Ganhar ao Nacional é bom (no adeus de Mateus Fernandes)
Quem não viu o jogo pode ser levado a pensar que se tratou de um passeio à Madeira. Mas não foi. Os primeiros minutos do encontro deixaram antever um jogo potencialmente dificil. Ainda por cima com o histórico dos confrontos com o técnico do Nacional, que nos havia imposto uma eliminação traumática na Taça de Portugal, era então treinador do Varzim. A postura era semelhante na hora de defender, com praticamente duas muralhas de jogadores à frente da linha delimitadora da sua grande-área e, após a conquista da bola a procura do seu distribuidor de jogo, Luís Esteves, por sinal um produto da nossa formação.
O Sporting demorou um pouco a ajustar a pressão e, enquanto não o fez, teve que sofrer.. Mas rapidamente encontrou o tom. É certo que beneficiamos da sorte de marcar nos momentos certos, demolindo peça por peça a convicção e força dos madeirenses. E, tal como Amorim vincou, foi a fome insaciável de continuar a procurar o fundo das redes do adversário que tornou possível um resultado gordo e histórico.
Setecentos metros de altura parece ser pouco para a intensidade do brilho da estrela que tem sido Pedro Gonçalves neste inicio de época, ele que o faz com elevado fulgor há quatro anos de leão ao peito. Pena que ainda mantenha o seu estatuto de futebolista apátrida pelo segundo seleccionador consecutivo. Isto embora me pareça que nenhum deles o convoque porque não sabe o que fazer com ele. Veremos na próxima convocatória...
Nos destaques individuais fica a nota para o excelente momento de Quaresma, o percurso em crescendo de Quenda, a titularidade com golo artistico de Bragança e o retorno de Gyokeres ao fulgor do ano passado, que o deixou a um estrondo na esquina da baliza de um hat trick.
Seguimos para o Algarve no topo da classificação e o número absurdo de golos marcados até agora: 9!
Uma nota final para a saída surpreendente de Mateus Fernandes:
Há um risco associado ao alienar um jovem com potencial, mas no caso do Mateus estamos a falar de um miúdo que tem pouco mais de 200 minutos de jogo no Sporting, que vendemos por uma soma considerável, sendo ele a nossa quarta opção ou até a quinta, se contarmos que Pote é muitas vezes chamado à função em caso de necessidade.
Tenho do Mateus a melhor ideia como profissional e até como pessoa, mas quando se diz que poderia valer duas ou três vezes mais não se está a ter em conta que isso nada tem de certo, muito menos não jogando com regularidade. Assim o Sporting não lhe tolhe a carreira, oferece-lhe uma saída para o melhor campeonato do mundo, a que acresce essa insignificância de ir ganhar cinco vezes mais. Dessa forma enviamos uma forte mensagem para a formação e vamos mantendo uma estrutura que nos tem trazido sucesso.
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