Vi-o mais do que uma vez mas sempre em cima de uma bicicleta. Sempre tive por ele uma veneração tão grande como era a sua simplicidade. Lembro-me perfeitamente de, nas conversas tidas com Morais, por ocasião dos 45 anos da conquista da Taça das Taças, ele ter referido precisamente essas duas marcas que Joaquim Agostinho deixou em Alvalade: a raça e a classe de um campeão e a forma de ser simples, sem qualquer tique de vedeta, apesar dos seus feitos.
Hoje correu-se a mítica etapa de l'Alpe d'Huez, uma etapa de montanha que faz parecer a etapa do Alto da Torre quase um exercício de aquecimento. É impossível ouvir este nome e não recordar o feito de 1979, quando o leão de Brejenjas espantou os portugueses, e certamente o mundo velocipédico, ao terminar a dura etapa em primeiro lugar e com um à vontade próprio dos grandes corredores.
Não há muitos portugueses com o nome inscrito no livro de vencedores de etapas da Volta à França. Creio até que as oito etapas ganhas por Agostinho na Volta das Voltas supera o feito de todas as outras vitórias conseguidas por portugueses. Mas não há nada que se equipare ao que ele fez no l'Alpe d'Huez em 1979, e ao seu terceiro lugar do pódio nesse ano, feito que havia conseguido também no ano anterior. Quem por lá passar poderá verificar que
Agostinho não foi esquecido. À vontade esse que era apenas aparente, tendo em conta a dificuldade que a subida encerra, e que
aqui é lembrada por quem viu a etapa de perto.
Não creio que na minha geração seja possível voltar a ver um ciclista português deste gabarito. Considero-me por isso um Sportinguista privilegiado por poder ter tido a honra de ver um atleta ímpar como ele vestido com a camisola do Sporting.
Leão de Alvalade,
ResponderEliminarTenho pena que a minha tenra idade não me tenha permitido vivenciar este momento glorioso do ciclismo nacional. Mas é sempre bom poder ver estas imagens, ou ter o prazer de ouvir as palavras do senhor Araújo (mecânico do Joaquim Agostinho) nos comentários de hoje na Eurosport.
Engraçado que nestas imagens está o Bernard Hinault de amarelo, o último francês a vancer no Alpe d'Huez...até hoje.
Dificilmente teremos alguém tão brilhante como o Joaquim, mas também há bons momentos para Portugal bem recentes. Como a crono-escalada em 2004 do José Azevedo (a 13ª subida mais rápida do Alpe d'Huez). Ou noutra escala, as vitórias recentes do Rui Costa e do Sérgio Paulinho, em etapas do Tour, clássicas e Jogos Olímpicos. Mesmo hoje, deu-me muito gozo e satisfação ver o Rui Costa ali na frente da corrida com 2 monstros (Contador e Schleck) a escalar o Galibier...
LdA,
ResponderEliminarantes de mais deixa-me fazer-te uma pergunta. Na foto do lado direito do blogue tu és qual? (Se é que és algum, lol...).
A foto não foi tirada em plena Praça Mayor, em Madrid, por alturas do Atlético-SCP? Eu era capaz de jurar que estava a 15metros dessa foto, e que até comentei com os meus convivas (no museo do presunto) que o Solar estava a tirar uma foto... :)
Não me recordo de grandes incidências do JAgostinho, mas rcordo-me de ver a notícia da morte dele. Tinha 6 anos, e recordo-me de o meu Tio me dizer - morreu um dos maiores atletas de sempre do nosso clube.
Saudações.
JPDB,
ResponderEliminarSem querer refutar as tuas afirmações lembro que Joaquim Agostinho era uma força da natureza que apareceu tarde para a competição. Seguramente que nada tem a ver com a forma como hoje se "fabricam" ciclistas nem com o treino que hoje estará muito à frente do que o que se fazia no seu tempo.
PI,
Não estou na fotografia.
Estava em França nesse dia. Vi pela televisão a transmissão em directo em casa da família da minha mãe algures no sudoeste perto de Bordéus. Que te posso dizer? Foi mítico! Um dos grandes vultos do Sporting. Felizmente temos outros da sua estatura ainda entre nós. Falo-te por exemplo do Carlos Lopes e do seu treinador. Pena que no estádio quando existem triunfos nessas modalidades quase que pareçam menor ... Acho que deveríamos reflectir sobre isto ...
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