Fernando Santos foi-se, quem se seguirá?
Sem grande surpresa chegou ao fim o tempo de Fernando Santos na Selecção Nacional.
O que há a dizer em primeiro lugar é que o agora ex-seleccionador nacional deixou uma marca indelével na sua passagem pela FPF. A conquista do Campeonato Europeu na final de Paris em 2016 da Taça das Nações no Porto em 2019 são os maiores feitos de sempre do futebol de selecções de Portugal. Feitos inéditos e não se estranharia de todo que se tornassem únicos e irrepetíveis. Era pelo menos assim até Fernando Santos conquistar o seu lugar na história do futebol nacional.
Parece-me também claro que o futebol jogado pelas suas equipas alternou boas mas raras exibições com um futebol tão enfadonho como aquele ar de urso obrigado a sair de um longo período de hibernação para cumprir a obrigação de estar presente nas conferências imprensa. A ideia de que o talento disponível raras vezes foi aproveitado na sua plenitude foi a imagem que registei.
Ainda assim o que conseguiu, há que voltar a referir, foi um feito enorme! Há que o dizer com toda a clareza: não foi por falta de talento que os seus antecessores falharam na obtenção de títulos. A sorte que sorriu ao improvável Éder não esteve com Chalana, Jordão, Néné ou Gomes também em França. Ou com Paulo Sousa, João Pinto ou Pauleta na Bélgica em 2000. Já em 2004 não foi apenas sorte a falhar, a recente eliminação com Marrocos fez lembrar o bloqueio táctico em que Scolari encurralou os artistas Deco, Figo, Ronaldo e Pauleta.
É por lembrar o falhanço de Portugal com o campeão do Mundo que a substituição de Fernando Santos é importante. O curriculo dos treinadores é sobretudo um registo histórico e não o resultado de uma avaliação exaustiva sobre o que uma selecção de Portugal precisa. É assim que vejo a solução José Mourinho.
Pelo curriculum a contratação não oferece qualquer dúvida. Mas, analisado o que têm sido as prestações recentes das equipas sob seu comando, as suas propostas de jogo e até a sua liderança a existir, a oferta, a existir, parece mais um proposta de tratamento de reabilitação do treinador do que uma promessa de sucesso para a selecção. Na despedida Fernando Santos não o disse, mas certamente que se permitiu pensar: atrás de mim virá quem de mim virá quem de mim bom fará.
No que ao Sporting diz respeito, dificilmente o substituto de Fernando Santos poderá ser mais adversativo. Mas os recordes foram feitos para ser batidos... Se Mourinho vier a ser confirmado como seleccionador tem uma vantagem: sempre que lhe apetecer rasgar a camisola do Rui Jorge é só telefonar ao contínuo da FPF.
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