Sporting 2 - Moreirense 1: a metamorfose de Palhinha em eucalipto
Nota: todas as fotografias são da autoria da @Idzabela. É expressamente proibida a modificação e/ou reprodução destas fotografias sem autorização expressa da autora. (clique nas imagens para ampliar)
"Está tudo no início e em três jogos tudo muda completamente. A
distância é curta e a equipa também é inexperiente em certos aspectos.
Vamos ter calma, há que querer ganhar todos os jogos, mas não é preciso
mais do que isso. Há que ter calma…" Ruben Amorim
O Sporting vive neste momento numa bolha de felicidade que, além da satisfação inevitável que provoca nos adeptos vai criando também expectativas. Adeptos, analistas e até adversários (pelo menos a avaliar por algumas declarações recentes...) vão-se interrogando, tentando perceber que tempo de vida tirá, se cresce ou tende a diminuir ou até aumentar. O apelo do treinador à calma, no final do jogo com o Moreirense, é uma boa dose de realismo a ser colocada em cima da mesa, num momento muito oportuno, tendo como pano de fundo o jogo que acabava de se realizar.
Antes de mais há a considerar uma série de exibições individuais muito abaixo do que nos havíamos habituado. Feddal, Nuno Mendes e até João Mário estiveram longe do acerto e preponderância que vinham exercendo. Porro também esteve muito menos produtivo na exploração do seu corredor mas foi Sporar quem deixou as maiores preocupações. Muito porque acentuou a imagem entre o alheamento e falta de entendimento com a generalidade dos companheiros de equipa que já havia exibido no jogo anterior e porque, seja abaixamento de forma sejam limitações próprias, não se vislumbra quem possa fazer o papel que lhe é requerido à altura das necessidades da equipa.
Ora, com vários jogadores abaixo do seu rendimento individual dificilmente o jogo poderia resultar numa grande exibição. A isto acresceu um golo madrugador do adversário que poderia ter perturbado o estado anímico da equipa. Se perturbou a equipa não o deixou transparecer na forma como se entregou ao jogo mas o mesmo não se pode dizer relativamente à qualidade do desempenho. Obviamente que aqui há realçar com justiça a forma como o adversário se bateu, demonstrando nos argumentos exibidos que havia estudado bem a nossa equipa. Corredores laterais vedados à velocidade dos nossos laterais e meio campo preenchido de forma a partir a ligação defesa / ataque. Depois do encaixe das equipas foi visivel a nossa dificuldade em jogar no interior do bloco do Moreirense, obrigando o Sporting a reiniciar quase sempre as suas investidas. Nas vezes em que conseguiu chegar à frente com perigo a "ausência" de Sporar condenava ao fracasso as nossas investidas.
Do outro lado da moeda à que realçar a exibição portentosa de Palhinha. Como disse depois do jogo meio a brincar meio a sério, de um menino Palhinha nasceu um eucalipto que seca os adversários à sua volta. Imperial desde o seu posto a observar as investidas do adversário o
Não terá sido por acaso por isso que os nossos golos resultem de uma assistência de Nuno Santos e uma iniciativa individual do inevitável Pedro Pote Gonçalves. Aqui, além do destaque óbvio ao nono golo (!) de Pote há destacar mais uma assistência do Nuno Santos que deixa a pensar quantos golos seriam da sua responsabilidade por via das suas assistências se mais à frente contássemos com um ponta-de-lança com uma melhor relação com o golo do que Sporar tem revelado.
Para as ambições de qualquer equipa este é factor determinante e sem melhorar este factor, entre outras limitações do nosso plantel - o golo sofrido resulta de falhas consecutivas, em que o controlo da linha foi a últimas das falhas- as nossas perspectivas terão ser sempre o mais realistas possíveis, no sentido do comedimento. Até porque os adversários não só têm maior disponibilidade em favor das escolhas dos seus treinadores, como jogam com tudo fora das quatro linhas...
Talvez por isso este jogo com o Moreirense tenha servido para demonstrar que o momento feliz que a equipa vive e nos vai proporcionando alegria não anuncia nenhum passeio no parque. Jogos como este vão-se repetir vezes sem conta e aí tenho que concordar mais uma vez com o treinador: não podendo golear sempre, os adeptos não terão de reclamar com a postura da equipa. E este jogo foi disso exemplo: sem ser muito feliz na procura dos golos, houve sempre grande empenho e inconformismo. É esta disposição que se pede para noites de menor inspiração como a de este jogo com o Moreirense.
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