As Costinhas de Carvalhal
Foram muito elogiadas as declarações de Costinha após o jogo de Madrid, em que o director desportivo afirma que “no Sporting não há somente jogadores, mas também seres humanos que merecem respeito. (..) queremos mais respeito, nomeadamente pela equipa técnica, o que não tem sucedido” . As palavras são adequadas mas falta-lhes o suporte da acção. A apresentação de CC em Alvalade, a pressa do presidente em demarcar-se em tempo de maus resultados, o seu isolamento evidente e a falta de um vigoroso ou até envergonhado desmentido da contratação de Vilas Boas tornam pública e notória a falta de apoio a Carvalhal. E é também evidente que não cessou ainda entre os adeptos a desconfiança que o seu nome suscitou.
É nesse quadro que entendo as suas mais recentes declarações. Ao puxar dos seus galões, CC fala para fora mas essencialmente para dentro. "Tenho 12 anos de treinador. Não são 12 dias, nem 12 jogos. Relembro que estive nas finais todas que existem em Portugal. Escusado será dizer que o trabalho realizado no Vitória de Setúbal me parece de excepção, para não falar também no Leixões. Certo é que chego ao Sporting aos 44 anos, com trabalho feito, a subir a corda a pulso para cá chegar”. Mais do que o seu conteúdo, conhecido de todos, é a mensagem que fica: ainda ninguém no Sporting lhe comunicou o que pretende dele para o futuro que aí está.
Não é Costinha, com as suas omissões, ou Carvalhal, com o seu curriculum, o cerne da questão. Esta está acima das suas cabeças e em quem tem a missão, diria a obrigação, de zelar pelos interesses do clube. Mais do que esperar pelos resultados, especialmente os de Abril..., deveria haver estratégia na decisão e esta deveria escudar-se em critérios de competência. Um treinador que ganha pode não ser o treinador para a época seguinte, como dizem agora de Jesualdo. O mesmo se pode aplicar a um treinador que nada ganhe, caso os factores que isso conduziram não sejam da sua inteira responsabilidade. Seja qual for a escolha parece porém indesmentível que CC deixará o futebol do clube melhor do que encontrou e saúdo em especial a sua postura, em particular um discurso à Sporting.
Somos de facto um clube especial, onde o facto de um treinador ter subitamente começado a ganhar, com um nível exibiciocional em patamares de todo inesperados parecer constituir um problema. Porém, e ao contrário do que dizia ontem JVP, não é só ao próximo treinador que as vitórias de CC podem constituir problema. É sobretudo a JEB e a todos nós, ao clube que somos. É que, quem vier a seguir não vai ter tempo para errar. Seria sempre assim, mais ainda depois de CC. Joga-se aqui o futuro da próxima época, ninguém duvide disso.
“Abola” faz hoje o inquérito já habitual aos notáveis. Que me perdoem, mas as suas opiniões, em grande parte, são em todo idênticas ao de qualquer adepto comum, sem qualquer outro argumento que o navegar À vista, em função dos resultados. Se pensarmos que são estes alguns dos potenciais dirigentes, talvez consigamos perceber porque o Sporting tem ganho menos do que precisa e merece.
É nesse quadro que entendo as suas mais recentes declarações. Ao puxar dos seus galões, CC fala para fora mas essencialmente para dentro. "Tenho 12 anos de treinador. Não são 12 dias, nem 12 jogos. Relembro que estive nas finais todas que existem em Portugal. Escusado será dizer que o trabalho realizado no Vitória de Setúbal me parece de excepção, para não falar também no Leixões. Certo é que chego ao Sporting aos 44 anos, com trabalho feito, a subir a corda a pulso para cá chegar”. Mais do que o seu conteúdo, conhecido de todos, é a mensagem que fica: ainda ninguém no Sporting lhe comunicou o que pretende dele para o futuro que aí está.
Não é Costinha, com as suas omissões, ou Carvalhal, com o seu curriculum, o cerne da questão. Esta está acima das suas cabeças e em quem tem a missão, diria a obrigação, de zelar pelos interesses do clube. Mais do que esperar pelos resultados, especialmente os de Abril..., deveria haver estratégia na decisão e esta deveria escudar-se em critérios de competência. Um treinador que ganha pode não ser o treinador para a época seguinte, como dizem agora de Jesualdo. O mesmo se pode aplicar a um treinador que nada ganhe, caso os factores que isso conduziram não sejam da sua inteira responsabilidade. Seja qual for a escolha parece porém indesmentível que CC deixará o futebol do clube melhor do que encontrou e saúdo em especial a sua postura, em particular um discurso à Sporting.
Somos de facto um clube especial, onde o facto de um treinador ter subitamente começado a ganhar, com um nível exibiciocional em patamares de todo inesperados parecer constituir um problema. Porém, e ao contrário do que dizia ontem JVP, não é só ao próximo treinador que as vitórias de CC podem constituir problema. É sobretudo a JEB e a todos nós, ao clube que somos. É que, quem vier a seguir não vai ter tempo para errar. Seria sempre assim, mais ainda depois de CC. Joga-se aqui o futuro da próxima época, ninguém duvide disso.
“Abola” faz hoje o inquérito já habitual aos notáveis. Que me perdoem, mas as suas opiniões, em grande parte, são em todo idênticas ao de qualquer adepto comum, sem qualquer outro argumento que o navegar À vista, em função dos resultados. Se pensarmos que são estes alguns dos potenciais dirigentes, talvez consigamos perceber porque o Sporting tem ganho menos do que precisa e merece.