A tempestade "Gyokeres"
De repente estalou a crise no Sporting e ela tem um nome: Gyokeres. Ao contrário do que estávamos habituados, não foi uma daquelas cavalgadas a destroçar as defesas contrárias, mas tudo começa com o retirar da referência ao Sporting no seu perfil numa das redes sociais. Como adepto do Sporting - é nessa qualidade que aqui escrevo - entristece-me um pouco a atitude, que até me parece um pouco infantil.
O nome do Sporting ficará para sempre associado ao seu percurso profissional e não é este arrufo que o apagará. Vale o que vale, não vale a pena muitas considerações morais, sabemos bem que no fim de tudo continuamos nós, haja o que houver.
Gyokeres ficará nas minhas memórias como um dos melhores que vi na sua posição, sendo verdade que muito nos deu, mas também muito recebeu. E se pode escolher agora o clube onde seguir a carreira há uma parte indelével que deverá ao Sporting por lhe ter dado as condições que necessitava para demonstrar as inegáveis qualidades que dispõe. Não há dividas a cobrar em nenhum dos lados. Gostava, isso sim, que a ligação terminasse à altura do que cada uma das partes representam para si mesmas, mas isso será a escolha do jogador a determinar.
Não é preciso "ir a Coimbra" para perceber que se trata de uma tempestade artificial, provocada pela incapacidade do empresário do atleta de fazer o que lhe competiria e que até se afiguraria muito fácil, ante os números estratosféricos do avançado sueco. Com uma gema de tamanho calibre o dificil seria o contrário. Porém, e como sempre, quem define o valor do jogador é o "tal" mercado e, por estranho que pareça, nestes dois anos não houve propostas ou pelo menos que tenham chegado ao Sporting. Obviamente que a cláusula elevada, associada à idade e falta de provas em campeonatos mais exigentes que o Championship e a pequenina Liga Portuguesa têm funcionado como fortes dissuasores.
Creio, no entanto, que o dito mercado, isto é, os clubes mais endinheirados também não são tão autistas ao ponto de não perceberem o valor de Gyokeres e acabarão por funcionar. Infelizmente para eles, mas felizmente para nós, não será é pelo preço que gostariam de despender. Frederico Varandas deixou isso e praticamente tudo o que a este assunto diz respeito esclarecido na conversa que teve com os jornalistas. Um braço de ferro não interessa a nenhuma das partes, mas o Sporting tem do seu lado um contrato assinado de livre vontade por ambas as partes e, em último recurso, é com ele que terão que lidar jogador e empresário.
Apesar dos esclarecimentos terem deixado poucas dúvidas, desengane-se quem pense que a "tempestade" acabará por aqui. Estas matérias trazem muitos clicks e audiências, um verdadeiro maná também para os nossos rivais que, tendo acabado de nos ver celebrar um bicampeonato selado com uma dobradinha, precisam de desviar as atenções sobre os seus próprios fracassos. A nós resta-nos pouco mais do que rir das tristes figurinhas que vamos vendo aqui e ali e aguardar que o tempo ponha tudo no seu devido lugar.
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