Primeira volta de campeões
Encerrou-se a primeira volta da Liga 23/24 e o Sporting é o campeão de inverno. Bem sei que a Liga se tem esforçado para que esse titulo seja atribuído ao vencedor da Taça da Liga mas, como parece óbvio, esse titulo deve ser atribuído a quem liderar a competição que atribui o título, o que ocorre no pico da estação de inverno.
Como diz o povo na sua sabedoria, candeia que vai à frente alumia duas vezes. Não tendo nada de definitivo, é reconfortante do ponto de vista anímico olhar para baixo e ver o nome dos adversários. E essa liderança não só tem sido inteiramente merecida, como deveria ser consubstanciada por uma maior distância pontual, face ao que tem sido o percurso de cada um dos pretendentes.
Até ao momento o Sporting cedeu apenas um empate, com o Sporting de Braga, num jogo em que foi superior e podia e devia ter ganho. O que só não aconteceu porque desperdiçou variadíssimas jogadas em que a ligação entre os sectores não foi a mais adequada, quebrando a sua continuidade até ao último terço. E ainda viu um golo anulado que deixou elevadas e justificadas dúvidas. Tanto assim é que, fazendo uso de um critério oposto, este adversário viu-lhe validado recentemente um golo em todo semelhante.
Das duas derrotas coleccionadas, uma sucede no derby, onde o Sporting estendeu até ao último suspiro a possibilidade de pontuar, o que só não logrou por evidente falta de discernimento motivado pela exaustão devido ao muito tempo disputado em inferioridade numérica. Enquanto houve igualdade em número de executantes em campo o Sporting foi a equipa mais esclarecida.
A segunda derrota ocorre em Guimarães, ante o Vitória. Para isso concorreu um Pinheiro atravessado na estrada e algum descontrolo emocional que se seguiu na segunda parte e que tem sido raro nesta equipa. A derrota foi uma penalização excessiva face ao que se passou, mas terá também que servir de aprendizagem para o futuro, uma vez que o há mais neste campeonato são Pinheiros a cair a cada curva da estrada.
Além da tabela classificativa o Sporting lidera também como equipa mais goleadora da competição, de forma partilhada desde a última jornada, como o SCBraga (40 golos). É o melhor registo deste 1985. Acresce que marcou sempre em todos os jogos e coleccionou mais onze pontos que na época transacta.
É claro que Goykeres mudou o jogo do Sporting e mesmo depois disputados dezassete jogos os adversários ainda não encontraram a formula mágica anti-sueco. Isto apesar das respectivas defesas usarem braços e pernas para o travar. O desespero é tão grande que Vítor Baía teve que recorrer ao órgão oficioso do seu clube para fazer um abominável ataque ao nosso ponta-de-lança. O facto por si só já seria feio, mas vir de um ex-atleta com o percurso do ex-guarda-redes, torna as afirmações repugnantes por sabermos exactamente o que ele pretende. Mas a veia goleadora vem também de Paulinho, que já leva oito golos, pese embora o menor número de minutos em jogo, e de Pote vem já no seu encalce com seis golos.
No reverso da análise tem sido evidente o número excessivo de golos sofridos, o que parece estar no caminho da correcção. Nos últimos sete jogos sofreu apenas três golos. E mesmo considerando que a maior parte dos jogos foi com equipas do meio da tabela para baixo também deve ser realçado o jogo do clássico a zeros, bem como a primeira partida sem Diomande.
Os números e a qualidade das nossas exibições nesta primeira volta dão-nos razões para sonhar. O segredo estará em espelhar na segunda volta os resultados e exibições da primeira e quando os naturais abaixamentos de forma individuais surjam estes não se reflitam no desempenho colectivo. Com o apertado calendário que se adivinha, fruto da permanência em todas as competições, o reequilíbrio e reforço do plantel poderá ser determinante.
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