As linhas com que (des)cose o VAR
Mas o acontecimento da jornada, senão mais importante pelo menos o mais notório, foi o primeiro golo permitido ao Sporting de forma aparentemente irregular. O advérbio impõe-se porque se há alguma coisa que ficou claro é que há muitas explicações a dar sobre o sucedido.
A precipitação em tornar público um comunicado tão em cima do final do
jogo não foi um mero incómodo pelo erro. Quis desviar a atenção do
enorme elefante que ficou plantado na sala do VAR. A explicação dada de forma tão esbaforida, como irreflectida, suscita ainda maiores dúvidas:
- Se houve erro na colocação das linhas esse erro é da responsabilidade do árbitro ou essa tarefa pertence a técnicos devidamente habilitados para a função?
- E, se como tudo indica que assim será (?...) quem é que os certifica?
- Quem os selecciona?
- Se a colocação das linhas é da responsabilidade de terceiros porque se suspendem indefinidamente os árbitros envolvidos?
- Como poderemos estar descansados que erros semelhantes não aconteçam no futuro e não se tenham registado já no passado?
Tudo leva a crer que a suspensão apressada dos árbitros foi uma tentativa infeliz para tentar apaziguar os ânimos e desviar as atenções sobre as perguntas acima e que todos estarão a fazer agora e que a FPF deverá esclarecer quanto antes, sob pena de descredibilizar inapelavelmente o sistema.
Mas não só. Estava envolvido o Sporting, e havia que dar uma satisfação aos DDT's da bola. A figura que o Conselho de Arbitragem fez foi semelhante à de um qualquer animal de estimação que, sem se conter, faz as necessidades na meio da sala e logo sobre o seu estimado e dispendioso tapete persa. E, antes que ele reaja, apressa-se a ir lamber a mão ao dono.
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