Sporting 2 - Rakow 1: de tanto se poupar o leão quase não comeu
Até ao momento da expulsão, o Sporting dominava o jogo e conseguia com relativa facilidade ameaçar com perigo o adversário. Perigo esse que só não produziu frutos porque, mais uma vez, faltava sempre alguma coisa na definição dos lances. Apanhando-se em inferioridade numérica, naturalmente o Rakow fez o mesmo que o Sporting havia feito em situação idêntica na Polónia: recuou as linhas, abdicando naturalmente da iniciativa.
Paradoxalmente, ou talvez não, a acutilância do Sporting na procura do último reduto polaco nesta fase diminui de intensidade, apesar do controlo e domínio exercido. Paulinho ficou isolado na frente de ataque e quase nunca foi servido, apesar de estar noventa minutos em campo. A jogar com mais um, pedia-se a Rúben Amorim uma visão menos conservadora, mas o treinador apostou em manter inalterada a disposição da equipa, numa opção de zero risco.
E quem não arrisca não petisca. A bola andou a saltar de pé para pé, de
lado para lado, mas quase nunca sem lograr ameaçar a organização
defensiva polaca. Mantendo tanta gente atrás a vantagem numérica diluia-se. O guarda-redes polaco teve uma noite muito mais
tranquila que certamente imaginou depois de ter visto o seu colega
chegar mais cedo aos balneários.
Equipas a jogar em bloco baixo, muitas vezes com duas compactas linhas de cinco, é o que Sporting muitas vezes vai encontrando e o que demonstrou ontem, a jogar em superioridade numérica, foi muito escasso para nos deixar tranquilos. Como se não bastasse, o golo consentido a uma equipa em inferioridade numérica, soma-se a vários outros que resultam no facto de o Sporting quase nunca conseguir manter a sua baliza inviolável. Para quem luta pelo título este é um factor a ter em conta e a suscitar alguma preocupação.
Salvaram-se os três pontos que já eram obrigatórios antes do jogo e que depois da expulsão ainda mais se tornaram. Mas as condições encontradas neste jogo serão muito idênticas às que o Sporting encontrará em muitos jogos da Liga, a competição mais importante, bem como nas restantes. A perspectiva do derby no domingo não pode servir de álibi para tão pouco.
Uma nota final para a estreia de Tiago Ferreira. Um miúdo que merece pela qualidade que tem e pela superação que o sofrimento de uma lesão grave lhe impôs e que lhe condicionou a afirmação mais cedo.
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