Não sei quantas vezes iremos jogar bem melhor ou pelo menos num nível mais elevado que conseguimos neste jogo frente ao Rio Ave e acabaremos por perder pontos mas seguramente que algumas vezes tal ocorrerá. O nível elevado a que se exibiu Patrício e alguma ou até bastante sorte em outros lances contribuíram para a obtenção de um resultado precioso. Daqueles que por vezes suportam os campeões.
Mas antes de ir à nossa exibição em Vila do Conde há que valorizar o papel do adversário que, sem os nossos recursos, se superiorizou numa parte substancial do encontro. Grande trabalho do treinador da casa, a incutir ideias e a personalizar os seus jogadores. Nesse aspecto foi particularmente notória a forma como contornavam a pressão do Sporting no inicio da construção, fazendo parecer fácil e sem erros o que de fácil não tem nada. Os 60% de posse de bola (!), entre vários outros dados estatísticos, em favor dos da casa são bem ilustrativos da categoria da sua exibição.
Já apenas um remate enquadrado da nossa parte - contra cinco deles - num total de 24 contra 6 diz bem da palidez da nossa exibição. Para ajudar a explicar estes dados está a superior organização dos locais, reis e senhores do meio-campo, onde Pelé brilhou pela eficácia e Tarantini pelo esclarecimento. Depois, quando a bola chegava a Rúben Ribeiro a bola circulava com precisão e muito critério tornando o perigo uma constante.
Com Pelé a anular as movimentações de Podence não havia ligação com o ataque e Bruno Fernandes não tem a mesma capacidade para contrariar os adversários em tarefas defensivas como tem com a bola nos pés, a organizar. Se a ideia de Battaglia resolveria esta difícil equação depressa se percebeu que não seria suficiente. De tal forma que Jesus tendo-o lançado no jogo a "6" acabou por fazê-lo deslocar para "8" tendo finalmente, a partir daí, maior equilíbrio. Seria até o argentino a servir primorosamente Bas Dost no lance do golo.
Se os três pontos são preciosos o jogo de ontem acaba por ser um sério aviso, porque dificilmente a conjunção de factores que nos levou a eles se voltará a verificar. Quanto mais não seja porque o rol de milagres ao alcance de S. Patrício - o melhor em campo - não é infinito.
Ganhámos e isso é que é importante. Se na próxima jornada jogarmos assim contra o Braga e ganharmos, assino já por baixo. Posse de bola p/ eles, golos p/ nós. De futebol bonito estou farto eu :DDD
ResponderEliminarFoi um grande jogo de futebol, o facto de não ter sido o Sporting o melhor intérprete, ou melhor, aquele com o papel mais vistoso não retira qualidade ao jogo que aconteceu nos arcos. Não há muitas equipas, cá no burgo, que consigam tirar a bola e a iniciativa de jogo ao Sporting, o Rio Ave será uma delas e ainda bem que vão existindo (mais) equipas assim.
ResponderEliminarO quadro que estava desenhado pelo Sporting teve um duro revés logo de inicio, a lesão de Mathieu, para lá do peso que ele tem na manobra defensiva da equipa, foi também alguma confiança e uma substituição prematura.
Há aqui um aspecto muito positivo, nunca quebrámos, houve humildade suficiente para saber sofrer e esperar pela sorte do jogo, acabámos por ser premiados perto do final. A imagem que me ficou do jogo foi do Piccini a aguentar em campo pela equipa, para mim é essa a marca da vitória, dor e sacrifício.
Grande jogo de futebol, grande vitória.