A polémica com Blatter e a proximidade da atribuição anual do galardão de melhor do Mundo levam-me a escrever as linhas deste post.
Mas antes de passar ao tema não posso deixar passar em claro e triste prestação do responsável do órgão máximo do futebol. Tendo visto e revisto o vídeo a conclusão é inevitável: é olhando para a triste figura de Blatter que sou confrontado com o medo das consequências de não saber envelhecer. Infelizmente exemplos não faltam, incluindo no nosso lindo mas depauperado rectângulo.
O melhor do Mundo no meu coração
O coração é demasiado pequeno e simultâneamente tão importante para poder albergar mais do que Ronaldo. A escolha feita pelo afecto supera as diferenças que nos podiam distanciar e realçam não apenas o facto de ser o mais notável fruto da formação do clube que amo, mas também trajecto meteórico que o arrancou de um ponto minúsculo no Atlântico para ser conhecido em todo o mundo. E obviamente pelo que faz em campo há mais de 10 anos consecutivos, estilhaçando recordes e contrariando por vezes até os mais optimistas. Também pela sua dedicação à profissão, que é um exemplo, porque não o impede de parecer ser de carne e osso como um de nós.
O melhor do Mundo pela razão
Dos que vi jogar Messi é provavelmente o melhor jogador de sempre, já hoje. Quando as dúvidas se instalam olha-se para os números e eles dizem quase tudo. Mas seria criminoso procurar nas estatísticas e ignorar a magia e arte que espalha em campo. Futebol sinfónico, de riqueza plástica, já se devem ter esgotado os adjectivos e expressões idiomáticas para o qualificar.
O melhor do Mundo este ano
Vamos ter oportunidade de o ver em breve num campo demasiado perto de nós. Demasiado perto para as aspirações de achamento do caminho futebolístico para o Brasil. Falo, claro está, de Ibraimovic. Talvez o seu carácter o tenha impedido de chegar mais longe, ou apenas o destino quando o colocou fora do melhor Barcelona de sempre. Ou ambos. Mas, pelo fez este ano e porque o futebol não o deveria deixar desapertar os atacadores das chuteiras sem o distinguir, seria o meu eleito deste ano.
Remato considerando-me um privilegiado. Não só por poder desfrutar da classe dos nomeados, mas também por não me deixar infectar por questões completamente laterais à qualidade indiscutível de todos eles. Por isso, se esse dia chegar, poderei contar aos meus netos as suas proezas, eles que se juntam numa galeria onde figuram Maradona, Ronaldo, Ronaldinho, Figo, Romário,Van Basten, Johan Cruyf, Franz Beckenbauer. Mas sempre com lugar especial reservado para Ronaldo. Porque é o do coração.
E Ribery?
ResponderEliminarQualquer um destes 3 me parece estar acima do francês.
ResponderEliminarNunca gostei de destaques individuais em desportos colectivos. De vez em quando lá surge um extra terrestre que se destaca completamente de todos os outros e pode ou não surgir no mesmo tempo que outro. Maradona no seu tempo era indiscutível, não tinha sequer parceiro ao seu nível para estabelecer comparações, tal como foram Péle ou Cruyf.
ResponderEliminarHoje não é assim. Messi talvez fosse indiscutível se não existisse Ronaldo, mas existe e ambos são os melhores do mundo naquilo que fazem, o problema é que aquilo que fazer na estrutura das suas equipas é diferente, logo, incomparável.
Ronaldo para mim tem uma vantagem de análise, já actuou em diferentes contextos e teve sempre sucesso, Messi até agora só actua no seu ambiente controlado, adorava vê-lo a jogar em Inglaterra, Itália ou Alemanha, não por querer que falhe mas para ver como evolui, como se adapta o futebol de um melhor do mundo a outra realidade. Ronaldo mostrou-nos isso, Messi ainda não.
Se quem atribui estes galardões tivesse juízo, deixava de ser fuinha e multiplicava as bolas de ouro, atribuía 11, fazia a equipa de ouro e tenho a certeza que quer Messi quer Ronaldo eram indiscutíveis.
Como adepto estou contigo, de barriguinha cheia a usufruir um tempo que me proporciona tantos e tão bons jogadores. Ronaldo e Messi à cabeça!
O melhor do mundo é sempre muito subjectivo. No plano emocional, não tenho tb qlq dúvida e partilho da opinião do LdA. Racionalmente, já tenho algumas questões a colocar, nomeadamente, saber como reagiria e qual seria o rendimento de Messi fora do contexto Barcelona... É que qd se trabalha ao lado doutros extraordinários profissionais com os quais o entendimento é perfeito, qd se conhece como a palma da mão o ambiente que nos rodeia, qd a estabilidade, segurança, condições, são as melhores e é total, o nosso rendimento dispara! No resto acompanho: Leo Messi é um prodígio de talento, mas, não é só o talento que conta, certo?
ResponderEliminarSobre o 'belhote' da FIFA (chamo-o assim pq quem não respeita, não merece ser respeitado), devo dizer que a maneira como dançou no palanque e como falava arrastado, pareceu-me agir sob inspiração do Deus Baco. Apesar disso dou-lhe razão: Messi é mesmo muito bom rapazinho... a fugir do fisco!
Abç.
LMGM: :)
ResponderEliminarTouché...
O melhor do Mundo (e de sempre) é para mim, Messi. E ele é o grande problema de Cristiano Ronaldo. Se Messi tivesse nascido 10 anos antes ou 10 anos depois de Ronaldo, as Bolas de Ouro consecutivas que Messi ganhou eram todas de Ronaldo.
ResponderEliminarO facto de existir discussão em torno de qual é o melhor (entre Messi e Ronaldo), é o melhor elogío que se pode dar a Ronaldo e é uma clara demonstração da sua elevada qualidade.
A questão de ser grande em diferentes clubes a mim não se coloca. Barcelona é tão topo como é o Bayern, Real Madrid e Manchester. Se me disserem que Messi batia records no campeonato português, belga, francês ou de qualquer outro clube num outro continente, a dúvida estaria sempre presente. Agora ser grande, jogando pelo menos 4 jogos por época contra o Real (entre Liga, Supertaça e Taça), e 2 com Milan, Arsenal, Man United, PSG, Chelsea, e outras "trutas" na Champions, chega-me para perceber que ele já está no topo.
Há dias atrás, numa conversa deste tipo, havia alguém que dizia que Messi só seria nº1 quando saísse do Barça e jogasse noutro clube ou país. Perguntei: "porquê? qual a necessidade que ele tem, estando no topo, de mudar?" A resposta foi: "tem de provar que é bom também noutro lado, só assim é que sabemos que ele é mesmo bom".
E eu ripostei: "Tu és um bom marido da tua mulher não és? E és bom pai para a tua filha, não? O melhor do Mundo, certo? Então, seguindo a lógica, só poderás realmente comprovar essas qualidades se te divorciares, casares outra vez com outra mulher e tiveres outra filha?"
Acabou a conversa.
Quanto ao tema Blatter, umas breves notas:
- é um palhaço corrupto que suja, ainda mais, o futebol;
- está ao nível de Havelange, Platinni e, de certeza, de quem o substituir;
- é o nosso Madaíl
- declarações graves, patéticas e que deveriam dar demissão imediata
- Ronaldo não merece esta desconsideração. É o nosso nº 1 em Portugal, é um nº 1 em profissionalismo, dedicação à profissão e em conduta extra-desportiva.
- Ronaldo respondeu bem, excepto na tentativa de colagem à sua falta de Bolas de Ouro, quando afirmou "isto explica muita coisa".
- Messi venceu sempre bem porque, das vezes que venceu, foi melhor
- acho nojento que se cole esta situação ao play-off para o Mundial. Dá um grande jeito, não é Bento? Não é Fernando Gomes?
Lamento que Fernando Gomes, a comunicação social e outros tais com responsabilidade, não tenham reagido da mesma maneira, quando o máximo dirigente desportivo nacional, gozou, humilhou e chamou "atrasado mental" a uma grande personalidade do nosso futebol, do nosso país e que também já recebeu um galardão da UEFA, o grande Paulinho.
ps: em 2013 o rei foi Ribery. É melhor que Messi e Ronaldo? Não! Mas foi durante o último ano.
Cantinho, nem precisava de trocar de campeonato, bastava de clube, jogar em Madrid ou em Barcelona são duas realidades distintas e ambas de topo. Eu não tenho dúvidas que Messi é bom mas gostava de saber se mantem o rendimento fora do núcleo profissional que sempre conheceu.
ResponderEliminarE é diferente tal como é diferente trabalhar no BCP ou no BES, na Sagres ou na Super Bock, ou fazer toda uma carreira de sucesso numa só empresa ou repetir esse sucesso em várias.
Relativamente ao seu paralelo, um bom marido ou pai, também se chega lá, não é uma questão de obrigação, mas ser pai bom de um filho é diferente de ser bom pai de três e isso não reduz nem majora em nada a qualidade base que é - ser bom pai - o mesmo se aplica as relações amorosas, não se é obrigado a mudar para provar qualidades, mas se as mantiver apesar de ter trocado de parceiro, presta um nível de análise melhor.