Medo do escuro
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Numa pequena viagem pela blogosfera é possível identificar os aproximadamente 3.497 problemas que afectaram ontem a nossa selecção, todos eles são óbvios e resumem-se no resultado final. Um empate a zero, sem magia nem glória. Pior do que este relambório de problemas só as desculpas da tanga que são uma imagem de marca de quem não quer assumir responsabilidades, ou pior não sabe como se assumem responsabilidades.
Li poucas referências à qualidade do adversário, li e ouvi muitas referências a rankings ou ratings (já nem sei em qual é que estamos bem e em qual estamos mal) mas em dezenas de comentadores e analistas este jogo era muito importante, era o primeiro, tínhamos de ganhar e ponto final. Porquê? O último jogo é para perder? O próximo está ganho?
O medo do escuro, que normalmente todos nós desenvolvemos na nossa infância, é um dos medos mais inócuos que existem, que se saiba fora da tela do cinema o escuro nunca magoou ninguém, já sei que vou ser desmentido por todos aqueles que deram um certeiro pontapé na mesinha de cabeceira quando regressavam à cama, mas fora estes, o escuro, enquanto entidade não faz mal a ninguém.
Porque é que desenvolvemos então esse pavor? Trata-se de uma armadilha da nossa prodigiosa mente que cria para seu divertimento, monstros debaixo da cama, demónios dentro de armários e mãos fantasmagóricas que nos gelam o sangue provocam calafrios.
Voltemos ao futebol. O jogo de ontem foi um jogo de equilíbrios, o resultado final é o reflexo da competência de cada uma das equipas em não permitir que o seu adversário lhe invadisse o quarto e lhe apagasse a luz de uma qualificação.
Não tivemos oportunidades é verdade, mas também não as permitimos, andaram ambos (os 22 ou 28) a bailar no hall de entrada e deixaram as balizas virgens.
A melhor forma de eliminar o medo do escuro é adormecer e entregar a nossa mente ao reino dos sonhos e da ilusão. Esta seria uma das primeiras soluções que daria à nossa selecção, um sonho. Claro que um sonho que fosse suficientemente forte para eliminar os fantasmas que por ali pairam (o próximo deve ser ter de ganhar à Coreia por muitos golos...). Quer o destino que esse sonho esteja ali à mão de semear. O quê? Fácil!
Quero eliminar a Espanha!
A partir deste momento o único objectivo da selecção na África do Sul devia ser este, eliminar a Espanha. Demónio dos demónios para qualquer português que se preze e que também não reúne grandes simpatias pelos sul-americanos que defendem as nossas cores. Vencidos os fantasmas e com os corações a palpitar de coragem vamos lá resolver a parte mais fácil.
Ó Carlos, arruma lá o 4-3-3 no mesmo sítio que o guardou o Carvalhal e põe o único sistema em que a maioria dessa malta têm rotinas de jogo nos seus clubes, o 4-4-2.
Agora espera pela segunda parte do jogo da Coreia para me fazer a vontade que eu enfio-te o Oliveirinha sem bigode debaixo da cama e tu vais ver o que é ter medo do escuro.
Li poucas referências à qualidade do adversário, li e ouvi muitas referências a rankings ou ratings (já nem sei em qual é que estamos bem e em qual estamos mal) mas em dezenas de comentadores e analistas este jogo era muito importante, era o primeiro, tínhamos de ganhar e ponto final. Porquê? O último jogo é para perder? O próximo está ganho?
O medo do escuro, que normalmente todos nós desenvolvemos na nossa infância, é um dos medos mais inócuos que existem, que se saiba fora da tela do cinema o escuro nunca magoou ninguém, já sei que vou ser desmentido por todos aqueles que deram um certeiro pontapé na mesinha de cabeceira quando regressavam à cama, mas fora estes, o escuro, enquanto entidade não faz mal a ninguém.
Porque é que desenvolvemos então esse pavor? Trata-se de uma armadilha da nossa prodigiosa mente que cria para seu divertimento, monstros debaixo da cama, demónios dentro de armários e mãos fantasmagóricas que nos gelam o sangue provocam calafrios.
Voltemos ao futebol. O jogo de ontem foi um jogo de equilíbrios, o resultado final é o reflexo da competência de cada uma das equipas em não permitir que o seu adversário lhe invadisse o quarto e lhe apagasse a luz de uma qualificação.
Não tivemos oportunidades é verdade, mas também não as permitimos, andaram ambos (os 22 ou 28) a bailar no hall de entrada e deixaram as balizas virgens.
A melhor forma de eliminar o medo do escuro é adormecer e entregar a nossa mente ao reino dos sonhos e da ilusão. Esta seria uma das primeiras soluções que daria à nossa selecção, um sonho. Claro que um sonho que fosse suficientemente forte para eliminar os fantasmas que por ali pairam (o próximo deve ser ter de ganhar à Coreia por muitos golos...). Quer o destino que esse sonho esteja ali à mão de semear. O quê? Fácil!
Quero eliminar a Espanha!
A partir deste momento o único objectivo da selecção na África do Sul devia ser este, eliminar a Espanha. Demónio dos demónios para qualquer português que se preze e que também não reúne grandes simpatias pelos sul-americanos que defendem as nossas cores. Vencidos os fantasmas e com os corações a palpitar de coragem vamos lá resolver a parte mais fácil.
Ó Carlos, arruma lá o 4-3-3 no mesmo sítio que o guardou o Carvalhal e põe o único sistema em que a maioria dessa malta têm rotinas de jogo nos seus clubes, o 4-4-2.
Agora espera pela segunda parte do jogo da Coreia para me fazer a vontade que eu enfio-te o Oliveirinha sem bigode debaixo da cama e tu vais ver o que é ter medo do escuro.