Já quase ninguém se lembrará das anteriores edições da Supertaça em quem SL Benfica e Sporting CP se encontraram. Tal ocorreu apenas duas vezes e já na há muito ida década de 80 do século passado. É verdade apenas em 1980 e em 1987 os dois grandes rivais de Lisboa disputaram o troféu que tem o nome de Cândido de Oliveira, competição que foi instituída em 1979.
Ora este facto histórico vem acentuar ainda mais a importância e a atenção que se dedicará ao jogo deste fim-de-semana que, sendo um derby, é também um jogo que valerá um título. Mas, como é óbvio, é a mudança de Jorge Jesus para o banco do lado oposto, após seis anos de banco a vermelho e branco, que está a potenciar ainda mais o carácter especialíssimo que os jogos entre os vizinhos e rivais sempre têm. É a partir daí que tudo o que aconteceu na chamada pré-época ganhou importância capital, sendo cada decisão, jogo e palavras escalpelizado ao detalhe.
Uma das análises mais recorrentes na antecâmara deste jogo tem sido tentativa de determinar qual das equipas detém vantagem sobre a adversária, em função dos jogos realizados, contabilizando-se os resultados e a respectivas exibições. Ora, se atendermos à disparidade do que foram quer o número de jogos quer o dos adversários, depressa se conclui que chegar a um conclusão pode ser pelo menos precipitado.
Há porém dois dados que se podem retirar, acima de qualquer contestação: que o SL Benfica não conseguiu estar à altura da responsabilidade e exigência que os adversários que defrontou lhe colocou, colocando em dúvida as opções tomadas de forma quase transversal: as aquisições e as dispensas, o próprio modelo de pré-época, até lançar a pior das dúvidas: foi o treinador a escolha certa? Convenhamos que tal está longe de ser o espírito ideal para se enfrentar um derby e até mesmo iniciar uma época.
O Sporting encontra-se num momento oposto. Há ainda no ar muita da euforia que, justificadamente, se viveu desde o momento que se confirmou a chegada de Jorge Jesus. Os resultados da pré-época que, pela qualidade e número dos adversários, não justificam alguns optimismos excessivos, deram indicações positivas e permitem vislumbrar uma melhoria competitiva significativa face até mesmo ao passado recente. Aqui sim, parece clara uma supremacia evidente de estados de ânimo. Porém, esta só permanecerá até ao inicio do jogo. No decurso do jogo esta vantagem só prevalecerá se os acontecimentos tiverem rumo favorável, sendo rapidamente anulada se o oposto suceder.
É por isso que se dedica tanta importância ao titulo em disputa: além da elevada carga emocional e sentimentos exacerbados que um derby carrega, há, de forma muito evidente, um carácter de derradeiro teste de aferição de valor de cada uma das equipas. Neste dirimir de forças colectivo sobressairá certamente uma disputa muito particular que, por razões óbvias, concitará todas as atenções: a que envolverá os dois treinadores.
Ingredientes não faltam para tornar este próximo derby numa espécie de mini-campeonato. Porque é claro para todos que não se joga apenas um título e a possibilidade de ficar bonito na fotografia a erguer um troféu. Está em causa, como em todas as disputas directas, a possibilidade de ganhar vantagem sobre um rival, deixando-o entregue à dolorosa tarefa de lamber as feridas.
Eu nem sei porque é que o Benfica vai jogar visto que já ganharam esta supertaça.
ResponderEliminarTalvez por: a)respeito aos seus simpatizantes, que adquiriram bilhetes para meio estadio do Algarve, b) Engrandecer o eventual triunfo do SCP (aqui um grande "wishfull thinking"), c) Tentar alcançar o primeiro triunfo desde o recomeço dos trabalhos e assim dar uma alegria aos milhões (agora são 15?), por aí fora...
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