Matheus Pereira e Francisco Geraldes são dois exemplos de como atrasar a progressão e afirmação de um jogador. O jogador de origem brasileira é apontado frequentemente como possuidor de grande talento e potencial mas até agora as possibilidades de o demonstrar e afirmar ficaram-se por jogos no escalão secundário e uns breves fogachos na equipa principal. Com 21 anos de idade tem uma reduzida experiência competitiva ao mais alto nível, o que dificilmente lhe proporciona situações que o desafiem e em consequência o obriguem a crescer. Vai finalmente poder rodar numa equipa de primeira divisão, algo que já podia e devia ter acontecido há pelo menos um par de anos.
Francisco Geraldes já teve essa oportunidade, que só não correu melhor porque lhe foi retirado o tapete de forma abrupta debaixo dos pés. Mas os poucos meses em Moreira de Cénegos serviram para mostrar um jogador cheio de um talento muito escasso: a inteligência. É por isso que as suas acções com ou sem bola revelam quase sempre intenção e têm consequência. A ideia de que o jogador "não tem intensidade" só pode vir de quem não o seguiu com atenção no Moreirense e até perdeu a final da Taça da Liga. Melhor seria falarem de lagares de azeite, ou dos fogos, em que há sempre especialistas.
Só há uma forma de impedir a afirmação de um jogador como ele: não o deixar jogar, que foi afinal aquilo a que o clube o sujeitou nos últimos meses da época e também nesta pré-época. Tivesse ele a sorte de Picinni ou Matheus Oliveira... Veremos o que lhe vai ser proporcionado para o inicio desta época, é difícil de prever que possa ser pior do que teve à disposição até agora. Mas um jogador como ele não precisará de muito para pelo menos se destacar dos restantes, mesmo que o projecto de que fará parte não seja o que este momento da carreira exige.
Calma que o Bruno já pôs a capa para salvar o Chico. Eu depois do Bruma já acredito em tudo. Ainda por cima ontem apanharam um porco a nadar na costa algarvia.
ResponderEliminar"Só há uma forma de impedir a afirmação de um jogador como ele: não o deixar jogar, que foi afinal aquilo a que o clube o sujeitou nos últimos meses da época e também nesta pré-época".
ResponderEliminarNão me parece que se possa resumir as desventuras de Francisco Geraldes - e de outros - na transição de jovem esperança para um valor seguro, capaz de ter um lugar no plantel da equipa principal, de uma forma mais objectiva. A estratégia de JJ, se é que se pode falar assim, foi essa: não o colocar a jogar. Sempre que jogou, ainda que por poucos minutos, mostrou de que qualidade é feito: inteligência, sentido do colectivo, técnica refinada, capacidade para desequilibrar e para decidir num instante, aquilo que apenas alguns conseguem. A lenga-lenga da intensidade é uma coisa de especialistas de terraplanagens e de outros. Não tem nada a ver com futebol.
Saiu hoje uma notícia, que pode ser apenas uma fake news para amenizar o clima: supostamente o presidente do Sporting vetou a venda de Francisco Geraldes. Se isso aconteceu o presidente merece o aplauso de todos os sportinguistas. Maior seria esse aplauso se tivesse tido o poder de impor ao treinador a manutenção de Geraldes, vetando a aquisição de Matheus Oliveira e de outras abéculas que possam ainda ser descarregadas em Alvalade.
Da mesma forma que depois dos lamentáveis seis meses que decorreram desde janeiro tivesse mostrado ao míster que o clube não percebia porque razão ele não dava qualquer real oportunidade a Gauld, Geraldes e Matheus Pereira. Apesar do descalabro exibicional que então se atingiu.
SL