A pressão sobre o final de carreira está a condicionar Ronaldo muito mais do que as falhas de ketchup ocasionais que a sua carreira registou. E compreende-se. Para as primeiras havia sempre remédio ou pelo menos esperança, para a primeira não, tudo passará a definitivo, para os compêndios de história e onde não haverá novos golos ou records.
A sua actuação em Manchester esta época, a juntar à infeliz entrevista e a culminar na saída nada airosa de campo - para quem ainda por cima tem o peso da braçadeira e por isso tem de liderar pelo exemplo - é uma sequência lastimável numa carreira de um jogador ímpar e dado muitas vezes como exemplo de superação e profissionalismo inigualáveis.
É claro que Ronaldo está longe da boa forma que o notabilizou e que foi praticamente constante ao longo da sua carreira. A isso não deve ser alheio o facto de ter pouco ritmo de jogo, fruto das utilizações pouco regulares ao longo da época, a que acresce a pressão de querer demonstrar que as qualidades que o notabilizaram permanecem intactas. Ninguém duvidará que Ronaldo preferiria atrair as atenções de um Liverpool, Chelsea, Barcelona, Real Madrid ou Manchester City do que uns longínquos e endinheirados árabes, porém insignificantes no que ao futebol diz respeito.
Paradoxalmente serão certamente os comportamentos mais recentes de Ronaldo que pesarão mais nas decisões dos treinadores do que propriamente as suas actuais capacidades. Mesmo que estas sugiram dúvidas, julgo que é claro para todos que Ronaldo não desaprendeu de um dia para outro. Mas as suas atitudes recentes de "one & only" esbarram num conceito de equipa, de grupo, que é fundamental para chegar ao sucesso. O número de golos que pode oferecer talvez venha acompanhado de um preço unitário incomportável. Esse é um problema que só Ronaldo poderá resolver ou tornar-se parte da solução, quando agora ele mesmo parece ser um problema.
Mas será Ronaldo um problema para a selecção, actualmente e mais concretamente na selecção de Fernando Santos? Depende. Do ponto de vista disciplinar foi-o no último jogo e qualquer grupo de trabalho, especialmente num momento de decisão, dispensa bem o ruído e atenções negativas. Esperando que a selecção continue no Catar depois do dia de hoje, provavelmente será um momento irrepetível. Do ponto de vista técnico é claro que Portugal não tem ninguém melhor que Ronaldo para jogar naquela posição, por muita qualidade que reconheça em Leão, Silva e Ramos.
Para Fernando Santos Ronaldo é um problema maior do que já era antes de o jogo de hoje por razões óbvias. E isso será provavelmente a principal matéria de debate após o jogo, que só será mitigado caso o resultado seja positivo e as perspectivas que se abrirão sobre os quartos-de-final remeterem para o esquecimento a polémica do momento. Só os totalistas do euromilhões à segunda-feira é que têm mais uma vitória garantida. Há que salientar contudo que o seleccionador esteve bem ao assumir o problema na última conferência de imprensa.
Já para Ronaldo, como para os demais companheiros, Fernando Santos continua a ser um problema. A vitória europeia de 2016, seguida da Taça das Nações deu-lhe um lugar confortável, tão confortável como as pálidas exibições e qualificações tremidas. Aquela que é uma das melhores e mais bem preparadas gerações de sempre, recheada de representantes nas melhores ligas do mundo exibe-se no relvado como um grupo excursionista que se juntou à pressa para fazer uma perninha.
Uma equipa de um seleccionador que está em funções desde 2014 deveria ser capaz de mostrar em campo uma identidade, algumas ideias e rotinas básicas. Infelizmente vai fazendo o seu percurso à custa de rasgos individuais e uns fogachos aqui e ali que parecem resultar mais do conhecimento adquirido pelos anos que jogam juntos do que aquilo que é sistematizado via treino. Como alguém já terá dito a selecção vai ganhando aqui e ali não por causa do treinador mas apesar dele. E quem perde mais são os melhores como Ronaldo.
Ronaldo, ao longo da sua extensa carreira, foi sempre igual no seu profissionalismo e entrega. Tudo o que por aí vai, nesta enxurrada de notícias negativas, que visam destruir a sua imagem, vem de um lobby que é maioritário na imprensa desportiva. O mesmo Lobby que se serviu de Fernando Santos para fazer da selecção, uma montra para jogadores do Benfica.
ResponderEliminarHá anos que vão fazendo sair, diariamente, pequenas chamadas de primeira página, sempre com factóides que beliscam a reputação do jogador. Muitos deles, falsidade depois desmentidas.
Para eles, bom era o tal que batia na mulher e na amante, já alcoolizado às 10H da manhã. É esse deus que empurram goela abaixo dos jovens para fazer proselitismo lampiónico.
Os ataques a Ronaldo, recrudesceram logo que a armada vermelha na CS percebeu que podia estar na agenda o seu regresso ao Sporting e assim, roubar o protagonismo ao marketing do seu clube.
De imediato, o gordo da CM TV, e todos os cartilheiros foram ativados e a campanha ganhou gás. Infelizmente, os comentadores do Sporting na tv são absolutamente ineptos.
À matilha nacional, juntou-se a dos decepcionados do MU e dos haters habituais entre adeptos fanatizados, consumidores de lixo jornalístico.
Espero que Ronaldo não regresse ao Sporting e consiga terminar a carreira num clube grande que lhe dê a dignidade que merece como atleta extraordinário e ímpar. Se vier para Alvalade, será achincalhado diariamente pela imprensa e por parte dos próprios adeptos do Sporting, intoxicados pelo spin inteligente do rival.
Quanto a Fernando Santos, não há muito a dizer. Fez um corte com a política de Scolari e a selecção voltou a ser entreposto para promover jogadores do Benfica. Jovens talentosos como Gonçalo Ramos e António Silva, como já havia sucedido com renato Sanches e Nelson Oliveira, entre outros, eram colocados no relvado nas competições mais importantes, para promover as vendas. Dão meia dúzia de pontapés na bola e ei-los titulares na selecção. Nada de novo. Estava no célebre Plano de Negócios que o Carlos Janela criou para o Benfica, infiltrar as selecções para controlar as convocatórias.