Maré Negra
Não há adjectivos suficientemente fortes no léxico à minha disposição para qualificar a decepção causada pela eliminação da Taça de Portugal logo na sua primeira jornada. Perder é sempre um dos resultados possíveis quando se trata de um jogo, que o futebol ainda é. Mas ontem não foi um dia de azar, tão pródigos na nossa história. Ontem o Sporting perde praticamente sem criar verdadeiros lances de perigo ou oportunidades reais. Tudo isto perante um adversário dois escalões abaixo do nosso, com meios reduzidos e atravessar uma das maiores crises da sua instituição. Ao Varzim endereço os meus parabéns, pois souberam merecer o prémio alcançado.
Mais uma vez ficamos a dever a nós mesmos mais este resultado aziago, na linha de outros obtidos este ano. Como é habitual nestas circunstâncias elaboram-se as mais diversas teorias para justificar o sucedido, que vão desde análises à forma como época foi preparada, especulam-se sobre desavenças internas, do balneário à relação treinador / direcção, até explicações cabalísticas e suspeitas conspirativas. Porém, tudo se resume à expressão mais simples: o Sporting não jogou um caracol!
E quem melhor que o treinador adversário para explicar o sucedido:
Detetámos na nossa análise que o Sporting era fortíssimo a encontrar o jogo interior. E a partir desse momento, quando o jogador consegue rodar e se vira para a frente, geralmente as linhas defensivas eram fixadas. O nosso foco para este jogo era nunca desmontar a linha defensiva e os médios tinham por missão tapar sempre que a bola entrasse por dentro», começou por explicar Tiago Margarido, detalhando em seguida outro aspeto relevante: «Os médios estavam compactos e a linha defensiva estava mais preocupada com a profundidade e não tanto com o espaço entrelinhas. A bola entrou mais vezes por fora e estávamos confortáveis com isso porque tínhamos três centrais fortes no jogo aéreo. Apesar de o Paulinho ser forte no jogo aéreo, trabalhámos cruzamentos esta semana e felizmente conseguimos anulá-los dessa forma.
O que fez o Sporting para contrariar isto. Cruzar, cruzar, cruzar. Ricardo, o veterano guarda-redes varzinista acabou por ter uma noite à controlador aéreo: era ver a bola passar, para esquerda e para a direita e vice-versa. Sem ver as estatísticas fiquei com ideia que remates enquadrados só aconteceram no período complementar e sempre sem grande perigo. A presença na área era custeada por Paulinho, que tem carregar às costas o odioso do resultado "porque não marcou" mas ninguém quer responder a "quantas vezes foi servido?" para o poder fazer. Fica a pergunta: se é para usar o cruzamento como arma preferencial ou alternativa à porta fechada ao jogo anterior, não faltará presença fisica, em número e altura, para dar sequência a esse recurso constante?
Rúben Amorim já se apressou a dizer na conferência de imprensa que não haverá idas ao mercado. A mensagem foi percebida: não haverá um outro ponta-de-lança para se juntar a Paulinho. Na linha da conferência prévia ao jogo, em que Amorim confessou a sua teimosia. Com pena minha, que o quero por muitos e bons anos no sitio onde está, e que tanto já nos deu. Preferia que continuasse apenas convicto, a teimosia está a desviá-lo do sucesso. A ele e a nós.
Já é bastante evidente por toda a imprensa, sobretudo no grupo Cofina, o spin dos cartilheiros do Benfica tentando envenenar o ambiente em Alvalade. Querem criar uma cisão entre o Amorim e a SAD, que apresse a sua saída.
ResponderEliminarProvávelmente vão ter sucesso, os sócios do Sporting são suficientemente desmiolados e primários para perceber o jogo de sombras.