Sporting 4 - Rio Ave 0: ao ritmo da cúmbia* colombiana
O Sporting encerrou o ano com uma vitória expressiva frente ao Rio Ave, num jogo que confirmou a superioridade estrutural e coletiva da equipa leonina, apesar das dificuldades iniciais colocadas pelo modelo defensivo adversário. O resultado final (4-0) traduz aquilo que o encontro foi revelando ao longo dos 90 minutos: domínio territorial, controlo emocional e eficácia crescente à medida que os espaços começaram a surgir.
Desde o primeiro minuto, a equipa de Alvalade assumiu a iniciativa, instalando-se em posse prolongada no meio-campo ofensivo. O Rio Ave apresentou-se num 5-4-1 muito baixo, com linhas curtas e pouca profundidade entre setores, retirando espaço entre linhas a jogadores como Trincão e Fotis, normalmente determinantes nos desequilíbrios interiores. A ausência de extremos com forte capacidade no um-para-um acabou por tornar previsível a circulação exterior do Sporting, que sentiu dificuldades em entrar no bloco adversário com consistência durante a primeira parte.
Ainda assim, o controlo do jogo nunca esteve em causa. A circulação paciente e a ocupação racional dos corredores permitiram ao Sporting manter o adversário encostado à sua área, limitando as saídas em transição. Com o passar do tempo, começaram a surgir sinais de fragilidade nas costas da última linha do Rio Ave, sobretudo quando o bloco subia alguns metros. Foi precisamente aí que o Sporting encontrou uma das chaves do jogo, recorrendo a passes longos e variações rápidas, com destaque para a capacidade de Gonçalo Inácio em ligar o primeiro momento de construção ao ataque.
O golo antes do intervalo acabou por desbloquear o encontro e expor a necessidade do Rio Ave sair da sua zona de conforto. Na segunda parte, com mais espaço e um adversário menos compacto, o Sporting foi claramente superior. A intensidade ofensiva aumentou, a circulação tornou-se mais vertical e as chegadas à área passaram a ser mais frequentes e perigosas.
Nesse contexto, Luís Suárez assumiu-se como a figura central do encontro. Para além da eficácia na finalização, mostrou presença constante na área, leitura dos tempos de ataque e capacidade para atacar o espaço livre, confirmando, uma vez mais, o impacto que tem tido desde a sua chegada. O hat-trick do avançado colombiano acabou por materializar a superioridade leonina e a quebra física e emocional do adversário.
Com o jogo resolvido, o Sporting geriu o ritmo sem abdicar do controlo, fechando o encontro sem conceder oportunidades relevantes. Para lá do resultado, esta jornada revelou-se crucial no contexto da luta pelo título, permitindo aos leões reforçar a vantagem sobre um rival direto e terminar o ano com um sinal claro de solidez competitiva e maturidade coletiva.
*A Cumbia é um estilo musical e dança tradicional da Colômbia

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