Leão esfomeado devora canarinhos
Havia alguma expectativa sobre o jogo que marcava a recepção ao vizinho Estoril que, após a entrada do seu actual treinador não só havia deixado os fundos da tabela como tinha alcançado, com mérito, a final a quatro da Taça da Liga, eliminando o FCP.
Desta feita o Sporting entrou concentrado, pressionando com precisão a saída de bola dos estorilistas que corajosamente apostavam numa defesa alta e, na posse da bola, exploravam com precisão cruel os muitos espaços que se abriam do meio para trás do adversário. Quando surge o primeiro golo, já decorridos mais de vinte minutos, já se deviam alguns golos no placard e mais ainda quando o intervalo chegou com apenas um golo. Com um golo madrugador logo no inicio da segunda metade os três pontos ficavam salvaguardados, ficando por esclarecer apenas o volume da vitória.
Além da acima aludida expectativa que este jogo suscitava pela boa recuperação do Estoril havia ainda as ausências provocadas por lesão e chamadas à selecção de Coates, Ousmande e Morita. A resposta individual e colectiva não podia ser sido mais esclarecedora para todos e Amorim em particular. O acerto no passe foi determinante para o sucesso, sendo o baixo número de passes transviados um novo mínimo da Liga (45).
O Quaresma do último clássico respondeu novamente com categoria à chamada. Inácio vestiu o fato de patrão da defesa, num registo de concentração e eficácia que fazem dele um defesa excepcional. Bragança não falhou um único passe, Pote voltou finalmente aos passes magistrais para dentro da baliza. E até Trincão deu razão a Gyokeres que, na recente entrevista, revelou que tem "uma finalização espantosa de meia distância". Esperamos e precisamos mais de Trincão mas este é já um bom augúrio.
Mas uma das notas mais salientes deste jogo foi a surpreendente inversão de papéis entre Edwards e Gyokeres. O sueco tornou-se no assistente particular do inglês agora goleador e é já o rei das assistências da Liga com 8 passes para golo, que se somam aos onze golos já marcados na competição. A sua importância está muito para lá da quantidade de golos que marca e é, até ao momento, simultaneamente a revelação e melhor jogador da Liga.
Até ao final do mês de Janeiro o Sporting jogará a 9/ com o Tondela em casa para a Taça de Portugal, a 13/ com o Chaves fora, a 18/ fora em Vizela e ambos para a Liga. A 23/ desloca-se a Leiria para jogar a meia-final da Taça da Liga com o Braga, regressando ao campeonato a 29/ para receber em Alvalade o Casa Pia. Faremos as contas então, mas a subida de nível no nosso jogo, a confirmar-se, permite esperar o melhor, conquanto não haja pinheiros atravessados como na estrada para Guimarães.
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