Não há coração maior do que a de um Sportinguista, pois não? Coração que sabe sofrer sem nunca desistir, que aguenta a emoção e ainda tem força para se superar e ir à procura sempre de mais uma vitória. Foi assim ontem, em mais uma jornada épica. Agora faltam ainda quatro jogos do campeonato e acima de tudo e sempre respeitar o adversário desde este momento até ao final do jogo, tenha ele o tempo que tiver.
Mas vamos ao jogo, porque foi através dele que chegamos a este importante triunfo. Foi um jogo de elevado grau de dificuldade quer para quem esteve em campo, quer para os jogadores. Um jogo de elevada intensidade física e emocional e foi por estes dois parâmetros que começamos e acabamos por chegar à final, de forma inteiramente merecida.
Há que realçar a categoria do adversário ou de outra forma estaremos a desvalorizar o nosso próprio mérito. O FCP foi sempre uma equipa difícil, que mimetizou os seus comportamentos da jornada do campeonato em que lograram um precioso empate em Alvalade, na primeira volta. A tentativa de bloquear as acções de Bruno Fernandes foi bem sucedida, não conseguindo este receber a bola em boas condições e quando o lograva não tinha espaço nem tempo para executar com a qualidade que se lhe reconhece. Isso é o mesmo que dizer que grande parte da nossa eficácia no último terço ficou desde logo comprometida. À frente Soares esticava o jogo até à nossa área com Brahimi a secundá-lo, cabendo-lhes a eles a criação de maiores lances de perigo, o que contribuía para o conforto dos azuis e brancos no jogo.
Apesar disso e sem conseguir encontrar o melhor caminho para igualar a eliminatória, o Sporting manteve-se imperturbável, sem sinais de desespero. Foi muito por aqui, por esta demonstração de maturidade competitiva que se começou a carimbar a passagem ao Jamor. E contámos também com a indispensável sorte nos pormenores que os campeões precisam. Piccini lesionou-se e Ristowski entrou muito bem no jogo, quer a defender, quer a atacar, anulando Brahimi. Soares lesionou-se e Aboubakar não entrou bem no jogo. Tudo isto teve o epilogo que todos ansiávamos para continuar com o Jamor no horizonte: Coates, versão ponta-de-lança acabou por marcar já com os noventa minutos a quererem fazer-se anunciar.
E a sorte não nos abandonou no prolongamento nem nos penaltys. Sorte e muita maturidade, repito! uma vez que esta era já a segunda edição de desempate de grandes penalidades e mais uma vez estivemos irrepreensíveis. E que mais poderíamos pedir para selar a passagem à final do que um dos heróis de para lembrar a épica conquista de 2015. Esta final é inteiramente merecida, porque fomos uma equipa adulta, soubemos sofrer quando foi preciso e soubemos procurar e merecer a sorte que tivemos. Saibamos agora fazer reverter para o clube os créditos deste importante momento.
Ontem ao fim e ao cabo o Porto acabou por ser experimentar - com o remate do Coates ao cair do pano - o veneno que tinha servido domingo na Luz. Isto para dizer que quando deixam os jogadores jogar os três grandes estão muito equilibrados esta época. E depois voltar a ver a cara de pau do estronço ontem no banco...
ResponderEliminarO Porto não fez um remate enquadrado com a baliza... em 120 minutos.
ResponderEliminarAlém da maturidade, muito bem destacada no texto, permitam-me realçar a alma e o compromisso dos jogadores que jogam como uma verdadeira equipa.
Ver jogadores como Batta, Gelson, Acuña ou B.Fernandes de rastos, mas ainda assim fazerem um sprint para uma cobertura defensiva ou uma saída para o ataque, é um regalo.
SL