quinta-feira, 28 de janeiro de 2016

Quantos Coates precisa o Sporting para se abrigar?

Sebastian Coates é o novo defesa central e chega como o desejado patrão, tão ansiado por Jorge Jesus. Uma aposta assim elevada parece demonstrar que não estamos apenas a colmatar a ausência temporária de Tobias Figueiredo por lesão, mas à procura de melhor desempenho no sector recuado. 

Justifica-se a sua contratação, nestes termos? Creio que sim. Paulo Oliveira e Naldo jogam nos limites das suas possibilidades, mas é natural que Jesus procure algo mais do que "arroz e feijão" (expressão usada pelos brasileiros para definir os centrais que jogam simples) logo a partir de trás. Parece-me também a constatação da desconfiança relativamente a Ewerton, que já várias vezes deixou Jorge Jesus pendurado. Ora porque não podia jogar, ora porque jogando, acabou por sair em momentos complicados das partidas.

Sob o foco dos scouters de todo o mundo desde 2009, Sebastian Coates chega ao Sporting à procura do futuro que tarda em encontrar. Não foi por acaso que já lhe chamaram "Luganito", apontando-o como sucessor do capitão e ídolo do Uruguai Diego Lugano. Projectos falhados como o Liverpool, onde chegou em 2011, a troco de oito milhões de libras, e sucessivas lesões graves e de demorada recuperação são as razões mais frequentemente apontadas como obstáculos ao sucesso e reconhecimento. Ao ponto de perder a titularidade quer nos clubes quer nas selecções.

Quando apareceu em 2009 Coates surpreendeu pela rapidez que exibia para um jogador com o seu porte atlético (1,96m). Porém foi um apurado sentido posicional e leitura de jogo que o notabilizaram, o que frequentemente lhe permitia antecipar as jogadas e estar no sitio certo. Apesar da sua tenra idade, Coates construiu uma imagem de central de perfil cerebral, mesmo em situações de pressão, o que de certo modo justificava a sua precoce aparição como titular do Nacional de Montevideu e depois na selecção.

Hoje, com 25 anos, a sua silhueta esguia está moldado por mais músculos, certamente fruto do trabalho físico tão habitual em Inglaterra e que parece ser responsável pela menor rapidez. É pelo facto de ter perdido a titularidade no Sunderland, onde acumulou quase 1.500 minutos de jogo, que o Sporting viu abrir-se a janela de oportunidade de o contratar. Uma jogada de risco para ambos os lados porque se se trata de um jogador obviamente caro e com estatuto a exigir titularidade, não é menos verdade que há sempre um risco latente para um atleta que desce da Premier League para uma liga considerada menor e logo para integrar a equipa que a lidera. O facto de já não haver jogos para experimentações e rodagem acentuam o índice se risco.


O que o "caso Slimani" nos veio anunciar é que o sistema já é à prova de novas tecnologias 

Brincando com o nome do novo central, pronunciando-o ao jeito anglo-saxónico (coats = casacos)  formulei o titulo do presente artigo. O objectivo é aproveitar também esta ocasião para abordar o recente desenvolvimento no caso Slimani, em que o jogador passa a ser objecto de procedimento disciplinar. Face às imagens disponíveis e sobejamente conhecidas de todos pode-se considerar aceitável aquela acção. Já o mesmo não se pode dizer do arquivamento dos processos intentados pelo Sporting a alguns dos jogadores do SLB, que tiveram comportamentos semelhantes ou até mesmo mais graves e que as imagens, conhecidas de todos também, documentam. 


O recurso à parcialidade num qualquer julgamento costuma ser acompanhado de algum disfarce ou manobra de diversão. A forma descarada com que se toma esta decisão revelam a frieza e segurança dos sicários que se sabem a coberto de qualquer punição. Contam com o silêncio cúmplice de todos quantos gostando de futebol preferem calar-se por lassidão ou conveniência. As imagens valem mesmo por mil palavras, sendo por isso reveladoras.

Mas se quisermos ficar apenas pelas palavras há que acrescentar mais um dado que torna esta decisão incompreensível: Nos regulamentos da FPF só é possível o castigo a um jogador com base no que está escrito nos relatórios dos jogos. Ora o lance do Slimani, bem como todos os outros dos jogadores do SLB, não constam do relatório do jogo.

Como é que o Conselho de Disciplina contornou este "pormenor"? Chama o árbitro de jogo que, à posteriori (!) se pronuncia sobre o lance, acolhendo a teoria do SLB. Já sobre actos de igual teor praticados por jogadores benfiquistas o árbitro declara que "não vê qualquer agressão." Face ao que as imagens documentam, isto seria suficiente para colocar em causa a sua capacidade para o exercício da função, para defesa do futebol e até do próprio, como seria natural.

Obviamente que esta grau de articulação entre Conselho de Disciplina e arbitragem para satisfazer uma das partes (o SLB) não é casual. Mas há algo de muito mais grave em tudo isto e que parece para já estar a escapar à atenção geral:

Este nível de comprometimento e parcialidade demonstra que a introdução de novas tecnologias não será suficiente para garantir a isenção e verdade desportiva e a credibilização do futebol. É isso que me parece estar a ficar agora demonstrado quando um órgão disciplinar e um juiz conseguem distorcer e contornar o que é claro e evidente para todos. É isto que o famigerado sistema parece querer agora anunciar.

Poder-se-á perguntar se tudo isto não é apenas uma tentativa de desestabilização, e que no final prevalecerá o bom-senso? Confesso que, depois de ter assistido ao "porco a andar de bicicleta jurídico" que foi a invenção do "dolo sem intenção" tudo é possível.

Voltando ao titulo do post, "quantos Coates precisa o Sporting para se abrigar"? Pois não sei. É que se e certo que quem anda à chuva se pode molhar, gente deste jaez é capaz de fazer a chuva cair de baixo para cima, tornando completamente inútil o melhor dos casacos, por impermeáveis que sejam.

quarta-feira, 27 de janeiro de 2016

Taça da Liga: a lição que veio do Sul

Não foi ontem que o Sporting ficou arredado a Taça da Liga, como facilmente se percebe. O destino já havia ficado traçado num jogo de todo infeliz ante o Portimonense no Algarve. O clube do extremo sul de Portugal obteve assim um merecido prémio, tendo em conta a brilhante carreira realizada. Não só ganhou todos os jogos aos adversários de primeira liga, como é neste momento a equipa mais concretizadora da competição, com nove golos. 

A sua aposta total na competição, alinhando em todos os jogos sem grandes alterações à sua equipa base, rendeu-lhe dividendos, recebendo daí o justo prémio. Como reverso da medalha não passará em claro o hipotético custo que tal lhe poderá ter acarretado: perdeu o jogo do passado fim-de-semana em casa com o Desportivo das Aves. Daí que seja justifique a pergunta: se tivéssemos feito o mesmo teríamos obtido o mesmo resultado? 

Honestamente ninguém pode responder a esta pergunta. É minha convicção que a eliminação desta competição foi um misto de infelicidade - uma vez que no jogo de Portimão tudo o que podia correr mal, correu - e de consequência pelas mexidas na estrutura da equipa. Em teoria, jogando com esta equipa (a que esteve em Portimão) somos quase obrigados a pelo menos não perder:
Porém, na prática, e até atendendo ao que vem acontecendo na presente época, verifica-se que na ausência de jogadores nucleares (Adrien, João Mário, Ruiz e Slimani) a equipa perde consistência e intensidade. No caso particular deste jogo fatal de Portimão, pareceu-me que faltou, sobretudo no meio-campo, capacidade de resposta organizada nos diversos momentos de jogo e especialmente capacidade de choque e luta na recuperação da bola e que de certa forma está ligado às características dos jogadores escolhidos para alinhar em simultâneo. Coisa que, para jogos com equipas da segunda liga, é um registo imprescindível.

terça-feira, 26 de janeiro de 2016

Onde está um comunicado quando mais precisamos dele?

Os jornais de hoje insistem na pista da perda de última hora dos dois jogadores do Marítimo para o rival FCP. Até agora o Sporting não se pronunciou mas talvez o devesse já ter feito, sob pena de estar a deixar passar a versão que menos lhe interessa e lhe causa embaraço. 

Isto tem duas leituras possíveis:

1- Os jogadores nunca interessaram e o Sporting deixou-se cozer em lume brando, sabendo que, como em tantas outras ocasiões, o seu nome poderia estar a ser servido para o desfecho agora conhecido. Não teria sido melhor ter atalhado logo e, em jogada de antecipação, ter desmascarado esta estratégia?

2- Ou então o Sporting estava mesmo interessado nos jogadores, ou em algum deles, e as histórias que hoje se contam nos jornais são verdade, ou pelo menos partes dela são. Se assim for, (e porque não nos chamamos todos Vasco...) haverá que perguntar:

           2.1- Como é que o Sporting consegue sequer conceber a possibilidade de negociar com Carlos Pereira, ou mesmo que o faça indirectamente, contribuir para o seu clube com qualquer tipo de receita?

          2.2- Como é que o Sporting, ainda mais depois de ser público o interesse nos jogadores, com sucessivas capas de jornais, esperou pelo jogo do Marítimo no Porto para fechar o negócio, sabendo do histórico de Pinto da Costa relativamente ao nosso clube? Se assim foi, não foi só incompetente, foi de uma ingenuidade imprópria para quem está num mercado com as características do nosso.

Confesso, como já havia feito no post anterior, que não me causa  menor pena ver os jogadores partirem para outras paragens, pelo que a sensação de perda é nula. Jogadores como Marega e pelo preço que teríamos que pagar, há tantos como há peixes no mar.

Quanto a José Sá, o facto de ser português e parecer ter qualidades não ilude que teria que aguardar a sua vez,  até Patrício se lesionar ou sair, o que o afastaria do trajecto de evolução que ainda necessita. Acresce ainda que se juntaria a outro guarda-redes de tenra idade, o que é duvidoso ser a melhor das estratégias. Todos sabemos quanto nos custou a evolução de Patrício.

Não menos importante é perceber como se podem suceder casos como Mitroglu, Cervi, Danilo, sem que haja qualquer indicio de se aprender com os erros. Mais ainda sabendo como sabemos que temos menos meios e que estamos sobre o olhar atento (versão simpática) de uma coligação de interesses entre FCP e SLB, que seguramente nem dormem enquanto o nome do Sporting estiver inscrito no primeiro lugar da classificação. Até tu, Sousa Tavares!?...

segunda-feira, 25 de janeiro de 2016

Marega e José Sá: mais um golpe que o FCP deu ao Sporting

Vamos dar de barato que o interesse do Sporting em José Sá e Marega era até real,  como era o de Danilo (este sim, já admitido pelo Sporting). São três jogadores numa só época e todos com bilhete de ida da Madeira e chegada ao Porto. O que é novo é que dantes as primeiras páginas dos jornais, com mais ou menos erros ou ênfase, reportavam não apenas o "roubo" de jogadores mas também e quase sempre o da usurpação do primeiro lugar. Ora há aqui uma mudança importante ao padrão anterior que é digna de registo: Os jogadores vão mas o primeiro lugar fica. Que eles continuem contentes com estes "golpes" e que nós continuemos felizes com o primeiro lugar.

Isto dito, duas linhas sobre o que penso sobre Marega, porque de José Sá falei já no post anterior:  o que não falta por aí são jogadores de valor equivalente, pelo que a sua contratação pelo FCP não pode ser encarado como uma perda. Acrescento ainda sobre esta matéria que me é muito difícil de aceitar que o Sporting, com o histórico que tem com presidente do Marítimo, aceite sentar-se com ele à mesa para negociar o que quer que seja. Espero pois que tudo não passe de especulações.

sexta-feira, 22 de janeiro de 2016

O castigo de Bruno de Carvalho, as infelicidades de Jesus e outros protagonistas

Na sequência do jogo para a Taça da Liga tinha prometido que falaria de alguns nomes que a atenção dos adeptos e dos média estavam a trazer para as primeiras páginas da actualidade. Será esse o tema do artigo de hoje.

O castigo de Bruno Carvalho
Como o próprio reconheceu, o castigo entretanto aplicado foi justo. Ao ser afastado do banco poderá viver com menos intensidade as incidências da partida e quem sabe repensar a sua posição. Como o próprio Jesus afirmou, do ponto de vista técnico, a importância da sua presença no banco é nula. Já do ponto de vista institucional não é. Tendo em conta a postura que entendeu adoptar na luta do que lhe parecem ser os interesses do Sporting fica ali mesmo à mão de semear para ajuste de contas e até humilhações. A repensar.

Jorge Jesus
O treinador não está a ser nada feliz nas provas a eliminar desde o início da época, onde tem coleccionado desaires. Foi assim com o afastamento da fase de grupos na Liga dos Campeões, foi a carreira cheia de sobressaltos na fase de grupos da Liga Europa, foi a eliminação na Taça de Portugal e é agora a situação periclitante e de sucesso improvável na Taça da Liga. É declaradamente assumida a aposta praticamente total no campeonato nacional, onde Sporting tem sido dominador quase desde o início. Uma jogada de risco calculado ou um all-in pouco racional?

Não sou capaz de dar uma resposta taxativa. Isto porque creio que ninguém terá dúvidas da importância que tem para o clube voltar a vencer um campeonato e se tal tivesse que acontecer à custa de todas as outras competições teria subscrição muito próxima da unanimidade. Se tivesse que fazer alguma crítica esta recairia no número de alterações que o técnico realiza, deixando a equipa órfã de talento, consistência e identidade. Não seria possível ser mais cirúrgico, pelo menos até estar assegurada a continuidade por exemplo, na Taça da Liga? Nunca saberemos a resposta a estas interrogações pelo que, enquanto a liderança do campeonato for uma realidade, a estratégia de Jesus tem validação automática.

William
Hoje dizer que o desempenho de William já conheceu melhor acerto e maior fulgor é perfeitamente consensual. Como descarto à partida que o jogador se tenha acomodado e viva dos rendimentos - isso seria impossível com praticamente todos os treinadores, com Jesus é mesmo - interroguei-me já bastantes vezes sobre as razões do eclipse, logo num jogador que parecia ser dos que mais ganharia com a chegada de Jesus. Obviamente que a pista de "mouro na costa" - leia-se propostas milionárias - tem de ser sempre equacionada num jogador com o seu potencial e com a visibilidade já adquirida. Mas inclino-me para uma hipotética falta de adaptação/resposta que o modelo de Jesus lhe esteja a provocar.

Começo a explorar esta possibilidade ao constatar que, ao longo de toda a época até agora disputada não vimos ainda um jogo completo "à William". O 4x4x2 de Jesus parece estar a tirá-lo da sua zona de conforto. Ao contrário do 4x3x3, onde o melhor William apareceu e deu cartas, o modelo de Jesus pede-lhe funções mais alargadas e obriga-o a articular mais com o companheiro de sector, Adrien. Tem que ser menos posicional, sendo mais exigente do ponto de vista físico, da concentração e da reacção. Como ele percebe, melhor e de forma mais célere que ninguém, que não está a responder como seria esperado, é natural que o primeiro sinal seja de falta de confiança. A forma como sair deste desafio definirá o seu futuro próximo. Não vejo Jesus a desistir dele porque, mais do que ninguém, perceberá o seu potencial. Mas, no limite, não recuso a ideia de Jesus optar por João Mário ao lado de Adrien, este sim, a aproveitar muito bem a mudança de treinador.

Boeck
Ao que parece estará de regresso ao Brasil. Assisto com pena a uma série de comentários pouco abonatórios para o eterno suplente de Patrício. Está precisamente aí, na eternidade em que espera por uma oportunidade, a razão para as suas infelizes aparições recentes. Pela especificidade da função, são muito raros os casos de guarda-redes que aparecem no seu melhor após longas paragens. E não é a jogar um par de jogos por ano, de forma intercalada, que se chega à forma. Acresce que gosto da forma como vestiu a nossa camisola pelo que, nesta hora, não o podia esquecer, chama-se a isso gratidão. Não deixo também de crer que Patrício não se teria afirmado e crescido se não pressentisse atrás de si alguém capaz de com ele disputar o lugar. Sê feliz Marcelo.

Já quanto à substituição fico com sentimentos mistos ao ouvir o nome de José Sá. Reconheço-lhe alguma qualidade mas não me parece que Rui Patrício vá perder o sono com a sua presença. Na idade em que está precisa de jogar. Mesmo que o faça na equipa B não vejo como possa já constituir uma alternativa segura a possíveis ausências do nosso habitual titular. Em suma, se tudo isto se confirmar, no curto/médio prazo não ficamos melhor.

Teo
Seguramente que este Teo, o que (não) temos visto com a nossa camisola, "não é o mesmo" que tem sido titular da sua selecção e, com isso, sentado no banco nomes aparentemente improváveis como Jackson. Agora que parece  que se estão a abrir as portas para um regresso ao seu continente de origem, aceito resignado a ideia de o ver partir. À cabeça está o seu pelo menos aparente pouco compromisso com a equipa e por consequência com os objectivos do clube. Se, como parece ser verdade, é o próprio a querer ir embora, compre-se o bilhete já hoje. Não há nada pior numa equipa que um elemento onde apenas o corpo está presente. Isto agravado do facto de ser dos que mais deve cobrar ao fim-do-mês. Se ficar, que fique de cabeça limpa e com vontade de nos demonstrar o que é Jesus viu nele para o ir buscar.

Novidades
Não deu ainda para fazer grandes avaliações sobre os reforços Zeegelaar e Schelotto. Outra coisa seria se estes tivessem sido integrados naquela que se entende seja a melhor equipa. Ainda assim arriscaria dizer que há ainda muito caminho para andar até compreenderem o que Jesus pretende que façam.

quinta-feira, 21 de janeiro de 2016

"Um clube que então, internacionalmente, não contava nada, ninguém sabia quem era o Sporting"

Quiz: 

Quem proferiu a declaração que serve de titulo ao post (onde falta "até eu chegar" para ficar completo) e que oblitera mais de um século de história do Sporting Clube de Portugal?

1- Luis Filipe Vieira

2- Pinto da Costa

3- Bruno de Carvalho

4- Um humorista

Por via das dúvidas o palmarés internacional do Sporting pode ser consultado neste link: Palmarés Internacional do Sporting Clube de Portugal,  estando algumas  das conquistas mais emblemáticas descritas na imagem que ilustra o post.

quarta-feira, 20 de janeiro de 2016

Taça da Liga: ligados à máquina, à espera do milagre

Antes de me debruçar sobre exibição do Sporting e dela extrair os respectivos sinais e consequências julgo ser de inteira justiça reconhecer o mérito do Portimonense na vitória ontem alcançada. Com ela tem quase selada a passagem à fase seguinte, sendo muito difícil ao Sporting impedir que se aponha o carimbo que falta.

Não foi por falta de aviso prévio que o jogo não foi encarado como sendo de alguma dificuldade. O Portimonense está a realizar uma boa campanha na divisão inferior, sendo até um dos candidatos à subida e até já havia goleado o Arouca. E, tal como Jesus reconheceu na conferência de imprensa que antecedeu o jogo, a diferença de competitividade entre as equipas deste escalão (especialmente as que podem subir) e grande parte das que disputam a primeira Liga é muito ténue, se é que existe. 

Sobre o jogo propriamente dito, devo dizer que discordo da análise, recorrente sempre que se perde, que a derrota resulta de menor empenho dos jogadores. Por um lado é natural, porque eles são homens como nós, que os jogadores olhem para estes jogos de modo diferente que o que sucederia se fosse um dérby ou um clássico. Depois, se todos acham que esta é terceira competição em importância, como é que se pode pensar ou até pedir que este sentimento não se propague aos jogadores? Isto não é uma questão de maior ou menor profissionalismo, ou ganhar muito ou pouco, tem a ver com a condição e natureza humana.

Considerações de ordem filosófica à parte, não me parece que seja muito importante procurar exaustivamente as razões desta derrota, porque elas são fáceis de encontrar. Para tal consideraria:

- A ausência de quatro jogadores-chave na equipa de Jesus, e que têm sido determinantes para o percurso positivo da equipa este ano: Adrien, Ruiz, João Mário e Slimani. Por esta ordem.

- A inclusão de jogadores sem grande ritmo de jogo e sem grandes rotinas colectivas entre si que não sejam as que decorrem do treino. Falta-lhes muitos minutos de jogo, o treino, por muito rigoroso e bem ministrado que seja, não deixa de ser uma simulação da realidade.

- O decorrer do jogo com um resultado adverso levou a equipa a perder a identidade, o que foi acentuado, pelo dois pontos acima descritos. Nos jogos recentes não me recordo de tanto recurso ao cruzamento, especialmente na segunda metade da partida. Quase não se viram as triangulações, as progressões em apoio, o jogo interior que torna esta equipa muito difícil de suster. Ainda assim, embora de forma sôfrega, criámos oportunidades suficientes para construir um resultado mais de acordo com os nossos interesses.

- As incidências do próprio jogo, que ocorrem de forma aleatória, umas vezes em nosso favor, outras vezes contra. Ontem não fomos eficazes na finalização mas também não tivemos uma ponta de felicidade em todos os momentos em que poderíamos ter alterado o curso do resultado.

Mas se não vale a pena perder muito tempo a tentar compreender as razões da derrota, já me parece justificar-se olhar para as consequências e sobretudo para as reacções que se vão notando aqui e acolá.

Quanto às consequências é fácil perceber que, com já foi reconhecido acima, estamos com pé e meio fora da competição. De forma muito clara e objectiva estamos a ponto de poder ganhar "apenas" este ano o campeonato nacional, uma vez que a Taça de Portugal já era e a da Liga vai a caminho.

Quanto às reacções de alguma desorientação patente em alguns comentários, (de adeptos e até de comentadores) essas já me merecem algumas considerações. Como por exemplo:

- Não há boas derrotas, pelo a que de ontem não o foi. Mas não é honesto do ponto de vista intelectual extrapolar o resultado de ontem para precipitar conclusões de índole especialmente negativa. Considerar, a partir dai, que o Sporting está num mau momento parece-me manifestamente exagerado, mas dá jeito a quem olha para o topo da classificação e não gosta do nome que lá vê inscrito.

- É certo que é a segunda derrota consecutiva (o empate com o Tondela é assim por mim considerado) e que num curto espaço de tempo sofremos três derrotas, um número importante face ao percurso nacional imaculado. 

- A derrota de ontem não tem nada a ver com o que aconteceu com o União da Madeira e com o Tondela. A explicação para essas é que me são mais difíceis de perceber e até aceitar, porque ocorreram na mais importante competição, com a nossa melhor equipa em campo. 

- Seria lamentável que um resultado negativo numa competição "terciária" fizesse abalar a confiança e a empatia entre a equipa e adeptos e que em muitos casos foi responsável pela obtenção de bons resultados, quando estes pareciam difíceis de obter. Esse tipo de sentimentos propagam-se das bancadas ao relvado e influenciam comportamento dos jogadores. É por isso importante desde já "invadir" Paços de Ferreira!

- Tendo em conta o que é dito acima, não faz sentido, a partir do jogo de ontem, individualizar as culpas num jogador em particular, porque não foi uma falha individual ou uma pior prestação que determinou o resultado.

Uma vez que o post já vai longo fica para posterior oportunidade a individualização de alguns comentários sobre alguns elementos actualmente sobre o foco muito particular dos adeptos.

terça-feira, 19 de janeiro de 2016

Quem está mais alto e mais forte? Qual o efeito Peseiro?

A primeira jornada da segunda volta do campeonato proporcionou três resultados diferentes entre os três grandes, sendo difícil de atribuir o titulo de maior surpresa ao empate caseiro do Sporting com o Tondela ou à derrota do FC Porto em Guimarães. Desses resultados que conclusões extrair no que diz respeito à corrida ao titulo? 
  1. A única que se pode invocar para já com total segurança é que o vencedor dessa corrida está longe de estar decidido. 
  2. Outra ainda que se pode extrair é que não há ainda nenhum favorito declarado. A classificação e a distância pontual entre as equipas tem oscilado consoante o momento de cada uma, tendo-se assistido, em apenas três jornadas, a alterações significativas na classificação.
Façamos então a avaliação da força de cada uma das candidaturas pela perspectiva que o momento nos possibilita.

- O FC Porto cai para terceiro lugar e será essa a posição que a sua candidatura terá caso não seja muito feliz no processo de escolha do sucessor de Lopetegui. Como se viu nos últimos é uma equipa em perda quer pela contestação que estava a ser sujeito o treinador, quer agora pela orfandade de identidade. Neste momento o seu futebol não é azul nem branco, apenas cinzento. Contudo não está ainda arredado do titulo porque, apesar dos erros cometidos na formação no plantel, este contém valor suficiente para melhorar substancialmente a sua competitividade. Não no actual contexto, obviamente, em que os jogadores, sem confiança, se exibem muito abaixo do que são capazes. Além do treinador parece-me também ser necessário resolver o problema da insuficiência de Aboubakar e talvez ainda um central de perfil diferente dos que agora possui.

Entra agora nesta equação José Peseiro, um nosso velho conhecido e um tanto ou quanto injustiçado. Pode-se afirmar, sem grandes receios de ser contrariado que, até à entrada agora de Jesus, foi dele o melhor e mais consistente futebol que vimos em Alvalade. Saiu em sob o peso de duas derrotas duras em casa que nunca soubemos digerir, optando por responsabilizá-lo em exclusivo. Não voltamos a ter uma época como a de 2005, sendo caso para perguntar se o "quase" de Peseiro não é muito melhor do que muitos nadas que entretanto coleccionamos.

E agora no FC Porto? No campeonato estará dependente do arranque sob a sua liderança. Não poderá perder muitos mais pontos, a menos que o mesmo suceda com os seus rivais directos. Pode até não demorar muito a impor os seus conceitos, uma vez que o privilégio dado à posse de bola é o ponto em comum com o seu antecessor. É muito natural que a qualidade em posse cresça e veremos certamente em breve rotinas bem definidas. Jogadores hoje contestados e alguns que perderam o seu espaço podem conhecer novo protagonismo. Por exemplo? Evandro, Ruben Neves. Provavelmente a Brahimi será visto mais ao centro do que nas alas. E se a qualidade com que é servido aumentar, até Boubakar será visto com outros olhos.

- O SL Benfica está agora apenas a um par de pontos do comando, estando muitos furos acima do que parecia ser capaz há um par de meses atrás, quando três derrotas consecutivas com o maior rival e ex-treinador quase fizeram faltar a luz. O futebol exibido está longe de ser o mais elegante e agradável à vista, mas os resultados estão a aparecer em catadupa, com a equipa alardear confiança. A qualidade dos seus executantes na frente de ataque garantem quase sempre golos, sendo de assinalar que recuperou pontos quando se registava a ausência do seus melhores jogadores (Gaitan e Sálvio) que em breve estarão de volta. Acresce ainda a ausência do seu capitão Luisão, tido como fundamental na manobra defensiva da equipa.

- Por último o primeiro, o Sporting. O jogo com o Tondela foi até agora o que me deixou mais perplexo. Compreendi o empate com o Boavista, sob o prisma da procura de um novo equilíbrio que a ausência de Carrillo inevitavelmente teria que suscitar. Compreendi a derrota com o U. Madeira à luz de algum facilitismo e de acidente de percurso em que o futebol é fértil. Mas aquela primeira parte com o Tondela não tenho lugar onde a encaixar. Ainda por cima sem autocarro, se bem com muita pressão, com a qual os jogadores quase nunca souberam lidar. Este acumulado de desilusões com as equipas aparentemente mais fracas do campeonato levaram-nos pontos suficientes que, associados aos que se perderam em casa com o Paços de Ferreira, para acomodar nada mais nada menos que 3 desaires. Que jeito nos dariam para disputar as últimas jornadas do campeonato? Pois... 

A ilação a retirar remete-me ao ponto de partida deste campeonato: o Sporting é o menos favorito dos três candidatos ao titulo. Mas tem sido o que melhor futebol tem exibido, a sua proposta de jogo é a mais sedutora. Mas não há sistemas perfeitos e, como se viu agora com o Tondela, o modelo de Jesus tem riscos que são ainda mais elevados numa equipa que ainda precisa de crescer na compreensão total do que a ideia de jogo do seu técnico exige. Só por ingenuidade se pode pensar que sofrer dois golos com o Tondela em lançamentos em profundidade foi meramente casual.

segunda-feira, 18 de janeiro de 2016

O discurso de Bruno de Carvalho sobre o Estado da Desunião

Estas foram algumas das frases do discurso de Bruno de Carvalho na A.G. do passado sábado que chegaram a público e que vêm descritas no jornal "O Jogo". Já as que vêm descritas no Correio da Manhã vou abster-me de comentar ou porque a fonte não me inspira credibilidade ou porque, a serem verdade, o seu conteúdo é muito rasteirinho e indigno de uma reunião magna de associados do Sporting Clube de Portugal.

"O que não é minimamente admissível é verificar que alguns sportinguistas querem fomentar a desunião. Não é admissível termos pessoas que gostam, especialmente antes de grandes jogos, de dar entrevistas, de dizer que o Sporting está a ser gerido de forma incompetente, que mentem descaradamente em comunicados bacocos e em entrevistas estéreis"

"Continuamos num clube onde há cobardia. Não é apenas de Ruis Barreiros que vivemos, vivemos também de cobardes que se escondem atrás de cartazes e perfis de Facebooks, onde se está a disputar uma das mais vis campanhas contra o Sporting, com pessoas a atacar em uníssono e de forma cobarde esta direção e o seu presidente"

"Ficaram chocados quando o presidente colocou sócios do Sporting em tribunal. É com alguma facilidade com se manipula alguns sportinguistas. Resumiu-se a três, se isto são sócios do Sporting, temos de começar a pensar no perfil de quem pode ser sócio"

"É o momento de escolher que queremos lutar por um Sporting campeão ou se queremos ser um clube de bem, politicamente correto, que não levanta ondas, submisso, de gente boa. Não se ponham lado. Ou querem um Sporting vencedor ou o retrato de um presidente, porque para aqueles presidentes bastava uma foto. Este é o presidente que vocês querem. Para sermos campeões temos de ser todos a lutar por isso"

"Nós continuamos de mangas arregaçadas a lutar pelo Sporting. Aqueles que dizem que o presidente devia reconhecer que era penálti, não foi penálti! Para esses, é andar 14 anos sem vencer, ser diferente é sermos gozados pelos rivais. Se querem um clube apenas para vir votar, jogar às cartas e um presidente refinado e elaborado..."

Quem não se lembra da forma como Bruno de Carvalho apareceu na vida do Sporting até chegar a presidente? Ora esse percurso retira-lhe toda a legitimidade para proferir acusações a sócios que hoje, de forma publica ou privada, manifestem a sua opinião sobre a vida do Sporting. Os que poderão dizer que o tempo lhe veio a dar razão, podem garantir que esta não assiste aos que hoje exercem esse direito?

Estas declarações são absolutamente lamentáveis e só vêm acentuar a minha convicção sobre Bruno de Carvalho: é o seu carácter controverso e a falta de equilíbrio nas declarações que profere que fomentam as reacções de desaprovação. É isso que desvia as atenções do que tem conseguido realizar. Prova disso é que uma AG que devia ser recordada pela aprovação das contas consolidadas ficará recordada por este triste episódio. 

É de todo estranho este foco dado por declarações de um membro do CL que, por sinal, até foi escolha do presidente. O que é que isto importa para o sucesso, ainda por cima num momento particularmente feliz na vida do clube? Quem não está a par da actualidade, e ainda por cima pelo destaque dado que esta matéria tem na comunicação social, será instado a pensar que se vive um momento de sublevação interna, o que não é apenas hiperbólico, é irreal.

Não me lembro, nos piores anos do chamado "roquetismo", igual falta de respeito pelos sócios e perseguição feroz à opinião discordante, com promessas de "purgas" por delito de opinião e  controlo eugénico dos associados, sem que houvesse alguém que manifestasse o mínimo de discordância perante estas declarações completamente desajustadas.

Antes vivia com algum pesar, pelo facto de viver distante de Lisboa, não poder acompanhar pessoalmente acontecimentos importantes na vida do clube, participando com o meu voto nas decisões do clube. 

Hoje, depois de ler o que está descrito acima, constato ainda com maior mágoa, que só me posso congratular por não ter o meu nome associado a um momento como este. Até aquele que deveria ser o representante de TODOS os associados (e não apenas dos que concordam), o PMAG, se comporte como um justiceiro implacável.

As promessas de equidistância e respeito por todas as opiniões eram apenas para ficar bonitas nos cartazes?

sábado, 16 de janeiro de 2016

Penalty ou não, não é a única questão

Há duas perspectivas possíveis para analise sobre a questão do penalty e não tem a ver com o facto de ser mais ou menos sportinguista.


1- Não é penalty como se pode ver pelas imagens na TV. O jogador do Tondela tropeça e vai em queda,  promovendo o contacto com Patrício, que até joga a bola, como também se pode ver na repetição.

2- Não tendo acesso às imagens em câmara lenta o árbitro,  tendo que decidir na hora e não tendo acesso à sua perspectiva do lance, ninguém pode afirmar se decidiu se acordo com o que viu ou com o que quis ver. Tendo marcado penalty, tem que se aceitar a expulsão de Patrício como consequência.

Ora fosse apenas o penalty a actuação do árbitro não me levantaria suspeitas. Mas o que se seguiu obriga a constatar a má vontade do árbitro em relação ao Sporting. Faltas não marcadas ou marcadas ao contrário, paragens de jogo desnecessárias ou excessos de rigor que inevitavelmente enervam uma equipa que até estava a jogar mal e com dificuldades em encontrar a sua identidade. Tudo isto na primeira parte tendo na segunda exibido um critério diferente, mais próximo do que é a sua obrigação e expectável numa actuação imparcial. No escasso tempo de desconto dado que nem sequer respeitou, ainda por cima num jogo cheio de peripécias e paragens, voltou ao seu ponto de partida original. São estes "pormenores" que me deixam desconfiado em relação à arbitragem deste jogo em particular.

Mas mesmo tendo sido um lance que condicionou a actuação da nossa equipa, isso não pode servir para explicar nem o resultado nem uma actuação muito abaixo do que é exigido a quem quer chegar ao fim em primeiro lugar. Pior, para ser campeão o Sporting tem de contar com imponderabilidade do futebol e, no contexto ainda vigente no futebol português, tem de contar com o antagonismo de muitos agentes, sejam eles árbitros, quem os nomeia, quem os avalia e ainda com a oposição feroz da concorrência.

Para finalizar a posição oficial do clube. Se a nossa pretensão sobre introdução das tecnologias de apoio à decisão dos árbitros é sincera e não meramente instrumental (para quando as coisas nos corre mal) devemos sempre lembrá-la em quaisquer circunstâncias, sejam elas a favor dos nossos interesses. Ora isso nem sempre tem acontecido. Ainda pior é invocar opiniões de terceiros,quando estamos de acordo e ignorá-la quando não concordamos. Um bom exemplo do que estou a afirmar é o painel do jornal "O Jogo", quanto mais não seja por na sua composição incluir ex-árbitros que cresceram ao lado do famigerado sistema, tendo com ele lucrado e provavelmente feito parte.

Tendo tudo isto sido dito não posso deixar de concluir o resultado do jogo não se explica apenas pelo lance do penalty. Há muito demérito da nossa parte. A melhor forma de acertar as contas com este jogo é ganhar em Paços de Ferreira. E para isso nada melhor do que um estádio cheio de verde e branco.

sexta-feira, 15 de janeiro de 2016

Sporting - Tondela: Trop Petit

Houve muito, muito pouco Sporting hoje. Falo daquele Sporting mandão e que quer ganhar o jogo desde o primeiro minuto. Há algum mérito de Petit na forma como montou a equipa mas nada que não fosse nossa obrigação contrariar. Os primeiros vinte minutos foram tenebrosos, com perdas de bola consecutivas, a não permitir assentar o nosso jogo. 

Como as aselhices nunca vêm sós haveria de aparecer um penalty e consequente expulsão de Patrício. Não vale a pena entrar na discussão se foi ou não. A minha interpretação é que não é falta. Mas para perceber melhor a decisão do árbitro ficam as decisões que se seguiram, com faltas marcadas ao contrário, outras deixadas passar em branco, parecendo ter como objectivo final a desestabilização da nossa equipa. Enfim, nada de novo e que não tenhamos visto antes.

Ainda assim, e depois de ter conseguido, de forma brilhante, ter dado a reviravolta ao marcador em inferioridade numérica é profundamente frustrante acabar por sofrer um golo em contra-pé. O avançado do Tondela não estava fora-de-jogo, mas já não se pode dizer o mesmo de Jefferson, que estava nitidamente a dormir. 

Tinha dito aqui anteriormente que o jogo com o União da Madeira poderia ser o jogo mais importante na  busca do tão desejado titulo, caso os jogadores retirassem dele os devidos ensinamentos. O mesmo se pode dizer da euforia dos que pensavam que o jogo de hoje eram favas contadas. Este vai ser um campeonato duro, que provavelmente durará até aos últimos minutos. Vai ser preciso nervos de aço e atenção redobrada. E entretanto já lá vão sete pontos com algumas das equipas mais fracas do campeonato...

No meio de tanto ruído há silêncios que envergonham o futebol português

O futebol deslocou o centro de atenção dos relvados para os programas de televisão e os únicos vencedores são os canais que assim vendem audiências. De igual modo os paineleiros que, a troco da venda da alma às máquinas de informação dos clubes, aproveitam para engordar os seus rendimentos. Infelizmente cada vez se fala menos de futebol, sobretudo nos programas que deveriam ser da especialidade. Demasiado ruído,  que se propaga por uma semana, enquanto os jogos duram apenas noventa minutos. Do futebol jogado e daqueles que deveriam ser os protagonistas - treinadores e sobretudo jogadores - muito pouco, quase nada. 

No meio de todo este ruído há vários silêncios particularmente embaraçadores para o futebol português. Há quase uma semana que se fala no interesse do FCP em Sérgio Conceição para ocupar a cadeira, entretanto vaga, de Lopetegui.

Não vale a pena gastar muita tinta sobre o significado deste interesse. É que, chegados aqui e sabedores que os dois clubes se vão encontrar este fim-de-semana,  pouco importa saber se houve ou não reuniões ou se o interesse é ou não real ou se se trata de "manobras da imprensa", a desculpa habitual. 

O que interessa saber é como é que quer o Vitória de Guimarães quer o treinador Sérgio Conceição se mantêm calados, sem ter uma palavra a dizer sobre isto. É que, das duas uma: 

- Ou não há nada e o clube está a ser usado numa jogada muito comum para estar distraído para o que mais lhe devia interessar, os três pontos.

- Ou de facto há negociações a decorrer, o que resulta igualmente embaraçoso para a direcção do clube e treinador. É que, se pusessem os interesses do clube em primeiro lugar, só equacionariam qualquer conversa depois do jogo realizado.
Seja o que for o que se esteja a passar, o silêncio de ambos é particularmente embaraçoso, sobretudo para um clube que nos habituamos a respeitar pelo seu orgulho, grandeza e independência. Já para o FCP este assunto no topo da actualidade não podia ser mais conveniente.

quarta-feira, 13 de janeiro de 2016

VMOC's: vários anos a viver perigosamente

Criou algum alvoroço na semana passada a noticia de que o Sporting estava prestes a perder a maioria do capital da SAD. Tal sucederia caso os VMOC's (acrónimo de "valores mobiliários obrigatoriamente convertíveis") detidos pelos bancos credores fossem imediatamente convertíveis em acções, conforme previsto no plano de reestruturação financeira de 2009. À época este instrumento financeiro foi aqui amplamente debatido, tendo alguma das consequências agora conhecidas sido então antecipadas.

Estamos a falar de um valor de 55 milhões de euros o que, por força da diluição percentual decorrente do aumento de capital para um total de 122 milhões de ações, reduziria a 32% a participação no capital da SAD, apesar do Sporting continuar a deter 42,8 milhões de acções. O BES e o BPI ficavam assim 45% da SAD, resultantes da transformação daquela divida em 55 milhões de ações. A Holdimo de Álvaro Sobrinho e Joaquim Oliveira são os restantes accionistas, sem contar com detentores de quantidades residuais de acções.

Ao contrário do que parece ter sido entendido, pelo menos a julgar pelo silêncio que se instalou sobre o tema, o perigo de perder a maioria da SAD ainda não se extinguiu, uma vez que, até sexta-feira, dia 15de Janeiro, os bancos envolvidos nesta operação têm que se pronunciar, através do envio de carta à SAD, dando conta da aceitação da prorrogação do prazo de pagamento dos VMOC's por mais dez anos. 

Não o fazendo a conversão em acções cumpre-se automaticamente e com ela a perda de maioria do capital. Porém, tal não é crível que venha a acontecer, uma vez que não se vê que vantagens decorreriam para aquelas instituições participarem do capital de uma sociedade que não distribui dividendos e ainda por cima tem um gordo passivo sujeito a apertada dieta.

Se não houver alterações do guião ao filme das VMOC's o problema que agora nos escaldava as mãos transitará para Janeiro de 2016, daqui a dez anos, portanto. Mas terá uma dimensão revista e aumentada, uma vez que já existe uma segunda temporada na "série VMOC's", com a necessidade de liquidar (até 16 de dezembro de 2026), aos mesmos bancos, 80 milhões de euros. 

Esta obrigação foi contratualizada em Dezembro de 2014 aquando da emissão de VMOC's pelo mesmo valor, com um prazo de maturidade de doze anos. Ou seja, se nada foi for feito até lá, em 2026 o Sporting, só por via das VMOC's, terá que desembolsar nada mais nada menos que 133 milhões de euros! Sim, leu bem, cento e trinta e três milhões de euros, não contabilizados os juros. Basta falhar apenas a liquidação de um dos valores em causa para a maioria da SAD se finar. E de fora ainda ficam os valores de despesa de gestão corrente ou do serviço da divida.

Face a estes números astronómicos é mais do que legitimo questionar o acerto das opções tomadas e qual o grau de exequibilidade real destas medidas. Tendo estas sido tomadas sempre sob o signo da emergência e como inevitável alternativa ao caos, não houve tempo nem discernimento para pensar em alternativas. Importa pelo menos agora que se perceba que, em nome da viabilização do presente possível, colocamos um grande ponto de interrogação no horizonte.

Na voz corrente dos entendidos é comum ouvir dizer e ler que, face às circunstâncias, o Sporting tem conseguido bons acordos com os bancos credores.  De tal forma que os nossos rivais, já enciumados pelo nosso lugar na classificação geral, descobriram aqui nova matéria para olharem para o Sporting com redobrado rancor. Sim, os mesmos que nos consideram pobres falidos e à beira da extinção reclamam tratamento idêntico ao que foi dispensado a eles, que se consideram ricos e exemplos de gestão. Enfim...

Se este é o acordo possível não será menos verdade considerar que, ao contrário do que sucedeu com a emissão dos primeiros VMOC's,  é agora vital para a sobrevivência da SAD planear meticulosamente o resgate daqueles valores aos bancos. Dez anos passam a correr, como agora verificamos. A alternativa é o adiar até não haver alternativa.

Vivendo um bom momento desportivo no futebol, é muito comum que matérias deste teor tendam a cair no esquecimento ou até sejam evitadas pelos adeptos e pelos responsáveis. A verdade é que dispomos de dez anos para poder alterar o curso de várias gerações a viver de forma perigosa e poder entregar aos vindouros um clube mais saudável e viável. O contrário é continuar a empurrar com a barriga. 

A próxima AG, onde é possível que este tema venha a ser tratado, é uma altura para tomar o pulso aos planos da direcção para gerir delicado dossier.

domingo, 10 de janeiro de 2016

Sporting - Braga: o Inverno do nosso contentamento

Num pequeno espaço temporal o Sporting produz duas impressionantes reviravoltas. A primeira recuperando o primeiro lugar da classificação no campeonato. Hoje, num tenebroso dia de Inverno, sai de um resultado desfavorável de 0-2, ante uma boa equipa, para a conquista de três pontos. Fantástica reacção, por certo não alheia ao apoio incondicional dos adeptos, que nunca deram o jogo como perdido. Não vale quase nada, mas o Sporting é campeão de inverno, mantendo os quatro pontos de avanço que detinha no inicio da jornada, exibindo personalidade de vencedor.

Mas não é demais lembrar que a história do jogo podia ser diferente, muito por força de dois momentos tão meritórios de Rafa como de falhas grosseiras da nossa parte. Falando de mérito é necessário falar deste Braga de Paulo Fonseca. Agora que chegamos ao final da primeira volta é justo designá-la como a equipa que mais nos fez sofrer nas competições internas. 

A forma como se apresentou nos dois jogos já realizados entre ambas as equipas é uma espécie de "road map" para deixar expostas as nossas debilidades. Bolas longas ou de colocação muito rápida a explorar a velocidade dos seus jogadores mais avançados, o que funciona na perfeição com o adiantamento da nossa defesa.

Com William irreconhecível e sem capacidade reactiva ao que passava nas suas costas, era ainda mais fácil explorar os espaços entre os laterais e os centrais, bem como a dificuldade daqueles em descer, especialmente Jefferson.

Estes são os riscos assumidos por Jesus, como mais ninguém o faz, mas que têm o seu reverso quando, como é o caso de Paulo Fonseca, aparece alguém que sabe onde deve carregar para fazer doer. Falta saber se mais alguma equipa poderá copiar o modelo com a eficácia do treinador bracarense. Essa é a nota de maior preocupação, em contraste com a euforia natural após um jogo soberbo.

Nem sempre quem merece ganhar o consegue e o resultado ao intervalo era não apenas injusto como demasiado volumoso face à produção das equipas. Mas justificava-se pela superior eficácia bracarense e pela nossa falta de rigor no acompanhamento das movimentações dos adversários. Destaque para o guarda-redes bracarense, que parecia imbatível e ameaçava tornar-se num pesadelo para nós.

A segunda parte seria uma história completamente diferente e que talvez seja o justo castigo para a falta de ambição do Braga, que preferiu gerir o resultado, ao invés de procurar explorar o inevitável balanceamento atacante que o Sporting tinha que imprimir.

Alardeando a mesma confiança e querer dos últimos jogos após U. Madeira, o Sporting estava prestes a fazer uma reviravolta absolutamente notável. À confiança e querer é obrigatório realçar a qualidade do nosso jogo ofensivo, um camartelo permanente na muralha defensiva arsenalista. A entrada de Montero foi importante, obviamente pelo golo obtido, mas também pela duplicação de cuidados que representou, sendo seguramente por aí que Slimani pôde beneficiar de menor vigilância na hora de marcar o terceiro golo. 

Não vou fazer nenhum destaque individual para lá de Patrício. Houve elementos que estiveram muito abaixo do que é exigido ao nível de uma equipa campeã. Mas hoje é inteiramente merecido que o destaque seja pela positiva e, tendo sido ele que segurou o resultado quando Rafa apareceu isolado à sua frente e sendo também ele o capitão e número um fica entregue o destaque a ele em nome de todos.

sexta-feira, 8 de janeiro de 2016

Os responsáveis pelo despedimento de Lopetegui

Sem surpresa, Lopetegui vai ser despedido. Para lá das responsabilidades do próprio seguramente que o facto de o Sporting liderar o campeonato e estar a realizar uma prova que tem sido uma demonstração de competência, segurança e qualidade, foi uma das principais razões a presidir à decisão.

Certamente reforçada pelas diferenças evidenciadas no recente confronto directo entre as duas equipas, bem como a forma categórica como o Sporting reagiu logo a seguir à perda da liderança. Percebeu-se no Olival que, a manter-se a nossa performance, vai ser preciso mais do que a equipa é capaz de oferecer.

Fossem apenas os quatro pontos que o separam da liderança, em igualdade pontual com o SLB, e com tanto campeonato para jogar, e a decisão não teria lugar.

quinta-feira, 7 de janeiro de 2016

Jorge Jesus, a antítese do Frei Tomás

Não gostei de algumas das palavras que Jorge Jesus ontem dirigiu a Rui Vitória, embora entenda que as afirmações confrangedoras do treinador do SLB não poderiam ter ficado sem resposta. O teor e particularmente o estilo é que mereciam ter sido bem diferentes. Isto porque para mim não é exactamente o mesmo ver um treinador de um clube qualquer comportar-se de uma forma desagradável ou que reprovo e assistir o mesmo tendo como protagonista o treinador do Sporting.

No entanto não há nada de novo no comportamento de Jorge Jesus nas conferências de imprensa, não sendo preciso ter estado particularmente atento ao seu percurso para ter já tomado conhecimento de episódios semelhantes. O que é novo é que só ontem se tenha reparado no treinador. Especialmente aqueles que nos últimos anos lhe estendiam passadeiras de elogios e Jorge Jesus era precisamente o mesmo, quer dentro quer fora do campo.

Não preciso de vender a alma ao diabo para ver Jesus como treinador do Sporting. Bem antes pelo contrário, uma vez que sempre admirei o seu trabalho. Esse reconhecimento era anterior à sua passagem pelo rival SLB e nem então precisei de o renegar. Inclusive cheguei a defendê-lo aqui, quando, em 2013, em Guimarães, o treinador saiu em defesa de um adepto que se aprestava a ser comido vivo pela força desproporcionada da policia.

É certo que o seu carácter é controverso, certamente moldado por uma vida subida a pulso desde os confins do Amora e marcado por uma longa espera de 20 anos até encontrar um clube que o compreendesse e reconhecesse o potencial. E que o seu discurso revela que a sua formação superior foi obtida entre os balneários e os campos, muitos deles então ainda pelados.

Jorge Jesus é a antítese do "famoso Frei Tomás". O que tem feito é muito melhor do que o que diz. Ao contrário de muitos, da sua profissão ou mesmo de outras actividades, os resultados do seu trabalho falam pela sua competência e, por muito que as "estruturas" se esforcem, não podem ser ignorados. O problema é que Jesus pode até aprender a falar melhor ou a conter-se (media training) já muito difícil será é fazer o que ele faz, como ele faz.

quarta-feira, 6 de janeiro de 2016

Em Dia de Reis foi César que imperou

Grande demonstração de qualidade e poder aquela que o Sporting acabou de fazer no Bonfim. Uma exibição imaculada celebrada com um resultado gordo e que fica marcada pela estreia auspiciosa de Bruno César. Uma assistência para um golo importante, uma vez que acontece relativamente cedo, abrindo o jogo como se de a A2, autoestrada que liga a capital a Setúbal, se tratasse. E ainda dois golos de bela execução, bem demonstrativas e justificativas da razão da sua contratação. 

Mas não posso terminar sem realçar a jogada colectiva que redunda no bis de Slimani. Há quadros em museus muito menos merecedores da nossa atenção do que esta obra prima que a equipa do Sporting pintou no relvado do Bonfim.

O jogo mais importante da época? Provavelmente já o jogámos

Muito se tem falado da importância do jogo de hoje, em Setúbal, para a corrida ao campeonato. Sendo a vitória na competição um prémio à regularidade entendo que é forçado entregar a apenas um jogo o papel de definidor. Mas, em total contradição, também eu guardo na minha colecção de memórias alguns jogos que me pareceram determinantes para algumas conquistas. 

Assim de repente evoco uma dificílima e tangencial vitória por 1-2 em Guimarães (golos de Duscher e Acosta, creio) na arrancada para final do grande jejum na época de 99/00. O adversário era como sempre difícil de levar de vencida no seu estádio e uma noite de inverno (como provavelmente estará hoje no Bonfim) tornava ainda mais difícil a nossa tarefa. Embora fosse apenas a 13ª jornada, a forma como a equipa se bateu, contra o adversário e contra as condições adversas, deixaram-me a convicção de que aquele ano era nosso, o que se veio a verificar. Não jogávamos bem, não houve recital, mas havia espírito de corpo, uma comunhão muito próxima entre equipa, adeptos e dirigentes e uma vontade indómita de vencer.

Não sei o que se passará mais logo, mas desta feita estou convicto que se haverá jogo definidor da época em curso ele será não uma vitória mas uma derrota. A única até ao momento, com o U. Madeira. A reacção da equipa à adversidade de todo inesperada foi um óptimo sinal, ainda por cima quando se tratava da segunda derrota consecutiva a nível nacional. E, ao contrário de outros momentos da nossa história, no recente clássico, apesar do jogo ter permanecido de resultado incerto até final, a equipa demonstrou não só categoria como personalidade, não dando sinais de tremideira. 

Não menos importante, a reacção dos adeptos, que escolheram estar presentes, apesar de preços absurdos para a nossa realidade (o meu sobrinho de 11 anos pagou 45€ ! para a bancada B)  ao invés da comodidade do sofá e das repetições da transmissão televisiva. 

Se a equipa tiver percebido, ao perder a liderança na Madeira, que todos os jogos contam para as contas finais e que os três pontos que se perdem com o último são, no computo geral, tão importantes e definidores como os que se perdem com o primeiro, o jogo da Madeira pode muito bem ter sido o mais importante da época. 

Deixo mais uma pequena nota, que tem a ver com as recentes nomeações. A prova de que nos levam a sério como candidatos é a nomeação de Jorge Ferreira seguida de Jorge Sousa. Por razões diferentes nenhum deles deveria tão cedo arbitrar um jogo do Sporting mas, ao que parece, Vítor Pereira deve andar distraído com as actuações destes seus pupilos. Ou então usa-os como arma de arremesso.

terça-feira, 5 de janeiro de 2016

Bruno de Carvalho explica o negócio NOS (e outros assuntos)

Bruno de Carvalho concedeu uma entrevista ao Expresso, publicada na véspera do clássico, que teve como tema principal a recente assinatura de contrato com a NOS e onde aborda também outros assuntos.. É essa entrevista que hoje partilhamos com os leitores:

Expresso: Antes do Sporting-Paços de Ferreira, Bruno de Carvalho recebe-nos na SAD para nos explicar, afinal, que acordo é este que o Sporting acabou de assinar com a NOS. “É, de facto, o maior negócio da história do futebol português”, diz ele, frisando que quer continuar a engordar o currículo do clube e a emagrecer mais uns quilinhos. “Já perdi 13”. O presidente do Sporting fala dos contratos do Benfica e do FC Porto, da mentalidade do futebol português e explica porque é que, lá em casa, são os canais da NOS que passam na TV.

Quando começou a negociar?

Para o Sporting era importante perceber como se iriam posicionar o Benfica e o FC Porto. As conversações existiam, o Sporting nunca negou, mas há que esperar sempre pelo momento certo, sem pressas.

O Sporting beneficiou por ter sido o terceiro a chegar a acordo?

É como olhar para o futebol: se o mérito é de quem marcou mais golos ou o demérito de quem os sofreu. A minha estratégia foi esperar para ver o que acontecia nos rivais e, depois, a partir daí, fazer valer a dimensão do Sporting. Nunca tinha visto o Sporting fazer um negócio a este nível, de patrocínios e de direitos televisivos, melhor do que os rivais.

Acaba por ser irónico o que Luís Filipe Vieira disse na apresentação do acordo com a NOS — que os €400 milhões seriam um referencial e que os outros clubes iriam beneficiar.

Há os que querem fazer as coisas de uma forma apressada, ou porque têm estratégias específicas, ou porque têm eleições [2016, presidenciais no Benfica], dívidas de dezenas largas, ou mesmo centenas de milhões para pagar. O nosso acordo é de €515 milhões, é um negócio tripartido, com a NOS e a PPTV. E o valor resulta de contas simples: os ativos, os custos desses ativos e o resultado líquido de agora até final do contrato. O Benfica fez o negócio que achou que devia fazer e teceu os comentários que achou por bem tecer. E o Sporting fez o negócio dele: o maior negócio de sempre do futebol português.

É o terceiro presidente de um clube a dizer isso no espaço de um mês...

Havia uma história que se contava, dos seis milhões [de adeptos do Benfica], que depois eram 14 milhões, mais a capa do jornal em que o país era vermelho e o resto do mundo azul, como se o Sporting, que é verde e os marcianos são verdes, só tivesse adeptos em Marte. Isso não é real. O mercado reconhece a grandeza, credibilidade e solidez do projeto do Sporting.

É possível saber os valores associados a cada uma das parcelas? Patrocínio da camisola, publicidade, etc.

Não, por questões de confidencialidade. Mas não escondemos nada naquilo que foi transmitido à CMVM. O Sporting não pode ser o mais prejudicado por ser o que melhor explica os seus negócios. Quando nós discriminamos o contrato, é porque temos esta maneira de ser e de estar. E o comunicado deixou isto bem claro: o Sporting vendeu a publicidade de primeira linha e na camisola, direitos televisivos e a exclusividade do seu canal a partir de 1 de julho de 2017.

O canal será exclusivo da NOS?

Sim. Qualquer presidente gostaria de estar em todas as plataformas de Portugal e do mundo inteiro. Só que, depois, há a realidade do negócio.

Este dinheiro que recebe é para abater passivo, recuperar valores mobiliários obrigatoriamente convertíveis em ações (VMOCS)...?

Este dinheiro é cash. Agora, vamos esperar para ver os relatórios e contas dos outros, para se perceber qual a real diferença entre os contratos. O dinheiro vai estar todo disponível para o Sporting, não vai para bancos ou comissões, que também são custos associados às receitas. O Sporting não está obrigado a destinar verbas para os bancos por causa deste contrato...

[interrupção] Que é o caso do Benfica?


Vocês é que o dizem, não sou eu. E no Sporting também não pagámos nenhuma comissão por este contrato...

[interrupção] Que foi o que aconteceu no FC Porto?


Não vou responder a isso.

Então refazemos a pergunta: foi-lhe proposto algum negócio que incluísse esse tipo de pagamentos?


Em termos de banca, não; em termos de comissões, sim.

De que operadora?


Não vou dizer.

O Sporting recebe já algum adiantamento financeiro com este acordo?

Houve renegociação dos contratos com a PPTV já para 2016. E os patrocínios são válidos já a partir de janeiro. Portanto, o Sporting joga já este clássico com a NOS na camisola.

Este contrato com a NOS também é válido por três anos e renovável anualmente a partir daí, como o do Benfica?

Tem que se entender o seguinte: com quem foram feitos os contratos e que duração tem a vigência com cada uma das entidades. Se calhar aí chega-se à conclusão de porque é que este contrato é apresentado de uma forma e o do Benfica de outra.

O que quer dizer com isso?

Nada. Só isso. Ouço dizer que o Benfica pode renegociar o contrato daqui a três anos e que vai rebentar a escala. Mas não estou preocupado com o que vai acontecer.

Este contrato permite-lhe respirar melhor, por causa do caso Doyen e da não entrada na Liga dos Campeões?

Ainda não aconteceu nada no caso Doyen, a não ser uma primeira decisão [do Tribunal Arbitral do Desporto (TAS)]. Estamos a trabalhar no recurso e não temos dúvida de que no mínimo há situações previstas na lei cível e na lei desportiva que tiram a validade ao contrato com a Doyen. Porque há questões de desproporcionalidade nos ganhos possíveis e porque não pode haver intromissão na gestão desportiva. A partir daí, o Sporting denunciou o contrato, pagou todo o valor que a Doyen tinha investido e foi defender os seus direitos. Quanto à não entrada na Liga dos Campeões, foi um revés, mas com este contrato [com a NOS], acho que resolvemos alguns problemas.

Há a ideia de que processa tudo.

Nós já cumprimos vários contratos hediondos. Mas não eram nulos ou anuláveis. Eram só péssimos negócios. Mas depois há casos mais falados. A Somague, por exemplo, veio fazer exigências de última hora, que contrariavam o próprio concurso; o que é que o Sporting podia fazer quando, depois, de aceitarem, vieram pedir coisas que não estavam previstas na adjudicação?

Qual a ordem de valores dos processos em tribunal?

Posso dizer-vos que quando entrámos no Sporting havia cerca de €21 milhões de assuntos que eram considerados na reestruturação financeira como contingências. Eram assuntos que estavam a decorrer, em tribunal ou ainda não, e que não seriam cobertos pela reestruturação. O Sporting teria de arranjar verbas pelos seus meios para os pagar. Dessas contingências de €21 milhões, até agora, sem custo nenhum para o Sporting, já foram resolvidos €19 milhões. Isto significa que o Sporting pela primeira vez está a dar lucro, está a pagar as suas dívidas aos bancos, está a amortizar capital em dívida e consegue ainda resolver €21 milhões de problemas herdados.

O Sporting e o Benfica eram a favor da centralização dos direitos televisivos. O que correu mal?

O Sporting era a favor da centralização, ponto. Fomos os primeiros a falar nisto. Mas, a partir do momento em que um dos clubes [Benfica] que faz parte da presidência da Liga e que assina um business plan em que estava escrita a centralização, depois avança para outro lado e fura o acordo... o Sporting tinha de ir para o mercado.

E como fica Pedro Proença, presidente da Liga, neste filme?


Quando um clube lhe puxa o tapete, depois de assinar um contrato, vai fazer o contrário e ele vem dar os parabéns, porque é um bom sinal para o futebol português... A partir daí, deixa de haver compromisso. Não podemos agradar a gregos e troianos. No futebol, não dá. Quando alguém quebra um compromisso tem de ser avisado. O Pedro errou e muito.

Diz que gosta de pensar a longo prazo. Estamos a chegar ao final de 2015. No início do ano pensava em contratar Jesus e ter este contrato com a NOS?

Tenho duas características: ambição e amor ao clube desmedidos. E se não tivesse essas duas características, não estava onde estou hoje. Se me perguntasse que tinha isto pensado exatamente assim, não, mas queria pôr o Sporting no lugar em que ele deve estar. No dia em que deixar de ser uma mais-valia, o sócio Bruno de Carvalho dará um pontapé no rabo do presidente Bruno de Carvalho. Quero um Sporting vencedor, campeão, com mais sócios ainda, e tudo farei para chegar aí. Quero fazer melhor, melhor, melhor...

€515 milhões é mais do dobro do passivo atual do Sporting. Este negócio permite repensar o projeto para o clube no médio prazo?

O Sporting precisava de ousadia e coragem. Costuma dizer-se que a sorte protege os audazes e que a sorte dá muito trabalho. Ora, como trabalhamos muito, temos sorte, e temos sorte porque somos audazes. Este contrato não muda nada. A nossa ambição mantém-se.

Relativamente às VMOC, este negócio pode acelerar a recompra?

O Sporting tem até 2026 para ter o dinheiro suficiente para manter a maioria da SAD. Sempre assumimos que essa é a vontade desta administração. Porque acreditamos que é importante manter essa posição.

Que operador tem em casa?

É a NOS. Já tinha antes. O Sporting respeita todos os seus parceiros, sejam atuais ou antigos e a PT foi parceira do Sporting durante muito tempo. Mas, para mim, desde o primeiro dia foi fácil escolher o operador em minha casa, porque a MEO tinha o canal do Benfica...

Curiosamente, a MEO tem agora o Cristiano Ronaldo, a pérola da formação do Sporting, como novo rosto.

É uma forma de limparem a imagem com que ficaram por terem sido os primeiros a ter o canal do Benfica... Estou a brincar, mas é verdade: foi por isso que escolhi a NOS. Podem dizer que sou um obcecado, mas não me apetecia ter esse canal.

“Não ganhar o título será grande desilusão”


Este contrato com a NOS também permite não ter de vender nenhum jogador?

Já tinha dito que não sairia ninguém do Sporting que o Sporting não quisesse. Isso era claro e evidente antes desse negócio.

Este dinheiro pode acelerar o projeto desportivo?

Em quê? Temos o melhor treinador, o plantel que é considerado como o mais valioso, o pavilhão está em crescimento, voltou uma modalidade histórica como o hóquei que ganhou logo uma taça europeia no regresso, volta agora o ciclismo para honrar a memória do Joaquim Agostinho... o que é que quer que se faça mais?

Será uma desilusão se não for campeão?

Tendo em conta a onda verde que se criou, a alegria que se vê nos olhos dos sportinguistas, a fé e a crença que se sente, estaria a ser hipócrita se não dissesse que seria uma grande desilusão.

O clássico Sporting-FC Porto é decisivo?

É um jogo muito importante, são duas excelentes equipas e estamos a falar de um jogo que pode mudar ou sedimentar posições no campeonato. Tem esses dois picantes, mas muitas vezes os campeonatos ganham-se ou perdem-se nos outros jogos. E é nisso que a equipa tem de estar focada.

Levou a mal que Jorge Jesus tenha falado do FC Porto na entrevista à TVI e dito que gostava de ser campeão nos três grandes?

Ele não disse propriamente isso, porque eu também vi a entrevista. Mas quando lhe perguntam 50 vezes se fecha a porta, se fecha a porta e se fecha a porta... bem, a mim bastava perguntarem uma vez e eu diria logo que fechava a porta a tudo o que não fosse o Sporting, porque o meu grau de gosto só tem o Sporting. Mas eu percebo, porque ele é um profissional e estamos a falar de um clube grande e nunca se sabe o futuro.

Como está o assunto Carrillo?

Já disse várias vezes que o Carrillo é um assunto delicado. Não é fácil. As coisas têm uma velocidade vertiginosa na vida e o que ontem era verdade hoje já é mentira. Ontem o Sporting precisava de muito dinheiro e hoje se calhar já não precisa. Temos de ter a sensatez de estar calados. As pessoas podem dizer que eu nunca estou calado e que agora venho falar na sensatez de estar calado. Mas uma coisa é falar e saber do que se está a falar e tirar consequências positivas do que se fala. Outra coisa é falar por falar e aí a coisa corre mal.

Está preparado para que o Carrillo fique sem jogar?


Estou a dizer que ele está num processo disciplinar. Sei que o comunicado que emitimos sobre o caso era maçudo, mas quem quiser ficar a saber tudo, é dedicar meia hora a lê-lo.

ACERCA DE...

CENTRALIZAÇÃO DOS DIREITOS

“Continuo a achar que era melhor negociar em bloco e espero que um dia o futebol português tenha a maturidade suficiente para distinguir a rivalidade entre clubes do negócio onde estão”

FOSSO ENTRE GRANDES E PEQUENOS

“A resposta mais simples é que estes novos contratos podem agudizar esse fosso. Mas a resposta mais honesta é que isto já está agudizado há muito tempo”

MUNDO DO FUTEBOL

“A cultura do nosso futebol não tem base de sustentação, é o amigo do amigo, que conhece este e aquele, que deve um favor que vai cobrar, e por aí fora. Não há valores, nem leis, nem princípios”

CANAL QUE EMITIRÁ O SPORTING

“É-nos indiferente se será na Sport TV ou noutro qualquer. Só queremos que seja num canal dignificante. E vai ser, com certeza absoluta”

LITÍGIO COM A GALP

“Estamos a falar de um negócio com uma garantia bancária dada por direções anteriores, de €5,25 milhões, e esperamos que fique resolvido entre janeiro e fevereiro sem consequências financeiras para o Sporting”

OS três contratos

Sporting

O valor global é de €515 milhões e resulta da combinação de dois acordos. O maior é com a NOS, de €446 milhões, e inclui os direitos de TV e de exploração publicitária nos jogos em Alvalade a partir da época 2018/19, a transmissão exclusiva da Sporting TV a partir de julho de 2017 e o patrocínio das camisolas já a partir de janeiro. Todos os contratos terminam em 2028. Além disso, o Sporting renegociou o contrato com a PPTV (de Joaquim Oliveira, que divide com a NOS a propriedade da Sport TV), válido até 2018, por €69 milhões

FC Porto

O valor do contrato com a PT é de €457,5 milhões e abrange os direitos de transmissão e de exploração comercial dos jogos do FC Porto por 10 épocas a partir de 2018, o direito de transmissão do Porto Canal no MEO por 12 anos a partir de 2016 e o patrocínio das camisolas por sete épocas e meia a partir de janeiro

Benfica

O acordo com a NOS foi fechado por €400 milhões, e envolve a cedência à operadora dos direitos de emissão dos jogos do Benfica na Luz durante 10 anos, a partir da época 2016/17, e os direitos de transmissão e distribuição da Benfica TV pelo mesmo período

segunda-feira, 4 de janeiro de 2016

Sporting-FCPorto: o clássico dos patinhos feios

Que bom seria se todos os jogos se aproximassem da qualidade do espectáculo que o clássico do passado sábado proporcionou a todos quantos tiveram a sorte de o poder presenciar, em particular os que o puderam fazer ao vivo. Estádio cheio de gente e de entusiasmo, com os dois lados em presença a fazerem-se ouvir. Jogo de resultado imprevisível quase até ao final, e vários bons momentos de futebol de qualidade, quer do ponto de vista colectivo como individual.

Uma vez que já quase tudo foi dito sobre o jogo propriamente dito, opto por dirigir a crónica sobre o clássico para algumas considerações sobre aqueles que me pareceram ser os protagonistas do jogo. Nessa perspectiva a minha escolha recaiu, por razões que explicarei de forma pormenorizada abaixo, em Naldo, Adrien, Slimani e Lopetegui. Talvez soe estranha a associação, mas julgo que todos eles, de formas distintas, têm a ligá-los um certo estigma de patinhos feios, ou, se preferirem, não parecerem terem destinado para si o papel de protagonistas.

Naldo - Não foi a primeira escolha para a dupla de centrais e parecia ter como destino o papel de terceiro da fila nas opções de Jesus. Por circunstâncias adversas para Ewerton, acabou por ter que assumir maiores responsabilidades e de forma mais precoce de que se esperaria, incluindo o próprio. Foi réu algumas vezes em que revelou dificuldades na movimentação da linha defensiva, e a sua época até correu riscos de uma suspensão prolongada, o que, somado ao seu estilo prático e sem adornos, não lhe confere grande notoriedade . No clássico porém, esteve imperial. A sua acção individual foi decisiva para o triunfo colectivo e isso pode ser constatado nos números que impressionam:
  • Naldo fez 10 intercepções durante o jogo, mais do que João Pereira, Paulo Oliveira, Jefferson e William Carvalho todos juntos! 
  • Ganhou todos os duelos aéreos!
  • A par disso um número muito limpo de faltas (4), 10 alívios (que vincam o seu estilo prático, menos preocupado em construir).
 Ewerton, jogador que confere estabilidade e segurança ao sector, tem contra si a falta de consistência que lhe advém de constantes lesões e tem deixado várias vezes Jesus pendurado em momentos decisivos de jogos importantes. A partir do banco certamente que pode observar que não tem o lugar assegurado.

Adrien - Um jogador da casa que nem sempre tem merecido a apreciação devida. Era dos jogadores que mais expectativa tinha de ver crescer na presença de Jesus, o que agora se confirma. Mas Jesus é bom mas não está a fazer o milagre de transformar vinagre em vinho, o jogador recolhe agora os benefícios de um modelo de jogo que potencia as qualidades dos jogadores e potencial foi o que Adrien sempre teve. Infelizmente a instabilidade do clube e decisões incompreensíveis na gestão da carreira do jogador, como em vários outros da sua geração, foram atrasando a sua afirmação plena. O jogo de sábado não acontece por acaso e merece ainda maior destaque por ter acontecido aquando de uma participação notoriamente infeliz de William Carvalho.

Slimani - Já aqui havia confessado a minha conversão ao Slimanismo. É o típico patinho feio pelo jeito e até pela fisionomia algo desengonçada. Trata-se de um estilo de ponta-de-lança que não é o da minha preferência, mas a sua entrega ao jogo conquista até o pior dos infiéis. É provavelmente o seu denodado profissionalismo e entrega ao trabalho que lhe têm permitido evoluir do jogador que não conseguia segurar uma bola, ao jogador-chave no esquema de Jesus. 

Lopetegui - Aqui o técnico portista surge como protagonista pela negativa porque o triunfador é indiscutivelmente Jesus. Creio mesmo, no que certamente sou acompanhado por muitos dos que me leem que, podendo beneficiar do plantel do espanhol, Jesus faria do campeonato um passeio no parque. Mas não extrapolaria as diferenças de qualidade que se separam os dois treinadores, e que são particularmente visíveis modelo de jogo e produção das respectivas equipas, para uma deliberação desfavorável à candidatura do FCPorto ao titulo. Por duas razões substantivas:
  • Apesar dos desequilíbrios nas construção do plantel (os centrais são de qualidade duvidosa e sobretudo, ao invés de se complementarem, são muito semelhantes no perfil onde abunda a força e pouca inteligência, e, também muito importante, Aboubakar não é Jackson, Oswaldo foi um fogo fátuo) há vários jogadores com capacidade individual para criar desequilíbrios e, por si só, resolverem jogos. Isso é muito importante, vem-se notando no campeonato com os pequenos, onde o Sporting tem perdido pontos "improváveis" (Boavista e U. Madeira).
  • O poder do FCPorto nos bastidores não é o que era nos anos 80 mas também não me parece ser totalmente desprezável.
Ainda a propósito de Lopetegui e do potencial do FCPorto, da observação do jogo, e depois dos confrontos com o outro rival SLBenfica, resulta claro para mim que este foi o nosso jogo mais consistente e uma afirmação clara da nossa candidatura. Isto porque o os portistas foram o adversário que mais e maiores dificuldades nos criou. Até ao golo de Slimani estiveram quase sempre por cima do jogo, criando lances de perigo, com destaque para Brahimi e Corona, a ensaboarem o juízo quer a João Pereira, quer a Jefferson. 

Mas esta afirmação de poder não significa que o campeonato seja agora um passeio. Não deixa de ser sintomático que, dos três grandes, o Sporting é a equipa com menos pontos nos jogos com os mais pequenos. Obviamente que isso tem várias leituras - se tivéssemos um Xistra ou Jorge Sousa à mão... - mas é inquestionável que o Vitória e Lopetegui têm a menos no confronto directo com as qualidades que Jesus possui, são os seus trunfos individuais que estão a equilibrar a balança a seu favor. E, a menos que improváveis surpresas do mercado de inverno aconteçam. vamos ter campeonato equilibrado até ao fim.

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