JL - O Plano do Plano
É com coração pesado que escrevo este post, numa altura em que se sabe já o desfecho da AG de 13 de Outubro de 2009, dia que, de tão mau agoiro ameaça ser, bem podia ter sido Sexta-Feira.
Começo por agradecer aos Caríssimos editores do blogue o simpático convite para vir deixar neste salutar espaço de debate Sportinguista a minha visão do que foi, podia ter sido e, creio, será o SCP.
É importante que se tenha em consideração que a Assembleia Geral de dia 13 de Outubro (“AG”) foi das mais importantes de sempre da história do Clube.
Nela decidiu-se o direito a usar o nome Sporting Clube de Portugal deve ser do Sporting Clube de Portugal ou não.
Nela decidiu-se se a SAD deve ser, de uma vez por todas, um veículo societário ao serviço dum Clube centenário ou se o Clube centenário deve suportar até gota de sangue não lhe restar os caprichos comerciais duma sua empresa.
Numa escala maior, decidiu-se o a prioridade de sobrevivência das instituições: Se for preciso sacrificar uma para salvar a outra, qual sobrevive?
A este respeito, cumpre salientar que é inaudito na história da prática comercial Portuguesa uma entidade detentora assumir a posssibilidade de se descapitalizar até ao osso e fazer perigar a sua existência para sustentar uma sua participada.
Dirão os mais objectivos que apenas se decidiu a passagem de um activo do Clube para a SAD.
Na minha modesta opinião, esta AG pintou um retrato preocupante daquilo que é a nossa realidade hoje, senão vejamos:
Decidiu-se muito mais. Decidiu-se o futuro. Mais concretamente, decidiu-se não ter futuro.
E tudo em nome do Plano de Reestruturação Financeira (“Plano”).
Antes de entrarmos na discussão do Plano, urge fazer duas notas:
a) Para não tornar o post ainda mais insuportavelmente longo do que é, por Plano deve-se entender a parte do Plano que foi aprovada na AG, i.e., a passagem da Sporting Comércio e Serviços para a SAD; e
b) De “numerologia” já estaremos todos saturados, e essa acaba por ser irrelevante, até porque do prisma financeiro, o Plano equivale a, na prática, urinar para um fogo florestal na esperança de assim o apagar.
Dito isto, venho hoje discutir as condições “climatéricas” por detrás da AG e em que medida estas revelam a convicção e conhecimento dos Sócios quanto à aprovação do mesmo.
O Plano enfermou desde nascença de vários males que sempre deveriam ter minado a sua credibilidade e deveriam ter ditado um “Não”, nem que fosse em nome dum “Sim” posterior, senão vejamos:
1. O Plano enquanto Monólito
O Plano foi, desde que surgiu nas bocas da nação Sportinguista com aura sebastiânica, uma inevitabilidade.
“É o único Plano”; “Não há vida para além do Plano”; “Se não aprovarem o Plano, seremos devorados pela besta negra da Banca”.
Estas e outras aleivosias assumiram, ao melhor estilo de Goebbels, o carácter de mentira que, tantas vezes repetida, se tornou verdade.
É preciso ter presente que o Plano nasce duma recusa assumida pelo anterior Presidente em renegociar com a Banca ou em procurar outra instituição bancária com que negociar a compra da dívida em condições mais vantajosas.
Assim, o Plano passa de monólito, de única tábua de salvação da SAD e do Clube num capricho do “menino” Soares Franco, que não quer afrontar os amigos, até porque, conforme afirmou a respeito de outros diferendos: “não tenho feitio para discutir”.
Dirão os mais críticos: “mas ninguém apareceu com outra solução!” O problema é que isso não corresponde à verdade.
Da renegociação com os bancos com que o SCP trabalha até à procura de outros bancos para trabalhar, passando pela titularização da dívida, várias outras opções surgiram.
Mas todas esbarraram em argumentos como “Pois, mas este Plano está pronto e se não agimos depressa, os Bancos levam tudo” ou “Pois, mas o Plano é melhor”.
Aos defensores mais empedernidos do Plano, pergunto sem sofisma: Quando é que o Plano foi debatido com abertura a alternativas a ele próprio?
A este respeito, cumpre salientar que se assistiram a melhoras. Do despeitado Franco que, confrontado com o chumbo do Plano, vociferou: “E eu é que tenho que mudar o Plano?!” passámos ao cândido Bettencourt que sempre afirma: “Há outras soluções, mas esta é a que está disponível a curto prazo”.
Se o Presidente admite que o Plano não é a via única, porquê tomá-lo como tal? E se o tomamos como tal por ser o único disponível AGORA, porque não se contemplaram outros desde início?
Aprovado que está o Plano, a pergunta cai para o academicismo.
2. O Plano enquanto “Cheque em Branco”
É importante manter presente que a SAD é uma sociedade comercial cotada em Bolsa, e que, como tal deve, ou devia, ser pautada por valores de rigor, transparência, responsabilidade e responsabilização dos seus orgãos dirigentes.
O Plano é a mais recente paragem na “via dolorosa” que tem sido a passagem de património do Clube para a SAD. Muito património foi passado, a pretexto da sustentabilidade da SAD e do Sporting Europeu, que ganha 3 campeonatos em cada 5, conforme vaticinou o pai de todo o “monstro”, José Roquette.
Sucede porém que, em 2009, a SAD apresenta um passivo gargantuesco sem contrapartidas ou resultados desportivos que o justifiquem. O património, esse, esfumou-se, perdido entre resmas de papel, e o seu produto anda ausente em parte incerta, com a única certeza a ser que não serviu para engrandecer o Clube conforme foi prometido.
Assim, chegados a 2009, temos que encarar o facto de que o buraco financeiro foi feito por pessoas. De melhor ou pior fé, mais ou menos competentes (na generalidade menos), mas pessoas.
Temos ainda que encarar que as mesmas pessoas que cavaram este buraco são as que nos pediram o sangue do Clube novamente na AG.
Pergunto eu: não se devia exigir uma sindicância da actuação destas pessoas ANTES de lhes dar mais património?
Não se trata de caçar bruxas, não se trata de apontar dedos. Trata-se de “corporate governance”, de garantir aos Sócios que o risco de má gestão futura deste activo é mínimo, por não ter existido má gestão passada dos outros.
A este respeito, Bettencourt é lapidar. Não se audita nada. O passado não interessa, e se erros houve, são para varrer para debaixo do tapete e não mais pensar neles.
É uma questão de fé, de confiança, dirão alguns. Face aos resultados da SAD e olhando para o património de que esta já dispôs, pergunto eu: como se pode ter confiança?
Mais, se não há motivos para desconfiar, não seria uma auditoria um poderoso instrumento pacificador, um lavacro purificador de onde JEB e a DIrecção sairiam ultra-legitimados sob a bandeira da transparência?
Aprovado que está o Plano, a pergunta cai para o academicismo.
3. O Plano Que nos foi Apresentado
O Plano foi vendido aos Sócios antes da AG como a última hipótese de sonhar com competitividade, estabilidade, e, a julgar pelo miserabilismo do Presidente, dignidade.
O Plano foi, sem papas na língua, apresentado sem valores. A generalidade dos Sócios ignora por que valores foi a SCS passada para a SAD, ignorando consequentemente QUANTO saiu da esfera patrimonial do Clube com esta passagem.
Esta não é a maneira de apresentar um Plano desta magnitude. Ocultando valores, apelando à necessidade basista de correr atrás dos outros, prometendo aumentos de investimento no futebol, depois subsequentemente mitigados ou desmentidos no dia da AG, i.e., já formadas as convicções, arvorando o caos como desfecho inevitável caso o Plano não seja investido na condição de salvador da pátria.
Um Plano destes apresenta-se com verdade, com números, com implicações práticas e concretas nas manifestações do SCP que os Sócios vivem, sentem e com que vibram.
Não tenho dúvidas que se Bettencourt tivesse, atempadamente, avisado do impacto apenas marginal do Plano no e.g., futebol, outro galo facilmente cantaria. Acho que ninguém tem. Um Plano que prometa craques é popular e passa. Um que não…não.
Assim, o Plano foi apresentado aos Sócios, que entraram para a AG para sobre ele decidirem, como um Finisterra medieval: dentro dele, a salvação. Para além dele, o abismo.
Convenhamos que não são pressupostos que encorajem o debate, e que, pelo contrário, predispõem à aprovação.
4. A Assembleia Geral do Plano
Se até aqui usei de alguma contenção, é aqui que ela se esgota. Porque, franqueadas as portas da AG, a lógica ficou à porta e só resta espaço para a pressão de parte a parte, o insulto, e um dos maiores exercícios de futilidade que alguma vez vi, ao ponto de me perguntar até que ponto o modelo de AG do SCP tem alguma semelhança com o associativismo.
Os Sócios estão divididos em guerra fractricida. De um lado, os situacionistas, que arvoram os 90% que elegeram Bettencourt como uma panaceia para todos os males que, na sua convicção, tudo desculpa, tudo perdoa, tudo permite. Para os situacionistas, a minoria deve acabar. Por ser minoria, é uma “quantité negligéable” que se deve subsumir ao juízo maioritário.
Os situacionistas assumem hoje a posição: “como vocês são menos, não vos temos que ouvir”.
Do outro, os oposicionistas, fartos de tudo. Fartos da incompetência, da falta de controle sobre a gestão da SAD, de terem que vir a AGs passar património porque a SAD só perde e não ganha, fartos do mau futebol, de ficarem em segundo, e, acima de tudo, fartos de estarem fartos de tanta coisa.
E este é um status quo que temo ser insanável. Ache Bettencourt e os 90% o que acharem, esta Direcção não é consensual. Sendo legítima, não é representativa. Tem 90% dos votos, o que representa sensivelmente 8.000 pessoas. O SCP é bem mais e que une 8.000 pessoas não pode pretender ter unido todos os Sportinguistas.
Não discuto que só votou quem votou e é esse o universo a ter em conta. Mas, se são só 10.000 os que votam, são bem mais os que se revoltam.
E foi neste clima que se iniciaram os trabalhos da AG: guerra surda.
Não pretendo fazer um relato exaustivo da AG, por isso, deixo apenas os pontos que, para mim, merecem nota. Quem esperar imparcialidade no registo, deverá passar à frente.
Num contexto em que se desconhecem os contornos fácticos do Plano, acho inenarrável o Presidente ter perdido tempos infindáveis a listar o seu currículo. Quem foi votar não sabe dos méritos do Plano, mas sabe dos do Presidente. O motivo é lapidar: “Não se preocupem se o Plano é bom. Eu sou bom, é o que vos interessa”. Não é bem assim, Sr. Presidente.
Acho inacreditável ouvir justificações de voto como “com isto temos mais dinheiro para o futebol” ou “se eles acham que é preciso…”
No geral, a AG do Plano mostrou ser pouco em torno do Plano e mais em torno dos seus fautores.
Por tudo isto, pela falta de informação, discussão, tolerância e conhecimento das matérias, a AG do Plano merece entrar para os livros como um exemplo claro de como NÃO fazer uma AG, da AG que não se deseja nem para decidir a cor das paredes das casas de banho do Estádio.
Para decidir, é preciso conhecer. E, digo-o sem reservas, quem decidiu não conheceu. E não conheceu porque não lhe foi dado a conhecer, o que não serve de desculpa, porque nestas coisas, ensinam os pais às crianças: se não se sabe de onde veio e por onde andou, não se mexe. Sejam cães, doces ou Planos.
Friso: a questão é menos se o Plano é bom ou mau. A questão é que ninguém sabe o que é o Plano. E, na dúvida, seguiu-se a irresponsabilidade de o aprovar.
5. E Depois do Plano?
Agora que o Plano está aprovado, é o momento de para ele olhar desapaixonadamente:
O Plano representa, em traços largos, a assunção pela SAD de que anda nua.
Assim, apanhada nua na rua, a SAD vai ao já vazio estendal do Clube buscar roupa com que tapar as partes pudendas e poder caminhar novamente pela rua sem despautério.
O problema é que a SAD tem uma tendência relapsa para perder a roupa que tem no corpo, tendência essa que tem sido suportada pelo estendal do Clube.
Atenta a nudez despudorada da SAD, é de temer que brevemente esta desfile nua pela rua, desta feita de braço dado com o Clube, levado também ele à nudez.
Assim, é de prever que a SAD depois de vestir a SCS, queira vestir a Academia. E depois de vestir a Academia, queira vestir Valores Mobiliários Obrigatoriamente Convertíveis (“VMOCs”). E depois de vestir VMOCs, queira vestir o Estádio.
Durante este percurso, nem uma vez a SAD foi instada a arranjar a sua própria roupa. E o Clube, que passou 103 anos a fazer enxoval, acaba também ele nu.
Porque um dia, a roupa acaba-se.
Bettencourt já avisou que o Plano “é fundamental, mas não suficiente”. Trocado por miúdos, quer isto dizer que a SAD quererá mais património, mais roupa, mais tudo.
A juntar a isto, a Direcção já faz saber, numa sandice situada algures entre a má-fé e o desconhecimento, que a passagem da Academia para a SAD e a emissão de VMOC foram já aprovadas, pese embora não terem reunido a necessária maioria estatutária e legal de aprovação. Aparentemente, a Direcção decidiu levar a sério a tese dos “omnipotentes 90%” sufragada pelos seus arrogantes acólitos.
Tudo somado, a vida depois do Plano afigura-se sombria para o SCP, que corre o sério risco de deixar de existir como o conhecemos e como um dia o sonhou o seu fundador.
Depois do Plano, teremos mais “um cheirinho” de dinheiro para investir no futebol, mas apenas na próxima época, pelo que esta deverá ser já para esquecer, o que aliás a realidade indicia de forma clara e dolorosa.
No meio de tudo isto, umas últimas perguntas académicas:
E o Sporting Clube de Portugal, que ganhou com o Plano?
Que ganhou com anos de gestão incerta de património?
Como é possível termos saído de casa para passear a SAD pela trela e voltarmos a casa pela trela da SAD?
É que por mais que me digam que é tudo igual, eu sou é do Sporting Clube de Portugal. E esse, depois da AG, ficou mais pobre, mais vazio, mais pequeno, mais dependente. E em nome ninguém sabe bem de quem ou de quê.
6. Conclusões e Nota Pessoal
4 meses volvidos sobre a eleição do pseudo-pacificador Bettencourt, o Sporting está pior. Mais pobre, mais dividido, mais desconfiado de si e dos seus, com o Estádio despido como sinal funesto da nudez generalizada e atroz que metaforizo em cima, a equipa de futebol um espelho do desalento da massa adepta, o treinador um espelho do autismo da Direcção, a Direcção um espelho de nós próprios: fria, desapaixonada, pouco exigente, acomodada, e esquecida do que um dia fomos e pouco empenhada em que o possamos voltar a ser.
Bettencourt chegou sob a égide na mudança na continuidade, seja isso o que for. Nada mudou. As pessoas as mesmas. A incompetência e o laxismo, os mesmos. Os resultados práticos são piores.
Prometeu plantel fechado a tempo horas. Não cumpriu.
Prometeu reforços para entusiasmar. Não cumpriu.
Prometeu emagrecer a estrutura directiva. Criou mais dois orgãos em 4 meses.
Prometeu ser o Presidente de todos os Sportinguistas. Mas se discordarem dele e não tiverem as quotas em dia, contem com a farpa na imprensa. Mesmo que isso seja ilegal.
Prometeu o fim do discurso do coitadinho. Não cumpriu.
Cumpriu uma: traz mais Sócios, geralmente à Segunda-Feira. Mas quando um desses Sócios assina um mês depois pelo arqui-inimigo de Carnide, dá que pensar até que ponto é que a única promessa cumprida por Bettencourt não passa duma operação cosmética.
Como ponto final, Bettencourt não é a fonte de todos os males. Já lá andava há anos e já sabíamos ao que íamos.
A fonte de todos os males somos nós. Por darmos sem pedirmos nada em troca. Por darmos tempo quando o futuro é hoje. Por darmos dinheiro sem perguntarmos o que se faz com ele. Por aceitarmos que um grupo de amigos governe há anos um Clube que é nosso.
Eu tenho culpa no Sporting que temos hoje. Assumo-a. Não dei por ele que chegue, não dei alternativas, não remei com força suficiente contra esta voragem, vi mais tarde embustes que devia ter visto mais cedo.
E agora, é tarde. A AG foi a AG para acabar com todas as AG’s. Entrando-se num rumo de inexorabilidade de transmissão do património do Clube para a SAD, quebra-se a possibilidade dos Sócios intervirem activamente na política do Clube, que é determinada necessariamente pelo dinheiro. Essa subiu ao éter da AG de accionistas da SAD. Os Sócios tornaram-se, depois da AG, um bocadinho mais dispensáveis na vida do Clube e o Clube é um bocadinho menos composto pela universalidade dos seus associados, conforme rezam os estatutos.
Vamos ver onde vai acabar. Só o amor me impede ver que vai acabar mal. E depressa.
Um abraço a todos, com o desejo sincero de que não se perca o que nos une: o Sporting Clube de Portugal.
JL
Caro JL:
ResponderEliminarAgradeço a sua colaboração com este espaço. Como fica bem demonstrado com o artigo que connosco decidiu partilhar, o convite que fizemos justificava-se plenamente.
Destaco, por ora, o seguinte: "A fonte de todos os males somos nós. Por darmos sem pedirmos nada em troca. Por darmos tempo quando o futuro é hoje. Por darmos dinheiro sem perguntarmos o que se faz com ele. Por aceitarmos que um grupo de amigos governe há anos um Clube que é nosso."
De facto todos temos sido um pouco "solidariamente irresponsáveis" e os resultados são os que se conhece. Da parte que me toca, confesso que também pensei que a era das SAD era o tempo do leite e do mel. Mas parece que as vacas estão cada vez mais magras e por isso secas, e não consta que se extraia mel dos vespeiros. E todos temos culpa no estado actual do clube, não me parececendo que haja fim à vista. A não ser com a desistência dos que se recusam a aceitar o caminho seguido actualmente.
excelente texto. explica o que eu rugi aqui:
ResponderEliminarhttp://monosdabola.blogspot.com/2009/10/estrategia-obscura-do-bettencurismo.html
interessante ambos os nossos textos mencionarem Goebbels
abraço
JL:
ResponderEliminarAgradeço-te imensamente a tua participação. Não creio que este é um post bom. O post é mau, tal como é má a actual situação no Sporting. Digo antes que julgo este post claro, explicito, VERDADEIRO e, sendo assim, não deixa de ser um excelente post. É longo e, repito, é duro pq é o espelho fiel do Sporting. E qd se olha para esse espelho não dá gosto ver a imagem que reflecte.
Talvez por isso, ao longo dos ultimos tempos, dei por mim a desviar e refugiar-me dessa visão. Mas ao voltar lá estava ela, a mesma visão, persistente, dolorosa e sem fazer concessões. Não há gds dúvidas: infelizmente, este post é mesmo o espelho do SCP e reflecte toda a angustiante realidade leonina, tal como eu tb a sinto e vejo.
Sinto que o meu Sporting de infância se perdeu, algures neste processo de ‘modernidade’. Se calhar o mal veio logo à nascença e enquanto o Sporting moderno, da SAD, e tão prometedor da década de noventa crescia, o mal espalhava-se, silenciosamente. Se enquanto recém-nascido o mal era indetectável, nós ao ignorar os sinais que ia dando durante o seu percurso de crescimento, contribuímos para deixar o mal avançar de forma matreira e tragicamente perigosa. Sinto que fui enganado, e que andei enganado demasiado tempo. Também eu me deixei enganar e acordei tarde. Dei por garantido que o Sporting da minha infância perduraria para sempre. Agora sei que não será assim. E dói-me muito. O Sporting Clube Portugal está realmente muito mais pobre. E não é só no seu património. Aos seus valores de sempre, sucedeu-se a fatalidade destes tempos modernos. Tempos de uma suposta gestão profissional, mas que comprovadamente foi exercida de forma desastrosa. Com a sofreguidão de uns, a incompetência de outros, a irresponsabilidade de mais uns quantos e a cegueira de quase todos.
Apesar de tudo, não sei explicar bem, mas ainda tenho uma réstia de esperança. Eu sei que não faz muito sentido, mas ainda espero de que o destino não seja tão cruel connosco. Que, por exemplo, transforme num virote os irresponsáveis e incompetentes de outrora nos milagreiros e verdadeiros experts da gestão desportiva de amanhã.
Uma ideia parva, eu sei, mas é aquela a que eu me agarro hoje em dia. Pode ser que apareça uma tábua de salvação, ali, mesmo à mão de semear no meio do imenso Oceano revolto… e que alguém a alcance a tempo. Pode ser que o antidoto contra a grave doença que se espalha pelo SCP ainda seja inventado a tempo de salvar o SCP. De nos salvar a todos e assim concretizar o desejo que expressas na tua ultima frase…
Abraço e mais uma vez obrigado.
off-topic: leao e jvl, já vos enviei o email ontem. Abraço.
ResponderEliminarHoje no I:
ResponderEliminar"Não houve cadernos do relatório e contas para todos os associados. Não houve cadeiras suficientes para sentar todas as pessoas que se deslocaram ao multidesportivo de Alvalade. Não houve, durante alguns minutos, elevador para ir do piso 0 ao 3. Não houve o cuidado de verificar se os cartões para votação estavam ou não preenchidos. A assembleia-geral do Sporting teve traços de amadorismo, mas os responsáveis do clube foram profissionais na forma como abordaram tudo o que envolvesse números. Nem que fosse por omissão. "Não vou dizer aqui o passivo consolidado por questões de segurança", explicou José Eduardo Bettencourt. Compreende-se: o Sporting passou do oito ao 80 em 14 anos. Ou, de forma rigorosa, dos 6 milhões de contos (30 milhões de euros) de dívida em 1995 para os 76 milhões de contos (380 milhões de euros) em 2009."
Leão de Alvalade.
ResponderEliminarGostava de lhe põr duas questões sobre a noticia que ainda não tive oportunidade de ler:
1º quem é o autor da noticia
2º como é que ele conseguiu chegar a essa valor???
- Perguntou ao Mineiro (como a sugestão estúpida do JEB),
- Pegou nos R&C e fez um consolidado em casa?
Ou afinal sempre tinhamos jornalistas infiltrados na nossa AG? Ou por último, gostamos imenso de falar do nosso passivo e hoje é 380, amanha se o jornalista mudar já são 400?? Ou será que é alguém com ligações ao Sporting e o valor é mesmo esse??
Dezperado( do post anterior)
ResponderEliminar'E sinceramnete uma auditoria a uma SAD dos ultimos dez anos pedida a uma empresa externa, de confiança, uma PWC ou uma Delloite por exemplo, garanto-lhe que demoraria uns bons 2 anos e tou a ser simpático, porque, se para auditarem um ano vão lá 4 vezes, imagino 10 anos. Mas também lhe digo, mesmo estas empresas, o manager também almoça com o CEO para "cozinharem" resultados, para verem até onde podem esticar a corda, mas claro sempre tudo dentro da legalidade, até porque as contas são reportadas à bolsa. Não se esqueça que quem pede a auditoria é a empresa que a paga, e se não ficar contente com essa auditoria no ano a seguir não estará lá a PWC e estará a Deloitte.'
Nesta parte concordo. Uma auditoria não resolveria de todo a realidade do clube. MAs resolveria grande parte, nem que fosse aquilo que JEB quer eliminar do clube e não consegue, provavelmente os seus inimigos.
Também saberiamos que empresas estão agarradas ao Sporting e quanto nos custam por ano manter esta estrutura empresarial.
A todos, viram a meia viragem de ROC no trio de ataque? Viram como Rui Moreira, desmontou mais uma vez, toda a estratégia auto-fágica que se vai apregoando?
E que tal começarmos todos a pensar num PPRS - Plano Poupança Refundação do Sporting1906. ( JL, penso que assim já se pode usar o nome) :)
Dezperado:
ResponderEliminarColoca-me questões que não estou habilitado a responder-lhe, como deve calcular, pelo que lhe deixo o link:
http://www.ionline.pt/conteudo/27929-bettencourt-tem-380-milhoes-motivos-estar-inseguro
Metralha:
ResponderEliminarVi sim senhor, assim como infelizmente tenho visto gente que nada tem a ver com o Sporting, como o RM, a colocar do dedo na ferida e os Sportinguistas passarem ao lado das questões.
Dezperado,
ResponderEliminarO valor calcula-se muito facilmente:
SCP - 229,342 milhões
SAD - 142,443 milhões
TOTAL - 372,785 milhões
Perdão,
ResponderEliminarO total são 371,785
Leão de Alvalade:
ResponderEliminarObrigado pelo link.
Este jornalista acaba a sua crónica com este seguinte parágrafo:
"No duelo Sporting contra Sporting, que Bettencourt refuta, o Sporting clube passa a ter estádio (por enquanto) e participações em sociedades. Tudo o resto é da Sporting SAD. Assim se compreende o facto de tantas pessoas falarem no medo de perder a maioria do capital social."
Quando ele diz "por enquanto", será que já está a fazer futurologia, será que já sabe de algum plano secreto que nós desconhecemos??? Será que os jornalistas agora fazem juízos de valor e opinam sobre coisas que não sabem ao certo. bem imagino então se o JEB diz da boca dele o valor do passivo consolidado, quarta feira tinhamos 1º pagina em todos os jornais.
E aconselho a fazerem o seguinte exercicio que eu fiz, pesquisem o nome do jornalista na net e vão ver que os poucos artigo que ele fez, foram todos a falar mal do Sporting...deu-se ao trabalho de fazer uma entrevista ao Abrante Mendes no dia 7 de Outubro, onde as criticas são o principal da entrevista...Coincidências???? Não me parece.
E não ponho o valor do passivo em questão, como não sei ao certo, não posso me pronunciar se é o verdadeiro ou não.
Continuo achar que gostamos muito de falar no nosso passivo fora do clube. É que não me lembro de ver tantas noticias sobre o passivo dos outros clubes, que segundo esse jornalista ainda são piores que o nosso. É claro que não quero desculpar os nossos erros com o dos outros...mas será que nas conversas entre um grupo de paneleiros lampiões eles falam tanto do passivo como nós??
É que achei engraçado, há uns tempos li que os porcos estavam a hipotecar receitas futuras, o que é grave, muito grave, mas a noticia veio numa caixinha pequenina e apenas num jornal.
Saudações leoninas
VAS:
ResponderEliminarBelas contas que você fez...é assim que se chega ao valor do passivo??? Agora faça só mais um exercício, some também a coluna da esquerda, do Activo, para termos mais noção do que está a falar.
Se quiser envio-lhe para o mail, 3 empresas de um grupo conhecido que ainda tem passivos maiores que esses, mas ao contrario de nós, os activos suportam esses passivos.
Saudações
Dezperado,
ResponderEliminarNão era o valor do passivo que queria saber??
O valor só não é o exacto porque a sad regista segundo as IFRS e o clube segundo o poc, mas a diferença é marginal.
Se eu somar(subtrair no caso) a coluna da esquerda deixo de falar em passivo e passo a falar em capital próprio!!
VAS
ResponderEliminarGostei da sua resposta...eheheh. Mas sinceramente discordo dela, porque num consolidado, não basta somar os valores numa folha de exel.
Porque quando se consolida, há uma série de movimentos, de anulações que se tem de fazer (intra-grupo, participações, provisões, suprimentos...etc) e num consolidado, o activo menos o passivo não dá só o capital próprio, dá o CP e os interesses minoritários... visto que há empresas que há que podem ser consolidadas integralmente, mas depois é expurgado o valor dos restantes accionistas.
Mas você percebeu a minha questão, o preocupante na SAD é que tem um passivo de 142.000 e um activo de 126.000 o que faz com que os CP sejam negativo e aqui está o problema, porque quando ultrapassar o caiptal social entramos em falencia técnica. Um passivo de 500 milhoes não mete medo se o activo acompanhar esse passivo.
Mas já que falamos tanto na SAD e em relação ao Clube só nos preocupamos é que não venda património. Sugiro que leia o relatório da KMG, mais precisamnete o ponto 12.1, onde é referido o estado actual dessa sociedade e chega mesmo a referir que a sua actividade fica condicionada a receitas futuras que são urgentes, daí ter vendido a SCS à SAD não é tão mau como fazem parecer.
Preocupa-me sim, para o ano, quando o clube adoptar as SNC, e for obrigado a meter por exemplo as participações que agora estão ao custo histórico para o justo valor (além de outras coisas, como proveitos que estão a ser reconhecidos quando não deviam..etc etc)...aí sim, vamos ver o rombo que vão levar as contas.
Eu com isto não estou a defender que tivemos uma gestão brilhante estes anos que passaram, antes pelo contrário...Mas prefiro olhar para a frente do que ficar à espera de auditorias para poder apontar quem são os maus. É claro que é importante, mas no mercado financeiro, ou avançamos, porque ficar parados é ficar para trás.
Só mais uma questão, senti um certo medo, quando se fala da Academia ter passado para a SAD porque poderia ser vendida. Mas se for um bom negocio (visto q os terrenos podem duplicar por causa do aeroporto), porque não??? Que eu me lembre já tinhamos uma boa formação de jogadores antes da Academia, e o importante não é se a Academia é em Alcochete, na OTA ou em Lisboa, o importante é a pessoa que está à frente dela...e essa é do Sporting e nunca vai ser absorvido pela SAD.
Saudações
Voltando ao post, obrigado JL pela participação.
ResponderEliminarGostei bastante do seu post, enquanto o fui lendo o pensamento que me foi ficando foi, como é que eu tenho o direito de criticar alguém que demonstra esta paixão pelo Sporting? Tenho vários pontos com que não concordo, mas percebo que partimos de pressupostos diferentes.
Eu não vejo diferenças entre Sporting Clube de Portugal e Sporting SAD, são uma e a mesma coisa. Para si esta visão será quase um insulto, o Sporting é tudo, o resto são coisas para ele brincar fait-divers de um bon vivant.
A comparação do ir passear o cão está fantástica, mas como lhe digo, para mim a SAD não é o nosso cão, são as nossas pernas, o nosso cérebro e pulmões.
Espero que compreenda que do meu ponto de vista é incompreensivel como se recusa investir em elementos tão importantes do nosso corpo, não é para mim tão simples como dar um pontapé no cão e seguir o meu caminho sem remorsos.
Para quem tenha a paixão pela SAD, e ache que ela é toda poderosa e imortal, aviso que o coração e o sangue de que ela se alimenta está no Sporting Clube de Portugal, e não é vendável nem convertivel em VMOC's, só o vosso bom exercicio vai manter esse coração em forma.
Sinto que o casamento que para mim pode ser perfeito corre o risco de acabar em divorcio e nesse caso será litigioso, há paixão a mais dos dois lados para se ultrapassar as divergências.
Achei imporatnte o pingue pong VAS-Dezperado e acho que há razão dos dois lados. O problema é mesmo que as contas são uma anorme baralhada...O monstro começou a crescer coma profusão de sociedades e sociedadezinhas que o Sporting começou a criar há 15 anos e que levou a que o monstro engulisse o criador. Neste momento o monstro está á solta e é muito dificil de agarrar...Acho que inclusivamente a baralhada é tão grande que deve ser dificil ter contas consolidadas que tenham um mínimo de sustetação!
ResponderEliminarChamo alias á atenção para as reservas apresentadas pela KPMG ao Relatório porque falam por si.
Quanto ao que diz o Dezespardo sobre a Academia, o pressuposto seria real se a Academis estivesse no Clube e até poderia ser vantajoso, a medio prazo, transferi-la para outro local! Contudo, a partir de agora as mais valias terão de ser repartidas com terceiros, mesmo que nos atirem areia para os olhos e nos queiram convencer do contrário!
Quanto ao artigo do JL, só tenho uma palavra - sublime! Verdadeiramente fantastico!
Relativamente ao que diz o LMGM, concordo e não concordo. Trocando por miudos, de facto no nosso coração, Clube e SAD são um e um só. E teoricamente esse pressuposto é correcto! Mas...com intervenção de entidades exteriores, com peso para terem uma intervenção forte, podem no futuro não vir a ser. E acho que este perigo é real! Muito real depois das decisões tomadas na reunião de dia 13!
Voces gostam de wrestling? Eu não!
JL,
ResponderEliminarFoi com bastante agrado que vi que tinhas resolvido participar. O post está excelente e não dá para acrescentar nada.
Como tenho vindo a dizer, surpreende-me - apesar de já não dever - que depois de tudo o que já se passou, dos sucessivos planos de salvação, nos encontremos cada vez pior e a confiança continuar a ser depositada em quem já bastas vezes provou que errou. E assim continuará, receio, até que não haja absolutamente mais nada que falte passar para a SAD.
É pena que as pessoas tenham votado no Plano, convictas que a sua aprovação permitiria o reforço da equipa de futebol. Isto, apesar de ter sido o próprio JEB, a afirmar que tal não iria acontecer. Que apenas teríamos um "cheirinho" - e aqui vem-me logo à memória o sketch do Herman José - e que teríamos que aguardar que fossem os outros a baixar o seu nível de investimento (40 milhões).
Ainda assim, houve quem achasse que agora é que era. Seja mas que a partir de agora, se acabem as desculpas e que se exijam resultados, não só desportivos como financeiros.
Abraço
JG:
ResponderEliminar"Quanto ao que diz o Dezperado sobre a Academia, o pressuposto seria real se a Academis estivesse no Clube e até poderia ser vantajoso, a medio prazo, transferi-la para outro local! Contudo, a partir de agora as mais valias terão de ser repartidas com terceiros, mesmo que nos atirem areia para os olhos e nos queiram convencer do contrário!
"
Eu afirmo que seria um bom negocio para o clube porque na AG se bem me lembro, referiram no powerpoint que a mais valia de uma venda no futuro da Academia, seria para o Clube e não ficaria na SAD.
Eu acreditei, mas se é mentira, um dia que seja vendida, estaremos cá para ver. (Mas sinceramente, quando fizerem o novo aeroporto, acho que deixa de ser viavel, continuar a ter uma Academia onde se vão ouvir constantemente aviões a levantar voo e a chegar).
Concordo com o LMGM, também não dissocio tanto a SAD do clube e ele explicou bem o porquê.
JL
ResponderEliminarUm muito obrigado pela lucidez com que esta autópsia foi feita. Poucos médicos-legistas conseguiriam dissecar tão brilhantemente este cadáver.
Dezperado
Com o devido respeito, e tendo em conta a forma assertiva como argumenta, devo dizer-lhe, que neste momento não há desagravos possíveis.
Vir dizer que o jornalista do I, é tendencioso na análise e entrevistou o SAM e tal, é um bom argumento. Mas se este se destina a contrapor o aumento factual do nosso passivo, eu acho, pela disparidade de importância dos temas, e pelos valores (aumento de 13xs em 14 anos!!!!!)que o seu argumento é uma tonteria, um fait-divers, como tantos e tantos outros que a nata nos habitou ao longo dos últimos anos. E não estou a dizer com isto que pertence à "nata".
E falando dos últimos anos, deixe-me que lhe diga que eu também não acho importante auditar e perceber o passado e achar os culpados pelo nosso presente. Eu acho VITAL, pois quem quer que tenha sido, ainda está entre nós. Ou entre eles, pois eu ao contrário do que diz JL, estive com a solução inicial, o Projecto Roquette, mas não estive nem estou com esta a "Solução Final", o Projecto Bettencourt! Ou ProJEB!
SE
Belo argumento, Dezperado. As mais valias duma futura venda da Academia vão ser do clube porque o powerpoint diz que sim! Eu diria que voce acaba de resumir da melhor maneira possivel tudo o que se passou na AG de dia 13!Sem comentários...
ResponderEliminarQuanto ao facto de a Academia provavelmente ir mudar de sitio, concordo plenamente consigo. Por causa do que diz, mas principalmente pela valorização que aqueles terrenos irão forçosamente ter. Por isso mesmo...
cenademaceiros:
ResponderEliminarAquela noticia era do jornal "I", mas então agora veja esta do jornal "O Jogo"
"A Sporting, SAD está prestes a ganhar nova força. Mediante a ratificação anteontem assegurada em sede de assembleia geral (AG), tem início o plano de reestruturação financeira arquitectado pelo presidente José Eduardo Bettencourt. A empresa que gere o futebol leonino sofrerá uma substancial melhoria em termos de capacidade de investimento, podendo pular dos cerca de 20 milhões de euros de orçamento para valores superiores aos 30 milhões, aproximando-se da fasquia dos 40 milhões gastos pelos principais rivais.
Ratificado que foi o diploma, a reforma em causa obedece a passos calculados e rigorosos (ver informação em anexo nesta página). Com a passagem das receitas televisivas da Sporting Comércio e Serviços para a SAD, o futebol leonino encaixa, à cabeça, oito milhões de euros. Para a sociedade anónima verde e branca passa também a Academia, imóvel avaliado em 21 milhões de euros. Fica assegurada a manutenção do clube como accionista maioritário da SAD. Consequentemente, serão emitidos Valores Mobiliários Obrigatoriamente Convertíveis até 60 milhões de euros, sendo o passivo abatido em 55 milhões. Tudo somado e subtraído, o resultado ascende permite que se libertem 34 milhões de euros, que não serão, contudo, aplicados na totalidade no futebol, mas permitem aos leões nova e reforçada margem de investimento, permitindo incrementar o orçamento do futebol em 2010/11.
A este respeito, Bettencourt deixou alguns esclarecimentos em entrevista publicada por O JOGO há três dias. "Uma coisa é aumentarmos um cheirinho, tornarmo-nos um pouco mais competitivos, outra é passar para os 40 milhões. Talvez possamos gastar mais, mas não podemos afectar ao futebol meios que fazem falta à nossa sobrevivência", esclareceu. Anteontem, depois de ver o primeiro passo do seu plano ser aprovado com maioria qualificada (74% dos votos), perspectivou "uma nova era" e concretizou o raciocínio: "Aprovámos condições para podermos trabalhar numa certa linha, o que só agora pode ser iniciado. Gostaríamos que o reflexo daquilo que fizéssemos pudesse trazer resultados a partir da próxima temporada."
Só para ter noção de como os media nos podem influenciar tanto positivamente como negativamente.
Temos duas noticias do mesmo assunto com leituras muito diferentes...
E como é obvio e como já referi, se leu os meus comnetarios desde o inicio, não desculpa, nem mais ou menos, o nosso buraco...
(Peço desculpa aos donos do blogue por andar aqui a meter noticias trasncritas dos jornais).
Dezperado:
ResponderEliminarO diário citado por si, o Jogo, está longe de merecer ser citado como exemplo de isenção. Para que se sinta à vontade para transcrever noticias que reforcem os seus comentários, deixo-lhe o que ontem escrevia o inefável MDuarte no mesmo jornal:
"Há factos inevitáveis na vida: todos nascemos, todos morremos. Inevitável. Depois, há desideratos ou soluções únicas, sem alternativas, que se configuram, como tal, como caminhos inevitáveis. Foi com um desses trilhos inevitáveis que se depararam os sportinguistas - não só ontem, mas antes tinham resolvido virar costas às evidências. O primeiro passo para a reestruturação financeira de que depende a competitividade de um clube (e uma empresa, é impossível negá-lo) como o Sporting (e a sua SAD) está dado: depois de aprovada a emissão de VMOCs, a passagem da Sporting, Comércio e Serviços (e os direitos televisivos inerentes ao futebol) a quem de direito - a SAD. Fica a faltar a passagem da Academia para a empresa gestora do futebol dos leões para a valorização efectiva da sociedade para viabilizar os VMOCs e consequente desafogo financeiro. Bettencourt teve a vitória do caminho inevitável e está no trilho de uma nova era. "
Se isto viesse num folheto promocional do actual CD para entregar aos sócios talvez conseguisse perceber. Mas escrito num jornal por um jornalista, enfim...
SL
Leão de Alvalade:
ResponderEliminarEu não disse que o Jornal "O Jogo" era citado como exemplo de isenção, longe disse, todos sabemos de onde é esse jornal. Apenas quis dar um exemplo, e você ainda me ajudou, com mais uma noticia a defender o plano de reestruturação, que a mesma AG pode sair como noticia de várias formas, em vários jornais, dependendo do jornalista, dependendo da sua direcção, dependendo se gosta ou não do JEB. Porque acho que os media influenciam muito a maneira de pensar de cada leitor.
Saudações
Amigos,
ResponderEliminarSó este parágrafo, do imenso post de JL,
O Plano foi, sem papas na língua, apresentado sem valores. A generalidade dos Sócios ignora por que valores foi a SCS passada para a SAD, ignorando consequentemente QUANTO saiu da esfera patrimonial do Clube com esta passagem.
revela bem o verdadeiro golpe de estado a que o nosso Sporting está a ser sujeito sob a capa de uma Presidência nova para a "mudança na continuidade" às ordens de quem o precedeu.
É tão triste que me apetece chorar de ler o que se passou e de perceber o que vai seguir-se.
De facto temos que chegar à conclusão que Paulo Bento não tem culpa do que está a acontecer. Pena que se sujeite a perder credibilidade técnica por pactuar com tudo o que clube o faz passar para, numa AG dizerem: ou aprovam o "Plano" ou tudo vai continuar na mesma.
Até me custa a acreditar que isto se passa no meu clube e com Dirigentes que, antigamente era do melhor que havia na Sociedade Portuguesa. Como os tempos estão mudados que até o meu clube foi invadido por "VAMPIROS".
Acabo já pois nem rugir consigo mais
Ai, olha para mim, sou sócio do Sporting eu, coitadinho de mim, tenho de pagar quotas e ir a AG's... queres é aparecer tu. Escuta.... vai mas é trabalhar! Vai fazer qualquer coisa de útil p'ra sociedade!
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