Uma indústria para hidratar a arbitragem
Como se sabe, pelas noticias saídas esta semana, o Departamento de Investigação e Acção Penal resolveu arquivar o processo dos "vouchers", um caso levantado pelo então presidente Bruno de Carvalho, num programa televisivo, onde expôs o expediente que a direcção de Luis Filipe Vieira (era então actual presidente Rui Costa vice-presidente e um dos arguidos...) criou para hidratar as equipas de arbitragem, assistentes e delegados após os jogos no seu estádio.
Não é propriamente surpresa que o desfecho do processo na justiça comum tenha sido este, uma vez que a prova da relação entre os copos bebidos e os acepipes comidos e os "erros" nos apitos é de muito dificil de obter. Já o mesmo não se pode dizer da justiça desportiva.
Este comportamento, quer do clube quer dos elementos que aceitaram as borlas, é de muito duvidosa ética. Agora imagine-se que o juiz que vai presidir a um julgamento aceitasse ir para os copos a expensas dos arguidos. É que, na realidade, o papel de um árbitro em campo é o de ajuizar os lances e aplicar as leis do jogo, o que o equipara em funções à de um juiz, impondo-se por isso o comportamento que tais funções exigem. Nomeadamente a imparcialidade, a independência e honorabilidade. (Ok, não vale rir ao ler a última frase e lembrarem-se da arbitragem nacional, isto sem recuarmos aos anos 80 e 90).
Apesar deste sentimento de impunidade sobre este episódio, a verdade é que não parece haver também enquadramento legal nos regulamentos da Liga para punir estas práticas. Certamente por falta de tempo, que tem sido nobremente ocupado a elaborar leis que castiguem ferozmente por exemplo a exibição de bandeiras e tarjas ou a pirotecnia. É a Liga do Talento a tratar do seu negócio... Depois espantamo-nos com os estádios semi-vazios.
Uma nota final para a relação de nomes na imagem. Figuram lá alguns conhecidos não apenas pela sua capacidade de errar como pelo seu "amor" ao Sporting.
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