Belenenses 0 - Sporting 1: quase que nos saía a fava no pastel
O Sporting foi ao Restelo fazer um jogo à imagem da época 2016/17: cheio de promessas de bom futebol que, com o passar do tempo, se transforma em futebol previsível e fácil de anular. O que se explica em parte porque o adversário conhece as nossas movimentações e porque a falta de confiança tolhe os nossos jogadores, tornando o nosso jogo mecânico e pouco criativo.
Por coincidência feliz, o Belenenses só não consegue o que se propôs - o tal nulo - porque o Bas Dost fica ligeiramente atrasado no acompanhamento do lance, por via de uma acção de um jogador do Belenenses. É assim que acaba por se gerar a imprevisibilidade que a criatividade dos nossos jogadores não produziu. Um pequeno mas importante exemplo para deixar Jesus a meditar sobre o que tem inevitavelmente que conseguir dar a equipa para que ela esteja mais forte não só para enfrentar conseguir sair deste mau momento, mas também o resto dos desafios que tem pela frente.
Alguns dados estatísticos que servem para reforçar as dificuldades que o Sporting está a ter no seu jogo ofensivo:
Alguns dados estatísticos que servem para reforçar as dificuldades que o Sporting está a ter no seu jogo ofensivo:
- Há cinco jogos consecutivos que o Sporting não consegue marcar na primeira parte, o que já aconteceu por 6 vezes em 15 jogos.
- Apesar de ter entrado na área adversária por 42 vezes (!), só efectuou 12 remates e desses apenas 7 seguiram em direcção à baliza.
- O intenso dominio que a posse de bola (65%) revela não se traduz em ocasiões de golo (7)
Do ponto de vista individual parece-me cada vez mais claro que Campbell tem que jogar, porque é dos poucos que consegue criar jogo de qualidade de forma espontânea e imprevisível e ainda assim assistir. Gélson faz tudo bem até chegar o momento de tomar uma decisão como entregar a bola. E aí, seja o cruzamento largo ou assistência no pé ou no espaço a bola perde-se invariavelmente no vazio ou nas pernas do adversário. Talvez dizer isto seja um pouco injusto para um jogador tão jovem e que ainda por cima deve ter o melhor número de assistências. O Sporting precisa de mais, muito mais.
De um modo completamente diferente, a actuação de Alan Ruiz sugere uma reacção semelhante. Ter bom remate e assistir em passes ou triangulações tem de acontecer mais vezes. Mas não é apenas a frequência, é também a velocidade de pensamento e execução. É também o baixo nível de intensidade que põe nas suas acções. É um pouco por isso que a ligação com Dost funciona ainda em modo pisca-pisca, e são muitas as vezes que não pisca. O que era suficiente no futebol sul-americano é de menos do lado de cá. Desse facto se recente a produção de Bas Dost, quase sempre sem ser servido com qualidade, no que é responsabilidade não apenas de Alan Ruiz mas de toda a equipa.
De um modo completamente diferente, a actuação de Alan Ruiz sugere uma reacção semelhante. Ter bom remate e assistir em passes ou triangulações tem de acontecer mais vezes. Mas não é apenas a frequência, é também a velocidade de pensamento e execução. É também o baixo nível de intensidade que põe nas suas acções. É um pouco por isso que a ligação com Dost funciona ainda em modo pisca-pisca, e são muitas as vezes que não pisca. O que era suficiente no futebol sul-americano é de menos do lado de cá. Desse facto se recente a produção de Bas Dost, quase sempre sem ser servido com qualidade, no que é responsabilidade não apenas de Alan Ruiz mas de toda a equipa.
Não podia terminar as notas individuais sem falar de Beto. Quando as coisas tremeram foi ele que segurou, como se estivesse lá o Patrício. Não lhe poderia fazer melhor elogio.