Há muitas coisas que escapam à lógica e à racionalidade no futebol e uma delas, e que muito me intrigava, era precisamente do facto de os "Sportings de Jesus" nunca terem logrado ganhar às equipas de Petit. Ontem finalmente foi posto termo a esse quase absurdo. Do ponto de vista do espectáculo não foi uma vitória brilhante, foi até uma "vitória petit", do ponto de vista da eficácia e da importância do resultado foi enorme, atendendo ao facto do comandante ter perdido dois pontos e de nos posicionarmos para aproveitar o que sobrar do clássico do próximo fim-de-semana.
Tem que se reconhecer que o Sporting soube sofrer, falhando muitas vezes o controlo das rápidas transições, especialmente de Mabil. Apesar de termos conseguido mais tempo de bola em nosso poder, a gestão dos pacenses no pouco tempo que dela dispunham nunca nos permitiu o sossego. Mesmo após a obtenção do golo de vantagem, sentia-se que nada estava definido e que um golo do Paços era algo que podia perfeitamente acontecer, tal era o perigo das incursões ao nosso último reduto.
E foi precisamente pelo acerto e serenidade com que se resolveram essas incursões que se sustentou a conquista destes importantes três pontos. Mathieu e Coates estiveram imperiais, especialmente o francês, tendo sido também muito importante o regresso de um Coentrão mais sólido. Com os níveis de solicitação a que foi sujeito, o mesmo Coentrão de alguns meses atrás teria provavelmente murchado e até estourado.
No meio campo as coisas podiam ter corrido melhor. Muito melhor. Talvez pelo empenho colocado na autêntica batalha que se travou com os locais faltou muitas vezes discernimento que permitisse melhor definição das jogadas. Quase nunca entrou aquele último passe, algo que também deve ser creditado à organização pacense, é certo, mas que em outras alturas já conseguimos fazer melhor.
Talvez tenha sido também por essa falta de acerto que Dost acabou por ter pouca bola e sem bola não há golos. Mas houve o do Battaglia, que a cada lance que disputa faz jus ao seu nome, e isso foi muito importante para a conquista da bola. Determinante também o golo de Gélson, uma autêntica obra de arte! Relativamente ao nosso endiabrado e talentoso jogador, apenas uma coisa a lamentar, e que afinal o separa ainda do grande jogador que está em construção: a perda de energia em acções inconsequentes, com frequentes perdas de bola e definição no último passe.
O golo sofrido já ocorre quando a mobília estava já a ser bem arrumada, não permitindo que o adversário crescesse mais. Aí provou-se que o regressado Bryan Ruiz pode ajudar, pela segurança que dá quando é preciso ter a bola nos pés.
Venham mais vitórias Petit como estas, é delas que se constroem também os campeonatos. Se há um traço comum entre esta e a da quarta-feira passada é seguramente o elevado nível de maturidade e segurança com que a equipa aborda os jogos.
Este é o jogo em que normalmente avalio se a candidatura do Sporting ao titulo maior é real ou não. Ir à mata real e ganhar! Naquele campo a nota artística não costuma ter grande relevância, já a consistência de jogo (organização), capacidade de sacrifício e de combate é normalmente determinante.
ResponderEliminarA nota artística vai dar-nos a maioria das vitórias, as outras características vão dar-nos aquelas vitórias (ou empates...) que definem campeões, aquele jogo em que tudo parece correr mal, onde o cansaço faz aparecer o erro individual, onde o adversário consegue marcar contra a corrente e ganhar ânimo, são outras características individuais e de grupo, que não a arte, que conseguem afastar o tropeção e perda parva de pontos.
Ontem a equipa mostrou que a sua candidatura é séria, assumida por todo o grupo. A continuar como até aqui, com este rácio de pontos conquistados, terminaremos com 85 pontos, não sei se chega para sermos campeões mas caso não dê e tivermos uma pontuação desta ordem (acima dos 80 pontos), pouco ou nada mais posso exigir à minha equipa.
O comboio do campeonato está agora em plena viagem e estamos bem seguros na 1ª carruagem, resta agora ir eliminando apeadeiros até Março altura onde qualquer distracção nos pode fazer mudar de transporte e ficar a ver navios...
Dois destaques: Gelson e Mathieu. Gelson notável a decidir o jogo. Uma obra-prima o segundo golo. Uma pena as energias perdidas nas tarefas defensivas. Imagino um Gelson mais resguardado muito mais capaz de decidir melhor e de ser mais desiquilobrador
ResponderEliminarMathieu é um implacável aristocrata sempre a dizer aos adversários que por aí não pode ser.Um jogador que fez.mais de setenta jogos pelo Barcelona tem que ser muito bom.Haja saúde. Coentrao fez o melhor jogo pelo Sporting. Está a melhorar. Um reforço e pêras. Importante no segundo golo.
Acuna e Bruno Fernandes os mais fracos. Parte das dificuldades do.meio-campo explicam-se por aí. Bruno Fernandes está cansado. Há que gerir. Acuna está de regresso depois de lesão. William e Battaglia não chegam para tudo. Há mais soluções para utilizar
Gostei do regresso de Alan Ruiz. Não gostei da não utilização do Podence na segunda parte, quando o Paços nos pressionou.
Vitória muito importante. Sábado podemos ascender ao primeiro lugar.
Bryan...
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