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Ficou já para trás o primeiro terço do campeonato e creio não ser puxar demasiado lustro às minhas cores dizer que as boas surpresas deste campeonato estão pintadas de verde e branco. O segundo lugar, a um ponto do líder, torna-nos na equipa sensação da prova, o que por inerência catapulta para a mesma posição o treinador. A equipa comanda também no número de golos marcados, só resvalando nos últimos jogos na defesa e também no número de espectadores no estádio.
Nos destaques individuais Montero lidera a lista dos melhores marcadores e o jogador revelação destes primeiros dez jogos tem sido William Carvalho. Tal feito projectou-o de forma meteórica do anonimato de um retiro belga para a primeira internacionalização A, num curto espaço de cinco meses.
Não menos importante que os dados contabilísticos é a onda de entusiasmo em torno do clube, que se nota em qualquer estádio onde o Sporting joga. Entusiasmo que não esmoreceu depois dos desaires com os rivais de sempre e que já ditaram a eliminação da Taça de Portugal, nas circunstâncias por demais conhecidas e tão debatidas.
Com muita insistência tenho visto comparações do que vem sucedendo este ano com a época transacta, precisamente a que registou a pior época de sempre nos campeonatos nacionais. Se feita por Sportinguistas só posso percebê-las como um exercício de masoquismo ou por outra qualquer razão cujo interesse me escapa. Se feita pelos rivais, que há poucos meses nos passavam atestados de óbito, vejo como surpresa e inveja mal disfarçada, entre outros. Para a comunicação social depende de quem a faz, porque infelizmente há muita marionete cujos cordelinhos se perdem pelos bastidores... Há que não esquecer o que sucedeu o ano passado, mas a bitola do Sporting não é essa.
A verdade é que o que o Sporting está a fazer este ano supera o que conseguiu em anos anteriores e aproximou-se muito do que os seus rivais fazem e fizeram no passado recente e que os levou a disputar os melhores lugares entre eles (ver imagem). Consegui-lo justamente quando se fez uma importante contracção do investimento é absolutamente notável. O que me tem levado à constante interrogação, mesmo que de nenhum valor: o que faria Jardim com os meios postos à disposição de Domingos? Bom isso daria um longo post, para o qual não é agora o momento certo.
É tal a surpresa que o Sporting tem estado a protagonizar que não falta quem se interrogue até onde podemos ir. Pergunta natural a que por certo nenhum Sportinguista se abstrai. Pondo de lado o voluntarismo que o coração impele e sendo o mais racional possível creio que a superior qualidade individual à disposição dos treinadores dos rivais acabará por marcar a diferença nos restantes dois terços do campeonato. É-o quase sempre assim nas corridas de longa duração, os melhores preparados acabam por estilhaçar a resistência dos restantes. Ainda que tal aconteça, e atendendo ao nosso ponto de partida, a época estará longe de ser dada como perdida se a equipa mantiver os níveis actuais. Teremos subido degraus suficientes e alcançado um patamar mais estável para poder ambicionar mais no ano seguinte.
Poderia uma ida ao mercado colocar-nos de imediato nesse patamar? A resposta teria que observar tantas condicionantes que se tornaria fastidioso escalpelizá-las a todas. Em teoria sim, o que a prática nem sempre consegue confirmar.
Numa abordagem mais conservadora, a SAD do Sporting poderia apenas rectificar os pontos que exigem correcção mais evidente: Magrão e um central.
A saída do brasileiro, que não justificou a escolha, poderia ser compensada por um médio interior esquerdo que permitisse mais opções a Jardim para montar o tal 442 alternativo. Um central, nesta abordagem cautelosa, só faria sentido num jogador que fosse uma óbvia mais valia, que em teoria não representasse necessidade de adaptação. De outra forma dê-se minutos aos miúdos, se é para falhar falhamos com o que já temos. Dos nomes falados Filipe Lopes soa-me interessante, já um central de 23 anos, que joga em Marrocos parece-me mais um investimento para o futuro.
Esta abordagem será talvez a que mais nos convém no momento. Não só pelos condicionalismos financeiros mas também porque uma grande revolução, a registar elevado número de saídas e entradas, é de todo desaconselhável num período em que não há paragens para integrações num grupo que até tem revelado grande espírito de corpo e motivação.
De lado ficam também os métodos tantas vezes utilizados pelos nossos rivais: ir recrutar jogadores aos clubes que vamos defrontar nas próximas jornadas, só porque sim. Não que Diogo Viana (Gil Vicente), Leão (Paços), Evandro( Estoril) até não sejam nomes interessantes.
LdA, no Magrão apenas um comentário, apelando à sua memória: LdA vs Koba, vitória do primeiro por KO técnico.
ResponderEliminarUm abraço
Koba,
ResponderEliminaruma vitória que dispensava. Percebe-se a ideia (julgo que de Jardim) ao ir buscá-lo e acreditar na sua recuperação. Pela trajectória recente sempre me pareceu muito difícil.
Abraço
Excelente análise.
ResponderEliminarConcordo com praticamente tudo. Só há uma coisa com que tenho uma opinião ligeiramente diferente: acho útil que tenhamos sempre em mente o que aconteceu no ano passado, para não entrarmos em euforias antecipadas ou estarmos a exigir de um treinador novo e de um plantel renovado aquilo que ainda não é exigível.
Na minha opinião não somos candidatos ao título porque aquilo que conseguiremos fazer estará sempre dependente de Porto e Benfica cumprirem ou não aquela que é a sua obrigação. É que como o LdA referiu, os nossos rivais têm uma qualidade individual superior fruto de orçamentos incomparáveis e de uma estabilidade diretiva de há muitos anos, e também uma presença consolidada nos organismos de decisão do futebol.
Penso que um clube pode ser considerado um candidato ao título se tem grandes hipóteses de ganhar independentemente do que os outros conseguem ou não fazer, e creio que o Sporting ainda não atingiu esse patamar. O que não quer dizer que não possamos estar muito satisfeitos pelo que Leonardo Jardim e os jogadores conseguiram alcançar até agora, e acreditar que os bons resultados continuarão a acontecer.
SL
Lá se aproxima o malfadado mês de Janeiro... de modo empírico tenho para mim que as compras parvas de janeiro correspondem a metade do nosso défice financeiro, tudo por causa de uma safra de sucesso pontual que rendeu um campeonato. Por mim estávamos quietinhos ou máximo havia troca por troca sem qualquer consumo de recursos.
ResponderEliminarHá uma perversão neste ano, que não se voltará a repetir, estamos ausentes das competições europeias, talvez por isso veja os nossos adversários, apesar dos seus imensos recursos, tão preocupados em ser rapidamente eliminados da LC. Como disse o profeta encarnado, aquele que sair primeiro das competições europeias será campeão.
Por outro lado a prematura eliminação da Taça é para nós um problema por défice de competição, nos jogos logo após paragens competitivas (vide o último em Guimarães) entramos lentos e perros.
O quadro que apresentas é óptimo para fazer projecções para o futuro e a conclusão para mim é obvia, temos de aumentar a competitividade interna e subir a curto prazo a nossa média de pontos conquistados de 18 para 20 e uma vez esse patamar conquistado nunca mais dele descer. Temos de chegar às jornadas finais, sempre, com uma distância máxima de 5 pontos para o primeiro, depois... depois aplica-se a profecia...
Para este ano sou mais comedido, fico pelos tais 70 pontos que já é um upgrade raro (temos de recuar a 2005/2006 para encontrar igual) se essa marca for conseguida, fico feliz independentemente da classificação. Ah, e por amor ao divino, nunca, jamais, em tempo algum, lutem para ser segundo.
LMGM, excelente comentário, apenas uma precisão: tanto um como o outro provavelmente irão cair para a Liga Europa onde têm legítimas expetativas de chegar longe. E a Liga Europa causa-lhes mais desgaste do que os adeptos de FCP e SLB pensam (porque os Leverkusens e os Fenerbahçes dão muito mais trabalho do que parece). Não sei se isto nos beneficia mas na luta entre eles tem influência.
ResponderEliminarKoba, só que nem um nem outro, diga-se, nem ninguém, contava com um Sporting competitivo a este nível e se passarmos o próximo ciclo terrível de 5 jogos com o mesmo nível (3 são em casa) em janeiro quando os nossos dois adversários jogarem entre eles já vão estar a pensar em mais coisas que não somente neles...
ResponderEliminarLdA sp muito cerebral, não deixa mt margem de manobra para discordar, a quem tenha uma dose de bom senso, que nem sequer precisa de ser muito elevada.
ResponderEliminarMas eu sou menos racional, cedo mais à emoção e fazendo o balanço do que tenho visto concluo que, com a sorte - que tivemos, p.e., em Guimarães, mas que necessariamente terá que se propagar na ausência de lesões, dado que o plantel é bem curtinho, quer na qtd, quer na qld disponível - e sem jogadas de bastidores, o SCP, apesar de menos rico em individualidades, não tem sido inferior em nada no que ao jogo colectivo demonstrado dentro do relvado diz respeito e assim sendo, continuando essa tendência, tem boas hipótese de terminar no topo... É verdade, ainda faltam dois terços do caminho, mas será o primeiro terço mais fácil que o segundo? Ou que o derradeiro e definitivo terço? Teoricamente não me parece que sejam, antes pelo contrário… Claro que o futebol tem mts imponderáveis, mais ainda qd falámos do campeonato português… A mim, por exemplo, a maior dúvida que me atormenta no que á conquista do titulo de campeão diz respeito, apresenta-se sobre a forma duma sigla, de seu nome APAF. Mais ainda que a tal superioridade esmagadora (que, até ver, não se tem confirmado na prática) dos rivais. Essa força oculta, aliás, já surgiu em momentos especiais para nos derrubar (vide Taça na Luz ou jogo em casa contra Marítimo) e, o que temo, é que surja novamente em momentos decisivos… Nada que não tivéssemos experienciado no passado… Quanto ao rendimento dos rivais, oxalá se mantenha… e digamos, que as coisas estão assim um pc turvas com a série Fonseca actualmente em voga no dragão… Veremos hj o comportamento do Benfica Versãojajuja.4. Outro aspecto a nosso favor: concordo que o cansaço da Liga Europa tb provocará as suas mazelas nos nossos rivais. Desvantagem: sim, as paragens competitivas… Td o que é demais prejudica, incluindo o descanço.
Pode, esse meu receio apafiano, não vir a concretizar-se, pode ser tudo mania de perseguição, pode ser que, como algumas mensagens que mts querem fazem passar, a arbitragem seja hoje mais “limpinha, limpinha”, mas, como diz o povo na sua imensa sabedoria feita de mts anos de experiência e conhecimento empírico: “gato escaldado de água fria tem medo”.
Sobre o que defende o LMGM tb é muito fácil concordar... Claro que conseguindo anos consecutivos uma produção acima dos 70 pontos, a conquista estará sempre mais perto… É uma questão de estatística e de lógica matemática. É fácil perceber essa lógica. Mas, no futebol, a “lógica é uma batata” e não são raros (com o SCP a tb servir de exemplo no passado) de anos miseráveis seguidos de anos de profundo sucesso e vice-versa. Mas sim, o rumo certo é esse: apontar para uma consistência pontual que nos permita, época após época, lutar até ao fim pelo campeonato.
Passamos o primeiro terço e estamos na luta, sendo assim, pq é que continuamos tão excessivamente cautelosos? Aceito a cautela, mas, por paradoxal que possa parecer, acho que ela resulta mais de duas situações: o subconsciente que advém das ultimas lamentáveis 3 ou 4 épocas recentes e da estratégia comunicacional para o exterior da direcção e de Leo Jardim, e que nos condiciona. Parece que temos medo de levar com (mais) uma machadada em cima nas nossas expectativas, mas que são, analisando todos elementos que se nos apresentam em cima da mesa nesta altura, perfeitamente legítimas. Defendo aliás, que não podemos, nem devemos prescindir desta ambição de ganhar já esta época. O tempo é de crença e esperança. O tempo é da equipa responder com mais uma vitória na jornada que se segue já no próximo FDS, com mt leões a apoiar nas bancadas. O tempo é também, desculpa lá LMGM, de reforçar a equipa. Dispensando e reforçando na medida certa. Nada de revoluções nem no plantel nem no investimento (neste aspecto podemos ficar descansados pq BdC, que se saiba, não conseguiu reunir as condições necessárias para tal). Vamos pois, todos acreditar. Haja sorte, haja colectivo, haja jogo limpo, haja mais onda verde que azul ou encarnada…
PELO SPORTING, SEMPRE!
Quando um dos 3 grandes, no caso o SCP já pode ser encarado como a equipa sensação da Liga Portuguesa e muito bem não é preciso dizer mais nada para definir ainda melhor o momento que o clube atravessa. Quem é que podia estar à espera de uma despromoção como não há memória num clube que até já é centenário depois de ouvir os candidatos todos às últimas eleições? Se bem me lembro, a última equipa sensação tinha sido o Paços de Ferreira e sem qualquer tipo de desprimor para os adeptos pacenses, refiro-me como é óbvio somente às diferenças abismais que sempre se verificaram no que à dimensão e histórico dos clubes diz respeito, que no futebol actual rapidamente se passou a traduzir no orçamentos das equipas. E a cereja em cima do bolo é outra sensação para todos os leões ou o que passou a ser o comportamento normal de um presidente de uma instituição, como é óbvio também ela centenária e independentemente do juízo de cada um. Nunca duvidei que sempre houve adeptos, inclusive no SCP, descontentes e preparados para aplaudir qualquer coisa. Nem há palavras para qualificar o que passou a ser quase normal no dia a dia e na vida do SCP. E só neste último caso, quem me cá dera ao menos o presidente do Paços de Ferreira.
ResponderEliminarPaulo Guerra,
ResponderEliminarQual presidente do Paços de Ferreira ?
Aquele que numa conferência de imprensa disse "não me adianta estarem a foder a cabeça" ?
SL