quinta-feira, 31 de maio de 2018

Futebol "Femenino"



É consensual que as mulheres no futebol não têm o mesmo tratamento e espaço. É claro e inequívoco. Mesmo nos dias de hoje onde já muita coisa está diferente.
Salvo algumas exceções, e cá no burgo, as mulheres já não vestem os equipamentos da equipa de futebol masculina (porque não existiam outros), fazendo umas dobras nos calções para disfarçar a diferença no tamanho e existem balneários próprios não necessitando de trocar de roupa em barracões improvisados para o efeito. Tempos difíceis na província...

Pasme-se... Até já existem mulheres treinadoras, árbitros, presidentes de clubes (ai Sporting…), agentes desportivos... Situação que nunca vivenciei de perto durante os meus anos de jogadora.

Num dos meus últimos jogos fui prendada, com a restante equipa, com uma t-shirt com o nome da competição onde participava na região norte.
Estranhei…"ninguém nos dá nada..." pensei para mim. Vesti-a de imediato e, olhando para as minhas colegas de equipa que também fizeram o mesmo, reparei no que tinha escrito:

“FUTEBOL FEMENINO”

- “Femenino"?? Nem sabem como se escreve… exclamei, desiludida.

Desapontada, não no sentido de revolta ou queixume mas pelo grosseiro erro impresso, por não terem tido o cuidado necessário na sua produção.
Fez-me pensar.
Não iríamos estar em direto para o Domingo Desportivo, ou sair num qualquer correio da manhã com a imagem das futebolistas “femeninas” estampada mais nos rostos do que nas t-shirts, mas todas sentimos que merecíamos mais respeito.

Curioso como o futebol que faz esquecer lealdades políticas, religiosas, económicas ainda não se tenha conseguido livrar do estigma do género…

Valha-nos as nossas Leoas, que conquistaram o triplete, juntando a Taça de Portugal ao Campeonato Nacional e à Supertaça. Uma jornada fabulosa, um domínio absoluto na modalidade que merece rasgados elogios.
É com esta convicção, esforço, dedicação e perseverança que vamos ganhando o "nosso" espaço. Por imposição do nosso talento que não precisa de quotas para ter valor. O tempo dá-nos razão. Tão certo como o chapéu, de se lhe tirar o chapéu, que a Diana Silva fez à guarda-redes bracarense.

Talvez um dia, quando ouvir falar de uma grande defesa Rui Patrício, ouça dizer " Parece a Patrícia Morais!"
















terça-feira, 29 de maio de 2018

A confirmação de Inácio

Já na qualidade de director para o futebol do Sporting, mas ainda como comentador residente, Inácio foi o protagonista do último Trio de Ataque [LINK]. Das várias afirmações feitas e outras por fazer podia salientar o que disse sobre a saída de Rui Patrício e porque mostrou o seu caderno de apontamentos. Mas o mais importante de todas as afirmações foi a de que acredita que "Bruno de Carvalho vai ser outra pessoa". No fundo é a confirmação de que até Inácio concorda que o Sporting precisa de outra pessoa como presidente. Se Bruno de Carvalho pode ou não voltar renascer como outra pessoa já é uma questão de fé.

segunda-feira, 28 de maio de 2018

Entrevista a Frederico Varandas

Frederico Varandas nasceu a 19 de setembro de 1979, em Lisboa, filho de lisboetas, um médico e uma professora, e irmão de um advogado que fez parte da direção de Godinho Lopes. Entrou na Academia Militar aos 18 anos, e toda a gente achava que ele, um menino surfista da Praça de Londres, com aquelas mãos fininhas, só ia aguentar quatro no internato. Foi à procura de uma “mesa de pingue-pongue” e puseram-no a “encher dez flexões”, mas aguentou-se até ao fim. Tirou Medicina no Campo de Santana, entrou no Vitória de Setúbal porque gosta muito de bola, de ver e de jogar a trinco — “duro, mas leal” —, e teve de ir seis meses para o Afeganistão porque a tropa a isso obrigava. Foi contra a vontade do pai e apanhou o maior susto da vida, em 2008, numa emboscada de talibãs à coluna militar de Comandos onde seguia. Pensou que “ia lá ficar, aos 28 anos”, e ainda hoje ouve os sons dos tiros e o silvo dos RPG. Entrou no Sporting em 2011, como médico da equipa, e por lá ficou até apresentar a demissão na passada quinta-feira. É o primeiro rosto da oposição a avançar contra Bruno de Carvalho, num dos momentos mais conturbados da história do clube: no dia 23 de junho vota-se em assembleia-geral a destituição da direção. Conheça o homem que detesta “jogadores que fazem fita e ronha”, que garante que aquele spray milagroso “não faz absolutamente nada” e que manda passear o futebolista quando ele lhe aparece “com uma dorzinha no pé”.

O que o leva a avançar?
A minha demissão já vinha a ser maturada há umas semanas, mas os últimos acontecimentos — aquilo que aconteceu na Academia de Alcochete e a final da Taça — foram decisivos, embora deva dizer que o Jamor, para mim, foi o clique. Lembro-me perfeitamente de ver os jogadores sentados, a chorar, quando pensei: “O meu tempo chegou ao fim.”

Porquê?
Porque o Sporting não está dividido — está completamente partido. Nos órgãos sociais, nas bancadas, entre adeptos e profissionais. Jogámos contra nós próprios na final da Taça, e isso é impensável. Para mim, foi muito difícil tomar esta posição, porque eu gostava realmente do que fazia. Não há nada mais indigesto do que o autoelogio, mas sou competente e tive convites do Mónaco, do Valência e, recentemente, de um clube da Premier League que não vou revelar. Pagavam-me muito mais, mas eu fiquei. E o Bruno de Carvalho reconheceu isso, confiou sempre em mim, embora saiba que agora ele irá dizer muitas outras coisas de mim. O Sporting está doente, precisa de ser tratado e, depois, de se fortalecer.

O que levou o Sporting a essa tal doença?
Sou médico militar e respeito a cadeia de comando: o número um manda no número dois, o número dois manda no número três... Quem é que manda no Sporting? O número um. Quem é o número um? O presidente. Nestes últimos meses vi o Sporting deixar de ser o Sporting especial do qual os adeptos sempre se orgulharam: um clube transparente, digno. Isto degradou-se nos últimos tempos.

No post em que se anunciou como alternativa a Bruno de Carvalho falou em “comportamentos desviantes” da direção atual...
Bruno de Carvalho deixa um legado importante no primeiro mandato (e eu fiz parte desse momento), e não quero que o Sporting regresse ao pré-Bruno de Carvalho, dos tais ilustres e dos notáveis. Mas também não me falem em ‘sportingados’. Ele devolveu o clube aos sócios, mas depois criou fissuras irreparáveis. O número um tem de criar condições para uma boa relação entre os sócios/adeptos e os profissionais de futebol. E isso ele nunca conseguiu, o que é uma loucura do ponto de vista da gestão. O Sporting está numa autêntica guerra civil.

Tem apoios?
Tenho, dos sócios.

Isso é vago.
Venho das bases, fui da Juve Leo, ia ver jogos fora, em casa, Game Box... Tenho esse lado irracional, mas também tenho o lado técnico. Trabalho há onze anos no futebol, sete deles no Sporting, e sempre estive perto da casa das máquinas de Alvalade. Conheço a estrutura toda como a palma das minhas mãos. É importante gostar de futebol, mas também perceber de futebol.

Bruno de Carvalho não percebe de futebol?

Acho que percebe.
Então, é preciso mais do que apenas gostar de futebol e vir das bases para chegar a presidente.
Trabalhei com treinadores de altíssima qualidade, sei como é um balneá­rio, sei que jogadores dão problemas e sei como resolver esses problemas; e sei o apoio que é preciso dar a uma equipa. E tenho uma vantagem, que vem da tropa: capacidade de liderança. Sei trabalhar em equipa. Bruno de Carvalho é muito mais individualista.

Um dos elogios que se faz a Bruno de Carvalho é a escolha dos treinadores. E uma das críticas que também se faz é a progressiva deterioração da relação entre ele e os treinadores. Concorda?
É um facto, mas tem de perguntar aos treinadores porquê. Eu sei a resposta, mas não lhe digo. Há coisas que são públicas, é fácil de ver. É um problema de base, de liderança e de comunicação. Houve sempre um problema de comunicação, porque nada foi genuíno. E, depois, deu nisto, que é surreal, de comunicados para aqui, comunicados para acolá... Vou dar-lhe um exemplo militar: quando temos um ato de indisciplina num recruta, pune-se esse recruta; quando temos um segundo caso de indisciplina, pune-se; num terceiro caso, o problema já está no comandante do pelotão e não no recruta.

Falou diretamente com Bruno de Carvalho para comunicar a sua demissão?
Não, enviei um SMS.

E ele respondeu-lhe?
Até agora, não.

A direção disse que a sua demissão era “inusitada”.
Conheço muito bem Bruno de Carvalho e estou preparado para isto. Tenho a coragem e a competência. Repito: conheço muito bem Bruno de Carvalho, porque trabalhei muito perto dele durante vários anos.

Tem os jogadores e o treinador do seu lado?
Se eu digo que tenho competência para liderar este processo é porque tenho as minhas armas. E essa é uma delas. Conheço o futebol por dentro, sei lidar com jogadores e treinadores diferentes e absolutamente distintos, como Leonardo Jardim e Jorge Jesus.

Já tem nomes para a sua equipa?
Olhe, o core da minha equipa será gente nova, que nunca tenha estado em direções anteriores.

João Benedito é uma dessas pessoas?
Não vou falar sobre isso, ainda.

Viveu aquela tarde de Alcochete por dentro...
Tive dias muito piores do que aquele, mas admito que a situação foi muito complicada e só não foi pior por sorte. Podia ter sido uma tragédia, porque as pessoas que foram fazer aquilo perderam o controlo.

Não foram lá só para falar...
Não, não foram lá só para falar. Acha que queriam falar com o Bas Dost? Ele estava a apertar as chuteiras e levou com um cinto na cabeça. Isso é falar? Eu estava no meu gabinete, apercebi-me do barulho, disse à secretária para não abrir a porta e fui em direção ao balneário... e o Bas Dost estava deitado no chão. É um dos episódios mais negros da história do Sporting.

E isso explica o desempenho dos jogadores na Taça?
Eles ganharam o jogo ao decidirem jogar. Temos miúdos de 18, 19, 20, 22, 23 anos... Os mais velhos têm o quê?, 29 anos? Eles não tinham condições para ir a jogo.

O argumento da direção é de que esta oposição, da qual o Frederico é agora um rosto visível, irá condicionar a próxima época.
No Afeganistão, fui parar ao hospital de campanha e comecei a receber mutilados. E lá andava eu de garrote, a tratar de braços, pernas, e um tenente-coronel vira-se para mim e diz: “Esquece os braços, o importante é mantê-los vivos.” O Sporting precisa que o seu órgão vital esteja a funcionar. Sem um coração forte, o braço está morto. Há problemas muito mais graves do que o jogador que vem ou que sai.

A direção está agarrada ao poder?
Não consigo compreender como é que a direção não quer compreender o que se está a passar: órgãos sociais partidos, agressões em Alcochete, o presidente não vai ao Jamor, os jogadores vão prestar declarações ao Montijo e o presidente não está lá. Isto é normal? Um diretor de futebol proibido de exercer funções pelo Ministério Público é normal? Eu não quero acreditar que o ‘Cashball’ seja verdade, mas acredito muito menos em teorias da conspiração. Quando o Benfica fala em teorias da conspiração nos casos que o envolvem, eu acredito no Ministério Público e na Justiça, que são pilares da nossa democracia. Quero ser competitivo, mas ter valores éticos. Gosto de ganhar lealmente. Não jogo sujo, mas não vou permitir que joguem sujo contra mim.

O que acha das contratações de Inácio e Fernando Correia, dos benefícios retirados à Juve Leo?
São remendos, cola. E a cola, se vier muito calor, derrete. E vem aí um verão muito quente. Custa-me que Bruno de Carvalho não esteja a ver o inevitável.

E o que é inevitável?
Que ele saia. E eu quero que ele saia com a máxima dignidade, por tudo o que fez anteriormente.

Entrevista publicada no Expresso em 25/05/2018

domingo, 27 de maio de 2018

Alta produção

Muitos e bons resultados foram alcançados este fim-de-semana por diversas equipas em diversas modalidades. Um título europeu renovado pela equipa feminina de atletismo em Birminghan  de forma heróica, um triplete assegurado pelas seniores femininas com a conquista da Taça de Portugal no Jamor, uma vitória autoritária da equipa de hóquei em patins que a relança para o título, a passagem às meias-finais da equipa de futsal, onde pode alcançar o tri, são talvez os mais salientes. Nem o facto de não termos conseguido alcançar a vitoria na final da taça de andebol, num jogo muito abaixo do nível que já nos vinha habituando, retira brilho a um final de semana de alta produção desportiva

sábado, 26 de maio de 2018

Em tournée



Fernando Correia, um trémulo recém nomeado porta voz do Conselho diretivo do Sporting, informou esta sexta-feira, da realização de três sessões de esclarecimento para os sócios. A primeira das sessões será realizada em Lisboa, este domingo pelas 10 horas no Pavilhão João Rocha, a segunda a 30 de Maio pelas 19 horas na cidade de Faro e a ultima terá lugar no Porto também às 19 horas, mas no dia 1 de Junho.

Esta direção, que garante não estar agarrada ao poder, parte em tournée para uma ação de propaganda camuflada de esclarecimento. E tudo com meios disponibilizados pelo clube para servirem os caprichos de um líder que, não queria “falar de tudo o que sabe”…mas que vai falar. O espetáculo está montado, o palco vai ser preparado para que a comunicação social possa registar tudo (e por vezes nada) para depois ser desmentida e gerar ainda mais ruído. Bruno de Carvalho vive para o palco, e a comunicação social alimenta-se e alimenta essa situação. Usam-se mutuamente, numa mescla pérfida onde o único prejudicado é o Sporting, os seus sócios e apoiantes.

Quando a teimosia se transforma em arrogância perde-se a razão. As posições defendidas tornam-se pessoais e esquecem a instituição que representam.Tudo o que é essencial passa para segundo plano neste braço de ferro.

O garante de uma estrutura desportiva saudável e viável e a boa gestão desta parece não ser importante, embora seja isso que é apregoado para justificar a permanência deste conselho diretivo em funções na alegada defesa dos superiores interesses do Sporting e da SAD. Perdem o sentido todas as discussões jurídicas, os prejuízos, os ativos, os cativos e até os inativos quando temos de manter assinaturas em cofres para proteger quem decidiu assumir a sua posição face à atual direção.

Candidatos e candidatos a candidato chovem mesmo na ausência, para já, de escrutínio. Com timings melhores ou piores, dependendo do ponto de vista de cada um, este magote de candidatos pode vir a angariar mais força a Bruno de Carvalho. Mesmo assim são ferozmente atacados mal manifestam a sua vontade. A ver vamos quem sobrevive. Ou não. Entre croquetes, notáveis e sportingados a única certeza que tenho é de que estamos cada vez mais divididos, quando deveria ser exatamente o contrário.

Haverá alguém que não sendo a favor do atual presidente, seja “bom” para o Sporting?









sexta-feira, 25 de maio de 2018

O Sporting é cada vez mais uma história de violência doméstica

No final de mais um dia intenso para os Sportinguistas, ficou marcada para o dia 23 de Junho a Assembleia Geral para votação da destituição do Conselho Directivo. O anúncio por Marta Soares, quase abafado por gritos, tentativas de agressão e insultos, antecipa o que se vai seguir.

O Sporting assemelha-se a uma série sobre violência doméstica. Marta Soares é o avô que não tem força para resolver o problema. Os adeptos, as vitimas, dividem-se em vários papeis. Os que gostam de levar. Os que já se habituaram. Os que acham que é preferível este (Bruno de Carvalho), porque bate mas pelo menos vai metendo a comida na mesa e sabe-se lá o que outro poderia fazer.  Eu estou entre aqueles que entende que já chega desta relação tóxica, mas não percebo quando é que este pesadelo vai terminar. Mesmo que haja separação, nem uma providência cautelar o afastará totalmente.

Bruno de Carvalho, apresentou-se como marido extremoso. Paulatinamente foi-se revelando passivo-agressivo. De fevereiro para cá é a agressão quase permanente. Quando percebe que pode estar em causa volta conciliador. Agora que sente que levou a sua relação ao  limite usa a vitimização e recorre à  chantagem pura e dura: "olha os meninos" e "então a casa e o carro?" (as VMOC´s, a reestruturação financeira, o empréstimo obrigacionista), olha o dinheiro para a comida (os salários).

O recurso à dramatização é uma permanente viagem no tempo. Tanto estamos outra vez em 2013, não há milagre financeiro, o Sporting pode não ter dinheiro para salários porque depende de um empréstimo (?!), o clube está estilhaçado, e até a AG pode ser impugnada, tal como em 2013. Se for conveniente puxar o lustro voltamos rapidamente a 2018, a solidez financeira é um facto, as relações com parceiros e investidores é uma lua de mel. Ah, espera, vamos falir se fizermos a AG. E não, não estamos agarrados ao lugar.

Isto tornou-se já numa questão de respeito e auto-estima. E talvez mesmo uma questão de sobrevivência. Ou concordamos todos com ele ou acabamos todos inimigos, sabe-se lá com que consequências...

quinta-feira, 24 de maio de 2018

A posologia Varandas (vulgo mezinhas)



E hoje, no meio da turba e de todo o ruído que infelizmente impera no Sporting, Frederico Varandas, chefe do departamento médico do Sporting, demite-se para "liderar uma solução" de direção. 

Ainda mal a tinta tinha secado na carta apresentada ao presidente do Sporting em funções, e as reações fizeram-se sentir. Há os céticos, os prudentes, os inflamados, os crentes…e outros que são uma mistura de dois ou três dos anteriores. Há também os que não opinam e aguardam desenvolvimentos. E, há o pai do bruno de Carvalho…

Para mim falta o essencial para poder julgar. A existir realmente uma confirmação desta candidatura, é feita em que moldes? É apoiada por quem? Em que fundamentos assenta o seu projeto? Qual a viabilidade desta candidatura? E terá o Sr. Dr. competência para liderar o nosso enorme Sporting?

Tudo questões que o tempo vai ajudar a responder caso se confirme esta vontade de Varandas. Para já sabemos que perdemos o diretor clínico que conseguiu pôr o Coentrão a jogar mais partidas do que algum dia imaginávamos. Talvez saiba apaziguar a dor que invade os corações dos sportinguistas. 

Parece-me que o mais inteligente será não condenar uma alternativa sem a conhecer. Aguardemos pela terapêutica.

quarta-feira, 23 de maio de 2018

Sobre o presidente-adepto...


Sejamos pragmáticos, não sendo mais do que um meio e um instrumento, o futebol serve os mais diversos fins, uns mais lícitos do que outros. É, porém, um meio e um instrumento demasiado importante para que possa ser utilizado de forma irresponsável.

E quando de paixão se imiscui, a razão fica aquém do desejável, ou moralmente aceitável. A euforia, a leitura enviesada dos factos e o sentimento de impunidade tomam de assalto o processo decisivo (quem sabe até o próprio cunho identitário) e os limites do que é permitido vão estendendo, tornando-se cada vez mais ténues e com tendência a desaparecer.  A transgressão é consentida porque quando “amamos” os fins justificam os meios.

Lideramos com estas premissas, a perceção do redor é toldada por um pequeno mundo que se forma, para onde todos convergem prestando a sua vassalagem à figura de proa, e todas as leituras do que acontece de menos favorável vão no sentido de um ataque cerrado. As respostas, essas, são quase sempre de vitimização.

A ausência de vergonha, culpa, de remorso que orientam o individuo para um pedido de desculpa, um aquietar reconciliando-se com o social, dificultam o entendimento entre todos.
Há uma impossibilidade de voltar atrás, de reconciliação. Já demais foi dito e feito sempre com um registo autoritário baseado nas convicções ocas de quem está alienado da realidade.

Também é certo que qualquer um de nós se dá conta de como é difícil praticar o bem em certas situações. O interesse pessoal e a pressão social, por exemplo, conduzem-nos à prática de ações conscientemente imorais. Não queremos aqui ser mais papistas que o Papa. Mas o consecutivo erro, a leitura das consequências desse erro, e partindo do princípio de que há a possibilidade de uma aprendizagem, devem ser alertas para uma alteração de conduta.


Dizem que quem conhece o bem, escolhe o bem. O problema começa quando deixamos de o conhecer...




Nota da Autora : Isa, camisola nº10, Sportinguista desde sempre e apaixonada pelo Futebol. Obrigada J.


terça-feira, 22 de maio de 2018

Aqui está o anúncio da primeira aquisição da época

Este blogue tem o prazer de anunciar a renovação do seu corpo de redação com a aquisição da Isa (@Idzabela no Twitter). A Isa define-se como camisola 10, Sportinguista e desde sempre apaixonada pelo futebol. Ficam desde já expressos os nossos desejos de grandes assistências, bons remates e a esperança de que constitua também uma preciosa ajuda na renovação do jogo da opinião Sportinguista. O primeiro remate segue dentro de momentos. Que seja pois então bem-vinda!

Uma semana depois há ainda muito para saber sobre o que se passou em Alcochete

Cumpre-se hoje uma semana dos ignóbeis acontecimentos na Academia de Alcochete. Ontem o Sporting deu a conhecer algumas medidas de reforço de segurança, que na realidade significam uma tentativa de prevenção relativamente à possibilidade de começarem surgir as tão faladas tentativas de rescisão por parte dos jogadores. Compreende-se a ideia mas duvida-se da sua eficácia. Deixo a matéria para os juristas se entreterem, mas o senso comum remete para o ditado popular: "casa arrombada, trancas à porta". 

Algo muito semelhante se poderá dizer relativamente ao pedido de apoio aos atletas profissionais. Depois dos repetidas dissertações do presidente sobre os "meninos mimados", dos sucessivos acontecimentos, quer em Alvalade, quer em Alcochete, mais parece estarmos na presença de uma tirada de humor negro. 

Já a suspensão dos benefícios protocolados com a Juve Leo suscita-me algumas dúvidas. Não havendo um inquérito interno e não se conhecendo outras conclusões do inquérito judicial que não sejam a prisão preventiva dos envolvidos presos preventivamente pergunta-se porquê só agora.

 Mais:

A medida representa um desmentido à Juve Leo, cujo o líder veio repudiar e desligar a claque de responsabilidades do sucedido? 

Ou porque, com o final das competições profissionais de futebol, a medida é mais fácil? 

Nas medidas referidas está incluído o espaço no estádio, conhecido como "a casinha"? 

Qual é a duração temporal desta suspensão? 

Há contudo algo que me parece ainda mais intrigante e não vi ainda nenhuma menção ou abordagem. Trata-se da responsabilidade administrativa, a começar pelos responsáveis eleitos até aos funcionários sob sua alçada:

Quem é o vice-presidente responsável pelo pelouro das instalações e da segurança e o que tem a dizer sobre o sucedido?

Quem é o director da Academia de Alcochete, que responsabilidades lhe foram pedidas e o que tem a dizer sobre o assunto?

PS: A prisão preventiva dos envolvidos, muitos deles miúdos e folha de cadastro limpo, se comparada com a continuação em liberdade de Luis Pina, indiciado pelo crime de homicídio de Marco Ficinni, deveria envergonhar a magistratura portuguesa

segunda-feira, 21 de maio de 2018

O Sporting Clube de Portugal é dos seus associados!

O Sporting Club de Portugal precisa, hoje mais do que nunca, de uma Mesa da Assembleia Geral (MAG) e de um Conselho Fiscal e Disciplinar (CFD) livres e independentes que saibam defender e respeitar de forma intransigente o Clube, os seus estatutos e aquele que é o seu maior património: Os seus associados, atletas, treinadores e restantes funcionários.

É imperioso acabar com este clima de guerra permanente, discurso de ódio, desrespeito pelas regras, falta de cultura desportiva e até democrática, e, em especial, urge por termo à guerra civil que grassa no clube e unir a família leonina.

O SPORTING CLUBE DE PORTUGAL é, segundo os seus estatutos “uma unidade indivisível constituída pela totalidade dos seus associados”.

É tempo de olharmos apenas para nós e não para o vizinho do lado, de trabalharmos virados para o futuro em vez de vivermos obcecados com o passado, honrando os valores e os princípios que sempre pautaram a nossa existência como sportinguistas desde 1906.

Só assim será possível cumprir o desígnio de “ser tão grande como os maiores da Europa” 

O Sporting Clube de Portugal é nosso? 

A palavra deve ser dada imediatamente aos associados.

Texto de autoria de Rui Morgado  (ex-vice presidente da Mesa da Assembleia Geral do Sporting Clube de Portugal e ex-Vice-Presidente da Mesa da A. Geral da SAD)

Dor de alma!

Tenho pena mas fiquei com a sensação que o essencial  do que estava em jogo passou ao lado da grande maioria. O resultado passou a ser secundário a partir dos tristes acontecimentos do passado dia 15 de Maio. O mais importante era restaurar a moral de um clube que foi atingido no seu âmago num acto inqualificável e inclassificável. 

Apresentarmo-nos de forma digna no Jamor, respeitando o clube e também o adversário foi a decisão tomada pelos jogadores. Uma lição de dignidade, coragem, generosidade e superação que nos foi dada por aqueles que foram directamente atingidos no corpo: os jogadores, técnicos e todo o staff! Muitos muitos de nós não a souberam merecer. A imagem que deixamos no Jamor ilustra bem o momento: um clube à deriva, sem liderança, afastado dos seus princípios e valores. Uma dor de alma!

P.S.- As minhas desculpas a todos quantos deviam ter sido aqui mencionados por terem contribuído para um dos melhores dias de sempre da minha história de Sporting. Nestas alturas temos que nos agarrar ao que fica de bom para podermos superar o momento e olhar para o futuro, porque o passado já foi e não pode ser alterado. O meu obrigado a todos.

P.P.S- Parabéns ao Desportivo das Aves

sexta-feira, 18 de maio de 2018

"On Bruno we trust"

Era uma manhã bonita do dia 15 de Maio de 2018. O Sporting deveria acordar engalanado de pendões e grinaldas para celebrar um dos seus mais lustrosos feitos: a conquista da Taça das Taças, 54 anos antes. A Taça do Cantinho de Morais. A data conheceu o dia sepultada no tumulto dos últimos meses e exacerbados pelos tristes acontecimentos que se seguiram à derrota no Funchal. Não se sabia ainda, mas Sporting estava prestes a entrar pela madeira dentro, corroído pelo bicho do fanatismo e da violência.

Ainda estará por explicar o que aconteceu ao Bruno de 2013. Estava tudo a correr tão bem, o Sporting tinha acordado, o estádio voltava a estar cheio e, mesmo sem a celebração de um titulo nacional no futebol, a equipa voltava a orgulhar os adeptos. Tínhamos acabado de inaugurar o Pavilhão e voltávamos a contar também para o totobola das modalidades, onde quase só passeávamos o nome e as camisolas. Restauramos as finanças e não fazíamos saldos de jogadores.

Mas o Bruno não estava satisfeito. Não lhe bastava o reconhecimento e até a idolatria. Queria mais. Queria mais poder, queria controlar o que os seus detractores diziam, pensavam e escreviam no Facebook. É que isto de dizer mal e insultar não é prerrogativa para qualquer um. 

O Bruno zangou-se e amuado abandonou a AG marcada para a alteração estatutária, quando confrontado com a possibilidade de não ver aprovados os seus intentos. Depois de barafustar e insultar, voltou a vestir o fato mais cordato e em campanha dramatizada promoveu a aprovação dos estatutos. Arrasou a oposição que só ele conhecia. Mas, a época que até corria bem na generalidade das modalidades e especialmente no futebol, entrou aí num plano inclinado de onde nunca mais sairia. Coincidência?... Registe-se também  o prestimoso auxilio mediático aos rivais num momento de aflição, em que as revelações dos emails entupiam as noticias.

O Bruno esperança é agora o Bruno pesadelo. O Bruno solução é agora o Bruno problema. Afinal o salvador metamorfoseou-se em coveiro, emulando e assimilando os anos de história que se apresentou para combater. Também a era Roquete foi esperança até ser desapontamento e pantanal. Tivemos sorte não ver trocado o leão por uma lagosta rampante. A diferença é que "eles" foram-se embora quando se aborreciam ou nos aborreciam e voltaram às suas vidas prósperas. O Bruno tem a garagem da fundação para refundar, sabe que deixou de ser solução para o clube, mas o clube é a solução para ele e para os que o acompanham.

Foi doloroso perceber na conferência de imprensa que só se falou no Sporting por causa e pelo Bruno. Carlos Vieira, que podia ser a solução de transição para o Sporting, preferiu ser a tábua de salvação para o Bruno e certamente do seu próprio caixão. Transformou Jesus, uma das melhores decisões do Bruno num mercenário ("o mais bem pago"). Para os jogadores e técnicos agredidos nem uma palavra.

Aquelas figuras pungentes, de orquestra do titanic a tocar, não tiveram a dignidade de perceber que o seu tempo acabou no momento em que foram triplamente negligentes. Não estiveram na Madeira, não estiveram na garagem e deixaram às escâncaras a Academia e, dessa forma a imagem e a honra do clube. Azar? Três vezes seguidas tem outro nome. É assim tão difícil de entender que é por isso que se deviam demitir? 

Nessa enxurrada alienaram a confiança dos jogadores. Então mas que importa que os jogadores tenham sido sovados no seu local de trabalho e mesmo assim tenham a generosidade de voltar a vestir a nossa camisola e representarem-nos no Jamor? Importa é que o Bruno tem legitimidade. Também o dono do Pingo Doce tem, mas o que faz sem os supermercados? E a NOS ou Altice se perderem os transmissores? Refundamo-nos!, dizem. E ainda temos as modalidades! Sim, que são alimentadas com o dinheiro dos sócios. E sem futebol, quantos serão? Se este "não me demito" é uma questão de números inclua-se no próximo orçamento o valor do resgate. Ofereça-se pensão completa se necessário for.

É assim que estamos. O Sporting encontra-se manietado pelo interesse de menos de meia dúzia e da turbamulta a galope em direcção ao abismo, cantando "on Bruno we trust". Gosto mais do "na na na na na Bas Doosst! É uma questão de gosto.

Os Sportinguistas mais uma vez são chamados a escolher. Desta vez a corda está esticada ao limite de quem nada tem a perder. A escolha é agora apenas entre o Sporting e o Bruno. Com o Bruno passou a ser assim o jogo. Jogo que ontem entrou no prolongamento e o Sporting está a perder. Se for a penalty's podemos já nem ter cá o Rui Patrício para defender.

P.S.- Assembleia Geral para ouvir os sócios? Se o Bruno estivesse realmente preocupado com o que os sócios pensam e sentem não lhes tinha traído os sonhos e as expectativas. Os sócios queriam um presidente, não um caudilho.

P.S.- Não falo na questão Geraldes por dias razões: do que vi até agora parece-me um processo com indícios fracos, colados com cuspe. Mas a principal é que as consequências deste processo, se as houver, quando forem conhecidas já pouco importarão para o Sporting que conhecemos hoje. 

quarta-feira, 16 de maio de 2018

Dead man walking...





O episódio mais degradante da centenária história do SCP
Parabéns, Bruno! Finalmente conseguiste que "os meninos mimados" fossem sovados...

Sejamos claros, BdC não enlouqueceu após Madrid, dos quartos-de-final da Liga Europa. Bdc Está a ser o que sempre foi! Desde o início. A mim também me enganou… Quando nele votei em 2011. Mas, por pouco tempo, pois a reacção dele a essa derrota, e todo o seu comportamento durante o mandato de GL deu logo a entender o que mais tarde se tornaria óbvio para mim: ele colocava sempre os seus interesses pessoais à frente dos do SCP. O pior que podia acontecer (para o SCP) era que a direcção de GL fracassasse da forma estrondosa com que aconteceu… A saturação, o desgaste acentuado do regime, a decadência financeira e a pior classificação no campeonato, deu azo a que este auto-proclamado 'maluco', mais o seu populismo e demagogia tivessem possibilidade de vencer. Desde o início que nunca escondi a antipatia pelo sujeito. Mas, ao longo que os deploráveis episódios se sucediam e acentuavam, e os erros escabrosos se repetiam, ficou claro para mim, que muito dificilmente BdC garantiria clima e condições de sucesso no futebol profissional, modalidade na qual ele constantemente metia o bedelho… Foi sempre o principal e mais determinante foco de instabilidade dentro do futebol profissional! Também começou a ficar claro, e disso dei conta regularmente durante estes cinco penosos anos, verbalmente a amigos e em diversos posts nas minhas páginas pessoais das redes sociais e mais esporadicamente aqui no blogue, que BdC iria desgraçar o Sporting…. Porquê? Porque todos os sinais assim o evidenciavam. Expliquei aqui, resumidamente, o porque de tamanho flop Brunaico: um líder com mau carácter não será nunca um bom líder. No máximo será um chefe arrogante e ditatorial. Porquê tamanha popularidade entre sócios e adeptos, apesar da visível falta de estratégia e do clima de guerrilha interna constantes? Porque BdC pode não dever muito à inteligência, principalmente emocional, mas de espertismo e sabujice tem de sobra. Ele sempre falou aquilo que a massa adepta leonina gostaria de ouvir, mesmo quando faltava às promessas e se desdizia logo a seguir… e, pior, aproveitou-se de um ódio visceral que ainda permanece em grande parte dos adeptos do Sporting ao rival e alimentou-o, porque sabia que isso lhe dava dividendos. BdC sempre usou, privilegiou, explorou até, os sentimentos negativos e mais básicos em seu favor. Este mandato será conhecido não pelo extremo amor ao Sporting, mas pelo acerrar do ódio contra o eterno rival… Foram as vitórias do rival, muitas delas conquistadas de forma dúbia, que aguentaram BdC, circunstância que sempre o favoreceu nessa tácita de manutenção do poder pessoal e das consequentes regalias financeiras e mediáticas que ele sempre desejou … O que também fica do mandato de BdC é o ódio em forma de insultos vis e atitudes persecutórias, contra todos os sportinguistas que, em que circunstância fosse, se manifestassem contra ele ou discordassem das suas posições, acções ou afirmações. Fê-lo muitas vezes a roçar a ordinarice e a provocação pura e dura. Ora, esse ódio, acabou por se voltar contra ele. Ao contrário do que afirmou no recente entrevista ao “Expresso” (a enésima a auto promover-se, a desculpar-se e a acusar outros do insucesso), BdC não tinha qualquer controlo sobe o clube que comandava e a sua permanente instigação contra o plantel e equipa técnica desde que percebeu que teria de quebrar mais uma promessa (demitir-se caso não conseguíssemos o titulo mais desejado e que foge há 16 anos) durante semanas a fio e o incentivo ao clima de ódio contra os próprios atletas degenerou no episódio mais degradante dos quase 112 anos de vida que leva o Sporting Clube de Portugal… Como afirmei antes, o “Brunismo” já tinha morrido. Ontem foi só o princípio das cerimónias fúnebres.

Nota final: espero que as suspeitas que giram em torno do andebol não se venham a concretizar. Mas as notícias divulgadas esta manhã, deixam-me ainda com muitas dúvidas e inquietações… Isso seria uma machadada final no meu sportinguismo, patrocinadas por esta deplorável administração.

terça-feira, 15 de maio de 2018

Esta é a hora de Bruno de Carvalho cumprir uma das suas primeiras promessas

Quando foi eleito Bruno de Carvalho foi eleito deu uma entrevista à SIC onde fez uma promessa solene. Depois do inqualificável episódio de hoje ocorrido no balneário da Academia de Alcochete está na altura de lhe dar cumprimento. 

Trata-se do mais triste episódio da nossa história, um dia de luto para todos nós. Há uma parte da alma Sportinguista que morreu hoje e, independentemente das culpas e responsabilidades directas e indirectas que se venham a apurar, os órgãos sociais do clube devem assumir responsabilidades, não se ficando apenas pelas vãs palavras de repúdio.

Foi no seu turno e por isso não podem fazer de conta que nada aconteceu. Isto sem apurar ainda todas as consequências do que hoje sucedeu e que não tardarão a penalizar-nos duramente. Porém a vergonha que hoje nos manchou é infinitamente maior e difícil de suportar. E aí os órgãos sociais falharam pelo menos por incúria e acção irresponsável e continuam a falhar, pelo que se pode ver pelas declarações ocas quer do presidente do clube  ("foi chato"??? ) e da SAD e do PMAG (Ah e tal vamos ver).

Sporting: 3 casos, 3 maus sintomas

A seguir à profunda desilusão que se instalou após o naufrágio da Madeira, e com as tristes cenas que se seguiram, advinhava-se a entrada num período de grande turbulência. Nestas alturas, em que todos parecem ter uma solução milagrosa, o melhor mesmo é ficar calado. Não vou por isso pronunciar-me sobre a saída provável do treinador, das responsabilidades e consequências da caída para o terceiro lugar, porque não é ainda o tempo. 

Também não vou ousar comentar aquilo que me parece uma contradição nos termos a correr na noticia de hoje do CM Jornal: Sporting e corrupção de árbitros.

Não deixo porém de notar, não posso deixar mesmo de o fazer, três sinais de que muita coisa vai mal no Sporting para acontecerem estes episódios todos em sequência e que nos tiram o sossego:

Episódio 1: Como é possível que um atleta como o Rui Patrício, capitão, segundo jogador com mais jogos com a camisola do Sporting vestida seja insultado, ameaçado fisicamente e transformado em réu de uma época que só não acabou mais cedo para nós precisamente pela quantidade e qualidade das suas intervenções?

Episódio 2: Como é que, acabado o período de nojo e os inevitáveis e compreensíveis desabafos de circunstância após a derrota no Funchal, não cerramos os dentes e reunimos todos os esforços e as últimas forças para ganhar a prova rainha do futebol, a Taça de Portugal, como é nossa obrigação?

Episódio 3- Ao invés, numa encenação de todo evitável, monta-se o triste espectáculo de devassa do clube, com jornalistas instalados em plena garagem de Alvalade, tornando pública a reunião em Alvalade, quando a mesma poderia ter decorrido hoje no recato de Alcochete?

Pode-se culpar os jornalistas quando lhes servimos em rica baixela tamanho banquete? 

O Sporting não consegue fazer e manter em segredo uma reunião de trabalho?

domingo, 13 de maio de 2018

Capitulação total

Vergonhosa é a classificação mais favorável para a exibição de todo incompreensível com que o Sporting fecha a época. Podemos perder ou empatar jogos e aceitar esses resultados mas não podemos perder desta forma obscena, em que nem sequer comparecemos verdadeiramente ao jogo, estando em campo apenas para exibir a capitulação total, sem condições.

sábado, 12 de maio de 2018

A entrevista de Bruno de Carvalho ao Expresso

Definitivamente os Sportinguistas não têm direito ao descanso. Um momento de particular felicidade, com a celebração da conquista de diversos títulos é interrompido com regresso do presidente ao primeiro plano para dar uma entrevista desnecessária e extemporânea.

Desnecessária porque quase nada do que é dito tem particular relevância neste momento da vida do clube, em que se decidem muitos dos campeonatos em que as diversas equipas e modalidades do clube estão envolvidas. Nem uma palavra de apoio e incentivo para os atletas ou uma mensagem de igual teor para os adeptos que se desdobram para acompanhar o clube.

Extemporânea porque volta outra vez várias páginas atrás da nossa história recente para repisar matérias que deveriam estar já definitivamente ultrapassadas, pelo menos no interesse do clube. É difícil de entender que objectivos ela visa que não pudessem ser conseguidos já depois de encerrado este período. Muito particularmente porque poderia muito bem suceder depois dos dois jogos que irão decidir a cor e o tom da época de futebol, cujos atletas e treinador são novamente visados. Insistir só revela que não percebeu completamente as consequências do seus actos, que só não foram mais graves porque houve o bom senso de não deixar levar por diante, entre outras iniciativas "brilhantes", a ideia de suspender a equipa e jogar com a equipa B. Onde estaríamos agora?


Esta não é uma entrevista, são duas entrevistas. O Expresso esteve com Bruno de Carvalho antes da derrota do Sporting em Madrid que provocou um cisma: o presidente de um lado e os jogadores do outro, com críticas violentas, ameaças de greve, suspensões e processos disciplinares pelo meio. Ficou combinada, então, uma segunda conversa para que o presidente leonino pudesse ser confrontado com o motim de Alvalade. Ao todo, foram mais de sete horas de perguntas e respostas, na casa de BdC e na SAD sportinguista, nas quais o líder leonino falou dos futebolistas, de Jorge Jesus, de Vieira e do Benfica, e do seu passado de “trolha” que serviu de preparação para o futebol. “Depois da construção civil, a bola é para meninos.”

O que lhe passou pela cabeça para escrever aquele post?

Vou fazer-vos um enquadramento importante. Primeiro, tem que ver com a linha de raciocínio que eu sigo e defendo: as críticas fazem parte e os jogadores vivem numa bolha. Mas também tem que ver com mais fatores. Antes de mais, a conversa que tive com os jogadores antes de eles irem para Madrid em que eu disse: “Considerem que quando as pessoas criticam e assobiam é porque acreditam em vocês, porque gostam de vocês — e vocês têm de corresponder com vitórias. De onze virem 22 e trazem de lá a vitória.” Na altura, nenhum dos futebolistas me disse: “Veja lá, não nos vá criticar.” Segundo, eu não fui a Madrid porque a minha filha estava para nascer, com todas aquelas questões [dificuldades na gravidez da mulher]. Mas o futebol é um mundo estranho, realmente...

Como assim?

Há uma superproteção dos jogadores e eles com muita facilidade vão para um patamar de total incoerência. Porque estes jogadores normalmente não vêm de meios fáceis ou abonados e esquecem-se rapidamente. Os salários que recebem não estão ligados à realidade do dia a dia. E depois há esta situação de redoma onde são colocados, idolatrados. Os atletas não percebem que são seres normais, cuja profissão é jogar à bola. Seres que têm uma responsabilidade, até social, acrescida, devido ao que ganham em clubes com a dimensão do Sporting. Se calhar os jogadores teriam outro comportamento em campo se não fosse esta teoria absolutamente mirabolante de que são um mundo à parte que tem de ser altamente protegido. Para caminharmos todos juntos, tem de haver um contacto que [não existe porque] os treinadores e jogadores portugueses não têm essa cultura.

Ainda assim, e apesar da forma como olha para o fenómeno, voltaria a escrever aquele post dos “mimados”?

Não, até porque apaguei a página do Facebook. 

Está arrependido?

Não é uma questão de arrependimento.

Mas voltaria a fazer aquela conferência de imprensa?

Qual? A que disse que compreendia os assobios e não os insultos? Pedi para não me chamarem nomes e assumi a culpa total, ainda que deva dizer que houve ali muita encenação, nos cartazes, nas asneiras, etcetera. A conferência durou vinte minutos, mas foi à vossa [jornalistas] custa. E ninguém foi capaz de dizer que fui eu quem foi buscar o treinador do Paços de Ferreira lá para dentro. Os jornalistas estavam a fazer perguntas sem interesse nenhum...



Se não tinham interesse, o presidente podia ter saído.

Sempre me disseram que não devia virar as costas aos jornalistas porque depois eles levam a mal.

Bem, Cristiano Ronaldo já atirou um microfone para dentro de um lago...

Não era de jornalista...

Era da CMTV.

Se é da CMTV não é um jornalista...

Se desconsidera tanto a CMTV, porque ligou para o canal na noite do post?

Bom, isso aconteceu por dois motivos. Um: o Nuno Saraiva [diretor de comunicação] estava em Madrid, com a equipa. Dois: o Nuno Saraiva já tinha tentado entrar antes em direto na CMTV e isso fora-lhe negado. Se me perguntar se [hoje] faria o mesmo, digo-lhe, de caretas, que não. Mas, pronto, liguei porque me alertaram para aquilo que o representante do Sporting estava lá a dizer em direto; extravasaram do post para o lado pessoal. 

Depois disso, dá-se uma espécie de motim, com jogadores de um lado, presidente do outro. Não perdeu o controlo da situação?

Não perdi controlo da situação coisa nenhuma. Foi tudo como dizia o meu tio-avô Pinheiro de Azevedo: só fumaça, a montanha pariu um rato, não houve consequências, ganhámos cinco seis jogos seguidos. Se eu não estivesse a passar o que passei, talvez tudo tivesse sido evitado. A pequenina oposição quis pôr as garras de fora, mas veio o corta-unhas e cortou-as. E atenção: é nesse período que anuncio a renovação com o Superbock Group e com a CUF. Os pseudoespecialistas diziam que a marca estava a perder valor — a verdade é que houve uma melhoria da reestruturação financeira, empréstimo obrigacionista que se resolverá, patrocinadores satisfeitos, modalidades cheias de saúde.

Acha que se fosse hoje a votos teria os mesmos 90%?

Em primeiro lugar, burro é aquele que a três anos de umas eleições está preocupado com isso. Essa leitura não tem interesse nenhum. Acha que daqui a três anos alguém se lembra disto? Olhe, saiu uma sondagem na qual apenas 11% das pessoas discordaram da minha posição — e eu relativizo isso também, nem me interessa.

OK, mas não houve dano com o plantel?

Isto foi um conjunto de precipitações. Aqueles que dizem que me precipitei, também se precipitaram. A relação com os jogadores? Eu não procuro o amor dos jogadores, porque o meu dever é defender, por um lado, os interesses do clube, e, por outro, gerir as emoções dos futebolistas, que querem melhores contratos, mais dinheiro, sair para o estrangeiro, etc.

Ou seja, o que nos está a querer dizer é que um grupo de jogadores insatisfeitos com os contratos aproveitou o seu post para liderar o tal ‘manifesto’ nas redes sociais contra si. 

Ficou agendada uma reunião para depois do jogo com o Paços de Ferreira à chegada da equipa, porque nessa manhã eu tinha de estar no TAD e na PGR. Depois fui surpreendido quando surgiu aquele post do Instagram [partilhado por 19 jogadores]. Pronto, aconteceu.

E porque é que isso aconteceu?

Não sei. Talvez um bug informático.

E o presidente respondeu aos jogadores, ameaçando-os com processos disciplinares, suspensões.

Ação-reação. O sentimento de traição e de deslealdade é o pior; se ficou combinado que nos iríamos reunir no dia seguinte, porque é que escreveram aquele post? Obviamente, não me senti bem com aquilo. Precipitei-me, mas não fui o único.

Jaime Marta Soares também?

Todos. Agora, espero é que não seja um período de reflexão apenas para o presidente do Sporting. É preciso que todos cresçamos um bocadinho mais. 

Há volta a dar na relação com o plantel?

A relação é esta: há uma hierarquia que tem de ser respeitada e um líder que tem de dizer às vezes ‘não’. O jogador quer sair, eu não deixo, ele fica chateado, vai para casa, no dia seguinte volta, a coisa passa. Ponto final. No futebol não funcionam os pedidos de desculpa, não são precisos. 

Nada vai mudar?

Mudou alguma coisa, porque os jogadores já deram uma volta olímpica. Também refletiram um bocadinho.

E os tais jogadores “mimados” que escreveu no post? São os capitães Rui Patrício e William Carvalho?

Olhe, as pessoas que me são leais no Sporting ficaram incomodadas com o que aconteceu, porque sabem que eu dou tudo pelo Sporting. A administração ficou ofendida, porque estava combinada uma reunião que depois foi descombinada — e, depois disso, chegou aquele post dos jogadores.

Ou seja, esses tais jogadores vão sofrer consequências no mercado?

Uma coisa lhe garanto: só vão sair jogadores valiosos se alguém pagar o valor da cláusula ou muito próximo disso.

Então é um castigo para os que pretensamente forçaram a saída com o post?

Não quero acreditar que tenham feito o post com esse intuito. Porque se o fizeram, é porque não me conhecem de todo; se querem que eu seja sensível a alguma coisa, que me ponham bem-disposto, senão vão bater com a cabeça no muro.
percurso Bruno de Carvalho acha que os jornalistas não o pintam como deve ser. “Eu sou popular e sou um exemplo de vida: tive um sonho, lutei, ganhei e tornei-me presidente do Sporting Clube de Portugal”
Recebeu mensagens do plantel de felicitações pelo nascimento da sua filha?

De ninguém, a não ser do Jorge [Jesus]: “Parabéns pelo nascimento da Leonor.” Mas recebi de todas as outras modalidades.

Qual foi o papel de Jorge Jesus nas 72 horas? Levou a mal que ele se tivesse posto ao lado dos jogadores?

Uma pergunta mais inteligente seria: quem é o líder do balneário?

O treinador.

Então acha que um treinador permitiria que os jogadores fizessem aquilo que se escreveu ao seu presidente? Que os jogadores tinham virado as costas ao presidente, gritado com o presidente, que se tinham recusado a treinar, e por aí fora. Só pode ser invenção da comunicação social, não é? Porque se fosse verdade era gravíssimo.

Está a ser irónico?

Têm de ser tudo invenções, não é? Porque senão era mau sinal haver um líder de balneário assim. E o líder de balneário é o treinador. 

Mas subscreve o líder de balneário que diz que o que importa num clube são os jogadores?

Acho que o Jorge teve uma boa tirada contabilística, porque os ativos mais fortes são os futebolistas. Mas o maior património do Sporting Clube de Portugal são os sócios e os adeptos, ponto.

Essas duas formas antagónicas de olhar para o futebol não vão colidir?

Não, porque ele não é o líder dos sócios e dos adeptos. 

Está satisfeito com a forma como o líder do balneário geriu todo este processo?

Partindo do princípio de que é tudo mentira, menos o post, sim, geriu bem.

Pergunto outra vez: está a ser irónico?

Não, não. Você acredita que alguma coisa acontece no balneário sem o OK do líder? Um líder lidera. Imagine que no meu conselho de administração acontecia uma série de coisas e de atitudes para as quais eu não tinha dado o meu OK. Se isso acontecesse, eu não era líder algum.

Falou em reflexão coletiva. O líder do balneário já refletiu?

Tem de lhe fazer a pergunta a ele.

Mas ele precisa de fazer essa reflexão?

Todos nós precisamos.

Jorge Jesus fica na próxima época?

Tem contrato, já estamos a preparar o que aí vem. No outro dia vinha num jornal que ele estava de corpo e alma no Sporting, que queria ficar, que estava identificado com o projeto. E o projeto é este: aqui é para ser campeão em todas as modalidades. Tem de haver atitude e compromisso de todos. Não quero ser mais um. A exigência tem de ser total. Eu comigo sou de uma exigência total e avassaladora. E depois tenho a máxima do meu plano e estratégia de comunicação que vem do meu tio-avô Pinheiro de Azevedo.

E qual era?

A minha mãe trabalhava com o meu tio-avô Pinheiro de Azevedo quando era primeiro-ministro por causa daquela questão de Portugal servir de ponte aérea entre Angola e Cuba, porque ela achava que aquilo nos envergonhava a todos. E ele dizia: “Ó Paulinha, mas o que é que eu posso fazer, isso é com os generais, não é comigo.” E ela insistia e ele lá foi falar com o general a dizer: “Xôr general, isto é uma vergonha, a ponte aérea e tal. Vamos fazer assim, ou faz você alguma coisa ou faço eu.” Passado um dia ou dois, manchete no jornal: “Portugal acaba com a ponte aérea.” E a minha mãe lá vai toda contente dizer: “Ó tio, maravilhoso.” E ele: “Ainda bem que estás contente.” E ela: “E se o presidente não tem feito nada?” E ele: “Isso, Paulinha, é que era uma chatice. Mas vou ensinar-te uma coisa. Para ter sucesso, a primeira coisa a fazer é criar fama de maluco. Depois, é só mantê-la.” É essa a minha estratégia de comunicação. 100% eficaz e eficiente, digo-lhe já.

Voltando atrás: o regresso ao banco de suplentes depois daquele post foi pacífico?

Muito pacífico. Era só o que mais faltava não ser pacífico, porque no dia em que isso acontecesse, era sinal de que não era líder. Eu respondo perante os sócios e adeptos.

Porque decidiu, enfim, sair do Facebook?

Porque tinha uma família alargada para dar atenção e percebi que havia uma maioria inequívoca de sportinguistas, inclusivamente aqueles que não viram nada de mal no post, que me disseram: “Eh, pá, presidente, não continue. Chega.” Se os sócios preferem o caminho B ao A, tenho de aceitar. Fui democraticamente eleito para isso. Houve alguém que me disse algo que me ficou: “Presidente, percebeu-se na cara que você queria mesmo dizer aquilo na conferência de imprensa, mas eu não o queria ouvir.” Foi de uma honestidade intelectual tremenda, uma lição que eu aprendi para a vida. As pessoas, por vezes, pura e simplesmente não nos querem ouvir. E tenho de respeitar isso. Aprendi que o silêncio é de ouro. Quando apaguei, tudo acalmou. Mas tive de ver com os meus olhos, porque não acreditava que seria assim tão simples. 

Custou-lhe sair?

Olhe, não preciso do Facebook para nada a não ser para fazer passar uma mensagem num canal privilegiado. Nestas semanas, nestes tempos, em que fui operado, em que a minha mulher teve as complicações logo a partir de 20 de dezembro — sem saber se a minha filha iria nascer em condições, estive cinco dias no hospital com a bebé em risco de vida —, em que fui diagnosticado com uma síndroma vertiginosa; enfim, durante esse período todo apercebi-me de uma série de coisas. É como um bloco de notas em que se aponta o bom e o mau: aprendi a relativizar situações, em função das dificuldades da gravidez da minha mulher; e também aprendi com quem posso ou não contar a partir deste momento. Os sportinguistas querem um presidente feliz e contente fora do Facebook? Então é isso que vão ter, sendo que a minha felicidade agora passa por estar mais perto da família. Conto-lhe isto: a minha filha de 15 anos chegou-se ao pé de mim, aos gritos, a dizer que a CMTV estava à porta de casa. “Acabou, pai! Isto é inacreditável. Não pode ser!” Não posso perder a minha filha por estar a escrever posts no Facebook. 

E quem é que o desiludiu nestes momentos?

Houve desilusões, mas guardo-as para mim. Quem não me desiludiu foram os meus únicos seis amigos que tenho desde o tempo do Maria Amália. Obviamente que a administração também me apoiou bastante, mas aqui estamos a falar num plano estritamente pessoal, certo? 

Sim.

Então só tenho seis amigos [gargalhada].

Revê-se na tese de burnout avançada por Eduardo Barroso?

Ouça… Ele tem-me acompanhado nestes problemas de saúde que tive. Ele sabe o que é gerir o Sporting. Acho que o que ele queria dizer era que uma pessoa normal, que estivesse a passar pelo que eu passei, já estaria com uma camisa de forças. O Bruno não. O Bruno aguenta, aguenta, aguenta, aguenta. 

Porque não delega mais?

Eu delego, mas… tem noção dos inimigos que eu já colecionei? Eu confio em todos, mas não quero que tenham de se sujeitar a isto. Não é justo que eles travem as guerras que eu tenho de travar.

Uma das suas primeiras ‘guerras’ estratégias foi atacar o FC Porto e Jorge Nuno Pinto da Costa. Como é que isso resultou para si e para o clube?

Quando cheguei ao futebol, achava que o poder estava num lado e, afinal, estava noutro. Facilmente percebi isso: que o Benfica tinha o poder. Agora, podia puxar dos meus galões e dizer que, enquanto estive em guerra aberta, fiquei sempre à frente do FC Porto.

De que forma é que esse poder se manifesta?

Em primeiro lugar, quero relembrar a cena dos vouchers. Era tudo uma mentira pegada, mas depois os responsáveis do Benfica e os árbitros disseram que era verdade, que existiam, que eram ao portador e que podiam ser à discrição. Depois vieram os chavões: “Mas algum árbitro se vende por um jantar?” A seguir, comecei a dizer que havia alguém que se achava o rei-sol — e acusaram-me de estar obcecado com o Benfica. E o que dizem, então, os e-mails? Que havia pessoas que se julgavam acima da lei, que tinham montado uma teia sem limites que abrangia Federação, arbitragem, Governo, polícia, etc. A polícia pode, de uma vez por todas, mudar a sociedade portuguesa. Se me perguntar se eu acho que é verdade, eu digo, enquanto cidadão, que é verdade. São muitos sinais: vouchers, emails, E-Toupeira. Se isto resultar em nada, as pessoas não vão gostar. O ‘Apito Dourado’ teve um problema: não havia redes sociais. As redes sociais podem ser uma forma de estupidificação das massas, mas também são um lugar onde tudo aparece, onde tudo é escrutinado. Se fosse agora, o resultado seria outro.

Acha que perdeu algum título por causa disto? 

Acho que isso aconteceu no campeonato 2015-16 [Benfica sagrou-se campeão com dois pontos de vantagem sobre o Sporting].

Mas nos anos que se seguiram e nos anteriores acha que o Sporting também podia ter ganhado? 

E não acha estranho só sermos burros no futebol? Conseguimos ser campeões em todas as modalidades menos no futebol... sénior masculino, porque no feminino também já fomos. Falta-nos esse neurónio no futebol masculino, deve ser isso...

Alguma vez presenciou algumas das coisas que são referidas nos e-mails e que podem configurar pelo menos tráfico de influências? 

Ninguém ligou nenhuma... Mas vocês ligaram alguma coisa quando eu disse que o presidente do Benfica, na garagem da Liga, quis fazer um acordo em que ora ganhava ele ora ganhava eu?

Tem testemunhas disso?

Desculpe lá, eu fui chamado à Liga para falar disso. Mas o assunto foi arquivado. E é incrível, porque a Liga tem uma câmara na garagem.lar O presidente do Sporting fotografado na sua casa em Lisboa

Então há imagens?

Não. Dizem eles que apagaram. E apagaram porquê?, perguntei eu. Eles deviam ter mantido as imagens.

Isso foi quando?

Foi uma reunião que se fez na Liga quando eles estavam a querer expulsar o Mário Figueiredo. É na época 2013/14. E depois acabei eu a levar um processo.

Quais eram os termos do acordo proposto? Ganhar um de cada vez os títulos?

Ele [Luís Filipe Vieira] disse-me isto. E eu respondi: “Espere aí um pouco que eu vou à casa de banho.” E depois saio, vou para a porta principal da Liga e liguei ao motorista a dizer para me ir buscar que eu não queria aturar mais aquele tipo e ele, que gaguejava, só me respondia: “Mas ele tá tá tá tá tá tá aqui ao meu lado.” O homem entrou no carro e tentou convencer o meu motorista a convencer-me. Não sei que relação ele lá tinha com o motorista dele, que achou que convencia o meu motorista que um acordo destes era muito benéfico para o Sporting. Eu já disse isto. E fui processado.

E já assistiu a mais comportamentos que indiciem tráfico de influências?

Precisa de mais do que disto? Quando uma pessoa faz uma proposta destas, o resto não me espanta nada.

Surpreendeu-a detenção de Paulo Gonçalves?

As pessoas têm de decidir o que querem fazer de Paulo Gonçalves: ou condecoram-no ou prendem-no. Condecorar, porque foi campeão em todo o lado, mas é preciso ver como é que ele conseguiu ser campeão. Ganhar no FC Porto, Boavista e Benfica não é para qualquer um. 

FC Porto e Benfica já tinham conquistado títulos antes da chegada de Paulo Gonçalves.

E o Boavista? 

Não. 

Pois é.

Aparentemente, já fez as pazes com Pinto da Costa e até se sentou na tribuna presidencial ao lado dele. Vê-se a fazer o mesmo com Luís Filipe Vieira? Apertar-lhe-ia a mão?

A resposta é: não. Os problemas que tive com o FC Porto foram centrados em mim. No Benfica já se ultrapassou tudo o que era razoável. Já houve situações em que a minha morada privada foi revelada publicamente… E acho que a amizade entre a Cinha Jardim e a minha ex-mulher é estranha, para ser simpático…

O que nos está a dizer é que a sua ex-mulher está a ser instrumentalizada na disputa desportiva?

O que estou a dizer é que acho completamente estranha e descabida esta amizade meteórica entre a Cinha Jardim e a minha ex-mulher. Mas se quiserem fazer perguntas mais interessantes do que essa...

O que é que isso implica com a sua filha?

Implica o facto de a minha ex-mulher de repente achar que eu só posso ser pai da minha filha 67 dias por ano.

Mas antes tinham guarda partilhada?

Tínhamos o mesmo acordo que temos agora, mas era encarado de forma perfeitamente normal. E neste momento a minha ex-mulher decidiu levar o acordo de forma literal. E infelizmente está a ser apoiada por uma juíza que acha que uma pessoa pode ser pai 365 dias estando 67 dias com uma filha. Eu estou a pedir a guarda partilhada porque não acredito que se possa ser pai em 67 dias. Apenas progenitor e ama. Isto não se faz... Vocês estão habituados aos presidentes que têm fortunas, negócios e então acham que podem atacar todos de forma igual. Ainda não perceberam que a minha vida é esta. Não alterei absolutamente nada. E infelizmente, não posso ir à Quinta das Conchas, a um café ou jantar fora com as minhas filhas sem segurança. Se quiser ir jantar — com segurança — tenho de ir para os restaurantes mais caros. Como se tivesse possibilidades para fazer isso. Não tenho. E os jornalistas queixam-se de que eu estou a atacar a profissão deles, não percebendo que também estão a atacar a minha vida e o sustento da minha família. E se julgam que isto não tem influência na decisão patética que esta juíza tomou... claro que tem! Estou a ser muito prejudicado por uma imagem absolutamente falsa que a comunicação social passa. Até na minha vida pessoal sou prejudicado. Porque ninguém normal toma uma decisão como a desta juíza sobre a minha filha, quando a jurisprudência diz que o ideal é a guarda partilhada. Fiquei muito ressentido com a comunicação social por isto.

Os últimos e-mails do Benfica revelam algo mais?

Por exemplo, o e-mail do Powerpoint de Domingos Soares de Oliveira… Bom, o que me surpreende é como é que o Estádio da Luz inteiro não assobiou esta gente toda e o presidente da mesa da Assembleia Geral não pediu eleições. Se um post meu deu no que deu, imagine que o Powerpoint era meu. Eu não saía daqui com dores de costas, mas todo partido com a pancada que levaria. Há pessoas que foram constituídas arguidas, outras presas — e eu fiz um post... O Sporting é mesmo um clube sui generis.

Acha que a linguagem que usa é adequada à função que desempenha?

Nós estamos a falar de futebol, não estamos a falar de ópera. Temos de usar um palavreado adequado ao mundo em que estamos. Venho da construção civil para o futebol, ou seja, fui trolha e deixei de o ser. Nos meus primeiros dias eu também ia de fato e gravata e com os sapatinhos para as obras. E ouvi isto: “Aqui o gravatinhas tem a mania que manda, mas nós vamos fazer-lhe a folha.” Pensei: “O gravatinhas sou seu.” Fui a casa, troquei de roupa, ganga e T-shirt, voltei a essa obra — que é aqui onde nós estamos, nesta rua e neste prédio, fui eu que fiz isto tudo — e disparei asneiras a torto e a direito. E as coisas fizeram-se e passei a ser respeitado. Mas depois do que passei na construção civil, devo dizer que o futebol é só meninos. Digo-vos mais: o tipo de presidente que eu sou, o presidente-adepto, é o presidente do futuro. As coisas não andam para trás, o futebol tem de ter uma transparência total, porque as pessoas estão fartas, fartas, fartas. Temos é de trazer pessoas sérias para o futebol — e sério sou eu. Chega de hipocrisia. O futebol não precisa de indícios de corrupção, de gente presa, de tráficos de influência, de programas de televisão desportivos que são uma nulidade. Mas, depois, a culpa é do Bruno de Carvalho, do casaco do Bruno de Carvalho, do fumo e do cuspo — como é que eu conseguiria cuspir e expelir fumo ao mesmo tempo? Dizem: “O Bruno tem de ter é bom senso.” O que é isso de bom senso? Se há um manual de conduta presidencial, que mo enviem, porque eu preciso de o ler para me comportar convenientemente.

Sente-se excluído e perseguido?

Nada no futebol me espanta, nem o facto de estes tipos terem todos a primeira classe e eu, que sou o único licenciado e com um mestrado, me sentir como aquele que tem apenas a primeira classe. A mim espanta-me a forma que a comunicação social arranjou para ganhar dinheiro comigo, não percebendo que o poderia fazer de uma forma muito melhor. Primeiro, porque sou popular. Segundo, porque sou um exemplo de vida: tive um sonho, lutei e ganhei, quando era chamado nas primeiras eleições, “o homem um por cento”. Terceiro: há o Bruno que faz o “Congresso Internacional The Future Of Football”, que levou propostas à Assembleia da República, Presidente da República, Parlamento Europeu e à Comissão Europeia que irão ser aplicadas. E esse Bruno não tem interesse para a comunicação social. Recordo que tive uma entrevista com um diretor de um jornal desportivo, em que gastei quatro horas da minha vida na Academia, e como não disse uma asneira, a pessoa levantou-se e disse-me, na minha cara, que a entrevista não tinha tido interesse. “Pois é a primeira e a última vez que você me entrevista.” O que eles querem saber é se uso ou não cuecas vermelhas. Lá fora, a BBC liga-me, aqui as pessoas acham que ganham dinheiro amplificando aquilo que de mau eu possa ter feito ou dito. No entender deles.

E qual é o seu entender?

Eu preciso de paixão, eficácia e eficiência. A célebre frase das nádegas foi eficiente. Se gostei do que disse? Não. Mas fui 100% eficaz, alertando para uma manobra dos bastidores sobre o fim da centralização dos direitos televisivos: era 50% do maior clube do Norte [Porto], 50% do maior clube do sul [Benfica] e o Sporting ficava nos outros. A partir daí, começaram a falar da tal bipolarização.

Isso aconteceu no início da sua vida no Sporting e parece não ter mudado muito.

Não mudei, até porque a mudança de estilo, já vos disse, foi na construção civil. Aprendi que temos de representar um papel nos determinados contextos em que estamos. No futebol, tenho de usar um português muito básico, provocar choques que emitem ondas contra o Bruno, mas que se fale sobre o que eu quero pôr na agenda. E isso tornou-me uma pessoa muito mais amargurada. Foi-me dito uma vez por um diretor que o posicionamento na grelha da TV ou nas páginas de um jornal depende do tipo de relacionamento pessoal entre as partes. Vou contar este exemplo. Passei coisas que não desejo a ninguém, mas ganhei um processo contra uma juíza que me dizia que uma criança precisa de um pai e de uma mãe, e eu respondia assim: “Sim, ela tem um pai, que cuida e ama, e vou encontrar uma mãe, porque a pessoa que a deu à luz não é isso.” Venci esse preconceito do pai e da mãe há quase 15 anos e fiquei com a guarda total da minha filha mais velha. Eu sou realmente diferente, têm de perceber isto: não tenho negócios nem negociatas, não quero mais nada do que ser presidente do Sporting. Sou uma ilha deserta linda de morrer no meio de um oceano num planeta de um só continente onde toda a gente se conhece.

É acusado de promover o culto da personalidade e dou-lhe um exemplo concreto: aquele vídeo que passou nos ecrãs do estádio de Alvalade a anunciar que iria ser pai.

Foi uma péssima iniciativa e nunca mais farei uma coisa destas. Não tenho necessidade disso para me promover, porque teria tido muito mais visualizações no meu Facebook do que ali. Mas quem pensa que eu preciso dos ecrãs do Sporting para alguma coisa, lá está, não é estimulante.

Então mas porque é que o fez?

Porque foi uma campanha para angariar novos sócios, que até foi engraçada. A comunicação social manipula. Até quando fui eleito e disse “bardamerda” para quem não é do Sporting… Pegaram nesta expressão, mas esqueceram-se de tudo o que foi afirmado antes: “Estive o dia todo a ser atacado nas televisões por paineleiros que me chamaram demagogo e populista e eu e a minha família tivemos de levar o dia todo com estas pessoas. Por isso, e citando o meu tio-avô, digo bardamerda para os que não são do Sporting.” O Rogério Casanova, acho que na Tribuna Expresso, foi o único que disse que não percebia como é que a comunicação social não tinha percebido o fenómeno Bruno de Carvalho e citou os nomes das pessoas que passaram esse dia todo a atacar-me.

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