“Nem com o onze do Barcelona o Sporting era campeão”
A frase é de Paulo Sérgio e foi ontem proferida na entrevista que concedeu à Sport TV a que assisti com alguma relutância. Paulo Sérgio representa o passado que, mesmo que muito recente, espero que não se volte a repetir em Alvalade. Esse foi o tempo em que qualquer um podia ser treinador do Sporting.
É óbvio que o treinador não foi o único culpado do descalabro da época passada que veio na continuidade do que havia sucedido na anterior. Mas Paulo Sérgio acabou por confirmar porque razão o seu perfil, mais do que o curriculum que o precedia, o desaconselhava como treinador de um clube como o Sporting. Ao longo do tempo em que foi treinador, e em especial na pré-época, foi um pau mandado nas mãos de Bettencourt e Costinha, deixando-os delapidar o valor que remanescia duma equipa que havia ganho alguns troféus e tinha estado perto de ser campeã. Como várias vezes aqui questionei o Sporting não se reforçou verdadeiramente, foi apenas preenchendo os lugares vagos.
Com tudo isso juntou-se-lhe a incapacidade do treinador em criar mecanismos colectivos suficientes para poder pelo menos responder aos serviços mínimos. A forma como mudou consecutivamente os "onze" revelam impreparação e ausência de estratégia certamente originadas na instabilidade emocional que ontem ficou bem documentada. Com o 11 do Barcelona dificilmente seríamos campeões se o treinador fosse Paulo Sérgio.
Depois da entrevista em que ficou bem patente que para ele o problema resolvia-se sempre com mais jogadores pergunto-me se Paulo Sérgio já terá conseguido perceber como é que o Braga, com um plantel inferior ao nosso, quase era campeão o ano passado e fez a época que fez este ano, eliminando Sevilha, Liverpool, Dínamo de Kiev e SLB, tendo a meio do ano feito o downgrade do seu plantel. O Domingos que lhe explique.