segunda-feira, 19 de maio de 2008

Reflexão Leonina




Aproveitando a paragem competitiva e tendo em conta o momento que se vive no clube, iremos realizar aqui no “ANorte” uma semana de reflexão. Para o efeito efectuamos diversos convites, muitos deles já aceites, para que elementos externos ao blogue partilhem connosco as suas opiniões. Pretendemos assim, com esta iniciativa, um debate livre e aberto a todos, precisamente numa semana de importantes decisões em sede de A.G., e quando o futebol leonino é quase tão falado como o recente "hatrick eleitoral". Estejam atentos. Agradecemos desde já a vossa participação.




Momento actual do SCP

A convite do blog A Norte de Alvalade, vamos fazer um balanço sobre o actual momento do nosso clube. Dividimos o nosso comentário em 4 blocos: Ecletismo, Economia, Futebol e Projectos futuros.

Ecletismo:
Não vivemos tempos de outrora. Nem temos todas as modalidades no seu auge, com 5 e 6 mil pessoas no pavilhão a apoiar euforicamente o clube na conquista de mais um título. Mas, temos 4 Modalidades (Atletismo, Ténis de Mesa e especialmente Futsal e Andebol) que têm finalmente francas hipóteses de nos fazer repetir essas tardes de alegria. Para que isto tivesse acontecido, não nos podemos esquecer o belo trabalho realizado por Mário Patricio.

O aumento do numero de modalidades de pavilhão, algo muito desejado pelos sócios e adeptos do clube, só poderá ser uma realidade quando o novo pavilhão for uma realidade, com Hoquei em Patins à cabeça, pelo projecto já existente e que obriga a um menor investimento por parte do clube.

Economia/Finanças:
Neste balanço vou preocupar-me unicamente com factos, para não tornar este texto demasiado longo.
Estamos perante uma situação gravíssima, basicamente temos ainda dinheiro para pagar ordenados e isso ainda o temos porque os bancos até à nossa AG ainda não nos fecharam totalmente a “torneira”. Temos cerca de 240 +40 milhões de Euros de passivo, pagamos 12/13 milhões de juros anuais, temos que pagar 100 milhões de Euros até 2016.

E isto resulta num desinvestimento claro do nosso clube, que só poderá ser alterado com um novo contrato com a banca, no futebol e restantes modalidades. Para isso acontecer, foi-nos apresentada uma alternativa há 2 anos e foi chumbada, essa proposta foi ligeiramente alterada e passou a garantir a maioria da SAD por parte do clube e foi novamente chumbada. Existiram entretanto eleições com os resultados que se conhecem e será apresentada novamente a mesma proposta. Vamos esperar pelos resultados.

Aquilo que sei como sócio, é que como estamos não é futuro. Aquilo que sei é que durante 2 anos que debatemos e vivemos emocionalmente e racionalmente este, problema não existiu UMA única proposta alternativa. Aquilo que queria ter era 2,3, 4 opções para escolher. Mas só me deram uma até hoje, presumo portanto que arranjar soluções para a crise instalada não seja assim tão facil.

Fica na consciência de cada um a decisão de 3º feira, que não tenho a minima dúvida de que marcará para sempre o futuro do nosso clube.

O Futebol:
Não tenho dúvidas que vivemos o momento mais complicado dos últimos 4 anos. A equipa não rende, os “espectáculos” têm sido pobres, os adeptos estão descontentes e afastados do estádio e da equipa.

Mas penso que ligar isso unicamente e exclusivamente a Paulo Bento é demasiado redutor. Ao contrário de muitos considero que Paulo Bento é o último dos nossos problemas a ser resolvido.

E acho que a mudança de treinador até podia dar alguns resultados a curto prazo, mas a médio/longo prazo estariamos pior do que estamos hoje. Se tivessemos as mesmas armas que os rivais e os resultados fossem os mesmos a minha opinião seria diferente.

Agora dizer que só um cego é que não vê que o PB é culpado de tudo, e depois fechar os olhos que os outros gastam 40 milhões em reforços com 40 milhões de orçamento contra 3 milhões em reforços contra 23 milhões de orçamento nossos parece-me pouco coerente,  completamente descontextualizado do actual momento do futebol e revela alguma desonestidade intelectual.

Projectos futuros:
Os únicos conhecidos mas que ainda não foram oficializados foram o novo Pavilhão do SCP e a SportingTV.
Pavilhão perto do estádio, que reavivará a chama do ecletismo que existe no coração de cada Sportinguista, será mais um passo para o crescimento da militância de que tanto se falou pelos piores motivos nos últimos anos.

A Sporting TV numa lógica parecida com o ultimo paragrafo, fortalecerá os laços entre o SCP e os sócios/adeptos, e ao mesmo tempo, garantirá outra fonte de receita para o clube.

Saudações Leoninas,
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O PLANO DO PLANO – A AG PARA TERMINAR COM TODAS AS AG’S

Sportinguistas,

É com coração pesado que escrevo este post, numa altura em que se sabe já o desfecho da AG de 13 de Outubro de 2009, dia que, de tão mau agoiro ameaça ser, bem podia ter sido Sexta-Feira.

Começo por agradecer aos Caríssimos editores do blogue o simpático convite para vir deixar neste salutar espaço de debate Sportinguista a minha visão do que foi, podia ter sido e, creio, será o SCP.

É importante que se tenha em consideração que a Assembleia Geral de dia 13 de Outubro (“AG”) foi das mais importantes de sempre da história do Clube.

Nela decidiu-se o direito a usar o nome Sporting Clube de Portugal deve ser do Sporting Clube de Portugal ou não.

Nela decidiu-se se a SAD deve ser, de uma vez por todas, um veículo societário ao serviço dum Clube centenário ou se o Clube centenário deve suportar até gota de sangue não lhe restar os caprichos comerciais duma sua empresa.

Numa escala maior, decidiu-se o a prioridade de sobrevivência das instituições: Se for preciso sacrificar uma para salvar a outra, qual sobrevive?

A este respeito, cumpre salientar que é inaudito na história da prática comercial Portuguesa uma entidade detentora assumir a posssibilidade de se descapitalizar até ao osso e fazer perigar a sua existência para sustentar uma sua participada.

Dirão os mais objectivos que apenas se decidiu a passagem de um activo do Clube para a SAD.

Na minha modesta opinião, esta AG pintou um retrato preocupante daquilo que é a nossa realidade hoje, senão vejamos:

Decidiu-se muito mais. Decidiu-se o futuro. Mais concretamente, decidiu-se não ter futuro.

E tudo em nome do Plano de Reestruturação Financeira (“Plano”).

Antes de entrarmos na discussão do Plano, urge fazer duas notas:

a)    Para não tornar o post ainda mais insuportavelmente longo do que é, por Plano deve-se entender a parte do Plano que foi aprovada na AG, i.e., a passagem da Sporting Comércio e Serviços para a SAD; e

b)    De “numerologia” já estaremos todos saturados, e essa acaba por ser irrelevante, até porque do prisma financeiro, o Plano equivale a, na prática, urinar para um fogo florestal na esperança de assim o apagar.

Dito isto, venho hoje discutir as condições “climatéricas” por detrás da AG e em que medida estas revelam a convicção e conhecimento dos Sócios quanto à aprovação do mesmo.

O Plano enfermou desde nascença de vários males que sempre deveriam ter minado a sua credibilidade e deveriam ter ditado um “Não”, nem que fosse em nome dum “Sim” posterior, senão vejamos:


1. O Plano enquanto Monólito

O Plano foi, desde que surgiu nas bocas da nação Sportinguista com aura sebastiânica, uma inevitabilidade.

“É o único Plano”; “Não há vida para além do Plano”; “Se não aprovarem o Plano, seremos devorados pela besta negra da Banca”.

Estas e outras aleivosias assumiram, ao melhor estilo de Goebbels, o carácter de mentira que, tantas vezes repetida, se tornou verdade.

É preciso ter presente que o Plano nasce duma recusa assumida pelo anterior Presidente em renegociar com a Banca ou em procurar outra instituição bancária com que negociar a compra da dívida em condições mais vantajosas.

Assim, o Plano passa de monólito, de única tábua de salvação da SAD e do Clube num capricho do “menino” Soares Franco, que não quer afrontar os amigos, até porque, conforme afirmou a respeito de outros diferendos: “não tenho feitio para discutir”.

Dirão os mais críticos: “mas ninguém apareceu com outra solução!” O problema é que isso não corresponde à verdade.

Da renegociação com os bancos com que o SCP trabalha até à procura de outros bancos para trabalhar, passando pela titularização da dívida, várias outras opções surgiram.

Mas todas esbarraram em argumentos como “Pois, mas este Plano está pronto e se não agimos depressa, os Bancos levam tudo” ou “Pois, mas o Plano é melhor”.

Aos defensores mais empedernidos do Plano, pergunto sem sofisma: Quando é que o Plano foi debatido com abertura a alternativas a ele próprio?

A este respeito, cumpre salientar que se assistiram a melhoras. Do despeitado Franco que, confrontado com o chumbo do Plano, vociferou: “E eu é que tenho que mudar o Plano?!” passámos ao cândido Bettencourt que sempre afirma: “Há outras soluções, mas esta é a que está disponível a curto prazo”.

Se o Presidente admite que o Plano não é a via única, porquê tomá-lo como tal? E se o tomamos como tal por ser o único disponível AGORA, porque não se contemplaram outros desde início?

Aprovado que está o Plano, a pergunta cai para o academicismo.


2. O Plano enquanto “Cheque em Branco”

É importante manter presente que a SAD é uma sociedade comercial cotada em Bolsa, e que, como tal deve, ou devia, ser pautada por valores de rigor, transparência, responsabilidade e responsabilização dos seus orgãos dirigentes.

O Plano é a mais recente paragem na “via dolorosa” que tem sido a passagem de património do Clube para a SAD. Muito património foi passado, a pretexto da sustentabilidade da SAD e do Sporting Europeu, que ganha 3 campeonatos em cada 5, conforme vaticinou o pai de todo o “monstro”, José Roquette.

Sucede porém que, em 2009, a SAD apresenta um passivo gargantuesco sem contrapartidas ou resultados desportivos que o justifiquem. O património, esse, esfumou-se, perdido entre resmas de papel, e o seu produto anda ausente em parte incerta, com a única certeza a ser que não serviu para engrandecer o Clube conforme foi prometido.

Assim, chegados a 2009, temos que encarar o facto de que o buraco financeiro foi feito por pessoas. De melhor ou pior fé, mais ou menos competentes (na generalidade menos), mas pessoas.

Temos ainda que encarar que as mesmas pessoas que cavaram este buraco são as que nos pediram o sangue do Clube novamente na AG.

Pergunto eu: não se devia exigir uma sindicância da actuação destas pessoas ANTES de lhes dar mais património?

Não se trata de caçar bruxas, não se trata de apontar dedos. Trata-se de “corporate governance”, de garantir aos Sócios que o risco de má gestão futura deste activo é mínimo, por não ter existido má gestão passada dos outros.

A este respeito, Bettencourt é lapidar. Não se audita nada. O passado não interessa, e se erros houve, são para varrer para debaixo do tapete e não mais pensar neles.

É uma questão de fé, de confiança, dirão alguns. Face aos resultados da SAD e olhando para o património de que esta já dispôs, pergunto eu: como se pode ter confiança?

Mais, se não há motivos para desconfiar, não seria uma auditoria um poderoso instrumento pacificador, um lavacro purificador de onde JEB e a DIrecção sairiam ultra-legitimados sob a bandeira da transparência?

Aprovado que está o Plano, a pergunta cai para o academicismo.

3. O Plano Que nos foi Apresentado

O Plano foi vendido aos Sócios antes da AG como a última hipótese de sonhar com competitividade, estabilidade, e, a julgar pelo miserabilismo do Presidente, dignidade.

O Plano foi, sem papas na língua, apresentado sem valores. A generalidade dos Sócios ignora por que valores foi a SCS passada para a SAD, ignorando consequentemente QUANTO saiu da esfera patrimonial do Clube com esta passagem.

Esta não é a maneira de apresentar um Plano desta magnitude. Ocultando valores, apelando à necessidade basista de correr atrás dos outros, prometendo aumentos de investimento no futebol, depois subsequentemente mitigados ou desmentidos no dia da AG, i.e., já formadas as convicções, arvorando o caos como desfecho inevitável caso o Plano não seja investido na condição de salvador da pátria.

Um Plano destes apresenta-se com verdade, com números, com implicações práticas e concretas nas manifestações do SCP que os Sócios vivem, sentem e com que vibram.

Não tenho dúvidas que se Bettencourt tivesse, atempadamente, avisado do impacto apenas marginal do Plano no e.g., futebol, outro galo facilmente cantaria. Acho que ninguém tem. Um Plano que prometa craques é popular e passa. Um que não…não.

Assim, o Plano foi apresentado aos Sócios, que entraram para a AG para sobre ele decidirem, como um Finisterra medieval: dentro dele, a salvação. Para além dele, o abismo.

Convenhamos que não são pressupostos que encorajem o debate, e que, pelo contrário, predispõem à aprovação.

4. A Assembleia Geral do Plano

Se até aqui usei de alguma contenção, é aqui que ela se esgota. Porque, franqueadas as portas da AG, a lógica ficou à porta e só resta espaço para a pressão de parte a parte, o insulto, e um dos maiores exercícios de futilidade que alguma vez vi, ao ponto de me perguntar até que ponto o modelo de AG do SCP tem alguma semelhança com o associativismo.

Os Sócios estão divididos em guerra fractricida. De um lado, os situacionistas, que arvoram os 90% que elegeram Bettencourt como uma panaceia para todos os males que, na sua convicção, tudo desculpa, tudo perdoa, tudo permite. Para os situacionistas, a minoria deve acabar. Por ser minoria, é uma “quantité negligéable” que se deve subsumir ao juízo maioritário.

Os situacionistas assumem hoje a posição: “como vocês são menos, não vos temos que ouvir”.

Do outro, os oposicionistas, fartos de tudo. Fartos da incompetência, da falta de controle sobre a gestão da SAD, de terem que vir a AGs passar património porque a SAD só perde e não ganha, fartos do mau futebol, de ficarem em segundo, e, acima de tudo, fartos de estarem fartos de tanta coisa.

E este é um status quo que temo ser insanável. Ache Bettencourt e os 90% o que acharem, esta Direcção não é consensual. Sendo legítima, não é representativa. Tem 90% dos votos, o que representa sensivelmente 8.000 pessoas. O SCP é bem mais e que une 8.000 pessoas não pode pretender ter unido todos os Sportinguistas.

Não discuto que só votou quem votou e é esse o universo a ter em conta. Mas, se são só 10.000 os que votam, são bem mais os que se revoltam.

E foi neste clima que se iniciaram os trabalhos da AG: guerra surda.

Não pretendo fazer um relato exaustivo da AG, por isso, deixo apenas os pontos que, para mim, merecem nota. Quem esperar imparcialidade no registo, deverá passar à frente.

Num contexto em que se desconhecem os contornos fácticos do Plano, acho inenarrável o Presidente ter perdido tempos infindáveis a listar o seu currículo. Quem foi votar não sabe dos méritos do Plano, mas sabe dos do Presidente. O motivo é lapidar: “Não se preocupem se o Plano é bom. Eu sou bom, é o que vos interessa”. Não é bem assim, Sr. Presidente.

Acho inacreditável ouvir justificações de voto como “com isto temos mais dinheiro para o futebol” ou “se eles acham que é preciso…”

No geral, a AG do Plano mostrou ser pouco em torno do Plano e mais em torno dos seus fautores.

Por tudo isto, pela falta de informação, discussão, tolerância e conhecimento das matérias, a AG do Plano merece entrar para os livros como um exemplo claro de como NÃO fazer uma AG, da AG que não se deseja nem para decidir a cor das paredes das casas de banho do Estádio.

Para decidir, é preciso conhecer. E, digo-o sem reservas, quem decidiu não conheceu. E não conheceu porque não lhe foi dado a conhecer, o que não serve de desculpa, porque nestas coisas, ensinam os pais às crianças: se não se sabe de onde veio e por onde andou, não se mexe. Sejam cães, doces ou Planos.

Friso: a questão é menos se o Plano é bom ou mau. A questão é que ninguém sabe o que é o Plano. E, na dúvida, seguiu-se a irresponsabilidade de o aprovar.

5. E Depois do Plano?

Agora que o Plano está aprovado, é o momento de para ele olhar desapaixonadamente:

O Plano representa, em traços largos, a assunção pela SAD de que anda nua.

Assim, apanhada nua na rua, a SAD vai ao já vazio estendal do Clube buscar roupa com que tapar as partes pudendas e poder caminhar novamente pela rua sem despautério.

O problema é que a SAD tem uma tendência relapsa para perder a roupa que tem no corpo, tendência essa que tem sido suportada pelo estendal do Clube.

Atenta a nudez despudorada da SAD, é de temer que brevemente esta desfile nua pela rua, desta feita de braço dado com o Clube, levado também ele à nudez.

Assim, é de prever que a SAD depois de vestir a SCS, queira vestir a Academia. E depois de vestir a Academia, queira vestir Valores Mobiliários Obrigatoriamente Convertíveis (“VMOCs”). E depois de vestir VMOCs, queira vestir o Estádio.

Durante este percurso, nem uma vez a SAD foi instada a arranjar a sua própria roupa. E o Clube, que passou 103 anos a fazer enxoval, acaba também ele nu.

Porque um dia, a roupa acaba-se.

Bettencourt já avisou que o Plano “é fundamental, mas não suficiente”. Trocado por miúdos, quer isto dizer que a SAD quererá mais património, mais roupa, mais tudo.

A juntar a isto, a Direcção já faz saber, numa sandice situada algures entre a má-fé e o desconhecimento, que a passagem da Academia para a SAD e a emissão de VMOC foram já aprovadas, pese embora não terem reunido a necessária maioria estatutária e legal de aprovação. Aparentemente, a Direcção decidiu levar a sério a tese dos “omnipotentes 90%” sufragada pelos seus arrogantes acólitos.

Tudo somado, a vida depois do Plano afigura-se sombria para o SCP, que corre o sério risco de deixar de existir como o conhecemos e como um dia o sonhou o seu fundador.

Depois do Plano, teremos mais “um cheirinho” de dinheiro para investir no futebol, mas apenas na próxima época, pelo que esta deverá ser já para esquecer, o que aliás a realidade indicia de forma clara e dolorosa.

No meio de tudo isto, umas últimas perguntas académicas:

E o Sporting Clube de Portugal, que ganhou com o Plano?

Que ganhou com anos de gestão incerta de património?

Como é possível termos saído de casa para passear a SAD pela trela e voltarmos a casa pela trela da SAD?

É que por mais que me digam que é tudo igual, eu sou é do Sporting Clube de Portugal. E esse, depois da AG, ficou mais pobre, mais vazio, mais pequeno, mais dependente. E em nome ninguém sabe bem de quem ou de quê.


6. Conclusões e Nota Pessoal

4 meses volvidos sobre a eleição do pseudo-pacificador Bettencourt, o Sporting está pior. Mais pobre, mais dividido, mais desconfiado de si e dos seus, com o Estádio despido como sinal funesto da nudez generalizada e atroz que metaforizo em cima, a equipa de futebol um espelho do desalento da massa adepta, o treinador um espelho do autismo da Direcção, a Direcção um espelho de nós próprios: fria, desapaixonada, pouco exigente, acomodada, e esquecida do que um dia fomos e pouco empenhada em que o possamos voltar a ser.

Bettencourt chegou sob a égide na mudança na continuidade, seja isso o que for. Nada mudou. As pessoas as mesmas. A incompetência e o laxismo, os mesmos. Os resultados práticos são piores.

Prometeu plantel fechado a tempo horas. Não cumpriu.

Prometeu reforços para entusiasmar. Não cumpriu.

Prometeu emagrecer a estrutura directiva. Criou mais dois orgãos em 4 meses.

Prometeu ser o Presidente de todos os Sportinguistas. Mas se discordarem dele e não tiverem as quotas em dia, contem com a farpa na imprensa. Mesmo que isso seja ilegal.

Prometeu o fim do discurso do coitadinho. Não cumpriu.

Cumpriu uma: traz mais Sócios, geralmente à Segunda-Feira. Mas quando um desses Sócios assina um mês depois pelo arqui-inimigo de Carnide, dá que pensar até que ponto é que a única promessa cumprida por Bettencourt não passa duma operação cosmética.

Como ponto final, Bettencourt não é a fonte de todos os males. Já lá andava há anos e já sabíamos ao que íamos.

A fonte de todos os males somos nós. Por darmos sem pedirmos nada em troca. Por darmos tempo quando o futuro é hoje. Por darmos dinheiro sem perguntarmos o que se faz com ele. Por aceitarmos que um grupo de amigos governe há anos um Clube que é nosso.

Eu tenho culpa no Sporting que temos hoje. Assumo-a. Não dei por ele que chegue, não dei alternativas, não remei com força suficiente contra esta voragem, vi mais tarde embustes que devia ter visto mais cedo.

E agora, é tarde. A AG foi a AG para acabar com todas as AG’s. Entrando-se num rumo de inexorabilidade de transmissão do património do Clube para a SAD, quebra-se a possibilidade dos Sócios intervirem activamente na política do Clube, que é determinada necessariamente pelo dinheiro. Essa subiu ao éter da AG de accionistas da SAD. Os Sócios tornaram-se, depois da AG, um bocadinho mais dispensáveis na vida do Clube e o Clube é um bocadinho menos composto pela universalidade dos seus associados, conforme rezam os estatutos.

Vamos ver onde vai acabar. Só o amor me impede ver que vai acabar mal. E depressa.

Um abraço a todos, com o desejo sincero de que não se perca o que nos une: o Sporting Clube de Portugal.

JL
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Ponto prévio: o momento que se vive no nosso Clube não é, de todo, o mais baixo ou o mais crítico que a minha memória me permite recordar. Basta lembrar vários momentos em temporadas de finais dos anos 80, ou várias dos anos 90 para perceber que:

 - já tivemos (bastante) menos gente no estádio;

 - a equipa já esteve bem mais longe em termos de qualidade face a Benfica e Porto;

 - o clube já viveu piores crises de resultados.

 Este “reality check”, sem querer ser desculpabilizador do actual momento, é importante para a discussão ter alguma aderência à realidade.

Adicionalmente há dois factores que convém realçar:

O primeiro, que este ano perturba ainda mais o espírito e as mentes dos sportinguistas, é o fantástico início de época do Benfica. Queiramos ou não, convém reconhecer que somos afectados pelo que acontece do outro lado da segunda circular. Para o bem ou para o mal.

O segundo é o facto estar já incutido nos adeptos sportinguistas uma permanente discussão em torno de contas e orçamentos e, pior, uma divisão entre os adeptos face ao rumo seguido pelo clube. Se repararmos, a performance financeira do Benfica tem sido pelo menos tão má, para não dizer pior, mas os adeptos preferem falar de futebol. Conversa sobre contas, reestruturações, VMOC’s, alienações, maiorias do clube na SAD, etc, são exclusivo dos sportinguistas. Sejamos honestos, por muito meritórias que sejam, não contribuem para reforçar o desejado espírito de união.

Posto isto, constatemos o óbvio: o Sporting não está bem. Na minha opinião por vários motivos, todos ligados à força motriz do clube que é a sua equipa de futebol.

1)       A deficiente construção do plantel. Compreendo perfeitamente que o orçamento explique o porquê de termos um Caicedo emprestado enquanto o Porto contrata um Falcao e o Benfica um Saviola. Mas já não percebo porque motivo temos laterais de qualidade inferior a um Sporting de Braga.

2)      Fraco rendimento de jogadores-chave do plantel e falta de liderança dentro de campo. O mau momento de Polga, Moutinho ou Abel, entre outros, é dificil de entender, já que jogam nas “suas” posições . Por outro lado, parece-me que falta um patrão na equipa, uma voz de comando que, e posso estar enganado, Moutinho ainda não tem. As saídas de Derlei e Rochemback (apesar de Veloso estar a jogar melhor este ano) e mesmo a saída da equipa de Caneira são prejudiciais nesse aspecto.

3)      Algumas opções de Paulo Bento que limitam o potencial de alguns jogadores e da própria equipa. Dois exemplos, Vukcevic não rende como médio interior e Matías não tem sido bem aproveitado . E será mesmo uma verdade absoluta que enquanto houver Liedson o Sporting não jogará com extremos?

4)      A pressão que cada vez mais se acumula em cima de jogadores e equipa técnica contribui para que, como diz o presidente, cada jogo em Alvalade seja uma “final”. Se a pressão transforma o carvão em diamante, no caso dos jogadores de futebol já não é bem assim.

Poderão achar simplista resumir os problemas apenas ao futebol dentro das 4 linhas. Mas parece-me óbvio que quando a equipa está bem, lutando de forma credível pelo primeiro lugar, o povo vai ao estádio e apoia freneticamente.

Acredito por isso que a curto prazo ocorrerá um de dois cenários: esta crise “acaba” com 3 ou 4 vitórias seguidas ou poderá agudizar-se, culminando na saída do treinador, caso não apareçam essas vitórias. Bettencourt, subtilmente, já retirou alguma carga emotiva ao “Forever” dizendo que o clube estará sempre em primeiro lugar.

Um abraço leonino e amigo,
Miguel (SectorB32
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É com muito agrado que aceito o convite do blogue A Norte de Alvalade, nosso parceiro no SportingApoio para dizer algumas palavras. Considero o A Norte um espaço de referência no universo virtual Sportinguista, pelo que nunca poderia recusar tal convite.

Na 3ª Feira, com a aprovação do Projecto de Reestruturação Financeira, os Sportinguistas deram mais um forte sinal do que pretendem para o futuro do Sporting. Mais do que discutir, os sportinguistas sentem que é mais do que nunca necessária a união de todos os adeptos nesta fase difícil do nosso clube.

Como alguns de vocês saberão, fui membro de uma lista contrária ao actual Presidente mas, tal como (quase) todos dos membros da Lista A, assumi na noite de 5 de Junho a expressiva derrota e a consequente eleição destes órgãos sociais para o meu Sporting. Desde ai que José Eduardo Bettencourt é o meu Presidente, e é a ele que reconheço capacidade, vontade e empenho em colocar o Sporting no lugar que ele merece.

Nesse sentido criei este site que (não foi por acaso) chamei Sporting Clube de Portugal – Site de Apoio, e em que tentei que fosse (penso que estamos a conseguir) um espaço de discussão “leonina” onde todos tivessem voz no nosso Sporting. Sei que muitos me criticam por considerarem este site muito próximo da "oposição" (apesar de também já me terem acusado do contrário), o que não me parece lógico. É um espaço de opinião em que o único critério é ser Sportinguista, tudo o resto não passa de preferência e opiniões pessoais.

Na minha opinião, reconheço em José Eduardo Bettencourt um grande sportinguismo, e isso meus caros, é meio caminho andado para o sucesso.

Chega de assobios, apupos, gritaria…ninguém consegue trabalhar condignamente com este tipo de pressão. Vamos apoiar quem nos move por este sentimento, quem luta diariamente por tornar o Sporting maior. Em democracia, concordemos ou não com a política adoptada, a decisão é por maioria. Neste caso a maioria deu um enorme sinal do que pretende, vamos dar oportunidade de mostrar se está certa ou errada.

Sou do Sporting por que sinto que somos diferentes, ninguém me obriga a ser deste clube.

Deixemos as divergências de lado, porque o importante não é o que nos divide mas sim o que nos une, e esse sentimento Sportinguista é mais forte do que qualquer laço que possam imaginar.

Vamos lutar pelo Sporting!

Vamos colocar o nosso clube no lugar que merece!


Viva o Sporting Clube de Portugal

Saudações Leoninas

Nuno Mourão

P.S- Uma pequena nota, ontem o nosso Site Sporting Apoio fez 2 meses tendo tido um crescimento acima das expectativas, com cerca de 200.000 visitas em 2 meses! Obrigado a todos vocês, nossos parceiros, que nos tornaram uma referência no universo virtual "leonino".


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Sou um "Sportinguista praticante" desde que praticamente me lembro de existir. Quero com isto dizer que me recordo de ver ao vivo os jogos do Sporting no estádio, com pouco mais que 5 ou 6 anos; daí para cá tenho memórias de com 10 / 11 anos ir com um primo mais velho e que estudava em Lisboa ver as quartas-feiras europeias - sim, porque na altura o futebol interno jogava-se ao Domingo e as competições europeias eram às quartas - depois já um pouco mais velho de ir com amigos do Liceu no autocarro nº 7 até ao estádio e, desde que comecei a trabalhar e portanto desde que ganhei a minha independência financeira a ter um lugar de época, ou como se diz mais recentemente uma "Gamebox".

Não sei quantos jogos do Sporting já terei assistido ao vivo, mas são certamente umas largas centenas. Gosto verdadeiramente de ir assistir ao estádio "ver a bola" e aproveito não só para conviver um pouco com os amigos antes ou depois do jogo (aquela imperial nas roulottes sabe sempre tão bem), como também para estar 2 horas sem pensar no dia-a-dia a ver uns marmelos a correr atrás e aos pontapés a uma bola. Mas faço-o principalmente porque acima de tudo tenho um amor enorme ao Sporting!

Isto para dizer que vivo com intensidade tudo o que diz respeito ao clube e foi por isso com orgulho que recebi o convite do "A Norte de Alvalade" para escrever sobre o momento actual do Sporting. Ao mesmo tempo senti o peso da responsabilidade de escrever fora d'O Banco da Mexicana, onde de há praticamente 2 anos para cá vou postando umas "parvoíces" sobre aquilo que muito bem me apetece sem ter que prestar contas a ninguém.

No que ao "momento actual" diz respeito, a verdade é o Sporting atravessa uma crise grave, que não é de hoje, nem fruto em exclusivo dos erros que se cometeram ao longo dos anos que vivemos sob o chamado "projecto Roquette". O facto é que no últimos 27 anos, o clube apenas ganhou 2 títulos de Campeão Nacional de futebol e o ecletismo, aquela que era a sua grande bandeira, perdeu-se pelo caminho.

O problema do Sporting é hoje um problema de identidade e de liderança. Estes são dois factores que distinguem as organizações e que faz com que algumas sejam vencedoras e de sucesso e outras não. O Sporting, perdeu-se na dicotomia daquilo que é um discurso sempre centrado na contenção de custos e no que os seus rivais fazem e que o clube não é capaz de fazer, fruto da inexistência de uma liderança forte que saiba traçar o rumo do clube e levá-lo ao sucesso.

Pessoalmente penso que o conceito de "gestão empresarial" que se quis implementar, aliado ao facto de que muita gente chegou ao clube para cargos de dirigente de topo, não faziam (e se calhar ainda hoje não fazem) ideia do que é gerir um clube de futebol - muito diferente de gerir uma agência de comunicação ou um banco por exemplo - e estavam longe, muito longe de ter sentimentos de paixão para com o clube, levou a que esteja implementado um sistema de partilha de decisões, que na prática conduz a uma cultura da desresponsabilização.

Hoje é raro, se não impossível ver alguém arcar com a responsabilidade quando algo não corre bem no Sporting. O passivo chega aos 300 milhões, ninguém é responsável, é o mercado; as "amadoras" vão sendo extintas não é culpa de ninguém, é sinal dos tempos; o campeonato foge há anos e é normal porque com o que há é impossível fazer melhor; o Bayern "enfia-nos" 12 e paciência, já foi bom ter chegado aos oitavos-de-final; a gestão do plantel é medíocre e ninguém assume a incapacidade de valorizar os activos; um árbitro agride um de nós na nossa casa e grita-se "escândalo" (grita-se baixinho, não se vá incomodar alguém) mas realmente nada se faz; etc, etc, etc...

Assim sendo e perante este cenário é impossível o clube recuperar a sua pujança e tradição ganhadora, independentemente de quantos planos de reestruturação financeira se façam (e muitos já foram e continuam a ser feitos).

Espero de quem lidera o clube, capacidade para rentabilizar a estrutura humana que tem ao seu dispor, valorizando competências e premiando a capacidade de trabalho e o mérito. Espero que seja capaz de rentabilizar os recursos financeiros, de modo a arrumar de uma vez por todas com o discurso do "coitadinho" que nos tolda a acção. Espero ainda que a gestão do plantel seja muito mais eficaz e valorizadora; exige-se um plano de carreira para cada jogador que nos represente, com objectivos técnicos, tácticos, físicos e claramente orientados para os resultados. Espero que exista uma prospecção continua e constante, que leve à identificação de talentos que possam ser recrutados, tendo sempre em conta qualidade humanas que por serem por vezes esquecidas levam a que grandes talentos se percam.

Finalmente, espero que rapidamente haja alguém que perceba que por de trás de todo este "negócio" futebol, estão os adeptos que vivem o seu clube com intensidade e que é a paixão que os move. É, contrariamente ao que se vê hoje em cada jogo, a expectativa de verem o Sporting a jogar bem e a ganhar, de verem os jogadores a darem o melhor de si e excederem-se a cada lance.

 No fundo, o que ansiamos é que a cada momento, quem representa o clube o faça com esforço, dedicação e devoção, só assim será possível a glória!

Saudações Leoninas
ReporterH
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Caríssimos,

Em primeiro lugar, confesso o meu orgulho pelo convite. Não é todos os dias que editores de um blogue de referência (não só pelo número de leitores, mas acima de tudo pela qualidade dos artigos) me endereçam uma proposta deste género (esperem... quando refiro que não é todos os dias até parece que tal acontece de vez em quando. Na verdade... hmmmm... pois...). Confesso que até me senti algo intimidado. Mas pondo de lado o acanhamento, seria com prazer que participaria na iniciativa. Acontece  que tenho dois problemas (em rigor, até tenho mais, mas não são para aqui chamados):

O primeiro prende-se com o facto de não perceber nada de economia ou gestão. Para terem uma ideia, até há bem pouco tempo, e dada a popularidade do termo, estava convencido que VMOC era nome de uma qualquer bem-sucedida estante do IKEA. Mais convencido ficava quando em sucessivas excursões àquele espaço, e após aturada procura, acabava por nunca encontrar o tão badalado modelo. “Bolas!” – resmungava desiludido para a patroa – “Deve ser mesmo muito boa. Continua esgotada...”. Dito isto, ficará claro para os ilustres leitores que qualquer opinião que emitisse sobre a gestão do Sporting, mostrar-se-ia tão credível como pareceres do prior da vossa paróquia sobre a eficácia de cada uma das técnicas ilustradas no Kama Sutra. Como não vos quero de sobrolho franzido e a julgarem-me da mesma estirpe de um qualquer clérigo libidinoso, limito-me a afirmar que acredito que Bettencourt ama o Sporting tal como qualquer um de nós. Partindo deste princípio, e apesar de me assustar quando afirma que a aprovação da última terça-feira não será suficiente para a reabilitação do clube, confio que, em consciência, trilhará um caminho que sirva da melhor forma possível (e dada a actual situação, tal não é sinónimo de mais desejável) os interesses do Sporting Clube de Portugal. Se estará, ou não, à altura das minhas expectativas, o tempo o dirá. Para já, fica a fé que se estivéssemos numa loja de mobiliário sueca, JEB tinha tudo para ser nome de um excelente móvel de arrumações.

O segundo problema passa por eu saber tanto de futebol como o Carlos Queiroz. Ainda assim, arrisco afirmar que Paulo Bento, durante os dois primeiros anos, desenvolveu um excelente trabalho no Sporting. É a partir de 2008/2009 que o nosso futebol, contrariando aquilo que seria expectável, baixa de qualidade, atingindo este ano - excepção feita aos jogos com a Fiorentina - níveis exibicionais mais baixos que o PIB do Zimbabwe. Em consequência, as pessoas andam mal-humoradas, deprimidas, sem crença na equipa e no seu líder e olham para o universo do clube com redobrada preocupação, enfatizando defeitos e menosprezando virtudes. Seria importantíssimo renovar a ilusão dos adeptos e resgatá-los, de novo, aos sofás. Assim, e com imensa pena minha, a necessária injecção de optimismo teria de passar pela saída de Paulo Bento. E acreditem - a ambiguidade de sentimentos que me invade quanto a este assunto, podia ser bem descrita por estes rapazes:


I used to love her, but I had to kill her
I used to love her, but I had to kill her
I had to put her
Six feet under
And I can still hear her complain

I used to love her, but I had to kill her
I used to love her, but I had to kill her
I knew I miss her
So I had to keep her
She's buried right in my back yard

I used to love her, but I had to kill her
I used to love her, but I had to kill her
She bitched so much
She drove me nuts
And now I'm happier this way

I used to love her, but I had to kill her
I used to love her, but I had to kill her
I had to put her
Six feet under
And I can still hear her complain

Expostas as minhas limitações, compreenderão que não poderei escrever o post e que não me resta alternativa senão declinar o convite. Talvez venha a fazê-lo noutra oportunidade, quando o debate se centrar num assunto que domine - por exemplo, mobiliário de baixo custo.

Abraço Leonino!

Fantasma do Óculo
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Pertenço a uma família de sportinguistas desiludidos. Conforme referi noutro espaço, quatro dos seis sportinguistas com gamebox na temporada passada preferiram, esta temporada, ficar-se pelo sofá. Dois espectadores de sempre do Estádio de Alvalade, pela primeira vez, sentiram-se sem vontade de continuar a acompanhar a equipa. E, em ambos os casos, isso nada teve a ver com planos de reestruturação financeira ou com opiniões sobre a política desportiva e respectiva gestão dos activos do Sporting. Foi simplesmente porque, duas épocas volvidas, não aguentávamos mais a (ausência de) qualidade do futebol praticado em Alvalade.

Este sentimento de desilusão com a equipa é um dos (poucos) pontos de unanimidade entre os sportinguistas. A opinião sobre as causas é que diverge. Isto é ponto assente: ninguém está contente com o que tem. Por isso se anunciou (e aprovou) mais uma reestruturação financeira, sob a bandeira de se poder libertar mais recursos para o futebol, de libertar o Sporting do jugo do passivo que criou para si próprio, por forma a poder dedicar-se à actividade a que - teoricamente - está mais capacitado: promover um espectáculo de futebol que seja do agrado dos seus adeptos.

1. Um contexto
 
Nao pretendo com estas linhas tentar reproduzir o que outros fizeram melhor que eu, uma análise às condições apresentadas pelo recentemente aprovado plano de reestruturação financeira, nem às condições em que esse plano foi apresentado (depois das eleições, não é surpresa que os sportinguistas votem a favor de pessoas que não explicam devidamente as suas ideias). As próximas linhas dedicar-se-ão àquilo que alguns apontam como a razão principal para a aprovação deste plano: a inexistência de uma hipótese em alternativa, ou pelo menos, a inexistência de uma hipótese alternativa que tenha sido apresentada (admitindo, sem conceder, que esta "alternativa" foi devidamente apresentada).

Comecemos pelo princípio: sou um relativo adepto do denominado "Projecto Roquette". As ideias que estiveram na sua base, as ideias que estariam na base da sustentação do projecto desportivo do Sporting, eram boas e passavam essencialmente por três vectores, todos plausíveis, todos exequíveis e todos racionais: (i) aposta na formação, (ii) aposta na valorização dos direitos de transmissão televisiva dos jogos do Sporting, nas futuras plataformas multimédia e (iii) aposta num projecto imobiliário, em altura de elevada valorização deste mercado, que em conjunto garantissem que o Sporting poderia oferecer aos seus adeptos condições ímpares para assistir a um espectáculo de futebol.

A criaçao de um braço empresarial para o clube foi a opção certa. Tanto assim foi, que foi seguida por todos. A implementação das ideias, contudo, teve - para ser simpático - um sucesso variável.


No que era imprevisível - a valorização dos direitos de transmissão dos jogos de futebol do Sporting - em sintonia com a catástrofe das dot.com, o Sporting (os seus associados e os seus accionistas) ficou a perder. No que era mais inverosímil que perdesse dinheiro - o imobiliário - o Sporting conseguiu apresentar contas negativas, vender quando o mercado já estava em nítida baixa sob a justificação (compreensível) que o Sporting (SAD ou clube) não tinha vocação para gerir este negócio. Mas a formação foi um sucesso. E - apesar de sempre necessárias revisões da implementação desta política de aposta na formação - é um sucesso que continua a apresentar frutos e que se apresenta, na minha opinião, (actualmente) o único aspecto da vida do clube em que existe potencial de crescimento.

O Sporting, sem esta sua aposta inicial na formação, que juntou as condições de trabalho ao know how que existia em Alvalade, existiria hoje (porque os sportinguistas não desapareceriam) mas sob uma forma totalmente diferente. Provavelmente não seria mais dos seus associados. E por isso é chocante ouvir-se alguém que se quer responsável (que a única coisa de que é responsável é por uma gestão flagrantemente desequilibrada de uma sociedade) dizer que o actual treinador é bom porque terá "dado" ao Sporting o Nani. Foram as (fortes) apostas do Real Sport Clube de Massamá e do Sporting que permitiram que Nani oferecesse €25,5M ao clube. Apostar num jogador talentoso tem pouco de meritório.

2. Uma mais valia

Quando se pensa o futuro do clube fala-se sempre em sustentabilidade. O Sporting quer-se sustentável a curto, médio e longo prazo. Este é outro dos (poucos) desejos comuns dos Sportinguistas. Como amor que é, queremos que dure bem além da morte que nos separará. O Sporting é para nós, para os nossos filhos, para os nossos netos, mesmo que ainda sejamos adolescentes ou estejamos longe de encontrar razão para aumentar a família sportinguista. Aqui, como lá em cima, os sportinguistas dividem-se sobre o caminho para a sustentabilidade.

Nao tenho dúvidas sobre a parcialidade desta minha opinião: ela reside num pré-conceito, o de que o forma bons jogadores, jogadores com nível para jogar no Sporting, jogadores com nível para ambicionar voar mais alto, e forma-os em número suficiente para oferecer ao clube essa tal sustentabilidade. Ou seja, acredito que o Projecto Roquette é capaz de se (auto)sustentar em apenas um dos seus vectores principais. O futebol, como sempre, seria o motor da restante actividade do clube.

Filipe Soares Franco era da mesma opinião: era necessário conservar os talentos formados pelo Sporting o tempo suficiente para que estes oferecessem ao clube os títulos que o seu valor desportivo justificava. Isto partia de uma premissa lógica: se o Sporting vendia jogadores por valores que não estavam ao alcance da sua bolsa (entre os €5M e os €25M) e se - para mais - estes jogadores nao implicavam qualquer investimento inicial, então o Sporting poderia utilizar as (restantes) receitas para compor o plantel competitivo que lhe permitiria atingir maiores voos. E por isso as ambições europeias de Soares Franco. Para mim, também era lógico.

E, desde sempre, Soares Franco recusou a ideia de que o Sporting não venderia os seus talentos. Disse - na sua natural incapacidade para comunicar - que não venderia "agora". A sustentação do clube passaria, obviamente, também pela transferência dos seus próprios talentos. Isso seria um passo necessário, inevitável face à capacidade orçamental (a nível salarial), para manter as contas equilibradas. E assim se poderia juntar o útil ao agradável: libertar o clube/SAD da obrigatoriedade de proceder às tais "mais-valias" concederia a possibilidade de vender na melhor altura, sem ser perante a ameaça do incumprimento, e isso permitiria manter durante mais tempo no clube os jogadores com maior valor de mercado. E como o mercado remunera a competência, mantendo-se os mais valiosos, preservar-se-ia o valor dentro do clube.

O objectivo até poderia deixar de ser exclusivamente "valorizar" os activos, optando - a médio prazo - para a capacidade de ter a opção relativamente à oportunidade da venda. Isto é, aceitando que um jogador não se valorizaria acima de X, seria preferível mantê-lo (perdendo dinheiro) caso para a sua ausência nao houvesse uma hipótese em alternativa que apresentasse garantias de uma substituição adequada.

E se a política de formação do Sporting continuou a ser um sucesso, a gestão dos activos resolveu seguir o mesmo trilho que a da construção do imobiliário: é desastrosa. E é desastrosa por fazer perder ao clube muito mais dinheiro do que investiu.

3. Uma solução

O exercício da auto-citação tem o seu quê de pretensioso. Mas, sem pudor, ficam aqui umas linhas que escrevi como uma introdução em Julho a um post intitulado "o meu plantel para 2009/2010": "Comecei a escrever este post no princípio de Junho. Ficou no pipeline porque queria fazê-lo fundamentado em números, na necessária redução orçamental que o Sporting deverá fazer em função da maior dificuldade de aceder à Liga dos Campeões."

Ainda antes dos jogos oficiais, entre outras coisas, pedia a substituição de Polga, a contratação de um defesa-esquerdo, as dispensas de Romagnoli e de Rochemback, a contratação de Hugo Viana e - sobretudo - uma redução do orçamento para o futebol.

As soluções seriam encontradas dentro de casa. Havia-as em número suficiente para que o Sporting apresentasse um plantel com soluções, próximo em qualidade do actual plantel, mas com um custo substancialmente inferior.

E, na minha opinião, a minha proposta acumulava três méritos: (i) potenciava a existência dentro do plantel de jogadores susceptíveis de ter mercado (por oposiçao a outros "sem mercado", quer pela idade, quer pelas falhadas experiências no estrangeiro, quer pela ausência de qualidade), (ii) fazia face à redução da probabilidade de receitas oriundas da Liga dos Campeões (face ao novo formato), portanto equilibrando a gestão ao aumento do nível de risco de perda de receitas e (iii) enviava um forte sinal aos sportinguistas de que se estava a construir algo para o futuro. Este sinal - que foi dado no passado com acolhimento pelos adeptos - permitiria fazer o Sporting virar a página. Seria um projecto comum.

Para este projecto, seria apenas necessário dotar o Sporting de meios para assegurar que o trabalho de formação dos jogadores nao parava à sua saída dos escalões de formação. Não seria necessário apenas um treinador que apostasse nos jovens da casa, era sobretudo preciso uma equipa técnica que assegurasse que - na transição para seniores - os jovens formandos do Sporting continuariam a apurar as suas capacidades, por forma a tornarem-se cada vez melhores.

Que resultados poderia ter esta estratégia? Imaginando que o Sporting conseguia reduzir significativamente o seu orçamento, limpando da coluna da despesa salários gordos que não apresentassem uma possibilidade de retorno desportivo e financeiro - vendendo um ou dois jogadores (Moutinho e Veloso à cabeça), estaria encontrada a solução para acabar com o estrangulamento imposto pela dívida.

Caso a estratégia tivesse sucesso, poder-se-ia almejar a ainda mais receitas. Caso contrário, o risco era meramente desportivo. Do ponto de vista financeiro, com a despesa controlada, o Sporting estaria em condições - a médio prazo - de reverter esta orientação política. E isto sem (voltar a) meter dinheiro nas mãos de quem o tinha esbanjado anteriormente.

Esta era a minha solução. É a solução de quem tem de gerir um orçamento apertado, de quem não quer depender de terceiros a prazo ou de quem tem orgulho na sua identidade e não contempla vender a alma (a personalidade) para assegurar uma nova vida. Infelizmente, cada vez mais o Sporting se afasta da sua raiz original. Temo que com isso possa comprometer o futuro deste meu amor e, com ele, o dos meus filhos e netos.

*Este artigo foi escrito para o "ANortedeAlvalade" pelo editor PLF da BancadaNova, no âmbito da reflexão sobre o momento do clube.
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Acredito - ou estou mesmo completamente convicto - de que a emoção de cada momento retira lucidez às análises que se fazem sobre as situações. Quando se está bem, tudo é perfeito, quando não se está, tudo é péssimo. Normalmente a verdade está algures, entre estes dois sentimentos extremos.

Não me quero alongar muito, mas também não pretendo ser indelicado face ao convite feito e, por isso, deixo apenas 3 tópicos para reflexão sobre o actual momento do Sporting.

- Se o Sporting investe (ano após ano, não é isoladamente) menos do que o Porto e Benfica e se, como parece acontecer este ano, ambos os rivais estiverem bem orientados tecnicamente, que hipóteses terá o Sporting de chegar ao título interno?

- Na sequência da evidente (parece-me) resposta à pergunta anterior, não será urgente para o Sporting rever alguns pontos do seu modelo de gestão? Não estará, na situação actual, dependente da incompetência dos rivais para realisticamente poder aspirar ao sucesso?

- A contestação vai inevitavelmente entroncar na figura do treinador. Reconhecendo, como venho fazendo, aspectos que podem ser melhorados na qualidade do actual modelo, a questão que me parece mais pertinente fazer não é se o treinador deve sair. A penalização de um treinador, "tout court" nunca serve os interesses de um clube, apenas alivia o ego de alguns adeptos. O que importa questionar é se existe alguma solução que, com alguma certeza, represente uma mais valia consistente em relação ao técnico actual. Se a resposta for vazia ou mesmo dúbia (como acredito que seja no momento), o que de mais prejudicial pode haver para equipa é uma pressão externa para uma "revolução".



*Artigo escrito por Filipe V. de Sá, editor do Jogo Directo, cuja visita é obrigatória, e hoje em particular para os Sportinguistas, pelo post "Organização ofensiva, o pesadelo de Paulo Bento".
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Aprovada que foi a passagem da SCS para a SAD, a Direcção arvora que o seu plano de 3 passos (SCS, Academia e VMOC na SAD) estará pronto a avançar.

A este respeito, cumpre esclarecer o seguinte:

Ao contrário do afirmado pela Direcção, a passagem da Academia e a emissão de VMOCs não estão aprovadas em Assembleia Geral, pelos motivos que passo a explicar:

Academia:

Nos termos dos estatutos, a "alienação ou oneração de direitos sobre bem imóvel" carecem do voto favorável de 2/3 dos Sócios. Ora, a Academia, tanto quanto julgo saber, é um bem imóvel, e a passagem dela da esfera patrimonial do Clube para a da SAD constitui, para todos os efeitos, uma alienação: passa a ser dum para ser doutra.

Como 2+2 ainda vão sendo 4, a passagem da Academia depende desta maioria, que não foi obtida.

VMOC:

VMOC é o acrónimo de "Valores Mobiliários Obrigatoriamente Convertíveis", como já todos sabemos, dado que o significado do termo foi das poucas coisas que a Direcção fez a gentileza de explicar.

Mas convertíveis em quê? Convertíveis em acções da Sporting SAD.

Os VMOC têm um período de maturidade, após o qual se convertem (obrigatoriamente, conforme o nome indica), em participações sociais do Clube.

Esta conversão significa que, no futuro, o capital social da Sporting SAD será de mais 55 milhões de Euros (o valor da emissão dos VMOC), o que, em termos jurídicos, representa um aumento de capital, mesmo que diferido no tempo.

Ora, o aumento de capital duma sociedade tem o efeito de diluir e relativizar a posição accionista das sociedades que já são Sócias da SAD. Assim, na prática, o que o SCP está a fazer é alienar parte da participação social que detém na SAD, no sentido de que tendo 68% dela hoje, passará a ter 50,1%.

Sucede que a "alienação ou oneração de participações sociais do Clube" requer também a infame maioria de 2/3, que também não foi obtida.

O argumento da Direcção é, grosso modo, este: "nós não estamos tecnicamente a vender as acções, por isso até vos estamos a fazer um favor em vos perguntar seja o que for".

Este argumento juridicamente é defensável, porque as acções da SAD que pertencem ao SCP não estão efectivamente a ser vendidas a ninguém com a emissão dos VMOC, embora esta posição admita posições contrárias tão ou mais defensáveis também.

Mas, num quadro de respeito aos Sócios, a única que coisa que, de acordo com JEB é o SCP (..."o resto é SAD"), é moralmente condenável, por dois motivos:

1. Os estatutos não são letra vazia e impassível de interpretação tendo em conta o seu propósito. O propósito de sujeitar a alienação de participações sociais à aprovação de 2/3 dos Sócios é um especial interesse na manutenção e protecção da posição accionista que o Clube tenha. Neste contexto, deve-se entender que qualquer operação societária que tenha como efeito diminuir a participação social do Clube em sociedades deve ser sindicada pelos Sócios. Entender o contrário seria admitir a criação duma válvula de escape que subtraísse qualquer controlo sobre as participações sociais do Clube aos Sócios.

2. Age com claro desrespeito pela vontade dos Sócios quem, mesmo na hipótese de não estar obrigado a pedir a aprovação dos Sócios, a pede, não a recebe, e depois faz na mesma. Goste a Direcção ou não, o SCP é nosso. É nosso desde 1906 e merecemos algum respeito porque chorámos, sangrámos e sofremos muito para o engrandecer.

Como nota final sobre esta história do património:

É a minha sincera opinião que os Sócios do Clube mais e mais ignoram que essa qualidade os constitui nos verdadeiros últimos proprietários do acervo patrimonial do Clube. Os terrenos são do Clube, mas o Clube é (ou devia ser) dos Sócios, portanto os terrenos são, em última análise dos Sócios.

Não no sentido de que os podem vender e ganhar directamente com a sua venda, mas no sentido de que é sobre os Sócios que impende o dever de conservarem bem o património do Clube.

A ideia do associativismo, a ideia subjacente ao SCP NUNCA foi eleger corpos directivos e depois demitirmo-nos de participar na vida do Clube. Mas participar não é "ir" à AG. É ir e saber ao que vai. É ir e exigir respostas. É dar o voto sem preconceitos pessoais quanto aos proponentes das propostas (passe o pleonasmo), mas pedindo-lhes sempre o esclarecimento necessário.

Dito isto, acho chocante que os Sócios aceitem vender uma coisa que é sua, como a SCS sem se darem ao trabalho de saber sequer por quanto a venderam.

Estou em crer que fosse a SCS de qualquer um dos Sócios que votou convictamente "sim" a título estritamente pessoal, esse Sócio empregaria mais cuidado e interesse na sua venda do seu bem.

Espero e desespero que haja algum cuidado quanto ao pouco património que nos resta Da minha parte, é claro como água: Se a Direcção vender Academias e aceitar a emissão de acções a coberto de poderes que objectivamente não tem, pode contar com a minha oposição. Em qualquer sede. Até na judicial. "

Saudações Leoninas

*Texto complementar à reflexão que JL elaborou para o "ANortedeAlvalade" sobre a última AG, no âmbito da nossa iniciativa "Reflexão Leonina".
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1 - A PSIQUE

Parece-me óbvio, aqui chegados, que:

- Bettencourt e Bento estão convencidos que os jogadores do Sporting são piores do que os da concorrência

- para ambos, presidente e treinador, é claro que só um orçamento maior vai alterar este estado de coisas e aportar mais qualidade ao plantel

Sem elementos para determinar a influência desta visão - sucessivamente tornada pública - no estado de espírito dos futebolistas que João Moutinho capitaneia, suspeito, no entanto, que pode estar aí uma explicação - não a única, certamente - para a falta de confiança exibida no relvado semana após semana pela equipa e para o facto de, como diz José Eduardo Bettencourt, a bola queimar em determinados momentos.

É preciso perceber que toda a comunicação estratégica no Sporting, de há anos a esta parte, tem assentado em:

- não temos o dinheiro dos rivais.

- não temos a qualidade dos rivais.

Atentemos agora no FC Porto, que JEB tanto aprecia. Qual é o primeiro mérito atribuído a José Maria Pedroto na revolução que iniciou nas Antas? Justamente, vencer o complexo de inferioridade que derrotava os dragões rumo a Sul logo após atravessar a ponte sobre o Douro.

A minha primeira conclusão é então a seguinte: a política de comunicação do Sporting é um desastre, sobretudo considerando que o futebol é antes de mais gestão de emoções e expectativas. Destruiu a relação com um número importante de adeptos. Para defender o coiro a dirigentes e treinador, recorre-se sistematicamente ao argumento da pobreza, de bolsa e de plantel. Os resultados estão à vista.

2 - O GUITO

Tratada a vertente psicológica, vamos a contas. Longe de mim, que de gestão percebo zero, pretender discutir modelos de governância e planos de reestruturação financeira. Limito-me a expressar perplexidades. E uma delas é esta: como é que se atraem investidores para uma SAD em ruína que opera num negócio em ruína? Estou a falar da possibilidade de o Sporting ceder posição na estrutura de capital, ficando minoritário para facilitar a entrada de parceiros com grana, o que parece ser, afinal, o plano paralelo que avança, assembleia geral após assembleia geral, rumo à solução final. Como pode ver-se aqui uma luz, depois de ler esta semana as declarações de JEB: "Neste negócio, independentemente de vendas muito bem sucedidas, como é o caso do FC Porto, toda a gente tem perdido dinheiro (...) tem sido um negócio em que todos perdem (...) o negócio em si não liberta meios e na generalidade tem-se assistido à degradação de contas". 

Parece-me inevitável concluir que a divisão interna e o desgaste a que está sujeita a hierarquia dirigente leonina, prejudicando, por arrasto, o clube e o seu core-business, resulta, em parte, de uma evidência, de algo muito simples de compreender: sócios e adeptos não entendem por que razão ainda aguardam o milagre de gestão prometido há 14 anos pelo founding father José Roquette.

3 - A FORMAÇÃO

Um equívoco que se arrasta desde 1995 é o que diz respeito à formação. Continuo a crer que lugares-chave na administração do clube e da SAD são ocupados por pessoas que têm das escolas uma visão meramente monetária, acreditando que o lançamento de ex-juniores é um paliativo e nunca a cura. Não vou ao ponto de defender que um onze da formação pode vencer o campeonato nacional, mas tenho a certeza que a identidade conferida por uma aposta genuína nas camadas jovens é um valor inestimável e uma mais-valia a médio-prazo. Isto passa por convencer Figo ou Ronaldo a serem embaixadores oficiais; por não ignorar nomes como Hugo Viana ou Quaresma quando regressam a Portugal; por não fornecer aos rivais o mapa para qualidade a baixo custo, como sucedeu com Carlos Martins e Varela; por não ceder promessas como Diogo Viana só porque são extremos. Portanto, há muito potencial na formação que o Sporting não aproveita.

4 - O NOSSO FERGUSON

Vamos, então, a Paulo Bento. Está presente em ambos os lados do balanço. No activo, porque deu coesão e vitórias ao clube. No passivo, porque não evitou casos e conduziu a equipa a um beco exibicional, a um buraco negro que extermina criatividade e talento. Bento demonstrou méritos que têm de ser elogiados. E cometeu erros que devem ser apontados. Além de distinguir filhos de enteados, o maior deles é gerir por teimosia em oposição à crítica, seja ela dos jogadores, da imprensa ou dos adeptos. A casmurrice, em bom português. Acho inaceitável que se queime tudo à volta só para defender Bento, como JEB, e outros, têm feito. E é grave ver o presidente atribuir a Bento, nas entrevistas desta semana, o mérito da venda de Nani e dos 30 milhões de euros das idas à Champions (ignorando por completo os futebolistas que para tal contribuíram, num exercício de idolatria imediatamente replicado pelo incansável Mário Duarte n'O Jogo). To make a long story short:

- este plantel pode jogar muito mais do que aquilo que vem apresentando

- como colectivo, está a render menos do que a soma das partes (2+2 = 3)

- individualmente, quase todos os jogadores estão abaixo do que sabem fazer ou aparentam valer (os casos de Vukcevic e Matias Fernandez são gritantes)

- Paulo Bento, acredito, perdeu o tempo e o modo para inverter o rumo e tornou-se problema em vez de solução.

5 - O NOSSO KENYON

Claro que Bento não é o único culpado. Pedro Barbosa tem sido criticado e eu alinho no lançamento de pedras, sobretudo quando observo a desesperante incapacidade do Sporting para vender quem quer que seja. O que tem, então, a política desportiva verde-branca? Em síntese:

- incapacidade para valorizar jogadores e realizar mais-valias.

- gestão desastrosa do momento certo para vender..

- escasso aproveitamento do mercado português e aparente desconhecimento de mercados alternativos.

- má política de emprestados e dispensados.

- o caso Grimi.

6 - NO ENTANTO

Lembro-me de um Sporting x Lierse para a Champions, já na década de 90, com 5.000 pessoas em Alvalade. As jóias da coroa já não saem com 19 anos. O cemitério de treinadores é passado. As vitórias nas taças e supertaças, não sendo o objectivo supremo, são saborosas. As idas à Champions, salvo a tragédia de Munique, fizeram bem ao ego. Excepto Pedro Silva, Grimi e Tiuí, as últimas contratações, não sendo as ideais, são relativamente fáceis de perceber (eu teria comprado Caneira, Rochemback, Postiga, Derlei, Caicedo, Matias Fernandez, mesmo que o rendimento deles nem sempre tenha correspondido às expectativas). A estabilidade no plantel é real e pode ser benéfica. O futebol do Sporting está melhor, muito melhor, do que no fim da década de 80, quando FCP e SLB ganhavam em Alvalade com uma perna às costas.

Kovacevic 


*Texto da autoria de Kovacevic, editor do 442 para o "ANortedeAlvalade"  no âmbito da nossa iniciativa "Reflexão Leonina".




Muito me honrou o convite do “A Norte de Alvalade” para falar sobre o actual momento do Sporting.


Não é fácil dizer muito, neste momento sobre o Nosso Sporting. A equipa não praticando bom futebol e os adeptos estando distanciados dela, não existe a simbiose necessária para arrancar em momentos complicados de uma época para um caminho que se espera de vitória.

Antes porém, não posso deixar de falar um pouco sobre o momento directivo actual. Ser coerente. José Eduardo Bettencourt venceu as eleições. É o nosso Presidente. Pode-se discordar, mas há que deixar que o seu trabalho seja efectuado até ao final. O período de avaliação não pode ser sumário. O Sporting tem um Presidente que tudo tem feito para se aproximar dos sócios (perdidos) e mesmo não dispondo das “armas” necessárias para criar uma equipa que todos desejaríamos, é vital que vejamos os desvios dos objectivos quando a época terminar. Não deixando porém de darmos a opinião sempre que necessária, mesmo sendo contrária aos actos praticados.  Há algum tempo que acho desnecessário estarmos constantemente preocupados com outros clubes. A nossa vida em nada depende dos outros!

Bettencourt conseguiu vencer a primeira batalha. Não a guerra. Mas conseguiu o seu principal objectivo financeiro do momento. Com isto, os sócios que votaram em maioria favoravelmente ao projecto apresentado, estenderam a passadeira verde para Bettencourt poder efectuar ainda de forma mais consistente o seu trabalho. No entanto, convém não esquecer que no final, na tal avaliação, tudo isto terá de ser tido em conta. A paz que o Presidente do Sporting procurou foi conseguida, mas só os bons resultados desportivos poderão ser o ponto de retorno numa situação que para já…é penosa!

Falando sobre a equipa, já há muito que a contesto. As razões mais que explicadas, não só por mim, mas por uma vasta plateia de Sportiguinstas que se tem manifestado agastado com a forma como foi construída a equipa para este época. Lacunas defensivas, laterais obsoletos, contratações falhadas, etc, etc. Não adianta e não faz sentido debater ainda mais o assunto. Só concebo um caminho que em tudo depende do que até lá conseguirmos. Se o Sporting mantiver intactos todos os objectivos da época, no mercado de Janeiro faria todo o sentido reforçarmo-nos. Pelo menos, colmatar problemas evidentes e sérios que nos têm impedido de realizar exibições aceitáveis.

Quanto ao treinador, já o tinha manifestado que não deveria ter iniciado a época. Paulo Bento em minha opinião esgotou um ciclo no final da última temporada. Era tempo de quebrar o elo de ligação, mas pelo contrário Bettencourt reforçou-o. Agora, que os resultados negativos estão à vista é mais fácil criticá-lo, como não vejo neste momento uma solução interessante para o Sporting, aceito que Paulo Bento seja escrutinado apenas no final da época. E acrescento que o escrutínio é fácil. Só o título de campeão nacional o poderá salvar, e mesmo assim…

Independentemente de tudo isto, há que continuar a apoiar o Nosso Clube. Pertence-nos a capacidade de mobilização para que o Sporting continue vivo. Não vivemos apenas do futebol e o ecletismo que há muito é cultivado no Sporting deverá ser sempre respeitado. Nesse sentido, fico muito contente que em breve as obras do pavilhão possam começar. Quando acontecer, o projecto Alvalade XXI estará acabado e aí poderemos entrar finalmente no novo século, com 6 anos de atraso, pelo menos, mas ainda muito a tempo de voltarmos a ser “tão grandes como os maiores da Europa”!"

SL,
Pedro Varela

*Texto da autoria de Pedro Varela, editor do Bancada de Leão para o "ANortedeAlvalade"  no âmbito da nossa iniciativa "Reflexão Leonina". 



Os clubes, assim como as empresas – entidades a que nos temos de habituar a pensar quando nos referirmos ao nosso clube – não têm ponto zero, ponto neutro, ou crescem ou definham. Quando existe identificação dos adeptos e sócios com os seus clubes e as vitórias se tornam habituais, os clubes entram numa espiral de crescimento: vitórias, crescimento da massa associativa, maiores audiências, mais receita, maior capacidade de reforço dos plantéis, mais vitórias, etc. O nosso clube, desde há uns anos a esta parte está num processo contrário, entrou numa espiral descendente. As causas são várias, internas e externas.

 A - Internas

A.1 - A falta de respeito pelos sócios e a ideia criada de que eram dispensáveis e só atrapalhavam, provocou uma das maiores crises de identificação dos Sportinguistas com o seu clube.

O presidente actual já conseguiu, pelo menos, corrigir esta situação, mostrando respeito pelos sócios, entendendo o seu sentir e sobretudo não lhes mentindo. Em vez afirmar que não havia terrenos para o pavilhão, perto de Alvalade, fez um protocolo com a Câmara, em vez de afirmar que os terrenos da Academia não se tinham valorizado com o novo aeroporto, salvaguardou para o Sporting as mais - valias.

A.2 - Mas ainda existe muito trabalho para fazer internamente, sobretudo acabar de uma vez por todas com o mau profissionalismo, incompetência, oportunismos e as incompatibilidades que ainda existem em muitos gabinetes de Alvalade.

B - Externas

A perda de poder progressiva do nosso clube nos últimos anos, boicota qualquer tentativa de optimizar uma gestão competente e eficaz.

B.1 - Pelo ascendente que os nosso rivais têm sobre a generalidade dos clubes mais pequenos, quer lançando – lhe uma bóia financeira quando se estão a afundar, quer pelo empréstimo de jogadores e treinadores, quer pelo poder que têm na arbitragem, quer pela acção dos empresários amigos/sócios, faz com que não tenhamos hipóteses de competir na contratação de valores emergente desses clubes.Temos mesmo dificuldade em reaver os valores da nossa formação que emprestamos a outros clubes: Tiago Pinto, Varela, etc.

B.2 – Quando uma empresa traça os seus objectivos faz o diagnóstico de todos os aspectos que os podem inviabilizar.

A arbitragem actual impede – nos de atingir os objectivos.As consequências do actual estado da arbitragem são dramáticas para o nosso clube. Quem ganha, valoriza os jogadores, aumenta receitas, tem retorno dos investimentos, cresce. Ao não nos deixarem ganhar - humilhando sempre que possível – atiram - nos para o fundo, obrigam – nos a desperdiçar o pouco que temos, põem – nos a ralhar uns com os outros.Corrigir este aspecto é fundamental para inverter o sentido da espiral.

Queremos um Sporting tão grande como os maiores da Europa, vamos todos arregaçar as mangas e lutar para o engrandecimento do clube que amamos. 

SportingnoCoração

*Texto da autoria de Joaquim Agostinho, editor do Sporting no Coraçao  para o "ANortedeAlvalade"  no âmbito da nossa iniciativa "Reflexão Leonina". 

 
Respondendo ao amável convite formulado “a Norte”, deixamos aqui algumas reflexões sobre a nossa visão do Sporting dos nossos dias.

Sendo esta crónica produzida neste momento, não podemos deixar de utilizar como ponto de partida tudo o que se passou na Assembleia Geral de 13 de Outubro, até porque a mesma acaba por ser bastante representativa do que se passa no Sporting Clube de Portugal de há uns anos para cá.

Antes de mais, não podemos deixar de sublinhar que uma decisão tão importante sobre o futuro do clube acabou por ser tomada por um número de sócios que terá rondado o milhar. Além disso, também não podemos deixar de referir que, mais uma vez, o insulto, a falta de civismo e a total falta de racionalidade foram os tópicos dominantes da Assembleia Geral, onde as palavras maioria, minoria, forças de bloqueio e outras que mais foram usadas até á exaustão. A barricada, caros amigos, existe e veio para ficar.

Também não podemos deixar de referir que, mais uma vez, foram tomadas decisões importantes sem as pessoas estarem minimamente informadas e habilitadas para uma votação em consciência. As deliberações tomadas serão boas ou más para o clube? Que consequências terão no nosso futuro colectivo como associação? Permitirão que o Sporting Clube de Portugal continue a ter nas suas mãos a decisão futura sobre o futebol do Sporting? Permitirão que os sócios possam ser opinativos e interventivos no futuro? Nós, com honestidade, não podemos responder a estas questões e, como nós, mais de 95% das pessoas presentes, não saberão responder a estas questões. No entanto, aprovaram as propostas da Direcção, o que nos dá uma imagem assustadora do que é hoje a discussão e a vivencia democrática no Sporting!

Mais assustador que o estado da nossa equipa de futebol é o estado em que se encontra hoje o Sporting Clube de Portugal como instituição. A discussão é inquinada e não é bem vinda, as pessoas são julgadas por ser a favor ou contra a Direcção (esta como a anterior) e não pelo valor intrínseco das suas propostas e das suas ideias, os sócios afastam-se até porque não há grande vantagem em se ser sócio, para quem não tiver o Sporting marcado de forma profunda no ADN como os editores do Rugido, sócios há mais de 30 anos. Nem sequer no preço dos bilhetes para o futebol encontramos vantagens em se ser sócio.

O estádio transformou-se num local frio, onde as pessoas só se reúnem em dia de jogo e mesmo nesses dias são cada vez menos. Quem tem gravadas as memórias do local quente que era o velhinho Alvalade, sempre cheio de gente durante a semana inteira, estranha aquele monte frio de cimento em que se transformou o Alvalade XXI. No antigo estádio existiam as salas da ginástica, a Nave, a piscina na Nave, a sala de sócios, os cafés, os campos de treinos para o futebol ali ao lado. Existiam afinidades, calor humano, sportinguismo…

Este Sporting em certas alturas chega a ser frio como o gelo, cheio de “racionalidade económica”, sem racionalidade humana, sem afectos, sem paixão! E o mais grave é que, ainda por cima, a “racionalidade económica” resvalou num enorme buraco financeiro. Mais grave ainda é que, nas nossas costas, tenha sido delapidado património de uma forma criminosa e leviana. Hoje nada temos e ninguém vai prestar contas por isso. Porque se aceita passivamente que “eles eram boas pessoas, mas correu mal”. CORREU MAL???????

O Sporting da racionalidade económica é hoje um grupo de empresas que, tudo junto, ninguém sabe o que vale. Chegou-se ao ponto de o presidente do SCP não poder revelar as contas do Grupo porque teme as consequências de tal divulgação. As contas da SAD apresentaram um saldo negativo de 13 milhões de euros. As contas do SCP bateram todos os recordes de reservas às contas através da auditoria da KPMG. O resultado líquido negativo de 3 milhões de euros, com base no que se lê nessas reservas, deveria ser, no mínimo 10 vezes pior... E o que nos deixa mais perplexos é o sorriso e a falta de vergonha que as pessoas que lá andam conseguem ter ao apresentar um relatório assim.

O Sporting da racionalidade económica não tem modalidades amadoras de competição (salva-se o andebol e o futsal) mas tem horseball e automobilismo (??????) O Sporting da racionalidade económica não precisa das pessoas que circulavam pelo estádio e aproveitavam para ver o hóquei, o volley e o basket, porque essas também eram partes do seu Sportinguismo! O Sporting da racionalidade económica não tem sequer um pavilhão!

O Sporting da racionalidade económica aceita passivamente um treinador medíocre, que prefere escudar-se em desculpas a lutar pela grandeza do clube. O Sporting da racionalidade económica aceita que se leve 7-1 e 5-0 do Bayern de Munique sem qualquer problema. O Sporting da racionalidade económica aceita a falta de ambição, de garra e de bom futebol, como se o futebol fosse um mero exercício aritmético de orçamentos… O Sporting da racionalidade económica critica o sistema à quarta feira e senta-se com os seus criadores ao domingo numa qualquer Tribuna de Honra do Dragão ou da Luz! O Sporting da racionalidade económica cala-se perante qualquer Pereira ou Guilherme! O Sporting da racionalidade económica não percebe os assobios de quem gosta de bom futebol ou pelo menos de ver garra e entrega! O Sporting da racionalidade económica não percebe porque é que as pessoas cada vez mais ficam em casa!

O Sporting da racionalidade económica tem, no entanto, um Presidente com um vastíssimo C.V. como ficou demonstrado na funesta AG de dia 13! E mais importante que apontar soluções, discutir soluções, ouvir a voz dos sócios que ainda não desistiram de pensar nesta “Madeira á Alberto João Jardim” pintada de verde, é conhecer o CV. do Dr. José Eduardo Bettencourt. Ou de Nobre Guedes! Ou de José Roquete, que é afinal o pai deste monstro!

O futuro que perspectivamos para o SCP terá irremediavelmente que passar por quatro factores decisivos:

i)o futebol do Sporting terá rapidamente que melhorar como espectáculo. Não podemos continuar a oferecer espectáculos de tão pouca qualidade aos que gostam de futebol. Os sócios e adeptos afastam-se progressivamente e tornam cada vez mais difícil a recuperação. Seja através da formação ou do investimento possível, deve-se apostar no futebol de ataque, com muitos golos, com criatividade, com garra e empenho, sem perdas de tempo, sem simulações e sem agressões. O público, sportinguista ou não, deverá gostar de ver o Sporting jogar. Os orçamentos poderão servir de desculpa para não sermos campeões ou por não irmos mais longe na Europa, mas nunca poderão servir de desculpa à falta de qualidade nas exibições do Sporting ou à falta de empenho dos jogadores;

ii)as contas do clube (ou do grupo SCP) deverão rapidamente ser claras e transparentes. Basta de esconder e de enganar os sócios. Ao contrário de outros clubes, o Sporting não pode ser um instrumento de enriquecimento para alguns agentes que gravitam à volta do nosso futebol. Nós, sócios, temos o dever de exigir transparência e competência na gestão. O controlo orçamental deverá ser uma regra incontornável e os planos devem ser feitos com moderação e de acordo com as possibilidades. O crescimento através das receitas deverá ser a trave-mestra da estratégia do clube, de forma a podermos atingir patamares mais altos e mais ambiciosos;

iii) o SCP deverá assumir um papel de liderança na mudança do futebol português. Basta de ver uma Liga Portuguesa onde imperam as más arbitragens, uma justiça desportiva morosa e incapaz, os dirigentes corruptos ou incompetentes, os treinadores sem qualidade e que jogam para o empate, os jogadores que simulam ou queimam tempo, as claques violentas que afastam as famílias do espectáculo, os estádios vazios com bilhetes excessivamente caros, uma televisão que manda nos horários e que paga muito abaixo dos outros campeonatos europeus e os agentes que escolhem jogadores para os clubes e enriquecem à conta das comissões. O futuro do Sporting passa pelo estado do futebol português, e se os outros vivem bem nesta conjuntura, deveremos ser nós a lutar por alterá-la.

iv)O Sporting deverá continuar a ser decidido pelo Sporting, ou seja pelos seus sócios. Seja o Sporting das amadoras, das contas ou do…futebol! Será que ainda vamos a tempo de cumprir esta premissa?

Actualmente dói andar pela rua e, apesar de tudo, ver tantos miúdos de idade tenra vestidos à Sporting! Está ali o futuro deste clube e ele ainda existe. Basta sair à rua e contar os miúdos que vemos de verde e branco. Mas que Sporting temos para lhes entregar? Cabe-nos a nós decidir!

Rugido 
*Texto da autoria de RugidoLeonino  para o "ANortedeAlvalade"  no âmbito da nossa iniciativa "Reflexão Leonina". 


“Manter este rumo de desculpabilidade baseada em factores externos à direcção técnica do futebol (pelas arbitragens, pelos adversários directos ou pelos orçamentos) revela fragilidade, falta de pulso, pequenez, dúvida, desconfiança e falta de auto-estima. Isto transmite-se como uma doença a todo o universo sportinguista. Você (JEB) foi eleito para tomar decisões, muitas delas serão muito difíceis (evocando o despedimento de PB). Os sócios e adeptos saberão reconhecer essa dificuldade e atribuir-lhe-ão mais valor por isso. Não os desiluda, por favor!”

Deste lado do Atlântico, a comunidade emigrante é doida por futebol. Sofrem tanto ou mais do que aí, não deixa de impressionar.

Mas sinto particularmente pena dos adeptos do SCP. Defendem-se com unhas e dentes, com muito sangue na guelra e alheios a relações de causa-efeito no futebol do SCP. Os benfiquistas nada perdoam. Impiedosos nos insultos e catapultados por uma raiva com cunho de vingança, escondida e agora exacerbada pelas circunstâncias – próprio de quem nunca soube perder ou ganhar -, rebolam de pança cheia na lama. Seja em Portugal ou noutro ponto do globo, ninguém ofende nem despreza como eles… Os suínos cruéis na lama…

Aqui o FCP controla os árbitros, aqui o SLB é rico e aqui o SCP é diferente. Porque é pobre, é roubado e joga com muitos portugueses no 11 inicial. Aqui são todos Eduardos Barrosos. Aqui ninguém questiona o PB. Aqui a esperança é sempre renovada. Aqui ainda ninguém percebeu que o SCP não será campeão este ano. Aqui moram os “verdadeiros sportinguistas”, os seguidores, os calados, os conformados, os mártires, os ignorantes… Aqui segue-se porque é verde. Aqui é o PB é o melhor porque fica sempre à frente do SLB. Aqui ninguém sabe o que significa belenensização. Aqui pensa-se que no próximo jogo virá uma boa exibição. Aqui acha-se que o SLB não será campeão.

Aqui não vive a razão, vive a paixão.

Providence, Rhode Island
JMO


*Comentário de um leitor residente nos Estados Unidos, no Site Apoio a um artigo do Norte de Alvalade.


Esta interessante reflexão, que nos dá uma perspectiva dos que vivem ainda mais longe que a generalidade dos Sportinguistas, remetem-nos para uma realidade longínqua, mas em tudo semelhante à que se vive deste lado em terra pátria. Grande parte dos Sportinguistas tem preferido manter a atitude descrita pelo autor do artigo e deve ser por isso que o nosso Presidente prefere visitar os núcleos a meter mãos à obra no muito que há a fazer nos gabinetes de Alvalade. O título do post, não passa pois, no actual contexto, de uma esperança vã. Visitar núcleos é mais confortável, é seguramente importante, mas, no momento presente é muito pouco. E garanto ao Presidente: a realidade que encontra é bem diferente dos restantes 364 dias que o ano tem.

Esta Presidência faz-me lembrar um pouco o programa de um Sportinguista: O Preço Certo, do Fernando Mendes. Um programa simpático, popularucho, mas que nunca será mais do que isso, nem pretende ser. Ora governar o Sporting tem que ser mais do que receber uns queijos e dar uns beijos.

Nesta profissão de jornalista, que é a minha e sempre há-de ser, são muitas as vezes em que o texto se escreve primeiro e o título apenas ganha forma depois, para corresponder plenamente ao que foi escrito.

Este é um dos casos em que o título surge logo, em que o essencial fica dito no título.

Haverá quem se admire: salvar? Será esse o verbo justo ou não estará o escriba a exagerar?

Não estou, caros amigos. Infelizmente é preciso salvar o Sporting. E só os sócios podem fazê-lo, tão depressa quanto puderem antes que o que resta do nosso Sporting seja assimilado por uma instituição nominalmente sportinguista mas na qual os sócios só podem mandar através de interpostas pessoas ou grupos. Ora a prática conhecida de algumas destas e de alguns destes nem sempre corresponde aos interesses do Sporting.

Deixem-me que vos diga, em jeito de parêntesis, que não escrevo estas linhas sob a influência das insatisfatórias prestações desportivas do momento embora saiba como a disposição do adepto é volúvel e anda muito ao sabor do mau resultado de ontem logo disfarçado pelo bom que hoje se conseguiu.

Apesar de todos estarmos intensamente envolvidos nos acontecimentos da actualidade, não é isso que está verdadeiramente em causa agora. O que é fundamental é salvar o Sporting para que o Clube tenha futuro e este seja bem melhor que o presente.

A tal instituição nominalmente sportinguista de que vos falei atrás é a Sporting, SAD, sociedade desportiva que, paulatinamente, vai tomando conta de todo o Sporting, retirando assim os bens, activos, património e actividades do controlo dos sócios do Clube. Por muito que doa escrever e ler isto, por este caminho o Sporting transformar-se-á num clube de bairro, numa sociedade recreativa – com todo o respeito por instituições como estas – porque não está apenas a ser espoliado do seu futebol mas de quase tudo o resto.

Não tenho qualquer hesitação em reconhecer que teoricamente a criação da Sporting, SAD foi uma boa ideia. Tratava-se de instalar uma estrutura do Clube dedicada exclusivamente ao futebol, altamente profissionalizada e vocacionada para dinamizar o aproveitamento de recursos disponíveis e a criar. Acreditava-se que seria a melhor forma a dar um salto qualitativo propício à integração da mística, da grandeza histórica e da fabulosa escola de formação num todo harmonioso capaz de projectar o Sporting (notem que escrevo simplesmente Sporting) para o topo nacional e para um elevado patamar na Europa.

A ideia era boa, repito. E a modernização de estruturas, sobretudo a construção da Academia, prometia contribuir para o seu êxito.

A degeneração, porém, começou cedo. O facto de os presidentes José Roquette e Dias da Cunha, guiados por objectivos de eficácia e descentralização, terem separado as presidências do Sporting e da SAD, teve um efeito perverso que se manifestou imediatamente na gestão de Luís Duque e Miguel Ribeiro Teles, o dirigente que actua ininterruptamente na SAD desde a fase final da presidência de Roquette, já lá vão 10 anos.

O exercício da presidência da SAD por José Eduardo Bettencourt permitiu ainda atenuar um pouco o fosso orgânico criado entre o futebol profissional do Sporting e o resto do Clube, mas as estruturas de funcionamento da sociedade tinham-se enraizado profundamente com Duque e mantiveram-se, no essencial, até hoje. Houve esforços sérios, em 2004-2005, para restabelecer a ligação original entre o Sporting e a SAD mas o modo como os acontecimentos internos se precipitaram nessa altura foi uma das piores coisas que aconteceu na História do nosso Clube. No rescaldo desse período, durante o qual a agitação interna artificialmente fomentada conduziu à demissão de Dias da Cunha, o velho funcionamento “autónomo” da SAD foi restaurado, reforçado e adquiriu uma nova e mais gravosa atitude contra o genuíno sportinguismo: o novo presidente do Clube, Soares Franco, tornou-se presidente da SAD mas assumindo o status quo “tecnocrático” instalado na sociedade – da qual já tinham sido expurgadas, com poucas e honrosas excepções, todas as figuras carismáticas que asseguravam o amor à camisola, coisa que em Alcochete às vezes parece atrapalhar. Passou ostensivamente a confundir-se o sportinguismo genuíno com a filosofia da SAD – a maior das mistificações de que o Sporting tem sido vítima nos anos mais recentes.

A Escola de Futebol sportinguista é, efectivamente, de grande qualidade técnica mas carece de formação clubista, os jovens e os profissionais não conhecem como deviam conhecer a grandeza e a riqueza histórica do Clube que representam. Não sendo deles a culpa, só pode ser de quem os dirige.

Vale a pena contar uma pequena história elucidativa do modo como o Sporting e os seus dirigentes eleitos pelos sócios são olhados nas estruturas entretanto enraizadas na SAD. O episódio passou-se em 2005, quando a equipa sportinguista foi jogar a Middlesbrough, por sinal em mais uma jornada gloriosa desses tempos em que o Sporting praticava aquele que foi considerado o melhor futebol da Europa. Um funcionário da SAD membro da comitiva oficial mas que estava e está enganado no clube da Segunda Circular ao qual presta os seus serviços, não conseguiu esconder a irritação com a existência de sites na Internet feitos por sportinguistas cujas opiniões não coincidiam propriamente com a sua maneira de entender o funcionamento da SAD. Mas tinha uma explicação para isso. “Isso (esses sites) só pode ser coisa dos amigos do Dias da Cunha”. Assim falava o funcionário da SAD sobre o presidente do Clube, encarado como espécie de adversário ou mesmo inimigo. Três nomes se sucederam na Presidência do Sporting e tal funcionário ainda permanece em Alcochete, continuando a agir em nome do Sporting, recebendo tranquilamente o seu salário.

É um simples episódio, pode até nem ser muito relevante em termos globais mas tem  gravidade própria por exemplificar um tipo de mentalidade que se cultiva na sociedade que gere o futebol do Sporting.

É prematuro tecer juízos sobre a gestão do Presidente do Sporting, e também da SAD, José Eduardo Bettencourt, embora todos saibamos que mudou a Direcção do Sporting mas quase nada se alterou quanto aos gestores da SAD. Não podem queixar-se da falta de estabilidade; nós, sportinguistas, é que devemos queixar-nos da falta de resultados e, sobretudo, do conformismo e da falta de ambição do futebol profissional do Sporting.

Continuamos a assistir, porém, à influência da SAD sobre o Clube e não o contrário, como deveria acontecer, porque é neste que os sócios podem decidir.

Argumenta-se sempre que o Sporting Clube tem a maioria na SAD e que não perderia o controlo ainda que ficasse numa determinada situação de minoria. Como diriam os nossos irmãos brasileiros, essa “é conversa para boi dormir”. Há interesses muito activos na SAD, a começar pelos do grupo do sr. Joaquim Oliveira, que não se confundem com os interesses do Sporting Clube e dos sportinguistas. São minoritários, dirão. É verdade, mas não sejamos ingénuos. Nestas coisas em que o dinheiro e os interesses pessoais e de grupo mandam mais não é difícil que estruturas minoritárias, mas bem organizadas e influentes, consigam reunir apoios fundamentais entre os sectores maioritários. Nós, sócios do Sporting, não devemos estar tranquilos por intervir no futebol do nosso Clube apenas através de interpostas pessoas.

Essas pessoas foram eleitas pelos sócios, também é verdade. Mais uma vez não sejamos ingénuos. Que cada um reflicta um pouco sobre como funcionam as Assembleias Gerais e até as eleições. Nada a dizer quanto ao seu formalismo e a legalidade das decisões. Há muitas maneiras, contudo, de formar as opiniões e criar maiorias mesmo sem necessidade de recorrer à arruaça.

Uma delas é o chamado “buraco financeiro” do Sporting, que serve para justificar todos os alarmes e todas as medidas, mesmo que sejam de excepção e apresentadas como males menores e indispensáveis.

A gestão da SAD, ao que parece, nada tem a ver com esse “buraco”, apesar dos inquietantes resultados revelados nos momentos impostos por lei. A culpa parece ser do Sporting Clube e, claro, das gestões imediatamente anteriores a Franco.

Será? Enquanto o Sporting construía a Academia, o Estádio e todas as estruturas patrimoniais que, bem geridas, poderiam ser um pilar fundamental de sustentabilidade e desenvolvimento do Clube, as gestões da SAD – praticadas mais ou menos pelas mesmas pessoas desde 2000 – vendiam as principais pérolas da formação sportinguista enquanto compravam enormes talentos como Koke, Bueno, Tiui, Celsinho e mais uma camioneta de craques como estes, cada um faça o favor de puxar pela memória, consultar os arquivos pessoais ou dos companheiros de tertúlia ou talvez de navegar um pouco pela net. Sem falar já em casos como o aparecimento do dispensado Varela no FC Porto e na troca do considerado melhor júnior da formação pelo “consagrado” Postiga. Troca? Não, a SAD do Sporting ainda pagou por isso. Grande negócio.

Neste cenário, passo a passo e, segundo se diz, para obviar aos efeitos do tal “buraco financeiro”, vai-se vendendo o património, transfere-se a “marca” Sporting para a SAD, prepara-se a transferência da Academia para a SAD, talvez um dia o Estádio vá também para que então a relva seja bem cuidada… Para o Sporting Clube de Portugal pouco mais restará. Ao lado nasceu um novo clube, a Sporting, SAD, e aí os sócios já nada podem decidir.

Como escrevi no título cabe aos sócios salvar o Sporting e devolver o futebol, todo o futebol, ao Clube. Não há dirigentes portadores de um qualquer sopro divino que lhes permita dar a escolher entre as suas soluções ou o caos. O caos será se os sócios deixarem de poder decidir sobre o seu Clube e o seu futebol.

Não há “eu ou o caos”, seja quem for o “eu” em presença. A melhor solução, caros amigos, será a reunificação do funcionamento do Sporting Clube de Portugal sob a tutela dos seus sócios em circunstâncias claras que lhes permitam decidir, sem ser perante sofismas, a melhor maneira de salvar e relançar o Clube nos trilhos da sua História grandiosa. É essencial criar um dinâmico movimento de regeneração do Sporting no qual todos os sócios, portadores das suas diferenças e divergências, possam contribuir para o fim de todos estes equívocos e devolver ao Clube o que é do Clube.

Parece difícil, se calhar as condições não são favoráveis nem estão ao alcance da mão. Temos de agir e acreditar; não podemos ser conformistas à imagem do futebol que a equipa do nosso Clube actualmente pratica reflectindo as carências de sportinguismo nas estruturas que a envolvem.

O futebol tem que ser reintegrado no Sporting, não tenhamos dúvidas disso, a salvação do Clube passa por aí. Nem que seja extinguindo a SAD – um entre muitos outros passos que estão ao alcance da massa associativa desde que esta seja esclarecida, se organize e mobilize para restaurar o nosso querido Sporting Clube de Portugal.

José Goulão, jornalista

*Texto escrito para o "ANortedeAlvalade" por José Goulão, no âmbito da nossa iniciativa "Reflexão Leonina". Jornalista, comentador de assuntos internacionais, ex-director de comunicação do Sporting, cargo que englobava as direcções do jornal "Sporting" e do site oficial. Autor de vários livros sobre a história e feitos do Sporting, entre os quais "ABC do Sporting", Aprende e diverte-te com os 100 anos do Sporting", O meu 1º livro do Sporting", "A Taça das Taças".


 






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