados ou não, o Sporting tornou-se um clube maior, dentro e fora de portas. A grandeza do Sporting não se discute; alimenta-se. Tenhamos isto sempre presente.
Bruno Martins
09:48
5
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sábado, 16 de março de 2013
A continuidade, as campanhas negras, os imbecis e os informados, as estratégias e as convicções
O ainda PMAG, Eduardo Barroso, dá-se por satisfeito com a campanha em curso, realçando que "os candidatos estão a ser civilizados". Quem assiste às acusações permanentes dificilmente compreenderá esta afirmação. Talvez se enquadre no conceito de civilização adoptado nos programas televisivos onde o nosso ilustre consócio nos impõe o infeliz sentimento de vergonha alheia.
Será que os sócios se sentem esclarecidos perante a falta de debate e pela falta de uma confrontação de ideias que não se fique pelas parangonas dos jornais? Eu não!
Na mesma alocução o ilustre PMAG garante que não haverá campanha negra o que é um bom indicador do quanto anda arredado da realidade, ou configura um significativo lavar de mãos. A campanha negra está em curso e quase direcionada para Couceiro, a quem timidamente lhe declare o seu apoio ou até quem ouse contestar qualquer ponto do seu "programa de 1250 medidas" ou uma qualquer declaração. Olhe-se para a caixa de comentários do post anterior.
Lembram-se daquele velho slogan quem não é benfiquista não é bom chefe de família? Julgo ter saltado do teatro para o dia a dia e, para lá do uso em tom de piada, ilustrava um sentimento de arrogância que identificamos na matriz benfiquista. Esta campanha eleitoral adaptou-o ao momento sportinguista e, para um largo sector que tem voz nas redes sociais e blogosfera, quem não é pelo Bruno de Carvalho não é bom Sportinguista.
Se for pelo Carlos Severino é parvo, porque desperdiça os seus votos. Se for pelo Couceiro é pela continuidade, um lambuças. Se questiona Bruno de Carvalho é um imbecil. Se questiona Couceiro é um sportinguista bem informado.
Veja-se o excesso de zelo, muitas vezes ignorância e desonestidade, usado no tratamento da entrevista de Couceiro ao canal "ABola". Alguma vez vimos preocupação que se assemelhe perante o que diz Bruno de Carvalho? Porque é que tudo o que diz se transforma em letra de lei? Não é isto um "lambucismo" tão lambuças como outro qualquer?
A continuidade
É lamentável que grande parte da discussão ainda não tenha saído do chavão da continuidade. Pode ser útil como estratégia das empresas de comunicação para descentrar a atenção em Couceiro e apontar a Godinho Lopes, confundindo ambos e potenciando assim o voto de protesto. Porém, esse voto será completamente desperdiçado se, no dia a seguir às eleições, quem se for eleito não tiver mais para dar que apenas esta retórica inútil.
Quem representa a continuidade?
O esforço para colar Couceiro a GL é grande mas tem um problema. Ou teria, se fosse visto com honestidade. Couceiro foi despedido por GL, depois de se ter exposto, saindo do conforto da cadeira de manager, para vestir o fato de treinador, conseguindo um 3º lugar que muitos tinham como impossível. Foi por não perfilhar da ideia do cheque e da vassoura que acabaria por ser posto na rua. E, quer antes quer depois, Couceiro nunca foi uma voz conformada perante os erros que se foram cometendo ao longo dos últimos anos. Couceiro não acordou há 2 anos...
Várias vezes aqui me tenho defendido que os problemas do Sporting começam na sua gestão desportiva. Sem boas decisões nesta área o Sporting não ganha tantas vezes quanto precisa para se sentir confortável com a sua identidade de clube grande e, atrás das derrotas, tudo se desmorona. Pior do que a ausência de uma estratégia desportiva adequada, é a constante mudança de actores e ideias, o que obriga frustrantes regressos à casa de partida.
Bruno de Carvalho tem um discurso bem construído, muito à volta do que se quer ouvir, à boa maneira blogosférica. Mas as suas ideias à volta do que é relevante são de uma falta de consistência quase irresponsável.
Repare-se na sua proposta para a questão da preparação física. (entrevista ao Record)
BdC: Queremos ter o controlo total sobre a preparação física. Independentemente do treinador.
R: Isso significa o quê?
BdC: Que haverá um departamento claro para a preparação física e metodologia. O treinador trabalhará com esse departamento, mas não podemos ter flutuações por oscilação a nível técnico.
O que é um departamento claro para a preparação física e metodologia? Pelo que se havia de perceber até pelas suas declarações à BolaTv, é um deparamento que ditará "de forma transversal" toda a preparação física da equipa independentemente do treinador escolhido.
O que é que isto significa?
Pura e simplesmente que BdC não faz a minima ideia do que é o papel de um treinador numa equipa de futebol, que BdC não faz a minima ideia do que é hoje o treino. Nisso não difere em nada de Godinho Lopes, por isso, há dois anos estava disposto a trazer o seu Vercauteren, o sr, Van Basten.
BdC já disse que queria manter Jesualdo. Talvez seja bom perguntar-lhe se aceita isto. Talvez seja bom perguntar a qualquer treinador com méritos reconhecidos se aceita isto. Talvez Inácio aceite...
É necessário que um presidente perceba de matérias técnicas? Obviamente que não. Mas tem que ter esse conhecimento da parte de quem tenciona delegar a gestão desportiva. Esse é outro problema de BdC, as suas escolhas. Virgílio foi um grande capitão mas não se conhece nada que tenha feito nesta matéria e nas entrevistas que diz nada de relevante. Inácio está longe, muito longe, de constituir uma referência.
E quando se pergunta a BdC as funções a desempenhar na estrutura da SAD não se fica mais descansado:
R: Mas que funções, em concreto, reserva para eles?
BdC: A estrutura será liderada por mim, com equipa de três elementos, onde teremos uma parte mais de futebol sénior, equipa principal e B, formação, negócios e logística. Quero é que isto seja um trabalho transversal. Não podemos ter ilhas isoladas.
R: O percurso profissional do Inácio é mais visível do que o do Virgílio. Quais são as mais-valias que o Virgílio pode aportar nesse sentido?
BdC: O Virgílio, felizmente que ainda pouca gente o conhece, ou poderia já não estar na minha lista. Aliás, já foi disputado. Sabe, vive e respira futebol.
As soluções aparecem, os problemas resolvem-se pondo o Virgílio a respirar futebol?
Ainda relativamente à continuidade é bom lembrar que as suas propostas há 2 anos eram em tudo semelhantes às de GL, degladiando-se no tamanho dos montantes a gastar com o futebol profissional.
A questão da maioria do capital
O problema de quem diz o que os outros querem ouvir e não o faz guiado por convicções é que mais tarde ou mais cedo é-se apanhado em contradição.
Ponto de honra da sua actual campanha é a questão da maioria do capital da SAD. Mas que, no virar de uma qualquer esquina onde lhe apareceu um gravador ou um microfone, já deixou cair.
BdC veio dizer que estaria disposto a deixar cair a maioria da SAD se pudesse dar em troca uma Liga dos Campeões. Pensei que a questão da maioria da SAD estivesse subjacente a um modelo de clube, uma questão identitária, sobre as quais não se fazem concessões. Porque, no extremo, isto é dizer que por uma Liga dos Campeões até podemos negociar a cor das meias, uma publicidade na bandeira dos mastros em Alvalade e por aí fora.
Mas diz-nos também que os planos de BdC são em tudo idênticos aos de GL. Se aparecer quem "ponha lá a massa" há a disposição de a gastar para conseguir ser campeão ou pelo menos ficar em 2º lugar. Estas são as única formas de chegar ao apuramento para a Champions, caminho exclusivo para quem levantar o troféu.
Lá se vai a defesa da aposta na formação, do crescimento sustentado. Que foi sempre instrumental por, ser o que está a dar votos, e não por ser uma estratégia que advém de uma convicção. Por isso não se lhe conhece uma palavra a defender Carriço, quando este era assobiado, apenas se conhece o seu desagrado pelo negócio ruinoso que a sua venda representou, porque significava mais um ponto na sua estratégia de contestação. O mesmo se pode dizer de Pereirinha e outros. Como vai BdC defender os Pereirinhas e Carriços que se seguem?
Como já disse anteriormente aqui, a questão da maioria da SAD merece ser repensada e não avaliada de forma leviana. Em primeiro lugar porque ela já não nos pertence, tendo em conta a situação em que se encontram as suas contas. Depois porque não é um bom negócio dar uma parte minoritária a um investidor ou grupos de investidores para estes terem, pagando pouco, o seu controlo.
O discurso realista de Couceiro pode não ser a música para os nossos ouvidos mas adapta-se às necessidades que a realidade impõe, dizendo uma verdade incontestável e que demonstra respeito pela soberania dos sócios: será nossa a decisão, porque estas matérias terão que passar por decisão em AG. E isto "ninguém viu" na entrevista à BolaTv
Formas de liderança distintivas
Não tomei qualquer decisão relativamente ao meu voto por não me sentir confortável com as opções ao meu dispor. Mas é indiscutível que não me revejo na onda messiânica à volta de BdC, que de todo não se justifica e que lhe criam responsabilidades que nenhum ser humano está à altura de enfrentar.
Na sua essência este messianismo inscrito em cada declaração dos seus apoiantes e membros das suas listas é uma má estratégia e um desrespeito pela matriz associativa do Sporting Clube de Portugal. A tarefa de reconstrução do Sporting será muito difícil e provavelmente muito demorada. Quando mais se puser o foco numa pessoa mais tempo se perde em chamar à responsabilidade todos os Sportinguistas. É de todos nós que o Sporting precisa.
Como diz Couceiro, mandar é fácil. BdC já disse que onde estava mandava ele. Comandar é mais difícil.
É lamentável que grande parte da discussão ainda não tenha saído do chavão da continuidade. Pode ser útil como estratégia das empresas de comunicação para descentrar a atenção em Couceiro e apontar a Godinho Lopes, confundindo ambos e potenciando assim o voto de protesto. Porém, esse voto será completamente desperdiçado se, no dia a seguir às eleições, quem se for eleito não tiver mais para dar que apenas esta retórica inútil.
Quem representa a continuidade?
O esforço para colar Couceiro a GL é grande mas tem um problema. Ou teria, se fosse visto com honestidade. Couceiro foi despedido por GL, depois de se ter exposto, saindo do conforto da cadeira de manager, para vestir o fato de treinador, conseguindo um 3º lugar que muitos tinham como impossível. Foi por não perfilhar da ideia do cheque e da vassoura que acabaria por ser posto na rua. E, quer antes quer depois, Couceiro nunca foi uma voz conformada perante os erros que se foram cometendo ao longo dos últimos anos. Couceiro não acordou há 2 anos...
Várias vezes aqui me tenho defendido que os problemas do Sporting começam na sua gestão desportiva. Sem boas decisões nesta área o Sporting não ganha tantas vezes quanto precisa para se sentir confortável com a sua identidade de clube grande e, atrás das derrotas, tudo se desmorona. Pior do que a ausência de uma estratégia desportiva adequada, é a constante mudança de actores e ideias, o que obriga frustrantes regressos à casa de partida.
Bruno de Carvalho tem um discurso bem construído, muito à volta do que se quer ouvir, à boa maneira blogosférica. Mas as suas ideias à volta do que é relevante são de uma falta de consistência quase irresponsável.
Repare-se na sua proposta para a questão da preparação física. (entrevista ao Record)
BdC: Queremos ter o controlo total sobre a preparação física. Independentemente do treinador.
R: Isso significa o quê?
BdC: Que haverá um departamento claro para a preparação física e metodologia. O treinador trabalhará com esse departamento, mas não podemos ter flutuações por oscilação a nível técnico.
O que é um departamento claro para a preparação física e metodologia? Pelo que se havia de perceber até pelas suas declarações à BolaTv, é um deparamento que ditará "de forma transversal" toda a preparação física da equipa independentemente do treinador escolhido.
O que é que isto significa?
Pura e simplesmente que BdC não faz a minima ideia do que é o papel de um treinador numa equipa de futebol, que BdC não faz a minima ideia do que é hoje o treino. Nisso não difere em nada de Godinho Lopes, por isso, há dois anos estava disposto a trazer o seu Vercauteren, o sr, Van Basten.
BdC já disse que queria manter Jesualdo. Talvez seja bom perguntar-lhe se aceita isto. Talvez seja bom perguntar a qualquer treinador com méritos reconhecidos se aceita isto. Talvez Inácio aceite...
É necessário que um presidente perceba de matérias técnicas? Obviamente que não. Mas tem que ter esse conhecimento da parte de quem tenciona delegar a gestão desportiva. Esse é outro problema de BdC, as suas escolhas. Virgílio foi um grande capitão mas não se conhece nada que tenha feito nesta matéria e nas entrevistas que diz nada de relevante. Inácio está longe, muito longe, de constituir uma referência.
E quando se pergunta a BdC as funções a desempenhar na estrutura da SAD não se fica mais descansado:
R: Mas que funções, em concreto, reserva para eles?
BdC: A estrutura será liderada por mim, com equipa de três elementos, onde teremos uma parte mais de futebol sénior, equipa principal e B, formação, negócios e logística. Quero é que isto seja um trabalho transversal. Não podemos ter ilhas isoladas.
R: O percurso profissional do Inácio é mais visível do que o do Virgílio. Quais são as mais-valias que o Virgílio pode aportar nesse sentido?
BdC: O Virgílio, felizmente que ainda pouca gente o conhece, ou poderia já não estar na minha lista. Aliás, já foi disputado. Sabe, vive e respira futebol.
As soluções aparecem, os problemas resolvem-se pondo o Virgílio a respirar futebol?
Ainda relativamente à continuidade é bom lembrar que as suas propostas há 2 anos eram em tudo semelhantes às de GL, degladiando-se no tamanho dos montantes a gastar com o futebol profissional.
A questão da maioria do capital
O problema de quem diz o que os outros querem ouvir e não o faz guiado por convicções é que mais tarde ou mais cedo é-se apanhado em contradição.
Ponto de honra da sua actual campanha é a questão da maioria do capital da SAD. Mas que, no virar de uma qualquer esquina onde lhe apareceu um gravador ou um microfone, já deixou cair.
BdC veio dizer que estaria disposto a deixar cair a maioria da SAD se pudesse dar em troca uma Liga dos Campeões. Pensei que a questão da maioria da SAD estivesse subjacente a um modelo de clube, uma questão identitária, sobre as quais não se fazem concessões. Porque, no extremo, isto é dizer que por uma Liga dos Campeões até podemos negociar a cor das meias, uma publicidade na bandeira dos mastros em Alvalade e por aí fora.
Mas diz-nos também que os planos de BdC são em tudo idênticos aos de GL. Se aparecer quem "ponha lá a massa" há a disposição de a gastar para conseguir ser campeão ou pelo menos ficar em 2º lugar. Estas são as única formas de chegar ao apuramento para a Champions, caminho exclusivo para quem levantar o troféu.
Lá se vai a defesa da aposta na formação, do crescimento sustentado. Que foi sempre instrumental por, ser o que está a dar votos, e não por ser uma estratégia que advém de uma convicção. Por isso não se lhe conhece uma palavra a defender Carriço, quando este era assobiado, apenas se conhece o seu desagrado pelo negócio ruinoso que a sua venda representou, porque significava mais um ponto na sua estratégia de contestação. O mesmo se pode dizer de Pereirinha e outros. Como vai BdC defender os Pereirinhas e Carriços que se seguem?
Como já disse anteriormente aqui, a questão da maioria da SAD merece ser repensada e não avaliada de forma leviana. Em primeiro lugar porque ela já não nos pertence, tendo em conta a situação em que se encontram as suas contas. Depois porque não é um bom negócio dar uma parte minoritária a um investidor ou grupos de investidores para estes terem, pagando pouco, o seu controlo.
O discurso realista de Couceiro pode não ser a música para os nossos ouvidos mas adapta-se às necessidades que a realidade impõe, dizendo uma verdade incontestável e que demonstra respeito pela soberania dos sócios: será nossa a decisão, porque estas matérias terão que passar por decisão em AG. E isto "ninguém viu" na entrevista à BolaTv
Formas de liderança distintivas
Não tomei qualquer decisão relativamente ao meu voto por não me sentir confortável com as opções ao meu dispor. Mas é indiscutível que não me revejo na onda messiânica à volta de BdC, que de todo não se justifica e que lhe criam responsabilidades que nenhum ser humano está à altura de enfrentar.
Na sua essência este messianismo inscrito em cada declaração dos seus apoiantes e membros das suas listas é uma má estratégia e um desrespeito pela matriz associativa do Sporting Clube de Portugal. A tarefa de reconstrução do Sporting será muito difícil e provavelmente muito demorada. Quando mais se puser o foco numa pessoa mais tempo se perde em chamar à responsabilidade todos os Sportinguistas. É de todos nós que o Sporting precisa.
Como diz Couceiro, mandar é fácil. BdC já disse que onde estava mandava ele. Comandar é mais difícil.
sexta-feira, 15 de março de 2013
Os distraídos – nova versão para “abram os olhos”
Ontem, não vi a entrevista de Couceiro.
Estive na ‘sessão de esclarecimento’
da lista de Bruno de Carvalho. E fiquei MESMO esclarecido. Se as minhas dúvidas
já eram poucas, ontem pude confirmar e constatar, ao vivo e a cores, o nível de rancor, de
má-educação, de completa ausência de ideias e o extraordinário conceito
democrático que os membros da lista B defendem…
O Sr. Dr. Artur Torres Pereira,
candidato a vice-presidente do Conselho Directivo, iniciou a sessão de
esclarecimento e levou os cerca de quarenta minutos que se seguiram dessa sua
primeira e agressiva intervenção a fazer i) o diagnóstico que já todos conhecemos sobejamente e ii) a zurzir em Godinho Lopes e a atacar Severino (pouco) e
Couceiro (muito). No fundo, tudo uma cambada de aldrabões, incompetentes ou
interesseiros. Apresentar as ideias da lista que representa e avançar com
propostas? Esquece lá isso… Nem uma, para amostra. “É consultar o Programa com 120 medidas (!) que vem lá tudo bem
explicadinho, claro e transparente”, segundo, claro, a sua própria
avaliação.
Incongruências sucessivas, deixo alguns exemplos:
- Bruno
de Carvalho pode dizer horrores de Godinho Lopes, José Couceiro não… Porquê? “Soa a falso”; “onde é que andava Couceiro nos últimos anos? Só agora é que acordou?”
A trabalhar no estrangeiro, digo eu, ao invés de estar em ‘campanha oficiosa’ desde Março de
2011…
- A transparência é tanta que garantiu
terem interessados em investir na SAD, mas não os divulgam, porque os senhores
russos que o Bruno de Carvalho convenceu há dois anos, após se meter num avião
para Moscovo, foram muito mal tratados, coitadinhos dos senhores. Ficaram tão
traumatizados, que passados dois anos perderam todo o interesse. Bem, pelo
menos ficamos a saber que os investidores têm outra origem geográfica. Já não é
mau… Talvez, Moçambique? É a minha aposta, dado que o candidato da Lista B a Presidente do CD, meteu-se recentemente num avião com destino a Maputo.
- Providências cautelares? Umas são
boas, se INTERPOSTAS pelo nosso candidato a PRESIDENTE do CD, outras são uma “vergonha”, se SUBSCRITAS por um candidato a VICE da
Lista C… O facto de ambas serem indeferidas e, como tal, desprovidas de razão segundo
os tribunais que as avaliaram, é ignorado primeiro (apenas falou da recente
Providência Cautelar, olvidando-se convenientemente de outra) e desvalorizado
depois de alguém recordar o senhor de que o seu candidato a presidente também
usou o mesmo expediente.
- Perda da maioria da SAD? É a
perda de identidade do SCP, mas quando confrontado com as recentes 'evoluções' de opinião do
próprio Bruno de Carvalho, manifestadas em ENTREVISTA,
já é invenção da imprensa.
- Falei em imprensa? Pois falei…
Uns pasquins sem credibilidade quando atacam e “perseguem” Bruno de Carvalho, passam rapidamente a informação impoluta quando poucos
minutos depois (haja coerência!…) já é referenciada para transmitir opiniões de
outros candidatos que caracteriza de “absurdas”.
- Couceiro não serve por ser, passo
a citar: “um profissional de futebol”…
E daqueles que por onde passou não trouxe qualquer “mais-valia”… Talvez, mas eu há anos que oiço tanto sportinguista afirmar
que o que o SCP precisa é de um líder que perceba de futebol e agora nem um profissional (dentro e fora de campo) serve…
Mas, relaxem, todos os apoiantes
de Bruno de Carvalho, porque ontem tive a certeza de que vai ganhar as
eleições… Na fase de ‘debate’, quem elogiava a Lista B, recebia loas e ovações,
quem tinha o desplante de evidenciar perguntas mais incómodas era mandado
CALAR… Sim, mandaram-me calar, porque o que dizia não ía de encontro à
propaganda de teor bíblico-brunista. É este o SCP que nos espera?… Um Sporting intolerante
para quem manifesta uma opinião contrária à corrente maioritária? Infelizmente,
tudo leva a crer que sim… Dito isto, questiono-me sobre quem realmente
representa a continuidade e quem representa a mudança. A mim, palpita-me que os 'lambuças' estão de saída, e os terroristas infiéis (agora ao Bruno, como eu), em breve, estarão de regresso.
Quem assistiu à sessão de
esclarecimento de José Couceiro, num tom cordato, apresentando as suas ideias
(algumas das quais também não concordo, por exemplo futsal na SAD???), apelando
à união, prescindindo de atacar os seus antagonistas das outras listas,
recordando, isso sim, “que somos todos
sportinguistas e todos queremos o melhor para o SCP, independentemente de
termos caminhos e visões diferentes” e compara com a maledicência de ontem,
só pode ter uma opção: votar na Lista C, mais que não seja por uma questão de
decência.
A palavra-chave que ficou da
intervenção de ontem do Sr. Dr. Artur Torres Pereira é “distraídos”. Quem apoia Bruno de Carvalho é um sportinguista
consciente e atento, quem não apoia tem andado distraído.
Para além do candidato a
vice-presidente, estavam na mesa a Senhora Rita Matos (salvo erro…) e o Senhor
Carlos Seixas que praticamente não falou (ela) ou não abriu a boca de todo (ele), e o grande
campeão Carlos Lopes, que teve direito a uma intervenção final, durante um ou
dois minutos para dizer que “confia em Bruno
de Carvalho, que é a única opção válida para presidente, que o conhece desde
Maio e é um grande sportinguista que pensa e vive o Sporting 24 horas por dia”…
Da plateia, rematou o tal senhor que me mandou calar: “se o nosso campeão o diz, temos que acreditar nele”… Seguiu-se a estrondosa
ovação da praxe, Uns “Viva o Sporting!”
e ala que se faz tarde e amanhã é dia de trabalho. Era quase meia-noite e meia
quando terminou em beleza a lavagem cerebral… Nunca assisti a nenhuma missa
evangelista, mas ontem à noite, nas instalações do Núcleo Sportinguista de Castelo Branco, fiquei convencido de
que tinha acabado de experienciar algo de muito semelhante! Enfim, fica mais uma experiência de vida, deste herege e vil pecador que, vá lá, escapou ileso de punição mais severa…
Nota final: à semelhança de Manuel Fernandes em 2011, custa-me ver
grandes referências e atletas do glorioso passado do SCP metidos em querelas
eleitorais. Carlos Lopes é uma enorme figura do SCP, um campeão olímpico, um atleta
que estará eternamente presente na memória leonina, mais do que referência do
Sporting é uma referência Nacional. Tem todo o direito a ter as suas ideias e a
fazer as suas opções, mas deveria resguardar-se e manter-se afastado destes ‘ambientes’,
até para preservação da sua imagem.
Entrevista de Couceiro à Bola: 5-0
Acabei de ver a entrevista do candidato José Couceiro ao canal de televisão do jornal A Bola. Comparando com a anteriormente concedida pelo candidato Bruno de Carvalho a minha conclusão: Postura, conhecimento (do clube, do meio desportivo, dos dossiers), respeito, discurso, estratégia apontada, 5 a 0 para Couceiro.
O suficiente para ser um bom presidente do Sporting? Não posso ser tão categórico quanto isso mas, por comparação com o que conheço de Bruno de Carvalho (percurso, propostas e escolhas), merece pelo menos ser ouvido sem o preconceito com que tem sido avaliado.
2 notas avulsas, sem que isso respeite uma análise aprofundada à entrevista, mas porque são temas que me são caros:
- A promessa de que não haverá dirigentes em exercício no papel de paineleiros;
- Qual foi a lista que cedeu ao jornal "A Bola" a documentação que lhes foi entregue respeitante à situação financeira que espera os futuros órgãos sociais?
quarta-feira, 13 de março de 2013
O sonho de Cédric é o de qualquer profissional ambicioso
Nota prévia: tenho preparado há algum tempo um post sobre as eleições mas duas razões principais me levam a não o colocar:
1- A falta de tempo para o finalizar, uma vez que há pequenos pontos apenas alinhavados.
2- A falta de tempo impediu-me de estar presente nas apresentações das candidaturas de Bruno de Carvalho e José Couceiro no Solar do Norte. O que tem saltado para a comunicação social é de uma pobreza pouco inspiradora quer como matéria para escrita quer como do ponto de vista da informação para a tomada de decisão.
Agora Cédric. Segundo palavras do próprio
«Quatro clubes da Bundesliga expressaram interesse em mim, no verão passado. Seria fantástico se isso se pudesse concretizar».
Não faltarão reacções a zurzir na formação, usando o velho chavão "formam-se jogadores, não se formam homens", enquadrando as afirmações do jogador na falta de respeito pelo clube que o formou.
Outros apressar-se-ão a escancarar-lhe as portas e a empurrá-lo, apontando-lhe falta de categoria para jogar no Sporting.
"Arias é melhor e mais algumas afirmações do género, que a realidade ainda está para confirmar também são possíveis.
Eu compreendo o Cédric. Depois de uma época de afirmação e confirmação do seu valor, num clube de menor recursos que o Sporting, Cédric - posso juntar Adrien no mesmo cenário - viveu um ano de depreciação que quase anula os progressos alcançados.
O clube a que pertence encontra-se um momento de particular fragilidade, de que a questão financeira é apenas um dos muitos parâmetros a concorrerem para uma enorme incógnita a curto prazo.
Como jogador da casa Cédric viu recentemente chegar para concorrer para o seu lugar Árias, que vem do ano passado, a que agora acresce Miguel Lopes, que veio entrou não só para o plantel como para o topo da folha salarial, sem que, até agora, as exibições o justifiquem. Mas continua, sempre que não está impedido por lesão ou castigo, a merecer a preferência de Jesualdo.
Com o apelo da Bundesliga, com estádios cheios, arbitragens decentes, jogadores de top, quem, como profissional, poderia dizer que não?
segunda-feira, 11 de março de 2013
A propósito dos golpes no Sporting, rupturas e continuidades
Só num clube a carecer de cuidados psiquiátricos se pode produzir, difundir e exaltar o conteúdo de um vídeo como o que circula com aparente êxito e aclamação de um sector de adeptos, denominado "Golpe no Sporting". Antes de mim já o MM, no Sporting Autêntico, se referiu a esta matéria num artigo que não pode deixar de ser lido aqui.
Na sua essência a peça constitui o estuário onde desaguam alguns factos nebulosos da vida recente do clube, com referência avulsa a algumas personagens ligadas a esse passado, umas relacionadas com os factos aludidos e outros não, mas com uma narrativa que leva a intuir que tudo está ligado entre si e faz parte de uma conspiração para acabar com o Sporting ou pelo menos para dele sugar proveitos e recursos.
É verdade que há muita matéria a necessitar de esclarecimento e eventual responsabilização dos seus autores. É verdade que nem sempre se usou de lisura e de verdade a que quem dirige está obrigado. O facto de neste blogue muita vezes tudo isso me ter referido e contestado, confere-me o direito de protesto sobre esta matéria.
Mas não é menos verdade que passou pelo Sporting gente capaz que, sendo mais ou menos feliz nas decisões que tomou, deu o melhor das suas vidas. E que, quando saiu do Sporting tinha perdido uma parte da sua vida profissional e, o que não tem preço, muito do crescimento dos seus filhos, muito tempo roubado ao conforto dos amigos. Esse é um preço alto que a dedicação ao Sporting sempre cobra, sendo por isso profundamente injusto que, metendo todos no mesmo saco, a todos se adicione uma factura ainda maior.
É verdade que há muita matéria a necessitar de esclarecimento e eventual responsabilização dos seus autores. É verdade que nem sempre se usou de lisura e de verdade a que quem dirige está obrigado. O facto de neste blogue muita vezes tudo isso me ter referido e contestado, confere-me o direito de protesto sobre esta matéria.
Mas não é menos verdade que passou pelo Sporting gente capaz que, sendo mais ou menos feliz nas decisões que tomou, deu o melhor das suas vidas. E que, quando saiu do Sporting tinha perdido uma parte da sua vida profissional e, o que não tem preço, muito do crescimento dos seus filhos, muito tempo roubado ao conforto dos amigos. Esse é um preço alto que a dedicação ao Sporting sempre cobra, sendo por isso profundamente injusto que, metendo todos no mesmo saco, a todos se adicione uma factura ainda maior.
Mas a mensagem sugere-me ainda mais repulsa por constituir um venenoso cocktail onde se misturam percursos profissionais, opções de carácter estritamente individual, para se ferir de morte o carácter de muitos dos visados. Isto corresponde a uma actuação ignóbil e a invasão de uma esfera que era usual respeitar. Mas também porque quem assim procede não percebe que, mais do que atingir os visados, resume os últimos anos da vida do Sporting a um clube de facínoras e aproveitadores. Fazê-lo assim é um profundo golpe no Sporting.
Não se golpeia apenas a credibilidade de um clube centenário, o que certamente tem impacto no actuais parceiros de negócio, levando potenciais investidores a questionarem futuras ligações. Mas afasta seguramente muito Sportinguista que, podendo ser útil, não quer ver o seu nome arrastado em enxurradas semelhantes.
Tornou-se muito comum definir os últimos anos como o tempo da "corja". Ver gente como esta no Sporting equivale a trocar uma corja por outra ainda bem pior. Isto não seria a ruptura que todos anseiam, equivaleria ao acentuar do pior do que o clube teve nos últimos anos.
De golpe em golpe, qualquer dia o Sporting precisa apenas do golpe de Misericórdia.
Não se golpeia apenas a credibilidade de um clube centenário, o que certamente tem impacto no actuais parceiros de negócio, levando potenciais investidores a questionarem futuras ligações. Mas afasta seguramente muito Sportinguista que, podendo ser útil, não quer ver o seu nome arrastado em enxurradas semelhantes.
Tornou-se muito comum definir os últimos anos como o tempo da "corja". Ver gente como esta no Sporting equivale a trocar uma corja por outra ainda bem pior. Isto não seria a ruptura que todos anseiam, equivaleria ao acentuar do pior do que o clube teve nos últimos anos.
De golpe em golpe, qualquer dia o Sporting precisa apenas do golpe de Misericórdia.
domingo, 10 de março de 2013
O professor também recebe lições
Deslumbramento ou outra coisa qualquer, foi por um triz que as escolhas de Jesualdo para o jogo de ontem não tiveram um desfecho profundamente negativo e que agravaria ainda mais a situação actual da equipa que comanda.
É que se é verdade que podíamos ter acabado por ganhar o jogo - seria equivaler à ajuda de alguma sorte, o que teria o seu quê de ineditismo esta época - não é menos verdade que se não fosse Patrício teríamos sofrido uma derrota que equivaleria à ultrapassagem do adversário na classificação. As consequências seriam imprevisíveis.
Voltando ao jogo de ontem, há algo de contraditório no discurso e na acção de Jesualdo. Por um lado mantém a Europa como objectivo, por outro monta e desmonta a equipa sem que isso equivalha à resposta a uma necessidade imperiosa, como castigo ou lesões. E a instabilidade propaga-se como lume em palha seca.
A chamada de Fokobo ao eixo da defesa é uma dessas decisões. Da análise individual resulta claro que é ainda cedo para a convocação destas andanças, e mesmo ante a débil Acadêmica. Do ponto de vista colectivo é-me difícil perceber porque o professor mexe e remexe num sector que desde o inicio de época tem sido demasiado instável, quer em processos de jogo, quer no número de protagonistas que por lá têm passado. Entrasse o jovem - muitas dúvidas que tenha a idade que se diz - para a composição de um quarteto estabilizado, seria uma coisa. Entrar para a simultânea estreia a 4 quase foi suicidário.
Percebe-se o fascínio que a possibilidade de burilar um talento como Dier provoque no professor, que é indiscutivelmente bom nessa função de por os diamantes a brilhar. Mas, se sobram dúvidas que Dier tenha melhores características para central ou para médio, já não as tenho quanto à necessidade do momento e aí faz pouco sentido, tirá-lo do eixo da defesa. Não só porque o o próprio Fokobo poderia exercer a função na linha média, mas sobretudo porque deixa de fora um jogador como André Martins.
Percebe-se a sua ausência - refiro-me a André Martins - no jogo com o FCP. A estratégia não passava pela posse de bola mas pelo rápida colocação da bola na frente e por um meio-campo mais físico pelo que se pode compreender a sua utilização na equipa B, para não perder o ritmo. Já protelar a sua entrada até ao limite ontem não. Muito menos a sua utilização em ritmo aleatório e quase trimestral.
No final das notas individuais o apontamento para Bruma. Não faltará quem lhe conte histórias de sucessos vindouros. Haja alguém que lhe diga, para que não tenha que viver a sua própria decepção juntamente com as alheias, que tem muita broa para roer. É que há jogos que não se consegue brilhar, e ele vai ter muitos assim. Mas nunca se pode ir para o banho desligado do compromisso mínimo com a equipa.
Não está em causa o potencial dos jogadores ontem chamados a jogo. Mas. neste momento das suas carreiras, mais do que valor comprovado existe apenas potencial. Quase todos eles terão uma carreira profissional, é porém ainda cedo deliberar quais se destacarão da mediania e quantos deles terão valor para jogar num grande, que é como se deve projectar sempre o Sporting. A excepção concedo-a apenas a Dier.
Já aqui o afirmei anteriormente e os resultados da equipa só o têm comprovado. Projectar o futebol do Sporting, nomeadamente a próxima época, com uma maioria de jogadores sub-20 como titulares, é uma ilusão se a ideia para o futebol do Sporting é manter-se como um dos 3 grandes. E, pesem as dificuldades, não há nenhuma razão para deixar de o fazer. Mas se for esta a ideia então avise-se já os adeptos que o objectivo para o ano é ficar algures entre os 8 primeiros.
P.S. - Foram muitas as noticias nos últimos dias mas a ausência de posts foi a minha singela homenagem a João Rocha. O respeito e o luto sentem-se e são mais importantes que declarações de circunstâncias. Na semana que aí vem debruçar-me-ei sobre alguns destes acontecimentos, nomeadamente as entrevistas dos candidatos e em particular sobre o que tem sido a campanha.