Pote, um artista Nacional na Madeira
Pote é um jogador extraordinário, de características muito peculiares, com qualidades únicas, que lhe permitem ser simultaneamente um bom médio construtor ou um finalizador prolífico, o que já lhe permite estar entre os melhores vinte goleadores de sempre do Sporting. Tê-lo conseguido em claro esforço, depois de um aparente entorse provocado pelo péssimo estado do relvado, ainda torna o seu feito ainda mais extraordinário. Há claramente um Sporting melhor quando Pote está na plenitude dos seus recursos.
Pote é talvez o melhor jogador, o jogador mais importante no conjunto dos anos que mudaram o Sporting desde o regresso aos títulos. Um jogador acima da média, dos mais importantes a actuar em Portugal nestes cinco anos que leva de Sporting. Infelizmente isso nem sempre tem sido tido em conta por alguns sectores, sejam eles adeptos, média ou selecionadores nacionais. O seu número de internacionalizações e de chamadas à selecção nacional são dignos de espanto. Mais ainda se atendermos a jogadores que o precedem em número de convocatórias e que entretanto desapareceram no horizonte.
Quanto ao jogo ante o Nacional que nos traz aqui, o resultado acaba por ser muito mais simpático do que o jogo propriamente dito. Este começou logo mal, com um golo sofrido de cabeça, com a particularidade do respectivo autor ter feito uma falta poucos tempo antes que o podiam ter levado ao banho mais cedo ou, dependendo da interpretação, pelo menos amarelado e um livre no limite da área madeirense. Para ilustrar as nossas dificuldades, apenas chegamos à vantagem quando faltavam apenas quinze minutos para o final do jogo. A inspiração individual de Pote falou mais alto do que o nosso jogo colectivo, que registou pouco esclarecimento particularmente no último terço, particularmente na hora de finalizar.
Algumas notas soltas sobre o jogo:
- O golo sofrido não deixou Rui Silva bem colocado na fotografia mas, se juntarmos outra oportunidade idêntica dos madeirenses, que poderia ter dado o 2-0 no final da primeira parte, a maior preocupação estará na aparente vulnerabilidade no jogo aéreo, agora que se regista a ausência de Diomande.
- No reverso da medalha está a importância crescente na construção do nosso jogo por parte dos dois centrais, Debaste e Inácio. O segundo já vai com duas assistências em três jornadas, o que poderia deixar alguns criativos um pouco embaraçados.
- Mangas continua a desempenar bem o papel de jogador útil e até com alguma distinção. Na primeira parte pouco esclarecida foi o melhor elemento.
- Cem jogos de enorme qualidade e liderança de Hjulmand. Uma sorte ter um jogador com as qualidades técnicas e humanas como ele.
- Morita continua a ser fustigado por um calvário infindável de lesões que claramente lhe diminuem a qualidade do seu desempenho.
- Kochorashvili demonstrou na prática as razões da sua contratação, teria dado imenso jeito se tivesse chegado no anterior mercado de inverno.
- Trincão não esteve tão vistoso como nos jogos anteriores mas nem por isso foi importante. Por exemplo no trabalho de formiguinha a gerar equilibrios em momentos de algum perigo.
- Suarez não marcou e isso ficou a dever a ele mesmo. Não tendo sido eficaz foi determinante na ligação do nosso jogo e no hattrick de Pote.
- Harder disse presente e provavelmente adeus também. O golo define bem algumas das suas qualidades que, pelo que se vai sabendo, irá aprimorar noutros sitios mais distantes de Alcochete. Falaremos disso oportunamente.
- A arbitragem acabou por influenciar o curso do resultado pelo momento acima relatado, logo no dealbar da partida. Mas sempre viu melhor que alguns zarolhos que falam de futebol mas não sabem o que é uma carga de ombro.
Três jogos, três vitórias, com uma dúzia de golos marcados e apenas um sofrido. Que melhor inicio de temporada podíamos pedir?
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