O jogo de hoje, ante o Videoton, encerra a participação do Sporting nas competições europeias e equipa, além de ter que salvaguardar o prestigio do clube que representam, pouco mais poderá fazer. Eventualmente o resultado, se positivo, pode ser importante para o reforço da confiança da equipa, que tão precisada está. Mas serão jogos tão diferentes, que colocarão desafios de ordem táctica tão diferente que, ao invés de um treino, quase poderia ser considerado uma perda de tempo na preparação do derby de segunda-feira.
Este foi precisamente o último adversário antes do abandono de Sá Pinto. Sem dúvida que esse foi o jogo que deixou provado sem qualquer remissão o desastre táctico em que a equipa se afundou, arrastando nesse naufrágio praticamente toda a esperança de uma época normal. As consequências desse momento acabaram por ditar também a decapitação do departamento de futebol, com as saídas de Carlos Freitas e Luís Duque.
Ora a saída de Sá Pinto ocorreu há 2 meses e talvez esteja na altura de aferir a evolução da equipa, tendo sob mira o objectivo primordial de uma chicotada psicológica: melhorar a produção da equipa de forma a obter melhores resultados.
Olhando para o que foram estes 2 meses e o estado em que a equipa se encontra parece que o tal jogo com o Videoton foi ontem, parecendo que Vercauteren ainda não conseguiu fazer o diagnóstico necessário para mudar alguma coisa de estrutural. Os males do tempo de Sá Pinto continuam bem evidentes: sofrem-se golos de toda maneira e feitio e continuamos com imensas dificuldades em criar jogo ofensivo e por isso os golos também aparecem pouco. A preocupação é muita e ainda se justifica mais se atendermos à qualidade dos adversários, excepção feita ao SCBraga e FCPorto.
Não deixa de ser sintomático que Vercauteren continue a insistir
na questão física quando do ponto de vista táctico tudo parece na mesma. No domingo um diário desportivo dava conta de um surpreendente regresso ao passado, com Vercauteren a levar os jogadores à praia. Não consegui aceder à noticia não conseguindo por isso perceber o que lá foram fazer os jogadores. É que esta é uma prática abandonada desde os finais dos anos 70 no que à preparação física diz respeito e, com tanto por fazer do ponto de vista táctico (veja-se o golo com a selecção do Algarve...) é pelo menos outra perda de tempo.
Esta continua para mim a ser a questão central - o que se treina e as opções tácticas - e a que leva a que continuemos a sentir enormes dificuldades para vencer adversários consideravelmente mais fracos do ponto de vista individual. Sem a resolver continuaremos a alimentar a profunda crise em que nos encontramos. A menos que se entenda que o Rio Ave, o Estoril, o Moreirense, o Videoton e outros tenham melhor plantel que o Sporting...
Como é evidente, com as soluções adoptadas e as escolhas já feitas os dados foram já lançados e quem as tomou vai ter que jogar com o que eles ditarem. Mas é importante reflectirmos todos, dirigentes (sobretudo) e até nós adeptos, sobre o suporte há para a tomada de decisões, e o que procurava o Sporting em Carvalhal, Paulo Sérgio, Domingos, Sá Pinto e Vercauteren. É que às tantas o que eles tinham para nos dar era bom para outras equipas onde tiveram sucesso, mas é insuficiente para nós...
Tens algum link para ver os golos desse jogo contra a selecção do Algarve?
ResponderEliminarEste é um jogo onde o Sporting tem mais a perder que a ganhar. Ganhar não será extraordinário e o dinheiro arrecadado será sempre pouco.
ResponderEliminarSe perder só virá agravar ainda mais o estado anímico dos jogadores e enfurecer ainda mais os adeptos. Criando uma desmobilização ainda maior.
Quanto ao Vercauteren, já percebemos que não foi a 1ª escolha e que dificilmente será o treinador para a próxima época.
Veremos se tem tempo para colocar a equipa a jogar á bola ou se o tempo só lhe chegará para os colocar a correr.
Não me parece que vá fazer grandes floreados, pois o que se lhe pede é a qualificação para a Chanpions, contudo e para sermos realista se conseguir um 4º lugar não fará pior que os antecessores.
A questão deveria ser antes,o que melhorarmos depois de Domingos?
ResponderEliminarSe calhar estaríamos um pouco melhor...ou não...
De qualquer forma o problema claramente é estrutural e não de os treinadores que passaram neste mandato do Eng Godinho Lopes.
Neste momento fica a ideia que já não existe projecto(isso é uma certeza claro)e que se dirige o clube á base da sorte e aleatoriedade.
Hoje tenta se uma medida nova para ver se pega e amanhã outra novamente(depois da outra ter falhado...).
Assim vai ser complicado o Sporting reverter esta situação que se encontra.
Mike:
ResponderEliminarhttp://www.rtp.pt/noticias/index.php?article=608201&tm=3&layout=122&visual=61
Jalex:
Hoje admito perfeitamente essa discussão porque é difícil de imaginar que com Domingos jogássemos tão mal. Mas é preciso lembrar que, quando ele saiu estávamos em 5º lugar, campeonato já perdido e nem às reservas do Moreirense ganhávamos.
Nunca saberemos se teríamos ido tão longe como fomos na UEFA ou se teríamos ganho ou não a Taça de Portugal.
Confesso que eu não sou a pessoa certa para falar do Domingos,pois tal como muitos outros também exigi a sua saída.
ResponderEliminarE nunca escondi que não gostava de Domingos como pessoa(não tenho a memória curta e nunca me esquecerei de algumas atitudes que teve como jogador e inclusive treinador em outros clubes).
Mas fazendo uma analise honesta aos treinadores que passaram neste mandato parece me que Domingos foi o melhor de todos.Alias algumas das ideias que tinha para o melhor funcionamento do clube hoje não tenho problemas em admitir que eram as decisões correctas.
Mais que os resultados parece me hoje que Domingos foi sobretudo vitima das mudanças que queria implementar e foram mal vistas em alguns sectores do clube.
Não digo que seriamos campeões com ele!Também ele esteve mal em algumas situações que não vale a pena perder tempo a enumerar.
Mas como digo para ser justo a questão que coloco a mim mesmo seria onde estaríamos agora com Domingos.
A probabilidade(enorme) contudo seria de estarmos exactamente igual.Pois como disse anteriormente acho que não há dúvidas que o problema é estrutural e não dos técnicos que por cá tem passado.
Com este nível de dirigismo caótico é complicado um treinador ter sucesso no clube.
Esperemos pelas soluções financeiras(hipotéticas...ver para crer!) que vão nos ser apresentadas(e obviamente os gestores que serão consequentemente inseridos no clube).
Parece me claro que não há muito a fazer por parte dos treinadores, e que eles vão ser sempre (e com razão) desculpabilizados enquanto os verdadeiros problemas se mantiverem. Nem o Mourinho conseguia pôr este Sporting a ganhar. Basta! Devolvam nos a esperança! Estão a minar as bases do nosso futuro, quem são as crianças que se vão assumir Sportinguistas neste contexto?
ResponderEliminarVenha lá esse clássico
ResponderEliminarhttp://sphotos-f.ak.fbcdn.net/hphotos-ak-ash4/480389_451375301577497_1660594563_n.jpg
Levar os jogadores à praia é uma prática abandonada nos finais dos anos 70?? Quando uma pessoa não sabe não inventa.
ResponderEliminarEste é um problema crónico dos adeptos.
Não percebem nada de futebol, nem de desporto.
À conta disso grandes craques foram assobiados em Alvalade. Querem nomes? Tragam-me uma folha A4 como dizia o outro.
Começa-se a pôr em causa a competência técnica do mister com atoardas que não lembram nem ao menino Jesus.
B, Jalex
ResponderEliminarAjudava a perceber melhor os vossos argumentos se fossem mais concretos, especificando o que consideram mal feito, relativamente a:
"Pois como disse anteriormente acho que não há dúvidas que o problema é estrutural e não dos técnicos que por cá tem passado.
Com este nível de dirigismo caótico é complicado um treinador ter sucesso no clube."
"... enquanto os verdadeiros problemas se mantiverem. Nem o Mourinho conseguia pôr este Sporting a ganhar."
Isto porque quer Domingos quer Sá Pinto tiveram muito do que os seus antecessores não tiveram, sobretudo ao nível da formação do plantel.
Ou será que a crise não começa exactamente na falta de "unhas" dos treinadores e propagando-se depois à direcção?
Alguma vez estaríamos nesta situação se não fossem os resultados?
Anónimo 13:52
ResponderEliminarEntão diga-me lá quantos teinadores de topo que, com a época a decorrer levam os plantéis para a praia, ainda que duvide que ainda haja quem os leve nos trabalhos de inicio de época.
Enquanto procura talvez queira ler isto:
http://anortedealvalade.blogspot.pt/2012/11/4-diagnosticos-sobre-o-sporting.html
Também concordo que são precipitadas, para além de completamente extemporâneas, análises ao treinador. A questão da praia é sintomática quando se continua: - "... Não consegui aceder à noticia não conseguindo por isso perceber o que lá foram fazer os jogadores..." Não haverá mesmo ninguém em Alvalade que já tivesse passado dos anos setenta? Até campeões mais recentemente.
ResponderEliminarLevar jogares à praia é simplesmente ridiculo...qdunado se tem tanto trabalho táctico para fazer então é completamente estupido.
ResponderEliminarMas de um treinador que deixa André Martins e Adrien fora das escolhas iniciais (as informações passadas pelo Oceano devem ser assustadoramente mediocres) eu sinceramente não espero muito.
Elias, Schaars, Gelson, Xandão e Jeffren obrigadinho mas podem saltar em Janeiro!
João Couto
Também li a noticia da praia, mas não associei a trabalho fisico mas sim a mental, retirar os jogadores do seu habitat rotineiro e ir para um ambiente diferente.
ResponderEliminarVercautreen em recente conferência de imprensa falou de diversos trabalhos que tinha de fazer com a equipa, resumidamente, tinha trabalho em todas as áreas fisica, mental, técnica e táctica.
Já se vai notar diferenças hoje? Espero que sim e isso será de imediato visivel no onze inicial.
Contudo tenho uma opinião pessoal vincada, esta equipa funciona melhor em 442 do que em 433, ou ainda mais concretamente com dois apoios no centro do ataque do que com apenas um.
Invariavelmente tenho gostado de Viola sempre que tem jogado (ao contrário de Labyad p.ex.) e mantendo-se erros tácticos relevantes eles são minorados pela melhoria generalizada da equipa num sistema com mais opções de apoios avançados.
Caro Leão de Alvalade,
ResponderEliminarObviamente não vou procurar que treinadores é levaram os jogadores para a praia, para o campo, para o sintético, para o pavilhão, para o ginásio, etc.
Tenho coisas mais importantes para fazer.
Porém, posso-lhe dizer que conheci um treinador de atletismo chamado Robert Zotko, da selecção ex-união soviética que depois do desmembramento da URSS trabalhou em vários países tais como Cuba, Itália e por último Portugal (onde veio a falecer). O Robert Zotko era um treinador de vanguarda em termos treino e era um adepto de determinados tipos de treino na praia. O Zotko foi treinador de Javier Sotomayor, campeão olímpico e recordista mundial.
Sobre o tema principal penso que todos já chegámos à conclusão que SP perdeu o pé.
ResponderEliminarIniciou com um sistema táctico que preparou na pré-época(4x2x3x1),foram feitas contratações para esse sistema(e um modelo de jogo) e quando verificou que as coisas não funcionavam, quis mudar.
Com a época em andamento foi o desastre.
Curiosamente acho que o nosso maior erro não foi não termos um 2º avançado mas,1)não conseguirmos colmatar a saída de Matias(A.Martins e Adrien,os escolhidos de SP, não convenceram)e 2)a revolução efectuada no centro da defesa.Se adicionarmos Cedric,a defesa era praticamente nova.
A forma incompetente como A SAD geriu toda a situação completou o desastre.
O que mudou?Nada.
Esperava que Vercauteren já tivesse obtido outros resultados.Mas espero que os resultados apareçam.
A questão da praia:
Se Verc. levou os jogadores à praia,deve ter sido para ver o mar.Literalmente.
Os profissionais falam na fadiga central(psicológica)como algo que pode ser tão ou mais prejudicial que a fadiga física.
Os jogadores do Sporting devem ter muito mais esta fadiga do que a física.
Usar as folgas como estratégia para a combater(Paulo Bento e Carvalhal usam-na e Verc.,aparentemente também) é um dos métodos .
Portanto acho que os jogadores foram à praia passear.
Não posso acreditar que tivessem ido trabalhar.
Ou então.com estes dias,Verc. esperava que a maré lhe levasse alguns jogadores.
Um bocado radical,talvez.
Continuo a pensar que deveriamos ter tido paciência (fora os trocadilhos) com Domingos.
ResponderEliminarMF, pode até ter feito um bocadito de ambas.
ResponderEliminarF., nós nem com o Bobby Robson tivemos paciência. O único que se pode gabar disso foi Paulo Bento e a esse retiraram a equipa...
Leão de Alvalade
ResponderEliminarNem me vou atrever a aprofundar esse assunto!Já reparei que é tema sensível pela a forma como reagiu.
É minha opinião e parece que é claramente a oposta a sua,fiquemos então por aqui.
SL
Anónimo,
ResponderEliminarAté um leigo sabe que o treino de um velocista ou saltador é completamente diferente de um jogador de futebol.
Jalex
Pedi-lhe apenas que aprofundasse o seu comentário e não ficasse por generalidades.
Isto para podermos perceber o que considera serem os "problemas estruturais".
Nem contestei a sua opinião.
Se alguém parece sofrer de hipersensibilidade não sou eu.
Assim de repente e que me lembre e já depois do adiar do jogo para amanhã, com implicações mais que evidentes para o derby, sobretudo os primeiros 45' contra o Braga.
ResponderEliminarAcho que Carvalhal só foi um erro pela forma em que foi escolhido, JEB não conseguiu assumir a sua escolha e não percebo porquê já que a seguir quanto a mim veio um pior. Gosto de Carvalhal e penso que se lhe tivessem dado tempo poderia ter feito alguma coisa na altura.
ResponderEliminarPara mim a desilusão foi Domingos, esperava mais e não percebo porque não conseguiu fazer melhor.
O Sá Pinto que substituiu Domingos não parecia o mesmo que pegou na equipa esta época e isso é algo que também não consigo entender.
Quanto ao actual treinador...ainda não consegui ter uma opinião e para já quanto a mim nada mudou desde que Sá Pinto saiu.