Tio Patinhas de Alvalade analisa o relatório da Soccerex Football Finance
Depois de mais um derby (com um resultado bem melhor que a exibição), a Soccerex lançou a edição 2018 do seu Relatório Football Finance, onde elenca, de acordo com um indicador criado por si, os 100 maiores clubes, em termos de poderio financeiro.
Este relatório refere-se à análise das contas dos Clubes referentes à época 2015-2016. O Manchester City aparece em primeiro lugar, estando algo surpreendentemente, o Arsenal em segundo. Apesar de futebolisticamente andar longe de um novo título de campeão inglês, a sobriedade da sua gestão origina a que não tenha praticamente dívida nenhuma e apresente resultados financeiros interessantes. No entanto, é de referir que um dos 5 sub-indicadores que constitui o FFI (Football Finance Index) é o do potencial de investimento pelos “donos” do Clube, o que favorece aqueles que têm accionistas fortes por trás em detrimento do modelo de sócios.
Analisando o FFI, verificamos que ele é constituído pelas seguintes variáveis:
• Activos (jogadores)
• Activos Fixos (estádios, academias, etc)
• Liquidez no Banco • Potencial de Investimento dos Donos
• Dívida Líquida
O nosso Clube aparece como tendo Ativos em jogadores de 196M€, Activos Fixos de 165 Euros, 3 Milhões de Liquidez, 0 em Potencial de Investimento e uma Dívida Líquida de 222 Milhões de Euros, dando um FFI de 0,469 atribuído pela Soccerex.
O Porto aparece como tendo o plantel mais valioso dos 3 Clubes nacionais – 206M€, mas tem menores ativos fixos (140M€), maior liquidez (13M€) e uma dívida maior (234M€).
Por seu lado, o Benfica aparece como o plantel menos valioso (175M€), ativos fixos de 169M€, com maior liquidez no banco de entre os 3 (30M€), mas uma dívida líquida de 339M€, superior em mais de 100M€ de Sporting e Porto.
Agora sabemos que indicadores como a valorização do plantel valem o que valem, porque realmente um jogador só vale aquilo que se especula, quando alguém se chega à frente em termos de compra de jogadores. E vemos que apesar de o Porto ter o plantel mais valorizado que, durante o período de 1 de julho de 2016 a 31 de agosto de 2017, teve muita dificuldade em realizar dinheiro com os seus ativos, enquanto que Sporting e Benfica encaixaram mais de 100M€ com ativos que estavam na valorização mencionada pela Soccerex.
De referir que este estudo apresentado pela Soccerex é apenas um exercício baseado nas variáveis e indicadores escolhidos pela mesma. Outros estudos que considerem variáveis diferentes (e pesos também) originarão resultados diferentes. Por exemplo, se ao FFI expurgássemos a capacidade de investimento dos donos / accionistas e considerássemos também a capacidade de geração de receitas, os resultados operacionais e o EBITDA gerado pelos diferentes clubes, muitas alterações ocorreriam.
E que juntemos o tão almejado título de campeão 2017/18 à liderança neste campo. Agora, encher Alvalade dia 7 de janeiro e empurrar a equipa para um bom final de primeira volta, com o Marítimo.
Não daria grande importância a esta lista, mas percebe-se a excitação porque sempre que o Sporting se encontra à frente do Benfica por qualquer coisa - hossana!- só falta irem para Marquês.
ResponderEliminarFicar num 50º lugar não é razão para lançar foguetes. Pelo contrário. É deprimente!
Mas percebe-se que a alegria maior é o facto de ficarem à frente do Benfica. Atenção, à frente do Benfica!!!!
Tanto o Porto como o Sporting estão intervencionados por instituições externas, UEFA e bancos, porque estão falidos. E isto é tão verdade como factual! Só isso desclassificava-os de qualquer lista com entoações financeiras.
Embora em 2015/16 ainda não estivessem intervencionados. Mas já se encontravam falidos!
O valor do ativos tangíveis é algo muito subjectivo. Há mercado para esses activos? Ok, vão buscar os valores ao R&C.
Depois temos o facto do valor do plantel de ser uma coisa ainda mais subjectiva. A melhor prova é que o Benfica no últimos 2 anos 2015-17 vendeu activos por mais de 300M o que só si o colocaria muito acima dos outros. E só isso chegava para desclassificar os critérios de escolha para a formação de uma tal lista.
E ainda temos o valor dos jogadores das formações que, em especial no caso do Benfica, estão fortemente subavaliados já que têm no activo o valor zero!!
Como leitor de há muito e assíduo deste blogue dou os meus parabéns por esta nova aquisição, que traz know-how e uma análise equilibrada, muito na linha do que aprecio por aqui.
ResponderEliminarQuanto ao tema e como o próprio autor reconhece a importância deste tipo de juizos são muito mais importantes para outros campeonatos e clubes do que para o nosso. Não estou tão seguro de que a nossa posição seja a mais confortável de todas no quadro dos 3 grandes, bastaria mudar algumas premissas para mudar o sentido do estudo. Ainda assim um bom artigo.
Bastava, por exemplo, mudar no R&C as VMOCs de capital para o que realmente sao, dívida, e nao veriamos o trinca bolotas a puxar a Soccerex como justificativo da Champions da Gestao.
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