Almirantes e grumetes
É possível ganhar uma batalha à Naval mesmo quando 2 dos porta-aviões da frota verde e branca se põem a jeito dos mísseis que saem dos apitos. Esta é a ilação mais importante a retirar do jogo de ontem. Mas esta só serve para frotas inimigas como a da equipa figueirense, que se dá melhor no papel de corsário, pilhando e fugindo, do tendo que invadir e conquistar. Digo isto para que sirva de aviso a Caneira e Derlei. Ontem portaram-se mais uma vez pior que os meninos da Escola Naval de Alcochete. Do árbitro a dúvida que me fica é se usaria o mesmo critério apertado caso os equipamentos fossem outros.
Foram precisamente os grumetes de Alcochete que tiveram que remar e retirar a balde a água que entrava a rodos nos rombos deixados pelos almirantes. O habitual na Marinha. E um hábito que parece querer instalar-se na frota verde e branca. É hoje realçado por muitos o facto de o Sporting ter terminado o jogo com uma maioria de jogadores oriundos da cantera, como se isso correspondesse a uma estratégia e não a factores casuísticos como o elevado número de lesionados e das expulsões aludidas.
Desmistifiquemos: apenas Moutinho e Veloso são apostas seguras. Patricio foi obrigado a crescer à pressa, nas circunstâncias sabidas,lançado numa fogueira onde se queima e nos chamusca de vez em quando. Ontem dividiu com Liedson as culpas da vitória. Carriço está muito bem, confirmando que o muito que dele se espera é mais do que justificado. Mas só lá está porque Tonel está de baixa. Adrien jogou ontem os primeiros minutos no campeonato e deixou evidente que precisa de confiança, coisa que não conseguirá sendo lançado apenas uns minutos e em fogueiras como a de ontem. Pereirinha está longe do miúdo franzino e tímido que apanhou o metro nos Olivais e chegou ao Campo Grande em Janeiro de 2007. Mas também só aparece quando parece não haver mais ninguém e assim, tal como a Adrien, será injusto pedir mais do que têm dado.
Seria injusto não destacar a forma como a equipa de uniu e não se afundou perante o infortúnio (a lesão de Abel) e o disparate (Derlei e Caneira). Assim como seria injusto não destacar entre todos a acção de Liedson, que, com 2 e por vezes 3 guardas a ocuparem-se dele em exclusivo, atenuou a inferioridade numérica em que havíamos caído. Um almirante dos pés à cabeça. Não fora ele e Patricio mais o colectivo na hora de entrincheirar, e estaria a escrever-vos uma história trágico-maritima.
Do resto um jogo pobre. Mais um em que poderia ter cabeceado de tédio no sofá não fora o tal critério apertado de um e falta dele de outros (2). Mais um jogo em que fico satisfeito por ter ganho e apreensivo com o que esperar do resto da época.
0 Comentários:
Enviar um comentário
Este blogue compromete-se a respeitar as opiniões dos seus leitores.
Para todos os efeitos a responsabilidade dos comentários é de quem os produz.
A existência da caixa de comentários visa dar a oportunidade aos leitores de expressarem as suas opiniões sobre o artigo que lhe está relacionado, bem como a promoção do debate de ideias e não a agressão e confrontação.
Daremos preferência aos comentários que entendermos privilegiarem a opinião própria do que a opinião que os leitores têm sobre a opinião de terceiros aqui emitida. Esta será tolerada desde que respeite o interlocutor.
Insultos, afirmações provocatórias ou ofensivas serão rejeitados liminarmente.
Não serão tolerados comentários com links promocionais ou que não estejam directamente ligados ao post em discussão.