NO ENTANTO ELA MOVE-SE...
Vivemos num período singular da nossa história: desde a década de 70 do século transacto que o clube não ganhava com tanta frequência como tem sucedido na presente década e, apesar disso, os sportinguistas não andam felizes.
São mais que muitas as razões que podem ser apontadas para tamanha insatisfação, que alguns até apelidam de ingratidão para com a actual Administração da S. A. D. bem como para com Paulo Bento. Da minha parte fica o devido respeito por quem se dedica ao clube e ao trabalho, como por exemplo Paulo Bento e os jogadores que fizeram com que o clube alcançasse a sua 5ª vitória fora na Liga dos Campeões. Leram bem: 5ª vitória fora.
A admiração, essa, é que tarda em chegar. Essa consegue-se com outros níveis exibicionais. Os actuais, além de não encantarem, deixam-nos de respiração suspensa, sempre à espera do pior, que podia ter acontecido na Ucrânia, tal com aconteceu recentemente com os nossos adversários directos na Liga Sagres. Liedson é o único capaz da sublimação, que o retira da vulgaridade reinante.
É isso que nos traz o descontentamento: estamos mais perto da mediocridade do que da excelência. Não somos tão bons como julgávamos poder ser, entrados que estamos na 3ª época com o mesmo treinador e depois dos “tais” investimentos cirúrgicos, que, vistos hoje, mais parecem transplantes rejeitados. Rochemback veio para ser trinco? Veloso foi em Donetsk a 4ª solução para a esquerda defensiva, Abel não melhora, as 3 jogadas por jogo de Romagnoli são insuficentes, Moutinho faz 3 posições num jogo quando deveria fazer 3 jogos na mesma posição, pelo menos.
No entanto a equipa ganhou e ficou a uma vitória em casa com o Shaktar para conseguir os pontos e os contos que tanto necessita e que darão um apuramento inédito. “No entanto ela move-se”. E quando se constata isso é cedo para acender a fogueira. Por que de facto ela move-se, mesmo que desajeitada e sem graça. Esta equipa dá-nos de comer mas não nos mata a fome.
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