Refrear ânimos
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Festa? Só na bancada... |
Ao invés de chanfana ou do cabrito assado, saiu-nos uma bela duma arrozada... à valenciana.
Nem tudo foi mau no jogo de apresentação do Leão. É certo que os jogadores leoninos foram solidários com o exemplar de quatro patas e apresentaram-se quase sempre enjaulados por uma pressão alta do Valência, que cedo, devolveu o veneno que o Sporting tinha dado a experimentar à Juventus. Nunca os pupilos de Domingos conseguiram verdadeiramente superar essa dificuldade. Já lá vamos… Antes, impõe a verdade que se diga que, no primeiro jogo em Alvalade, confirmou-se a invasão de adeptos que se perspectivava. Foi nas bancadas repletas, de resto, que se registou a (única) boa surpresa da noite, já que estiveram 49.000 almas sequiosas de ver o Sporting de volta. Mas hoje os adeptos presentes no Estádio José Alvalade viram o Sporting fazer gazeta.
A primeira parte foi lastimável, com os já identificados buracos nas laterais, principalmente a esquerda (que continua a ser um autentico passador para jogadores adversários), a sinalizar o ainda muito trabalho que Domingos tem por fazer. Defensivamente, o sector que se dizia mais alinhavado, demonstrou muitas fragilidades. Sim, precisamos algures por ali, de um huno, que imponha respeito ao inimigo, mas só isso não chega. Em posse o SCP raramente conseguiu sair da sua zona defensiva com a bola dominada e quando a perdia, fazia-o demasiado cedo e perto da sua área. Depois, pernas para agarrar os velozes avançados espanhóis, lançados a todo o gás e com espaço para avançar livremente na direcção de Patrício, foi coisa que o quarteto defensivo nunca conseguiu demonstrar. Rinaudo bem recuava, na vã tentativa de comunicar com a restante equipa, mas esta mantinha-se teimosamente afastada dos colegas da defesa e do trinco argentino. A constante recuperação da bola e consequentes ataques valencianos sucediam-se a um ritmo avassalador e o marcador foi subindo, com alguma facilidade. O resultado ao intervalo não espantava.
Na segunda parte o jogo abrandou, e nesse ritmo mais pastelão, lá conseguimos equilibrar ‘a coisa’. Não chegou para disfarçar um resultado pesado, numa altura que permite corrigir erros, refrear os ânimos e trabalhar com mais afinco. Se o entusiasmo após o Jogo de Toronto não era adequado, esta ‘desilusão’ caseira, também não deverá fazer mossa na nossa crença.
De qualquer forma, a dúvida sobre o que vale este Sporting actualmente foi lançada. Agora, venha o Ramon de Carranza, para tirar mais conclusões.
Nota final para as combinações da segunda-parte na faixa direita após entrada de Pereirinha e, mais tarde, Carillo. Dentro do relvado, foi das poucas coisas agradáveis de se ver…