Vingança impossível
Tendo já disputado dois jogos oficiais, a equipa do Sporting deixou um sentimento misto a quem teve oportunidade de ver os referidos jogos. No primeiro revelou superioridade ante um rival e igualmente candidato, mas ficou a dúvida se essa superioridade se construiu por via das fraquezas do adversário se pelas forças da equipa do Sporting. Parece-me que ambas serão verdadeiras.
Já o jogo da primeira jornada, a apadrinhar a estreia do Tondela, ficou-se por quinze minutos em grande estilo, deslizando em seguida para algum cinzentismo e muito pouco esclarecimento. Hoje o Sporting terá no CSKA um adversário muito mais forte que os anteriores, constituindo-se assim como um verdadeiro exame de aferição do seu valor actual.
Tive oportunidade de ver no passado fim-de-semana um pouco do vitoria do CSKA sobre o outro rival de Moscovo, o Spartak, conseguida na casa deste. Sem se tratar de uma observação exaustiva, uma vez que não presenciei a totalidade do jogo, foi o suficiente para confirmar que vamos defrontar um adversário forte, com uma vantagem competitiva importante, que resulta do facto de deter, neste momento, maior número de jogos até agora disputados. Sete, no total, contra apenas dois nossos.
Só o melhor Sporting desses dois jogos oficiais poderá ter pretensões à passagem da eliminatória. Aponta-se alguma vulnerabilidade defensiva à equipa russa mas não é menos verdade que o seu potencial ofensivo é suficiente para a minimizar, permitindo-lhe ganhar jogos. Essa fragilidade porém apenas é constatada nos jogos internacionais de apuramento que trouxeram a equipa russa até esta fase (5-4 nos dois jogos), porque nos 5 jogos domésticos apenas este fim-de-semana viram as redes do consagrado Akinfeev abanar por uma vez.
De todos os resultados possíveis, a derrota ou o empate com golos são obviamente de evitar. A vitória, mesmo que pela margem mínima, com ou sem golos sofridos e até mesmo o nulo não fecham de todo as possibilidades do apuramento. O que o Sporting deve evitar de todo para o jogo da segunda-mão é uma equipa russa instalada no conforto de não ter que procurar marcar para passar.
Uma nota final: é um absurdo pretender que este jogo se transforme numa vingança pela final perdida em 2005. Não apenas porque não faz sentido a aplicação da palavra, mas acima de tudo porque não será um possível apuramento para uma fase de grupos da Champions League que resgatará uma Taça UEFA perdida em casa. Se um dia tivermos hipóteses de disputar uma final europeia na Arena Khimki, com o CSKA, aí voltaremos a falar para ajuste de contas.
O processo a JJ
Muito se poderia e seguramente que se dirá sobre o processo que ontem João Gabriel, porta-voz do SLB, anunciou contra JJ. Não me vou pronunciar sobre as questões laborais invocadas no comunicado, porque os meus conhecimentos na matéria são escassos para avaliar as razões que assistirão às partes. Do referido comunicado parece-me importante destacar o seguinte:
- Mais do que atingir JJ, o comunicado do SLB atinge o próprio clube, especialmente quem o dirige. Não apenas pelo tom em que ele foi redigido, mas por se constatar que foram precisos seis longos anos para descobrir que tinham entre si um "chico-esperto deslumbrado, egocêntrico e que nunca conseguiu nada na Champions".
- Passados todos estes anos e uma série infindável de comunicados de muito baixo nível, é já tempo de perceber que o João Gabriel não é o problema mas sim apenas o moço que faz os recados. Se há alguém a quem apontar o dedo é precisamente a quem manda, a direcção do SLB, mais propriamente o seu presidente, que parece não perceber que dirige uma grande instituição e não uma agremiação de estivadores sem educação.
- Compreendemos a dor e aflição de quem quis despachar de forma pouco edificante um dos técnicos com mais tempo e vitórias no historial do clube, mas acabou por o entregar de mão beijada no colo do rival de sempre, precisando agora de desviar as atenções de quem tem que prestar contas.
100% de acordo!
ResponderEliminarEstive lá nessa malfadada final e voltarei a estar hoje, não há vingança possível para essa final perdida.
ResponderEliminarAquilo de que o Sporting tem de se vingar é de ter estado uma época sem estar nas competições europeias e iniciar hoje um novo percurso rumo a uma final. A história escreve-se no presente, o passado pode ser recordado como lição mas será um erro pensar em vinganças.
Espero um adversário forte no contra-ataque, o que com a nossa nova defesa subida, ainda em processo de evolução, pode criar dissabores. É uma eliminatória a duas mãos, nada ficará decidido hoje, guardem lá as vinganças para Maio de 2016 utilizem a cabecinha e a frieza necessária a vencer obstáculos difíceis.
Estou convencido que hoje as bancadas serão muito importantes, é também altura de se iniciar um apoio mais activo e permanente aos que nos representam em campo, hoje é dia de "morrer nas bancadas" até não ser possível cantar, falar ou aplaudir, mesmo que o resultado final seja um cinzento 0-0. Hoje devíamos assumir o nosso papel, não só em números (penso que isso estará garantido), mas em apoio efectivo aos nossos e inferno para os adversários.
Até já!
Excelente texto, Leão!
ResponderEliminarMuito bem na última parte, principalmente quando se tem vindo a assistir a um enxovalho público, de humilhação e denegrir do treinador do Sporting Clube de Portugal. Só num país hipócrita, vermelho, sabujo e doente como este é que se torna possível tamanha falta de respeito e onde não há contraditório para tanta hipocrisia e mentira.
Ao Jorge Jesus e Sporting só espero a resposta dentro de campo. Fora dele, não! Lá dentro, contem comigo!
Partilho, também, a ideia geral apresentada por LMGM. Hoje é daqueles jogos fod#*os. Mais uma vez o sorteio traz sempre algo indesejado. Neste caso, vem uma equipa "batida", com muito andamento, fria, com jogadores fortes e muito experientes. Depois, é daquelas sem grande nome o que suaviza a concentração e aumenta a (nossa) pressão de ganhar.
Para mim, não somos favoritos. Está 60-40 para eles. Em Novembro, talvez esteja 40-60. Agora, são eles os favoritos. São daqueles que não falham. Correm, controlam e rematam sempre bem. Um espaço, uma desconcentração numa subida da defesa, um livre/canto onde não se salta e... já foste.
O principal desafio é mesmo não deixar a coisa resolvida hoje. É o nosso 3º jogo e o 10º deles. Temo os últimos 20 a 15 minutos, onde as pernas mandam mais que a cabeça.
Mas lá estarei, como estive há 10 anos atrás, a apoiar.
um grande abraço
Grande abraço Cantinho e obrigado!
Eliminar1. Hoje é dia de jogo. Hoje é dia de vencer. Hoje é de... SpooOOoooorting!
ResponderEliminarCom todos os sportinguistas a puxar (dentro e fora do estádio) no mesmo sentido é possível ganhar hoje e eliminar os russos para a semana... FORÇA LEÕES!
2. É anedótico o nível de azia e de ressabiamento que se instalou para os lados da Luz! È obra o tempo que vem durando, deve ser alimentada a pilhas duracell. Isso diverte-me à brava. Oxalá dure mts mais meses (e anos). O que já não acho piada msm nenhuma é que a maioria da nossa "querida" comunicação social, embarque na onda da azia lampiã e tome partido contra o SCP. Exemplos disto, alguns flagrantes, não faltam... e dps da Supertaça essa azia aumentou... Chegou-se ao ponto de apontar um lançamento de linha lateral, supostamente mal executado, como um benefício escandaloso em prol do SCP. Isto num jogo em que o SCP sofre um golo (duplamente) ilegal: obtido em fora de jogo e que mais se assemelhou a um ensaio no rugby que propriamente um golo no futebol: o Luís Alberto quase que carrega a bola ao colo para dentro da baliza do Rui Patrício... Já para não falar que a falta que deu origem a esse golo ilegal foi marcada ao contrário (Naldo sofre falta, não comete). Mas desse lance, esse sim escandaloso, népia, para os nossos OCS parece que nem existiu...
Sobre a acção do Benfica contra JJ, propriamente dita: ridículo e bastante divertido tb. Estou em pulgas para ver as provas que o Benfica tem para apresentar em como JJ esteve a trabalhar para o Sporting em Junho… Qd durante esse mês esteve de férias. Não é por fazer uma visita ao seu futuro local de trabalho que quebra o contrato anterior que, era público, não seria renovado.
Dps será tb interessante ver como vão justificar o impedimento de JJ de entrar nas instalações do centro do Seixal... E a contratação de Rui Vitória contratado tb em Junho... Afinal JJ era, ou não, treinador do slb em Junho? Segundo os apaniguados do Orelhas, depende: para umas coisas era ainda treinador deles, tipo comprometer-se com o SCP (a partir de Julho); para outras (tipo ter o direito de aceder ao seu local de trabalho, ver outro treinador ocupar o seu posto de trabalho e pagar o salário de Junho) já não era… Mt gira esta linha de pensamento. È o que dá raciocinar com o ácido no estômago e o neurónio ressabiado… Td isto e tds as declarações de dirigentes e comentadores benfiquistas apenas provam que lhes está a custar mt a digerir a contratação de JJ pelo Sporting.
Enfim, só não afirmo, peremptoriamente, que a decisão do tribunal de trabalho será desfavorável às pretensões lampiãs pq... estamos em Portugal e tal como no futebol tuga, td é possível nesta ‘justiça’ à portuguesa, mt, digamos, manipulável por interesses obscuros... Nunca se sabe se apanhamos mais um aziado / ressabiado enquanto juiz… Livra! LOL!
Meu Caro LdA:
ResponderEliminarJesus não foi apenas um dos técnicos com mais tempo e vitórias naquela agremiação de nome impronunciável. Ele foi apenas O TREINADOR mais vitorioso de sempre:
http://goalpoint.pt/blog/futebolnacional/jesus-o-homem-que-devolveu-asas-a-aguia_20521
O que se passa neste momento, para além de uma tentativa ingrata, injusta e infame, de assassínio de carácter de alguém a quem devem gratidão histórica, é uma dificuldade total de lidar com aquele que será porventura um dos maiores erros históricos daquela agramiação. É que neste momento, eles percebem que abdicaram do maior factor crítico de sucesso que tinham e não conseguem assimilar a realidade de ele se ter passado para o nosso lado. Mais do que a azia de ver Jesus a treinar o Sporting de alma e coração, eles não conseguem conviver com a possibilidade de nós virmos a ser bem sucedidos.