A ventania (ou o maior património são os sócios)
"O Sol e o Vento discutiam sobre qual dos dois era o mais forte.
Vendo um caminhante que passava, concordaram que seria o mais forte aquele que conseguisse arrancar-lhe o capote dos ombros.Começou o Vento a soprar com tal força, que o capote quase foi pelos ares; porém o dono apertou-o com as mãos e segurou-o bem. Mas, a ventania aumentou e o caminhante, enrolando-se todo no capote, deitou-se em cima dele. O Vento continuou soprando com fúria, mas nada conseguiu.
Então chegou a vez do Sol. Sem violência, suavemente, foi aquecendo o espaço com os seus raios e o calor tornou-se tão forte, que o caminhante, procurando a sombra de um castanheiro, tirou o capote, pendurou-o num ramo e ficou em mangas de camisa."
Vendo um caminhante que passava, concordaram que seria o mais forte aquele que conseguisse arrancar-lhe o capote dos ombros.Começou o Vento a soprar com tal força, que o capote quase foi pelos ares; porém o dono apertou-o com as mãos e segurou-o bem. Mas, a ventania aumentou e o caminhante, enrolando-se todo no capote, deitou-se em cima dele. O Vento continuou soprando com fúria, mas nada conseguiu.
Então chegou a vez do Sol. Sem violência, suavemente, foi aquecendo o espaço com os seus raios e o calor tornou-se tão forte, que o caminhante, procurando a sombra de um castanheiro, tirou o capote, pendurou-o num ramo e ficou em mangas de camisa."
É sem surpresa que os Sportinguistas assistem a mais um périplo do presidente do clube pelos núcleos. Sem surpresa mas com alguma perplexidade, por não perceberem porque o faz agora em final de mandato, quando ao longo do mesmo fez um esforço para os ignorar. Da minha parte saúdo a descoberta até porque não gosto de “prender por ter cão e por não ter”. Mais vale tarde do que nunca. Espero que lhe contabilizem as horas extraordinárias, porque estão para lá da horita ordinária. Fico-me agora pelo mais importante:
O ecletismo:
FSF continua a sua saga ziguezagueante em relação ao ecletismo. De um clube só de futebol, já chegou ao elogio das modalidades, reconhecendo o óbvio: a elas se deve uma parte substancial da nossa matriz ganhadora. Mas sem convicção não se consegue manter um discurso e muito menos a prática, e por isso FSF lá voltou a deixar números de uma sondagem nada favorável à manutenção das modalidades. Não há surpresas nos números, se atendermos ao panorama a que se deixou cair as modalidades: pouca competitividade e sempre longe do “miocárdio” dos Sportinguistas que deveria ser sempre Alvalade. O abandono do conceito de "cidade desportiva" atirou para a semi-clandestinidade o andebol, o regressado hóquei e até o futsal. O trabalho de uma administração consciente deveria ser a recuperação dos níveis de aderência e competitividade das modalidades e não dar-lhes estocada final.
FSF continua a sua saga ziguezagueante em relação ao ecletismo. De um clube só de futebol, já chegou ao elogio das modalidades, reconhecendo o óbvio: a elas se deve uma parte substancial da nossa matriz ganhadora. Mas sem convicção não se consegue manter um discurso e muito menos a prática, e por isso FSF lá voltou a deixar números de uma sondagem nada favorável à manutenção das modalidades. Não há surpresas nos números, se atendermos ao panorama a que se deixou cair as modalidades: pouca competitividade e sempre longe do “miocárdio” dos Sportinguistas que deveria ser sempre Alvalade. O abandono do conceito de "cidade desportiva" atirou para a semi-clandestinidade o andebol, o regressado hóquei e até o futsal. O trabalho de uma administração consciente deveria ser a recuperação dos níveis de aderência e competitividade das modalidades e não dar-lhes estocada final.
As contas:
Sempre reconheci a FSF o mérito de ver aquilo que todos víamos e propor uma alternativa. Explico: todos havíamos já percebido que o Project Finance, que permitiu a construção do novo Alvalade, fez disparar o passivo do clube, e que o serviço de divida associado nos estrangulava a aposta desportiva, limitando a nossa competitividade face aos rivais. Paralelamente, o crescimento megalómano do número de empresas ligadas ao grupo Sporting, com gastos insuportáveis e distribuição de honorários principescos, agravavam o cenário. Tivesse Dias da Cunha percebido isso e teríamos ganho muitos anos, podendo ter atalhado caminho numa conjuntura económica muito mais favorável do que a agora vigente. Não vou discutir agora as VMOC´s, a possibilidade de o clube passar a ter uma posição minoritária, a passagem do estádio e Academia para a SAD. Essa discussão virá em breve. O que me parece é que FSF se esqueceu desde o inicio do fundamental para qualquer reforma: os sócios. Tal como na fábula acima, não será a soprar contra eles que os terá do seu lado. E, como vimos este fim-de-semana em Alvalade, a ventania não amaina, antes recrudesce em número e intensidade.
Sempre reconheci a FSF o mérito de ver aquilo que todos víamos e propor uma alternativa. Explico: todos havíamos já percebido que o Project Finance, que permitiu a construção do novo Alvalade, fez disparar o passivo do clube, e que o serviço de divida associado nos estrangulava a aposta desportiva, limitando a nossa competitividade face aos rivais. Paralelamente, o crescimento megalómano do número de empresas ligadas ao grupo Sporting, com gastos insuportáveis e distribuição de honorários principescos, agravavam o cenário. Tivesse Dias da Cunha percebido isso e teríamos ganho muitos anos, podendo ter atalhado caminho numa conjuntura económica muito mais favorável do que a agora vigente. Não vou discutir agora as VMOC´s, a possibilidade de o clube passar a ter uma posição minoritária, a passagem do estádio e Academia para a SAD. Essa discussão virá em breve. O que me parece é que FSF se esqueceu desde o inicio do fundamental para qualquer reforma: os sócios. Tal como na fábula acima, não será a soprar contra eles que os terá do seu lado. E, como vimos este fim-de-semana em Alvalade, a ventania não amaina, antes recrudesce em número e intensidade.
Desmistifiquemos pois aludida minoria de bloqueio: em temas tão importantes como os acima descritos, esta Administração nunca conseguiu mobilizar um número significativo de sócios, em consonância com a relevância dos assuntos propostos. Isso diz tudo acerca da qualidade da mensagem e da credibilidade do mensageiro: os que não percebem, a grande maioria, alheiam-se. Os que percebem tomam partido por um dos lados da questão. E depois há os que não se importam, nem percebem, mas vão votando. É num estádio semi-desértico onde se torna mais evidente a divisão, a indiferença e o conformismo que as lideranças dos últimos anos semearam no clube. Mas também pode ser aferido na caixa de comentários de um dos melhores blogues sportinguistas: O Sangue Leonino. As tempestades que agora colhemos são o resultado dessas ventanias. Alguém diz a FSF que maior património do clube são os sócios, que ele viu da tribuna agredir sem reacção, e não as paredes da Academia?
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