domingo, 31 de outubro de 2010

Terceiro, na quarta, à quinta

O Sporting entrou nitidamente determinado em vencer o jogo em Leiria. Imprimindo rapidez nas transições, com os passes a saírem dos pés ao 1º toque, os primeiros 45 minutos tiveram uma predominância verde e branca. Valdês abriu o marcador com um excelente golo, com Postiga a entregar a bola ao chileno num envelope com código postal, explorando as costas da defesa leiriense. Os avançados não servem apenas para marcar golos.

Apesar do jogo parecer controlado o Leiria, com poucos passes mas directos para os seus avançados, explorava com muito perigo as costas de Maniche e André Santos, deixando em dificuldade a defesa. Foi assim que podia ter inaugurado o marcador no primeiro lance do jogo e foi assim e com muita sorte – ressalto no corte de Torsiglieri e escorregadela de Carriço - somado ao mau posicionamento defensivo que os da casa empataram o jogo. Só um golazo de Valdês impediu que os jogadores leoninos descessem aos balneários sentindo-se injustiçados pelo resultado.

A segunda parte repetiu o início do jogo, com o perigo a cruzar consecutivamente a nossa baliza. O Sporting respondeu bem, mas desperdiçou uma série de oportunidades para matar o jogo. A eficácia pareceu ficar nos balneários, chegando ao insólito de Postiga ter feito a defesa decisiva do encontro, quase em cima da linha de golo do Leiria. Valeu o facto de o Leiria não ter conseguido levar mais perigo até Patrício e resultado final já estar fechado.

Individualmente o nome incontornável do jogo é naturalmente Valdez, pelos golos marcados, mais do que pelo jogo efectuado, onde apareceu de forma intermitente, deixando muitas vezes Postiga sem apoio. Não me pareceu muito segura a nova dupla de centrais, a que não deve ser alheio o facto de este ser o seu primeiro jogo a sério. Incompreensível a substituição de Vukcevic por Zapater. As habituais perdas de bola do espanhol quase nos custavam um golo, mas sobretudo por ter partido a equipa, remetendo-nos ao último terço do campo. O azar de Marco Soares, em lance arrepiante, acabou por equilibrar as nossas possibilidades.

No cômputo geral este jogo merece destaque por ter sido talvez a vitória mais conseguida na presente época e por permitir que o Sporting se coloque numa posição mais de acordo com o seu estatuto. Um proveito que deve merecer continuidade já na próxima jornada. Assim chegamos ao terceiro lugar, na quarta vitória consecutiva, impedindo a acumulação da quinta época sem vencer em Leiria.


Ficha de jogo
União de Leiria, 1
Sporting, 2

Jogo no Estádio Municipal de Leiria.
Assistência 4.870 espectadores.

União de Leiria Gottardi, Panandetiguiri, Zé António, Mamadou Tall, Patrick, Diogo Amado (Leandro Lima, 46'), Marco Soares, Pateiro (Ruben Brígido, 64'), Silas (Zhang, 75'), Carlão e N’Gal.
Treinador Pedro Caixinha

Sporting Rui Patrício, Abel, Daniel Carriço, Torsiglieri, Evaldo, André Santos, Maniche, João Pereira (Carlos Saleiro, 93'), Valdes (Yannick Djaló, 91'), Vukcevic (Zapater, 80') e Hélder Postiga.
Treinador Paulo Sérgio

Árbitro João Ferreira, de Setúbal.
AmarelosZé António (27'), Silas (38') e André Santos (81').

Golos 0-1, por Valdés, aos 14'; 1-1, por Carlão, aos 22'; 1-2, por Valdés, aos 41'.

Época e meia sem ver o padeiro

João Querido Manha escreve hoje no CM uma artigo sobre um tema que tem posto a discorrer analistas e adeptos: a diferença, abissal diga-se, entre o comportamento da equipa nos jogos europeus e em casa. Mais do que uma teorização sobre as razões que estão por detrás de tal conduta, o jornalista fornece uma série de dados estatísticos que merecem ser analisados.

Entre eles destaco um, sobre o qual já gostaria de ter aqui ter reflectido, que é uma completa anormalidade num clube com as ambições do Sporting: Há época e meia que não marcamos um golo de livre directo! Um número estranho, se tivermos em conta que não faltam no plantel jogadores com características para a execução de bolas paradas. O caso mais evidente de desaproveitamento é Matias Fernandez . O chileno desde muito jovem que construiu um verdadeiro portfolio de livres letais mas, estranhamente, quase nunca os é chamado a executar. Nesta análise convém referir que no leque de bolas paradas que o jogo possibilita às equipas, como cantos e livres indirectos, o Sporting está longe de ser um exemplo de aproveitamento. E o que dizer dos penalty´s falhados que tantas vezes nos deixaram morrer na praia?

Seguramente que terá que haver uma explicação para estes dados e que não fazer mais uma vez do azar o bode expiatório. Uma ferramenta tão importante no desfecho dos resultados como as bolas paradas não pode continuar ausente do catálogo de recursos ao dispor da equipa.

Apesar de alguns períodos menos brilhantes, o balanço geral técnico das actuações do Sporting nos jogos em casa não varia muito em função das competições. O que marca a diferença é apenas o número de golos, que vai da média de 0,8 (3 em 4 partidas) na Liga para 5 na prova da UEFA: o melhor ataque da segunda prova europeia tem, por junto, menos golos marcados no campeonato do que o principal goleador, o portista Hulk.

Considerando os quatro jogos da Liga e os dois europeus realizados no estádio leonino, é a qualidade da finalização que torna esta intrigante disparidade um caso digno de estudo. A média de concretizações é, até, superior nos jogos da competição doméstica, com uma (muito) anormal percentagem de remates para fora e aos ferros da baliza, bem como do número de remates bloqueados (cinco por jogo), incluindo neste item a falta de capacidade de transformação de livres directos.

Nos sofridos jogos do campeonato, que têm atraído a Alvalade assistências maiores do que as goleadas europeias, apenas um remate em cada três é enquadrado na baliza, pondo pouco à prova a tranquilidade dos guarda-redes visitantes. Boeck, do Marítimo, foi quem teve mais trabalho (6 defesas), contra quatro de Bracalli (Nacional), cinco de Moretto (Olhanense) e quatro de Paulo Santos (Rio Ave).

Há quem considere que as goleadas ao Levski e ao Gent resultaram do desconhecimento dos treinadores respectivos, mas os sinais que se retiram  são de que os golos podem surgir em catadupa a qualquer momento, também na prova nacional. Aliás, bastaria que a contabilidade dos remates aos postes tivesse um registo normal, que nos clubes grandes é de 1 para cada três partidas, para que o número de golos apontados em casa atingisse uma cifra mais consentânea ao caudal ofensivo.

Considerando apenas os jogos em casa, o Sporting é de longe a equipa com mais finalizações, a única com uma média superior a 20 remates por jogo, num total de 92, contra 75 do FC Porto, 60 do Benfica e 57 do Braga – tendo envolvido 18 jogadores, todos os utilizados, em acções de finalização. E se Vukcevic, com 16 remates, não conseguiu fazer um golo, os autores dos escassos três anotados até agora – Matias Fernandez (3 remates), Saleiro (2) e Abel (1) – foram bem mais assertivos.

LIVRES NÃO CHEGAM A PASSAR AS BARREIRAS

Após 46 jogos sem conseguir marcar um golo de livre directo, merece atenção a forma como a equipa leonina enfrenta este handicap e tenta superar a limitação. Quase sem se dar por isso, Nuno André Coelho [na foto] tornou-se a primeira solução, em particular nos jogos em casa, somando quatro tentativas, duas frente ao Marítimo, uma contra o Olhanense e outra na derradeira jornada com o Rio Ave, embora nenhum dos remates tenha acertado sequer na baliza – metade deles nem passou da barreira. Transpondo a análise para o conjunto, incluindo as tentativas de Vukcevic, Matias Fernandez e Evaldo, chega-se à mesma conclusão, com a agravante de nenhum deles igualmente ter passado a barreira. Na Liga Europa, apenas uma tentativa, por Maniche, que também não conseguiu acertar no alvo.

J.Querido Manha in CM

sábado, 30 de outubro de 2010

Alerta laranja

O Sporting jogará em Leiria sob condições extremas ditadas por uma conjuntura desfavorável: quase uma equipa inteira na enfermaria, margem de erro já esgotada em falhanços anteriores. Falta nesta avaliação que tipo de resposta dará a equipa de Leiria, que, na jornada anterior, de união teve apenas o nome. Sejam quais sejam quais sejam as condições a vitória é o único resultado possível para que o Sporting não perca contacto com o pelotão da frente e regresse à metade inferior da tabela, de onde acabou de sair. Vitória que, a acontecer, seria a quarta consecutiva da era PS. Contudo, para o campeonato, não conseguiu mais do que 2 vitórias em série. Crucial portanto para a saúde anímica da equipa na abordagem do difícil ciclo que nos levará ao final da primeira volta, nos primeiros dias de 2011.

Voltando ao inusitado número de lesionados há duas questões que me parecem essenciais: (i) o regresso da dupla Yanick e Saleiro é apenas uma meia boa noticia. Não é crível que a recente recuperação física destes atletas possa significar uma participação de elevado nível ou muito prolongada no jogo. (ii) Apesar das ausências, Paulo Sérgio tem ao seu dispor valores individuais mais do que suficientes para alcançar os três mais que necessários pontos em disputa. Pelo que se tem visto do actual Sporting, marcar primeiro poderá ser determinante. Um penalty à Bruno Mendes dava imenso jeito…

Lista de convocados:
Guarda-redes: Rui Patrício e Tiago;
Defesas: Torsiglieri, Carriço, Evaldo, Cédric, Nuno André Coelho, João Pereira e Abel;
Médios: Maniche, Valdés, Zapater, André Santos, Diogo Salomão e Vukcevic;
Avançados: Saleiro, Yannick e Postiga.

sexta-feira, 29 de outubro de 2010

Questões nada artificiais

Faz bem ao orgulho Sportinguista ler hoje a primeira do Record. “O Melhor do Mundo” é do Sporting e que terminar a sua carreira no clube que o catapultou para a galáxia onde o hoje o seu nome vale muito mais do que “apenas” ter sido considerado o melhor jogador do Mundo. Ronaldo é um ícone dos tempos que correm e é bom para o nome Sporting estar-lhe associado. Uma ligação natural. E, ou Ronaldo muda muito, ou este acabar a carreira terá relevância desportiva para nós. Porque, goste-se ou não do CR7, se há característica que se lhe reconhece é uma inigualável vontade de ganhar. 


Fala-se há algum tempo na possibilidade de o relvado do Sporting vir a ser artificial. Essa discussão já foi realizada aqui no “ANorte” há um ano, graças a um post do meu amigo Gabriel Almeida que aqui reproduzo. Confesso que também não gosto da ideia de um relvado artificial. Mas prefiro de longe um excelente relvado sintético de última geração do que um mau relvado como o nosso. Para os que como eu preferem uma solução natural como eu, antes de se pronunciar convido-os, especialmente se vivem a norte, a dar uma saltada ao Bessa XXI, aproveitando assim para ver em acção Vitor Golas. Verão que, quando se fala de relvados de última geração estamos muito à frente daquelas “coisas” parecidas com carpetes mal amanhadas que se viam nos quintais e jardins ou até em alguns campos de treino. São por exemplo melhores dos que já se usam em Moscovo, no Estádio Luzhniki.

Porque não um relvado sintético?
Cíclica e frequentemente o relvado do Estádio José Alvalade fica em estado lastimoso. Ora é por causa do fungo “A” ou do fungo “B”, ora porque o clima é assim ou assado, ora porque houve um concerto, etc.. Uma coisa é certa apenas o nosso relvado necessita de tantos cuidados e preocupações. Os outros relvados, dos outros clubes, duram, duram, duram…

O nosso relvado nunca fica estragado por incompetência humana; isso não, nunca ninguém assumiu qualquer culpa.

Mais, parece que estamos condenados a ser alvo de chacota porque o nosso relvado resvala demasiadas vezes para níveis inaceitáveis; chegam a falar dum “batatal”!

Qual a solução? Colocar pessoas competentes a tomar conta do assunto? Ou?

E se o Sporting instalasse um relvado sintético?

Um relvado sintético acabaria com aqueles problemas e ainda tornava mais barata a sua manutenção.

Mas para mim a maior vantagem era desportiva! E porquê?

O Sporting passaria a ter uma grande vantagem desportiva sempre que jogasse em casa. Os adversários enfrentariam uma grande desabituação a este tipo de piso, mesmo que treinassem em relvado sintético durante a semana anterior à visita ao Estádio José Alvalade. O Sporting para lá da vantagem de jogar em casa, teria ainda um tipo de piso onde estaria muito acostumado que, é óbvio, seria outra enorme vantagem.
E quando o Sporting fosse jogar fora de casa? Neste caso os nossos jogadores jogariam na relva natural; e, claro, teriam uma pequena desvantagem. No entanto esta desvantagem seria muitíssimo menor que a vantagem de jogar em casa num piso sintético. Como teríamos de jogar 17 jogos fora, logo acabaríamos por estar preparados para a relva natural. Ao invés os nossos adversários que apenas fariam um jogo por ano em piso artificial nunca conseguiriam se habituar a este tipo de relva artificial.

A probabilidade de ganhar vantagem nos 17 jogos em casa seria muito superior que a probabilidade de partir em desvantagem nos 17 jogos fora.

Tudo isto só seria possível enquanto os outros clubes continuassem com os pisos de relva natural.

Gabriel Almeida

quinta-feira, 28 de outubro de 2010

Porque o SCP é muito mais que futebol

A pergunta que se impõe

Julgo não me enganar se disser que há uma tónica geral de descrença entre os adeptos Sportinguistas. Até a boa prestação europeia, onde se contabilizam apenas vitórias nos jogos disputados, não tem contribuído muito para levantar a moral nem aos adeptos nem à equipa. Aliás, após a goleada ao Gent, e perscrutando as crónicas, julgo não exagerar se afirmar que se notava uma apreensão generalizada em relação à forma como a equipa iria responder ao desafio com o Rio Ave. Essa apreensão quase seria justificada, não fora o golo de Abel pouco antes de o árbitro apitar para o final.

A forma como a equipa festejou no final parecia indicar que os jogadores acreditavam ter-se libertado de uma má sina. Veremos nos jogos que aí vêm a importância que esse instante assumirá na auto-confiança colectiva. Era este o tal click que faltava? 

Com oito jornadas jogadas, a 10 pontos do primeiro classificado, e jogando apenas com 2 equipas com menos pontos que nós – Portimonense e Leiria –, para que posição jogará o Sporting nas jornadas que nos separam do final da primeira volta?

Jornada 9: Leiria | Sporting
Jornada10: Sporting | V.Guimarães
Jornada 11: Académica | Sporting
Jornada 12: Sporting - Porto 
Jornada 13: Portimonense - Sporting 
Jornada 14: V.Setúbal – Sporting
Jornada 15: Sporting – Braga

quarta-feira, 27 de outubro de 2010

Areia e Bruma

Foto Academia de Talentos
Continuo a reconhecer razão a Paulo Sérgio: o jogo com o Rio Ave começou a menos das 72 horas de descanso previstas no regulamento. E continuo a reconhecer-lhe razão quando afirma que os interesses televisivos se sobrepõem muitas vezes aos clubes. Mas convém lembrar que as receitas que daí vertem para os clubes são hoje uma transfusão de vitalidade imprescindível para a saúde financeira dos clubes.

Pegando num caso concreto, o do jogo com o Rio Ave, a alternativa que restava ao Sporting e à Olivedesportos, via Sporttv, era o agendamento do jogo para a passada segunda-feira. Com a coexistência do jogo do FCPorto, algum desses dois jogos teria que ter inicio pelas 19h para que o outro tivesse inicio pelas 21h. Uma vez que o jogo do Sporting era transmitido em sinal aberto, via TVI, teria que haver negociações, uma vez que, em termos de share e consequentes receitas de publicidade, a transmissão do jogo era mais interessante a partir das 21h, sendo que, para a programação da TVI em particular, a transmissão ao domingo lhe interessaria mais. Tudo isto para dizer que jogar à segunda-feira teria sido possível, mas os interesses do Sporting contaram menos que os dos restantes envolvidos.

Onde Paulo Sérgio falhou foi ao levantar a suspeição de que alguma coisa “estava a ser preparada” para o jogo com o Leiria quando a Liga já tem calendarizados os jogos até Dezembro e fê-lo atempadamente desde 22 de Setembro.  O que o Sporting tem que acautelar neste caso é igualdade de tratamento face ao regulamentado e isso Paulo Sérgio não parece questionar. Eu, tenho que o admitir, fui na conversa da suspeição, por falta de conhecimento e por situações como esta serem infelizmente um hábito, seja por falta de respeito pelo clube, seja porque o clube abdica de se fazer respeitar. 

Dito isto, faz pouco sentido dizer o que Paulo Sérgio disse, deixando à evidência que desconhecia aquela disposição do organizador do campeonato. O que é no mínimo inquietante, porque abre a porta a 2 interrogações: (i) como é preparado o plantel para os compromissos que se avizinham, se se desconhecem os dias disponíveis para treino e (ii) que comunicação interna existe no departamento de futebol. Pior mesmo foi insistir com um comunicado que, na forma e no conteúdo, não estão ao nível da comunicação exigida a um clube como o nosso. Areia para os olhos.

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A Bruma em torno de Bruma adensa-se. É já um caso de polícia, com queixas de sequestro. Não conhecendo o seu potencial como jogador, não me posso pronunciar, como adepto, sobre a melhor atitude a adoptar: vender ou manter. Os números atirados para os jornais dão que pensar, mais ainda na actual conjuntura. Mais ainda com o fim à vista anunciado das transferências hiper-milionárias, como faz supor  a introdução dos novos regulamentos de fair-play impostos pela UEFA. Anuncia-se o fim de um período de insanidade nas contratações dos clubes europeus, que nem a já mais que instalada crise financeira logrou por cobro. Com isso muitas estratégias terão que ser revistas. Não creio que, por exemplo, a venda de um jogador como Raúl Meireles continue a ser possível pelos valores envolvidos.

Em qualquer dos cenários o Sporting só pode olhar para a sua academia como fonte de sustentabilidade. Seja para abastecer o seu plantel, seja para realizar mais-valias. E a possibilidade de errar nas escolhas, que existe sempre, é bem menos onerosa, quer do ponto de vista desportivo,quer financeiro, do que as idas ao mercado.

terça-feira, 26 de outubro de 2010

Modelos e orçamentos para uma boa discussão

Excerto retirado do blogue JogoDirecto, onde se pode ler na totalidade:

Sporting - Rio Ave: Análise e números:


O tema dos indicadores estatísticos tem sido muito abordado neste blogue, e quem o lê com atenção deverá ser capaz de desmontar rapidamente o sofisma da maior % de posse de bola ou quantidade de remates. É que nenhum destes indicadores é realmente representativo da qualidade de jogo da equipa. Aquilo que noutras área se chama de “Key Performance Indicator” (KPI). O facto é que o Sporting cria, estatisticamente, menos oportunidades que os rivais e, esse sim, será o KPI que os sportinguistas deverão olhar. Mas vamos ao jogo...

A dança de cadeiras continua. Paulo Sérgio continua à procura das melhores soluções individuais para os seus problemas colectivos e é por essa via que agora se regressou a uma dupla de ataque. Ou seja, pelo rendimento recente de Liedson e Postiga e não por uma opção sustentada num modelo colectivo.

Ora, dentro desta filosofia, jogar torna-se um pouco como a aprendizagem confessada pelo próprio Presidente sportinguista. Ou seja, faz-se “on the job”. É por isso normal que o Sporting tenha sentido mais dificuldades do que é costume em circular e ter posse na primeira parte.(…)

É que o Sporting voltou a revelar os mesmos problemas em termos ofensivos. Por um lado, não existiu novamente em transição. Por outro, em construção, voltou a revelar as mesmas dificuldades. Quer pelos poucos apoios criados nos corredores, quer pela inutilidade da generalidade das jogadas que recorreram ao apoio frontal solicitado por Postiga.(…)
 
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In blogue Ideal Sporting, onde se pode ler na íntegra:

Acerca do orçamento de quem vai à frente…

Analisemos o onze inicial da equipa do Porto, que ontem goleou a União de Leiria:

·    Helton – € 1 M *
·    Fucile – € 1 M *
·    Rolando – € 1 M *
·    Maicon – € 1 M *
·    Alvaro Pereira – € 4,5 M
·    Fernando – € 1 M *
·    João Moutinho – € 11 M
·    Ruben Micael – € 3 M
·    Hulk – € 5,5 M
·    Falcão – € 3,9 M
·    Varela – € 0 M
* Informação oficiosa
·    André Villas-Boas – € 0,25 M
Total = € 33,15 M
(...) se pensarmos que nos últimos 16 meses gastámos perto de € 30 M na aquisição de jogadores, facilmente verificamos que a inferioridade exibicional e de resultados da nossa equipa nada tem a ver com orçamento ou falta dele.

Recados da LIGA

Paulo Sérgio tem razão quando se queixa do calendário. Tem razão que até lhe é conferida pelos regulamentos, uma vez que entre a hora a que finalizou o jogo com o Gent e a hora de inicio do  jogo com o Rio Ave não mediaram sequer 72 horas completas.

Talvez Paulo Sérgio deva conversar mais com Costinha sobre a calendarização antes das conferências de imprensa. E Costinha talvez deva explicar melhor o que quer dizer a LIGA. Talvez mesmo até via site do clube. Se este serve para desmentir noticias tão absurdas como o os sítios onde o director desportivo estaciona, mais depressa deverá esclarecer matérias desta relevância.

segunda-feira, 25 de outubro de 2010

Conversas em familia (Entrevista a Bettencourt)

Não posso de deixar de dar conta do meu profundo desapontamento pela entrevista publicada este fim-de-semana pelo jornal “Abola”. Muito aparato – o estado-maior do referido jornal deslocou-se em peso – para pouca substância. Essa desilusão, ao contrário do que esperei, agravou-se no domingo, com a publicação de 4 páginas praticamente desprovidas de interesse para a generalidade dos adeptos leoninos. O modelo seguido talvez fosse útil para o líder de um partido, ou de um tipo de instituição diferente daquilo que é o Sporting Clube de Portugal, que alberga no seu seio gente de origens tão díspares seja do ponto de vista ideológico seja dos credos professados.

O que interessa aos Sportinguistas a mundovisão de José Eduardo Bettencourt, o que ele pensa das encíclicas papais, da visão da economia ou saber das suas preferências religiosas, se, como presidente do Sporting, e respondendo a que tipo de organização que pretende implementar no clube, se fica pela semi-vacuidade “de um Sporting onde se irá fundar o profissionalismo com valores e culturas sportinguistas, obviamente adaptados à exigência e ao mundo especifico do futebol”?!

A crítica obviamente que vai tanto para quem perguntou com para quem respondeu, sendo que é natural que quem é entrevistado se resguarde dos assuntos que mais engulhos lhe poderiam provocar. Acima de tudo parece-me um erro estratégico de ambas as partes, embora me preocupe mais o que pode representar para  os Sportinguistas. 

Do pouco que se falou do Sporting realço (i) o tom contraditório das suas declarações sobre o futebol português - Um País como Portugal não pode gastar o que gasta no futebol - e a estratégia despesista e sem critério em que o clube vive desde Dezembro do ano passado. (ii) diz que o projecto do Sporting sem+pré foi atormentado, parecendo ignorar que os ventos  da tormenta nasceram da desilusão do que foi prometido e no que é hoje o Sporting. (iii) A estratégia para o Sporting não pode ser resumida à “necessidade de correr riscos” ou “havia que tentar algo diferente”.  (iv) O titulo do post lembra o tempo em que em Portugal era crime ter opinião e então, também se pensava que a opinião "chateava quem tentava fazer alguma coisa"....








domingo, 24 de outubro de 2010

Um acima de zero

Pegamos nos primeiros 45 minutos e deitamo-los fora. Mais uma vez para a Liga. Mais uma vez em Alvalade. A segunda metade foi ligeiramente diferente, mas nem por isso mais bonita de se ver. Futebol frio, com um golo acima de um feio zero.

O que se viu na 1ª parte deste jogo com o Rio Ave foi ao fim e ao cabo o mesmo que já havíamos visto nos jogos anteriores. Um Sporting com muita posse de bola e um adversário mais do que tranquilo e confortável com a previsibilidade entediante da construção do nosso jogo. Invariável procura dos flancos, sem que o adversário permita chegar à linha, total inexistência de jogo interior, sem qualquer verticalização do jogo pelo centro do terreno ou procura de desequilíbrios entre as linhas atrasadas do adversário.

Ver jogar o Sporting foi tão entusiasmante como observar uma fábrica têxtil em plena produção, onde os jogadores do Sporting não passam de costureirinhas aplicadas.

Podíamos acrescentar que o Rio Ave desperdiçou muito tempo, que teve em Olegário um grande aliado nessa estratégia e que a anulação do golo de Postiga é mais do que duvidosa. Ou que as lesões não ajudaram, mais as tradicionais bolas nos postes. Mas Patrício acabou por ser o jogador com as intervenções mais decisivas, juntamente com Abel, o autor do golo. Mas ninguém duvide o futuro do Sporting não passa por este futebol. Pelo menos o futuro que desejamos.

À excepção de Matias, que ficou tocado mal entrou, e de Valdês, que nunca mais “entra”, não há menções especialmente negativas. Os jogadores cumprem de forma empenhada as instruções do treinador e são inteiramente merecedores dos 3 pontos alcançados. Além dos anteriormente citados Patrício e Abel , acrescentaria a excelente forma de Postiga, a abnegação de João Pereira e a interessante participação de Torsiglieri.

Como hoje por hoje são poucas as noticias que nos provoquem grande regozijo fiquemos com a consolação de a equipa inicial do jogo de hoje ser integralmente composta por jogadores seleccionáveis, incluindo os 2 naturalizados Liedson e Evaldo. Notável e certamente inédito, de há muitos anos a esta parte no futebol português. O Real Madrid ontem jogou com mais portugueses que o actual campeão nacional tem na equipa que joga neste momento no Algarve.

Equipas:

Sporting

Rui Patrício; Evaldo, Nuno André Coelho (Torsiglieri), Daniel Carriço e Abel; André Santos, Maniche, Diogo Salomão (Valdes) e João Pereira; Hélder Postiga e Liedson (Fernández)
Suplentes
Tiago; Cédric; Zapater; Vukcevic
Treinador: Paulo Sérgio


Rio Ave
Paulo Santos; Zé Gomes, Gaspar, Jeferson e Milhazes; Tarantini, Bruno China e Wires; Bruno Gama, Yazalde e João Tomás
Suplentes
Mário Felgueiras; Ricardo Chaves; Tiago Pinto; Braga; Mendes; Cícero; Fábio Felício
Treinador: Carlos Brito

Árbitro: Olegário Benquerença

A idade da razão e a razão de Paulo Sérgio

José Eduardo Bettencourt completa hoje 50 anos de existência. Esta é a ocasião de lhe desejar uma vida longa e próspera, e que nela possa assistir ao ressurgimento do Sporting Clube de Portugal. Não duvido que esta seria uma das prendas que certamente pediria para hoje, não estivesse ele já na idade em que se sabe que os milagres dão muito trabalho a acontecer e levam por vezes mais tempo do que desejamos. Como Sportinguista estimo que a idade da razão lhe traga a sabedoria que lhe permita as boas escolhas, e a resiliência para a levar a bom termo a tarefa difícil que tem em mãos e a clarividência de perceber que todos somos mais fortes do que a apenas uma maioria.

Tem razão Paulo Sérgio quando reclama das imposições que vêm sendo feitas aos horários dos jogos do Sporting, tornando-se a Olivedesportos, a coberto dos regulamentos. Ora beneficia o SLB ora o FCP na escolha das datas sempre em prejuízo do Sporting. Faz bem Paulo Sérgio em falar, mas esta está longe de ser uma tarefa do treinador…

sábado, 23 de outubro de 2010

Um projecto atormentado

José Eduardo Bettencourt deu uma entrevista à “Abola” que será publicada em 2 partes. A primeira está hoje nas bancas. Como é habitual, é minha intenção partilhá-la na íntegra com os nossos leitores, coisa que farei apenas na 2ª feira, por razões que se prendem com a minha vida particular. Se o interesse se mantiver. Mas hoje avanço com aqueles que me parecem os pontos fortes do capítulo hoje publicado.

Da  extensão das declarações produzidas, num tom contraditório e uma humildade que não me soa genuína e a vitalização, há poucos factos novos. Mas há uma passagem que marca uma diferença de perspectiva fundamental entre o discurso do nosso presidente e a minha opinião. A dada altura da entrevista os jornalistas perguntam a JEB se “admite que os adeptos possam não ter visto em si aquilo que desejariam como imagem de poder?” JEB Responde: “Acho que têm razão, porque sempre humildemente disse que podia não ter perfil para isto. Mas também sabia que isso não era decisivo, porque no passado houve uns com mais e outors com menos perfil e isso não fez diferença nenhuma.”

De forma alguma posso concordar com este tipo de informação. Primeiro porque a eleição de JEB significou, nos momentos imediatos, uma lufada de esperança que há muito não se via no Sporting. Toda a contestação que de seguida teve lugar não nasceu por casmurrice ou antagonismo pessoal, mas sim por uma série de erros de palmatória que quem gosta do Sporting não podia deixar passar impunemente. É bom que se respeitem os factos e que a história não seja reescrita.

Depois porque a falta de perfil de líder para um clube como o Sporting, assumida agora pelo próprio, representaria sempre para nós um problema, como seria sempre para qualquer instituição. Talvez JEB devesse levar mais longe essa sua análise e ser mais consequente. Porque não ser o presidente que o Sporting precisa não quer dizer que não possa ser imensamente útil noutra função. Desde a sua entrada em funções que há melhorias significativas na modernização da área administrativa do clube, pelo menos da face que é visível para os sócios, com o é a recente possibilidade de imprimir-mos os nosso próprios bilhetes em casa.

Os prejuízos da sua acção até agora são muitos e evidentes e são agravados por ocorrerem num momento de particular fragilidade do clube e por JEB não ter atrás de si uma equipa que mitigue as suas fragilidades. Não ter um grande líder e uma equipa fraca é uma factura que o Sporting, isto é, nós todos, teremos que pagar. Certamente a juros bem elevados.

JEB crê que foi o destino que o colocou no Sporting. “Houve qualquer coisa que me mandou para aqui”. Sabemos o que essa noção de missão nos custou a todos em Alcacer-Quibir…

Ficam de seguida as frases que considero mais pertinentes nesta I parte:

Sabia que tinha de fazer de Messias para o povo judeu mas se calhar não era bem esse o Messias que estariam à espera”

Cometi o erro da impreparação porque não tive tempo para ver tudo e penso que confiei muito numa coisa que nunca devia ter confiado: acreditei que todos os egos do mundo  se apagariam para ajudar um bom samaritano a levar o barco para a frente

Não houve qualquer pessoa muito importante no Sporting que me tivesse ligado a pedir par vir. Mas houve colaboradores que manifestaram muito interesse  e o meu compromisso inicial  foi com eles, não foi com pessoas mais conhecidas no Sporting.

Reconheço que tenho de melhorar muito o trabalho na mobilização das elites sportinguistas, porque se não as tivermos connosco dificilmente conseguiremos fazer alguma coisa.

(Há uma quinta coluna) Historicamente sempre assim foi, não há nada de novo. As pessoas descobriram agora que as AG`S são complicadas. De certeza que não estiveram nas AG´s de Sousa Cintra e João Rocha.

Tive uma expressão infeliz, aquela do terrorismo, e já pedi desculpa. Mas ninguém comenta a forma baixa e ordinária como tenho sido tratado por algumas pessoas.

Temos obrigação de andar lá em cima. Claramente temos que ficar 15 pontos à frente do SCBraga. Indiscutivelmente. Ainda por cima acho que não estamos no topo da tabela por um conjunto de circunstâncias e coisas estúpidas.

Há um fosso (para os rivais) e esse fosso foi criado numa altura em que ainda é mais difícil recuperar.
(Não teme que o contrato dos direitos televisivos seja considerado um mau acto de gestão) Já fomos acusados há dez anos, de termo feito um mau acto de gestão porque iriam aparecer não sei quantos operadores. A história mostra que não apareceu ninguém. (não fez o contrato por uma questão de adiantamento de dinheiro?) Fi-lo por um conjunto de circunstâncias.

Tentei fazer um programa (de governo) que é claramente de fusão. Se as pessoas quiserem ser sérias, havia mais do que uma plataforma de entendimento. Mas a verdade é que foram alterando o seu discurso , primeiro era porque o clube não era dos sócios, depois porque era da SAD, posteriormente era o ecletismo.

O Sporting tinha de passar pela fusão da tecnocracia com a emoção, com os valores do Sporting, com a cultura Sporting. O Sporting criou algumas expectativas mas foi sempre um projecto atormentado.


Não posso dizer à terça, à quinta e ao sábado que o clube é dos sócios e depois descobrir que só um xeque com petrodolares é que resolve isto. No futebol tenho a consciência que se arriscou um bocado, mas tinha que se tentar alguma coisa e aí corri alguns riscos, mas também acho que, com todo o respeito, se podiam ter corrido outros riscos no passado.


Desde que assumi a presidência encetei um processo de transformação, dizendo às pessoas como é que a casa tinha que ser arrumada. Esse é um legado extraordinário, em termos de mobilização e empenho das pessoas.


Não faço rigorosamente mais nada que não seja o Sporting. (O Sporting ocupa) em média mais de doze horas.


O dinheiro que ganhei este ano não deu para pagar o IRS que tive que pagar agora no final de Setembro.


O esforço e a dedicação de Costinha, na formação de um grupo forte e com princípios bem definidos.


O empenho e a forma profissional com o Paulo Sérgio e a sua equipa técnica tem trabalhado.


Estou optimista quanto ao futuro e acredito que o Sporting irá, certamente, entrar numa fase muito positiva.


O futebol português tem um deficit de coragem. Um País como Portugal não pode gastar o que gasta no futebol. Há um futebol que tem 95% por cento de pessoas extraordinárias. Depois acho que há uma componente de país pequeno terrível, muito baixa. Há cinco por cento de mafiosos.

Há uma coisa que quer queiram quer não, acontece no Sporting: As pessoas gostam de mim.

sexta-feira, 22 de outubro de 2010

Psicossomática leonina

São vários os factores que concorrem para o sucesso até agora registado na campanha europeia do nosso clube. Desde logo a pouca valia dos adversários e, quer-me parecer, o fraco conhecimento que os respectivos técnicos têm de nós. Mas, como se dizia no post anterior, a nossa obrigação é fazer pela vida, mesmo que todos sintamos que o Sporting não nasceu para jogar com Gent(e) assim… Mas é preciso ganhar-lhes para alcançar outros patamares.

Por cá qualquer técnico parece melhor habilitado a fazer-nos sofrer, como tem acontecido e como veremos no domingo, porque, a menos que marquemos cedo, todos os jogos do campeonato são provas de sofrimento. E, para lá dos aspectos tácticos e de valia dos plantéis, o condicionamento psicológico é um factor decisivo, numa equipa, num clube e até para os adeptos que vêm os anos passar sem por as mãos no caneco. Mais ainda quando se constata que, desde o último campeonato ganho, o Sporting não consegue pousar a cabeça no travesseiro e dormir um sono tranquilo entre jornadas, sem ver ninguém no lugar de cima do beliche da classificação.

Para dar um pontapé neste cenário que ameaça tornar-se uma maldição, o Sporting tem de preparar de forma sólida e serena, acautelando todos os factores, as épocas antes de elas se terem iniciado. Não foi isso que aconteceu este ano, como várias vezes, e pelas diversas razões, aqui fomos antecipando.

Para planear bem uma época e para que esta se inicie de forma segura são necessários vários cliques certeiros, da dispensas às aquisições, à escolha do treinador. As recidivas do insucesso geram desconfiança e um clube, uma equipa e até os adeptos desconfiados de si mesmos dificilmente formam um colectivo vencedor.

quinta-feira, 21 de outubro de 2010

Hoje foi o Dr. Jekyll


Mais uma vitória gorda na Europa que poderia ter sido ainda mais expressiva. Repetimos o número de golos marcados ao Levski de Sófia, alcançámos o pleno de vitórias nos jogos da Liga Europa, tornámo-nos na equipa mais concretizadora da prova com 12 golos marcados e temos apenas 2 golos sofridos.
Paulo Sérgio diz que só há um SCP mas nem parecemos a equipa que está em 10º lugar do campeonato, com apenas 2 vitórias e 6-6 em golos.

Para isso, muito contribuiu não só a permeabilidade defensiva dos belgas mas também a nossa eficácia. Porque não adianta nada defrontarmos equipas mais fracas ou que nos concedem facilidades, se não as aproveitarmos. Exemplos não têm faltado.
Ainda assim, a maior facilidade no jogo todo, foi a concedida por Hildebrand ao sofrer um frango de todo o tamanho, num jogo onde os belgas não acertaram um único remate na baliza.

Foi uma boa vitória, como são todas as que são alcançadas com um resultado tão expressivo, onde se pôde ver alguns bons momentos de futebol e onde a procura do golo esteve sempre presente. Hoje não podemos falar de relaxamento a seguir ao primeiro ou segundo golo pois o SCP após o 1º foi em busca do 2º, em seguida do 3º e assim sucessivamente, demonstrado uma boa atitude e entrega.

Gostei da primeira parte do Salomão, que levou a que o técnico do Gent colocasse o Grondin para lhe bater sempre que possível, de Liedson e especialmente de Postiga e João Pereira. O 1º porque está num excelente momento, faz jogar a equipa e marca, o 2º pela atitude em campo. É um jogador que me está atravessado mas enquanto jogar desta forma, nada lhe posso apontar. Uma palavra também para o Abel "Pirlo" - o nosso novo marcador de bolas paradas - e o Evaldo.

Para finalizar, tenho que destacar o Liedson. Apesar de não ter sido o melhor jogador em campo - algo que é sempre discutível quando se marcam 2 golos, - o 31 continua a escrever História no SCP. Não só jogou o seu 300º jogo, como ainda foi o autor do 200º golo do SCP na Taça UEFA / Liga Europa.
Pode não ter escola e ter tido maus arranques nas últimas épocas mas não é um jogador qualquer que alcança os recordes e as marcas que o Levezinho conseguiu e custa-me ver alguma ingratidão para com ele como vi nesta época.

Domingo, como sempre, é para ganhar!

PS: O relvado...

Mais vale tarde que nunca

É mais que justa a homenagem que o Sporting levará mais logo a efeito, fazendo um minuto de silêncio em memória de Malcom Allison.

Por norma desconfio das homenagens póstumas. Na grande parte das vezes elas servem para reparar más consciências, porque é em vida, de olhos nos olhos e no seio do caloroso afecto da família leonina que devemos reconhecer o papel dos que se dedicaram à nossa causa. Não sei se será o caso de logo, porque é demasiado grande a lista dos nossos cuja memória tem sido negligenciada institucionalmente - que não no coração de todos nós - e nela constariam por certo outros nomes prioritários.

Lembro-me por exemplo de Vitor Damas, o meu ídolo leonino de sempre. Será que a atribuição do seu nome a uma baliza lhe apagou a dor de ter sido dispensado por carta, ou homenageado à pressa, num estádio semi-vazio, quando já se encontrava doente?

O que é facto é que Malcom Allison abandonou o Sporting e em vida nunca mais a memória dos seus feitos voltou a ser evocada em Alvalade. Mais vale tarde do que nunca. E a melhor forma de o fazer quanto a mim é (i) respeitar de facto o minuto de silêncio, que é a forma mais nobre de tributar respeito por aqueles que partiram. Só quem nunca viveu algo idêntico num estádio com milhares de pessoas é que não percebe o valor contrastante do silêncio. (ii) Ganhar é a melhor forma da equipa honrar a memória de Big Mal.

quarta-feira, 20 de outubro de 2010

Sombras sobre Patrício e surpresa FSF


Há 2 semanas para cá que se preparava a titularidade de Hildbrand na comunicação social. Percebia-se pela insistência das noticias. Paulo Sérgio anunciou-a hoje. Nesta altura já é tarde para perguntar decidiu o Sporting ir na demanda de um novo guarda-redes, quando tem nos seus quadros um internacional A sérvio e um internacional esperança nacional, e que decidiu emprestar, este até para nem jogar.

A verdade é que está aí e deve ter vindo para ficar, pela forma desabrida como a titularidade de amanhã foi anunciada. Como treinador Paulo Sérgio tem todo o direito de escolher os jogadores com que quer formar a equipa. Já não tenho a certeza se é um bom método criticar um jogador seu, de forma pública, no momento em que o remete ao banco.

Não me parece que o lugar de guarda-redes fosse nesta altura um problema para a equipa. Rui Patrício tem cumprido, mesmo considerando que no último jogo em Aveiro podia ter feito melhor. Não tenho dúvidas que interromper neste momento a sua afirmação, mais ainda quando finalmente se fez justiça e finalmente é muito justamente seleccionado, é quase criminoso. Adicionado ao facto de, no seu lugar, estar um guarda-redes livre. Alguém pensou o que ganha e o que perde o Sporting com isto?

Aguardemos pelo novo capítulo de domingo, quando recebermos o Rio Ave. Há, no entanto, algo de positivo: os Sportinguistas vão finalmente dissipar as dúvidas sobre o valor de Patrício e a da sua importância nos resultados da equipa. Não me parece que, ao fim e ao cabo, algo de  substancial mude. O problema do Sporting, com Paulo Sérgio, não é apenas deste ou daquele jogador. Antes fosse.

PS: A noticia da possível candidatura de Filipe Soares Franco à FPF é uma surpresa. Julgo que o futebol português só tem a ganhar com a presença deste Sportinguista,  em acção conjunta com a de Fernando Gomes na presidência da Liga. Não creio que o Sporting retire daí benefícios particulares, mas esse também não está no nosso espírito. Pode estar aqui uma boa oportunidade para o futebol português. Em breve veremos o que pensam os que detêm o verdadeiro poder no futebol português. Certamente que voltaremos ao tema mais adiante.

terça-feira, 19 de outubro de 2010

Só se colhe o que se semeia

Em Julho do ano passado o Bruno Martins esteve no Chile e, já no mês de Janeiro seguinte, brindou-nos aqui com uma nota deliciosa da surpreendente popularidade de Matias Fernandez, que aqui recordo o essencial:

"No passado mês de Julho, estive no Chile. Enquanto fazia o check-in no hotel, em Santiago, perguntaram-me de onde era. Quando disse que era português, perguntaram imediatamente: "Do Sporting?" Ao longo dos 9 dias que lá estive, foram várias as pessoas que associaram Portugal ao Matias Fernandez e ao Sporting, e isso naturalmente encheu-me de orgulho e, também, de esperança. "Parece que comprámos um craque a sério".

Já na passada semana o site “MaisFutebol” declarava-se espantado por, em plena “crise do resgate dos mineiros chilenos”, a notícia mais vista no site do jornal de referência chileno ser precisamente uma notícia do treino do Sporting onde Matias terá marcado quatro golos.

Apesar de não vivermos o momento mais pujante da nossa história nada justifica que não se continue a trabalhar no sentido de projectar o nome do Sporting. Aliás, será até mais do que justificado, por essas mesmas razões, fazê-lo para ontem. E para que tal aconteça nem sempre é necessário elaborar grandes campanhas de marketing. Basta por vezes deitar mão dos recursos que já estão disponíveis. Era o que Sporting poderia fazer na próxima quinta-feira, aproveitando o facto de ter no seu plantel dois internacionais chilenos, Matias e Valdés. Solicitando a colaboração da embaixada chilena, que, à semelhança do que aconteceu com o SLB, certamente não se faria rogada, o Sporting podia de uma assentada solidarizar-se com os mineiros conterrâneos dos nos nossos atletas e respectivos familiares, levando mais longe o nome do Sporting Clube de Portugal pelos melhore motivos.

Só se colhe o que se semeia. Ainda há tempo para tal homenagem aconteça, mas, a avaliar pela última newsletter do Sporting os órgãos sociais parecem agora mais virados para a religião, atacando os falsos profetas. Isto depois de pedido desculpas aos terroristas em plena A.G.

segunda-feira, 18 de outubro de 2010

A mentira tem qualquer coisa de verdade

Um dia após a realização da AG do passado dia 13, coloquei aqui um post à reflexão dos leitores do blogue, que pode, na altura, não ter sido muito bem entendido por todos. Uns porque estiveram na AG e de nada se aperceberam, outros porque nunca percebem nada, outros porque não ouviram falar de nada. Uma vez que o assunto parece ter saído do limbo onde parecia destinado a perder-se recomendo a sua leitura atenta.

Não tenho por hábito escrever para agitar as águas e se o fiz, da forma que o fiz, foi no intuito de manifestar a minha indignação pelo que OCORREU antes e durante e depois da mesma AG, que julgava ser impossível de ver no Sporting Clube de Portugal. Os que viveram os acontecimentos, sejam eles mandantes, agressores ou vitimas sabem que os factos ocorreram. Acontece que os factos já extravasaram o próprio clube, via Rui Santos.

Talvez por isso mesmo a JL se tenha visto obrigada a produzir um comunicado. Este não tem qualquer novidade, uma vez que, como todos já tínhamos percebido, as cúpulas daquela claque - que não é o mesmo que dizer TODA a JL - vive em união de facto com os actuais corpos sociais. Amancebou-se, diria Jorge Amado. Olhando para o referido comunicado, lembro-me do António Aleixo, poeta do povo:

P'ra mentira ser segura
e atingir profundidade
tem de trazer à mistura
qualquer coisa de verdade.
 
Falta só saber o que é verdade nesse comunicado.

Foi precisamente no intuito de defender o bom nome do Sporting e pelo profundo amor que têm ao clube, que os agredidos resolveram não dar conta pública do sucedido. Uma vez que tal já não é possível, não seria normal, numa instituição saudável, com os órgãos sociais eleitos em pleno exercício de funções, perseguindo a defesa dos interesses do Sporting e não apenas de alguns, a abertura de um inquérito interno, visando averiguar o sucedido? 

Não creio que o acontecido possa ter esquecido. Há de há muito uma ferida aberta no seio do Sporting. Há gente que prejudica impunemente o Sporting, seja na imagem que de nós projecta,  seja na forma subterrânea e sem legitimidade com que se tem imposto. E muitas das vezes pela razão da força e a coberto de uma organização, a JL, que tem uma história demasiado grande para merecer ser confundida com gente menor.

Sonambulismos


O Barcelona é muitas vezes citado como uma fonte de bons exemplos onde o Sporting podia beber. A maior parte das quais pelo primor, quase sem rival, com que sabe gerir com proveito a excelência da sua formação. Ora talvez isso seja um pormenor, num âmbito maior que é a cultura do próprio clube e a forma intensa e participada como os sócios a ele se dedicam. A exigência e responsabilização não são figuras de retórica.

Quem não está atento à realidade do clube catalão talvez se surpreenda pelos resultados eleitorais recentes, em que o presidente Laporta, responsável pelo período mais brilhante e difícil de igualar, não só não é reconduzido como terá que prestar contas ao clube e enfrentar a justiça espanhola pelos resultados financeiros desastrosos do seu mandato. É que o que se pode ler na Marca (obrigado L.M.P.) e que pauta uma diferença grande entre o que se faz no Sporting de há muitos anos para cá. E realço, como nota acessória a diferença de procedimentos das duas instituições: o Sporting constituiu uma comissão de 4 notáveis para redigir uma proposta de novos estatutos. O Barça abre-se a todas as propostas dos seus associados, a quem possibilita o envio de contribuições, através do site do clube.

A vitalidade de uma organização começa na aplicação prática dos seus princípios e a diferença entre os procedimentos deles e os que vimos assistindo há algum tempo no Sporting - demasiado tempo na minha opinião - talvez explique muito o momento em que nos encontramos. Aí as culpas não são apenas dos dirigentes mas sobretudo do sonambulismo dos associados, que se demitem das suas responsabilidades e que as gerações vindouras não deixarão de julgar.

Não termino esta breve mas elucidativa viagem à Catalunha sem vincar o seguinte: ao contrário do processo agora encetado pelo Barça, não me parece útil recorrer a  terceiros, com entrega à justiça dos assuntos que devem ser resolvidos em casa. A devassa do clube, mais ainda no actual panorama da justiça nacional, só poderia ser contraproducente. Para a definitiva e tão necessária pacificação do clube é necessário um processo rápido e transparente, tendo como prioridade não interesses persecutórios, mas o apuramento da real situação financeira do clube. A participação criminal, a acontecer, existiria apenas nos casos em que a mesma seria incontornável. O dia chegará, estou absolutamente convicto, e aí espero que todos estejamos à altura de perceber que o Sporting precisa de encerrar em definitivo capítulos da sua história que, tal como as feridas por sarar, apenas contribuem para a debilitação do espírito leonino. Infelizmente são já várias  as lideranças que não percebem o valor estratégico da verdade e da transparência como factores de agregação à nossa causa.

Pelos vistos Paulo Sérgio terá sentido a necessidade de acordar a equipa no intervalo do jogo com o Estoril. Mas quem tem visto jogar o Sporting dificilmente pode dizer que o problema da equipa está na atitude da equipa. Parece-me isso sim que ela corre muito mas, em regra, o faz de forma pouco consistente e eficaz, como o provam os resultados. O problema parece-me estar, em definitivo, em quem sonhou que Paulo Sérgio estava à altura das exigências. E será muito mau para o Sporting que, pelo ano consecutivo, o ónus da questão seja paga pelos jogadores, refazendo mais uma vez o plantel no ano que vem. Tomo como exemplo Valdés: não foi a jogar assim que esteve 10 anos em Itália. Ou que Zapater foi adquirido pelo Génova por oito milhões. Ou Evaldo, ou, ou...

Acordem (ii)
Três derrotas consecutivas, apuramento para a Supertaça tremido. Que se passa no andebol?

Força Professor


Independentemente de algumas posições recentes mais controversas, a nossa memória não deve ser curta e as figuras importantes do nosso clube merecem ser enaltecidas.

"Um clube grande, tão grande como os maiores da Europa" disse o nosso fundador e o professor Mário Moniz Pereira tudo fez para poder cumprir a sua parte. Carlos Lopes, Fernando Mamede, Gémeos Castro, Rui Silva, Francis Obikwelu e Naide Gomes são apenas alguns dos nomes que Moniz Pereira e a sua estrutura lançaram para dar prestígio ao Sporting Clube de Portugal.

Neste momento difícil, resta-nos desejar as melhoras ao "Senhor Atletismo".

EM FRENTE SPORTING!

domingo, 17 de outubro de 2010

Estórias do futebol português

Os Sportinguistas mais novos conhecem apenas as famosas escutas como testemunho da existência de elaborada teia de interesses, abrangendo árbitros, dirigentes federativos e até juízes desembargadores, com intuito, grosso modo, de proteger o FCPorto dos imponderáveis do futebol, como as bolas aos postes, a inépcia dos avançados ou dos treinadores. Desconhecem contudo, se não tiveram o cuidado de se informar, muitos dos episódios que atestam como conseguiu Pinto da Costa alavancar 3 décadas de hegemonia no futebol português. 

Os Sportinguistas que viveram os anos 80 certamente se lembram de muitas desses episódios e são talvez esses que, por isso mesmo, mais se indispõem com a indignação e o incómodo publicamente assumidos recentemente por alguns de nós com a publicação das escutas. Uma solidariedade que ofende a memória de 30 anos de chitos e golpadas, dos quais o Sporting tem sido, associada à inépcia dos seus dirigentes, um dos principais maltratados. Por isso socorri-me de alguns recortes da época para recuperar um desses episódios, que pode ser corroborado consultando os jornais da época.

Os passarinhos

Estávamos na época 89/90, que havia de consagrar o FCPorto como campeão nacional. Foi uma época cheia de casos. Na 25ª jornada o FCP deslocou-se ao campo do Portimonense e venceu por 1-0 golo de Rui Águas, numa arbitragem de campo inclinado de um senhor chamado José Guímaro. Os desacatos provocados pelos adeptos algarvios, indignados pela actuação do árbitro e provocados por arremessos de latas vindas do autocarro portista, acabariam por ter consequências mais tarde, com a interdição do campo do clube algarvio. O presidente do Portimonense, Manuel João confessava-se indignado com a arbitragem de Guímaro, afirmando “O que será mais preciso para um árbitro ser irradiado do futebol?” E, de forma já pouco premonitória avisou “O Sporting e o Benfica não passam de uns passarinhos” referindo-se ao contexto criado no futebol nacional.

O que é facto é que o Portimonense acabaria por descer de divisão nesse ano, consequência que muitos atribuíram à ousadia da denúncia de Manuel João. Só voltaria a conviver com os grandes do futebol nacional esta época, com uma equipa dirigente muito próxima do FCPorto, sendo um dos seus muitos satélites sem bandeira.

Guímaro haveria de ser irradiado do futebol por causa dos quinhentos contos que em tribunal se deu como provado ter recebido do presidente do Leça. No processo de investigação ficaram também célebres escutas comprometedoras para Pinto da Costa que, tal nos casos Calheiros e Apito Dourado, não lhe trariam grandes mossas. Não fora então também a sua publicação no já desaparecido jornal Independente e hoje pouco ou nada se saberia. 

Nota: este recorte não é da minha autoria, foi retirado há já algum tempo de um site que não consegui agora voltar a localizar.

sábado, 16 de outubro de 2010

Aristocracia envergonhada na Linha

Quem viu os primeiros 45 minutos sem conhecer o futebol português ficou sem perceber que se tratava de um jogo entre equipas de escalões diferentes. Mas, se tal lhe ocorresse, só poderia ser levado a pensar que, a haver uma equipa de primeira divisão, essa só poderia ser o Estoril. Medonhos os primeiros 45 minutos, sem uma jogada digna desse nome.

Seria a diferença de valores individuais a ditar a diferença, com 2 excelentes golos de Liedson e Postiga. Colectivamente o Sporting não existe, vale apenas a forma voluntariosa como os jogadores se batem. Lamentavelmente a situação vivida hoje é o signo da época, não se tratou de apenas de um sortilégio habitual na Taça de Portugal. Paulo Sérgio bem pode hoje agradecer à eficácia dos pontas-de-lança, que praticamente converteram a totalidade das oportunidades.

Individualmente, além do destaque dado a Liedson e Postiga, saliente-se a estreia de Hildebrand e as exibições paupérrimas de Zapater, Matias, Valdês e Vukcevic.

Uma visita pobre e envergonhada de gente rica à Linha.

Jogo no Estádio António Coimbra da Mota, no Estoril.

Estoril - Sporting, 1-2.
Ao intervalo: 1-0.

Marcadores:
1-0, Alex Afonso, 36 minutos.
1-1, Liedson, 64.
1-2, Hélder Postiga, 78.

Equipas:

Estoril: Céber, Anderson Luís, Luíz Alberto, Lameirão, Jefferson, João Coimbra (Erik, 70), Luciano, Vinicius, Alex Afonso, Tiago Costa (Tony Taylor, 85) e Paulo Sérgio (Nelsinho, 76).

(Suplentes: Vagner, Tony Taylor, Tiago Bernardi, Clodoaldo, Nelsinho, Steven Vitória e Erik).

Sporting: Hildebrand, Abel, Daniel Carriço, Polga, Evaldo, André Santos, Zapater (Diogo Salomão, 46), Valdés, Matias Fernandez (João Pereira, 90+3), Vukcevic (Liedson, 46) e Hélder Postiga.

(Suplentes: Tiago, Torsiglieri, Liedson, Diogo Salomão, Cedric, Nuno Coelho e João Pereira)

Que o "Big Mal" do Sporting fosse sempre assim

Malcom Allisson chegou ao Sporting no verão de 1981. Com ele chegavam também ao clube Meszaros, Oliveira, Nogueira e Virgílio. Das camadas jovens ascendiam Carlos Xavier e Mário Jorge.

O Sporting de então era um clube muito diferente do de hoje. No final da época desportiva de 1981, o Sporting tinha-se sagrado campeão nacional de andebol e vencia a Taça das Taças de hóquei em patins ao bater o Oviedo por 7-2, após prolongamento. Seria a base da equipa leonina que constituiria a selecção nacional que, meses depois se sagraria campeã mundial em Barcelos ainda com António Ramalhete (gr), Vítor Rosado, Sobrinho e Chana, treinados por  Rendeiro e Livramento. Já em Fevereiro de 1982 sagrar-nos-íamos campeões europeus de corta-mato e renovaríamos em Braga o título nacional na mesma modalidade.

O Sporting começaria a época com um empate difícil ante um Belenenses de Artur Jorge. Mas o Sporting embalaria de seguida com 5 vitórias consecutivas, terminando invicto a primeira volta e praticando o melhor futebol do campeonato. A equipa de então ainda é hoje a referência na minha memória do futebol à Sporting. Verdadeiros craques como Meszaros, Eurico, Carlos Xavier, Manuel Fernandes, Oliveira e Jordão, secundados por jogadores de bom nível como Ademar, Inácio e Freire suportados por verdadeiros carregadores de piano como Nogueira, Zezinho e Virgílio. Seria esta equipa a primeira a sair de Portugal para vencer uma equipa em Inglaterra, mais propriamente o Southampton, numa exibição memorável de Oliveira. De tal forma impressionado estava que, nesse ano, não descansei enquanto não consegui umas sapatilhas Le Coq Sportif, a marca que equipava então o Sporting. Acreditem que não era tão fácil como nos dias de hoje.




A época seria encerrada de forma apoteótica com goleada ao SCBraga de Quinito que, nas meias-finais, havia afastado o SLB. Nesse jogo Manuel Fernandes despiria a camisola, depois de receber a Taça de Portugal das mãos do então presidente da Républica, para a oferecer a João Rocha, que o presidente merecia tudo.

Apesar de uma caminhada triunfal no campeonato, que comandou quase sempre do principio ao fim, os últimos jogos foram feitos em perda de fulgor, dizia-se então com intromissões na liderança técnica por parte de Oliveira, tido então com o treinador em exercício no relvado e incompatibilizado com Jordão. Nas jornadas 25 e 26 o Sporting empata em casa com o U. Leiria, repetindo o mesmo resultado em Guimarães. Porém, na jornada 28, a duas do final, vamos ao Estoril vencer por 3-0 garantindo em definitivo o título nacional.Coincidência funesta a morte de Big Mal precisamente no fim-de-semana que voltamos ao campo da Amoreira?

Mas havia já alguma areia na engrenagem da relação de Big Mal com João Rocha. O pretexto seria a vida desregrada de Malcom, fascinado pela beleza latina das portuguesas e pela forma ávida como procurava saber o que estava no fundo de uma garrafa de uísque. Faria assim jus a uma das suas desconcertantes tiradas: “só os treinadores a sério é que são despedidos”. Provavelemnte um maior erro de João Rocha, que já estava de olho no “certinho” Josef Venglos, mais fácil de entender para a rígida mentalidade portuguesa, sempre com dificuldades de entender o que foge do óbvio. Depois de despedir o treinador que lhe havia dado a dobradinha o Sporting abria o ciclo da grande seca.

Big Mal deixou saudades, juntamente com o igualmente desconcertante Roger Spry, muitos anos à frente no cristalizado futebol nacional. Tantas como as que hoje tenho do Sporting de então. Um clube vibrante, que arrastava atrás de si multidões em qualquer das muitas modalidades que então representavam o Sporting.

sexta-feira, 15 de outubro de 2010

Malcolm Allison




No site do Man City está uma nota que diz: "Flamboyant, brilliant and larger than life, Malcolm will be sorely missed by everyone at the club and beyond".

Confesso que não tenho grandes recordações da temporada 81/82 em que nos sagrámos campeões, treinados por Big Mal mas sempre ouvi falar de Malcolm Allison com grande respeito, consideração e também pelo seu comportamento. Excêntrico, mulherengo e apreciador das coisas boas da vida, era impossível ficar indiferente a um homem destes.

Malcolm Allison levou o SCP à conquista do campeonato nessa época, sofrendo apenas 3 derrotas, todas elas fora - fcp, bfc e Portimonense - e acabando o campeonato com o melhor ataque. Só não tivemos o maior goleador, porque na derrota por 2-0 nas Antas, Jaques marcou batendo assim Jordão nessa corrida.
Até arrepia comparar o plantel de então com o de agora...

Porque me faltam sempre as palavras em ocasiões destas, digo apenas paz à sua alma. Descansa em paz grande Leão!

PS: Para recordar:

A hora das bestas

Não creio que seja possível a qualquer Sportinguista, que goste mesmo do Sporting, não ficar severamente preocupado com os factos ocorridos na A.G. Que goste do Sporting Clube de Portugal e não apenas daqueles que gostam de falar e agir em seu nome, e de decidir quem são os bons ou maus Sportinguistas.

Mas o que aconteceu afinal de tão grave? Segundo Dias Ferreira, nada de muita importância. Se Dias Ferreira não se apercebeu da gravidade do sucedido ou procurou retirar o foco das objectivas, na tentativa de assim defender o Sporting, ou de branquear o ocorrido, protegendo os prevaricadores, não sei. Não me parece é que a existência de agressões entre Sportinguistas, que a necessidade de chamar reforço policial e que a triste repercussão que tudo isto teve na comunicação social seja um caso de somenos importância.

Também eu sinto relutância em voltar a assunto tão delicado e que, como Sportinguista, me envergonha e entristece profundamente. Não estamos a falar de derrotas sofridas em campo, mesmo lutando pouco e mal, sejam elas copiosas, como as sofridas ante o Bayern, ou de títulos perdidos em casa ante os rivais. Estamos a falar da derrota definitiva e inapelável do Sporting que de 1906 chegou aos nossos dias.  Da morte de um ideal às mãos de aprendizes de mafiosos, mas que destes assimilam apenas o método de infringir derrotas aos Sportinguistas e ao próprio clube.

As agressões que chegaram ao conhecimento público, e ao contrário da versão que se pretende perpetuar,  foram tudo menos um acaso ou resultante “apenas” de discussão acalorada resultante de diferenças de opinião. Elas aconteceram de forma selectiva, algumas delas antes da AG se ter iniciado. Visavam seguramente pelo menos intimidar os visados e quem sabe, em última análise, impor-lhes o silêncio.

Neste momento nada acontece por acaso no Sporting. Embora o discurso auto-indulgente tente explicar o insucesso com bolas nos postes - pensando que os Sportinguistas ignoram que os postes existem desde a implantação do futebol e ninguém deixou de ser campeão por causa deles - é bem claro que o insucesso é em si o percurso e não um acidente de percurso.

Também não é por acaso a existência de uma guarda pretoriana, que sobre o pretexto da dedicação e do sacrifício em prol do clube, vivem de côdeas e umas borlas, que trocam por trabalho braçal. (Reconheça-se pelo menos o trabalho benemérito do clube em prol da comunidade. Enquanto nos pesam no orçamento do clube, atenuamos o desperdício do dinheiro dos nossos impostos em contribuições sociais para indigentes.) Mas perceba-se a perversidade do momento do Sporting: não é suficiente ganhar nas urnas é preciso também domesticar as mentes, instalar o pensamento único e calar as vozes incómodas. Esta é a hora das bestas no Sporting Clube de Portugal.

Ingenuamente poderei pensar que estes acontecimentos tiveram lugar com o desconhecimento dos dirigentes em exercício. Mas desde que eles os viram estampados em tudo o que é jornal ou ecrãs de televisão, voltar-lhes as costas, negar a sua existência, desvaloriza-los, ou não querer apurar os factos, é um acto de conivência totalmente inadmissível. Mas não se esqueçam que, tal como alguns que os antecederam, também a hora dos seus “Brutus” pode chegar. Essa é a lógica imposta pela razão da força sobre a força da razão. Constatarei com pena que o fascínio e a bajulação do modelo “pintodacostiano”, nos traz apenas o seu espectáculo de horrores, mas continua-nos a deixar longe do trilho das vitórias.

Não há adjectivos suficientemente fortes ou expressivos para qualificar este tipo de ocorrências. Isto é uma imitação rasca dos métodos usados, quer por Pinto da Costa quer por Vieira, para cimentar as suas lideranças na hora em que os resultados faziam recrudescer a contestação. Isto é travestir de azul e vermelho a história do Sporting Clube de Portugal. Isto não é o Sporting que me seduziu. Isto é o FCP ou o SLB equipados de verde e branco.


quinta-feira, 14 de outubro de 2010

Contas aprovadas e rumo por definir


Não faltarão locais que apresentem um retrato quase fiel do que se passou na Assembleia-Geral do Sporting que ocorreu ontem ao final do dia.

Provavelmente, podemos chegar à conclusão que a "montanha pariu um rato" pois após algum ruído em torno do momento actual, as contas acabaram aprovadas e a Direcção recebeu um voto de confiança (ou mais um).

Continuamos a depender daquele "clique" que teima em aparecer e é evidente que rugimos para dentro e miamos para fora. Os apelos à união são constantes mas a instigação à divergência e sectarização do clube são cada vez mais frequentes.

O nosso presidente pediu desculpa por algumas expressões infelizes dirigidas aos associados leoninos, mas ao mesmo tempo, alguns dos elementos eleitos pela sua lista conseguiram do melhor e do pior: Finalmente deram a cara por um presidente visivelmente desgastado pelas críticas mas não se absteram de atacar outros associados em vez de ter capacidade auto-crítica.

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