Mercado: os que foram e os que vieram
Algumas notas breves sobre os últimos movimentos de mercado, começando pelos que saíram:
Ao contrário do que possa parecer, a aparente despromoção de Sporar e Borja pode não o ser tanto assim, como podem vir significar senão um progresso na carreira pelo menos um marco importante no seu aperfeiçoamento como profissionais. Vão encontrar um clube com excelentes condições de trabalho e com uma estrutura profissional ao nível do melhor do que se faz em Portugal. Mas, talvez o mais importante, vão ter a oportunidade de ser treinados por um dos melhores pedagogos e teóricos do futebol luso.
Sporar há muito que dava indicações de sentir em demasia o peso da camisola. A eventual disputa de lugar com um júnior (TT) e aparentes dificuldades em integrar-se com acerto e proveito no sistema de Rúben Amorim foi redundado numa cada vez mais baixa percentagem de aproveitamento das oportunidades de que beneficiava. Jogar num clube onde a exigência, pressão e expectativas são menores podem oferecer-lhe a serenidade que lhe parece faltar.
Borja deixava perceber que a sua adaptação às exigências do futebol europeu estava ainda por completar. É verdade que o período de instabilidade que a equipa viveu não foi propicia para a evolução desejada, agravada pelas chamadas intermitentes à titularidade, que foram ainda mais raras com o surgimento de uma das estrelas mais cintilantes do firmamento de Rúben Amorim: Nuno Mendes. Em Braga vai encontrar Sequeira, pelo que a vida não lhe será facilitada. Mas, tal como Matheus Reis sai agora por cima após o curso intensivo com Carvalhal no Rio Ave, também Borja tem nesta viagem para norte a possibilidade de progressão.
Sobre os que entram:
João Pereira o seu regresso não deixa de ser surpreendente, ainda por cima quando muitos já lhe haviam perdido o rasto. Curiosamente é o terceiro ingresso no Sporting e não espantaria que à terceira seja não de vez, como diz o ditado, porque isso no futebol não existe, mas signifique a assumpção de nova carreira e responsabilidades a curto prazo.
Matheus Reis parece ser mais do que o colmatar de uma necessidade premente - até porque a sua posição habitual está servida - mas a antecipação da saída de Nuno Mendes, inevitável no curto/médio prazo. Trata-se de uma jogador que progrediu a olhos vistos desde que viajou de Moreira de Cónegos para Vila do Conde. Fica a dúvida sobre a sua condição após seis meses de paragem,.
Paulinho fecha um lugar vago desde a saída Bas Dost. Representa um anseio de Rúben Amorim, que o conhece bem. A sua chegada representa muito mais que apenas os golos que marcará, que se espera e deseja sejam muitos. Significará mais oportunidades também para os homens da frente, pela forma como sabe gerir os tempos e explorar os espaços. Pote, Nuno Santos, Jovane, e TT beneficiarão em muito dos seus movimentos de apoio, que tenderão a deixá-los muitas vezes de frente para o golo. E quanto ao jogo de cabeça estamos conversados, é um dos melhores, talvez mesmo o melhor nesse capitulo em Portugal.
Uma nota sobre os custos da sua aquisição: trata-se de uma jogada de enorme risco, em que claramente se aposta na qualificação para Champions e transferências no verão, num momento de profunda indefinição. Essa é a minha maior dúvida mas, tal como aquando da aquisição de Bas Dost, é este tipo de jogadores que o Sporting precisa.
"Essa é a minha maior dúvida mas, tal como aquando da aquisição de Bas Dost, é este tipo de jogadores que o Sporting precisa."
ResponderEliminarMeu caro a "pequena" diferença ou grande como achar melhor, é que o Dost deixou uma marca de 120 golos em 3 anos...se porventura o PAULINHO faturar "METADE" será já uma grande conquista, tendo em atenção os "números" dele em épocas anteriores.
Agora importante mesmo, ou se quiser "FUNDAMENTAL" é o Sporting conseguir ficar nos 02 primeiros lugares, caso contrário o "ALL IN" do Varandas não será uma herança pesada, mas provavelmente um "PER"...
SL