Anda comigo ver os animais
Artur Soares Dias apressou-se a reagir às ondas de choque provocadas por uma indiscreta revelação de uma fotografia num convívio onde estava presente Pinto da Costa, tendo inundado os média ontem com uma entrevista de contenção de danos. Percebemos pouco tempo depois a aflição: o senhor tem a ambição de ser presidente da Liga e a fotografia mancha-lhe a reputação que o lugar obriga: isenção, equilíbrio e equidistância.
Ora a foto mais não faz do que confirmar aquilo que o senhor agora quer limpar: a imagem de alguém comprometido com o status quo. É por esse comprometimento que, para confirmar as credencias de "melhor árbitro português", é preciso recorrer à observação das suas actuações no estrangeiro, porque aqui pelo burgo as elas estão longe de confirmar tal classificação.
A entrevista finalizava com um sonso "é verdade, não vou esconder" quando era impossível negar o que estava à vista de todos. Mais, ao contrário do que Soares Dias quis fazer crer, aquilo que a fotografia revela é que o se imagina ser prática mais ou menos corrente e não um mero acaso, provocado por um amistoso convite para "ir ver os animais".
Soares Dias é do Porto (quer dizer do Porto, cidade...) anda há muitos anos no futebol e sabe perfeitamente "quem é quem" e quem são as respectivas amizades, pelo que fica mal no papel de inocente incauto, surpreendido pela presença de Pinto da Costa. Ao invés de vir com desculpas esfarrapadas, que só o deixam ficar mal na fotografia, melhor seria que assumisse de forma transparente as suas amizades e convívios, ao jeito de quem não deve não teme. Renegá-las e tentando tomar as pessoas por parvas só dá mais tracção à imagem de comprometimento e de árbitro de um regime que tarda em regenerar-se.
Nem mais
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