O que tem o passado de Cadete, Futre e Jardel em comum na história do Sporting? Além do facto de terem sido jogadores do clube, a forma premeditada e acintosa como decidiram interromper a ligação ao clube que sempre os havia tratado como ídolos. Num curto espaço de tempo os três são exonerados de toda a responsabilidade dos seus actos, aparecendo de passado branqueado, com honras de primeira página, no jornal do clube. Jardel, depois de 2013, é de novo premiado.
Do nosso passado recente não havia mais ninguém disponível para testemunhar histórias do derby?
Ou quem gere hoje a comunicação no Sporting perdeu a memória ou não conhece a história recente do clube? Jordão? Manuel Fernandes? Pedro Barbosa?
É bem possível que assim seja e por isso aproveito para lembrar que a saída de Jardel foi uma golpada bem sucedida para derrubar o Sporting, montada pelos então dirigentes do S.L.B. de conluio com o empresário José Veiga. O Sporting tinha acabado de fazer a dobradinha (campeonato e taça) onde os quarenta e dois golos de Jardel no campeonato tinham sido determinantes e com ele arriscava-se a fazer o bi-campeonato.
No inicio da época seguinte Jardel começou por não aparecer à concentração habitual de inicio de época, tentou todos os expedientes para rescindir e praticamente não jogou.
Acabou por rescindir em 2003, já sem conseguir cumprir o mínimo que é exigido a um atleta profissional, sucumbindo ao consumo de drogas e nunca mais se conseguir recompor. As consequências da sua atitude foram-lhe fatais, pagando um preço pessoal elevado. Não menos o foram para o Sporting.
Folgo em saber que o pior dos seus problemas pessoais já terão passado. Mas não posso deixar de reprovar que se tenha metido a memória no bolso e se dê a primeira página do jornal do clube a alguém que, no passado ainda recente, nos prejudicou deliberada e e intencionalmente, como o próprio já admitiu. Ele que devia estar grato ao sacrifício feito pelo clube para lhe pagar um ordenado então sumptuoso e tudo ter feito (e conseguido) para lhe recuperar a carreira, como aliás então a prórpria esposa o reconheceu
nesta entrevista:
"Não é qualquer clube que faz o que o Sporting fez pelo Jardel. Uma coisa
é contratar um jogador que está bem e a marcar golos, outra é fazê-lo a
um atleta que vinha de uma operação, estava parado há dois meses e
psicologicamente em baixo. É preciso confiar muito no seu potencial. Por
parte dos adeptos sentimos todo o carinho possível e isso fez o Jardel
renascer e os responsáveis da SAD deram-lhe um apoio especial. Acredito
que foi a pior fase da carreira dele e sei que o Jardel pensa da mesma
forma que eu. Estamos muito gratos ao clube. Se me perguntar onde
gostaria que o Jardel acabasse a carreira dele, eu respondia sem hesitar
que é no Sporting. Mesmo que um dia saia, gostava que voltasse para
terminar em Alvalade."
Pedro Barbosa?? Ora falando em memória curta e erros do passado, um jogador que a meio de uma final europeia exige que o prémio de vitória seja triplicado sob pena de não comparecer para a 2ª parte merece todas as nossas honras?
ResponderEliminarDM,
EliminarO habitual. Então e sobre as duas capas do Jardel é tudo o que se te oferece dizer?
O certo é que temos tido uma certa dificuldade em recuperar simbolos do passado como forma de manifestar um pretenso carisma sportinguista.
EliminarGrande parte dos adeptos sportinguistas nao viram jogar Jordão ou Manuel Fernandes, Damas ou Peyroteo.
E recorrendo ao nosso passado mais recente, temos é mais casos de pretensas traições de jogadores que chegaram a ser referência do clube: Simão, Moutinho, Liedson, Quaresma, etc...
L, mas viram o Bala, Yorda, Cruz, Luisinho, De Fran,, Acosta, e tantos outros que poderia acrescentar que tiveram uma passagem com sucesso e mais digna pelo nossas cores. Embora admita que o destaque ao Jardel possa ter outros objectivos.
EliminarTenho 35 anos e vi jogar o Jordão, o Manuel Fernandes e o Damas. Talvez não esteja na "grande parte" dos sportinguistas que nunca os viu jogar, mas quer parecer-me que estou na "maior parte" de sportinguistas que nasceu antes de 1980 e que teve o privilégio de os ver jogar. É certo que "a maior parte" dos sportinguistas nascidos antes de 1980 não se preocupa com blogs e afins, mas convém não confundir a árvore com a floresta.
EliminarDe resto, a comunicação do Sporting continua a proporcionar o reflexo de vómito. Este é só mais um episódio.
Não será uma questão de memoria, julgo que se poderá tratar de uma questão de estratégia vs oportunidade, o Jardel recentemente e no âmbito das suas novas funções (deputado federal!??) terá colaborado numa actividade do SCP. Por vezes podem existir interesses que nos passam ao lado e poderão ser importantes e o destaque, leia-se honras de primeira pagina, como se costuma dizer, não é com vinagre que se apanham as moscas, mais ou menos isto ...
ResponderEliminarPor outro lado, se foi apenas por uma questão de oportunidade, acho erradissimo, alias seria bem preferível, sem sair do tema, destacar por exemplo o Balakov e o golo nos primeiros segundos, isso sim foi entrar concentradissimo.
Sem falar que, entre não aparecer, queda na piscina durante as férias, etc., também fez com que Bolonni fosse demitido porque, queria recupera-lo. Em vão.
ResponderEliminarO Jardel do final de 2003 é inimputável. Tudo o que fez, disse, nessa época está afogado na tragédia pessoal. E essa desgraça ainda não acabou, periodicamente vem ao de cima o drama que destruiu um dom de marcar golos como eu nunca vi.
ResponderEliminarhttps://www.youtube.com/watch?v=1wBv-15zg-g
É verdade que o Sporting fez tudo o que pode pelo Jardel, é verdade que o supermário goleador fez imensa falta à equipa. Mas convém também lembrar que o Supermário era um fenómeno temporário, das poucas vezes que subiu aos relvados marcava 40 golos por época. Durante o resto do tempo quem lá estava era o pobre diabo Mário Jardel, um ser humano desgraçado, sem dimensão para suportar o mito.
Acho muito bem que Jardel (o indivíduo) seja acarinhado pelo Sporting e pelo Jornal. Que se lembre o seu incrível talento e que também se lembre a oportunidade perdida para fazer mais não sei quantas épocas daquelas.
Mais gostaria que se aproveitassem estas oportunidades, para mostrar aos miúdos da Academia como é que um talento maior que um homem acaba em desgraça. Essa é a história que temos o dever de evitar repetir. As traições e negociatas, são o menos no meio da tristeza geral.
Acho que acima de tudo dás demasiada importância a uma primeira página de jornal, quantas vezes os jogadores que falaste já foram1 página?
ResponderEliminarJardel teve muitos comportamentos condenáveis mas uma coisa a história não apaga foi ele o grande responsável pelo título de 2002 e isso para os sportinguistas que so viram o clube ser campeão 2 vezes tem 1 peso considerável, eu não me importava que slimani marcasse 42 golos este campeonato e na próxima época forçasse a saída...
Foi uma pena a canalhice que lhe fizeram, eu na altura era frequentador dum restaurante na amadora onde tudo se passava e era inacreditável a forma como José Veiga tudo fez para lhe rebentar com a carreira.
Para quando o Simão? Ou uma capa com o Cadete a dizer ao Beto: "aqueles auto-golos teus foram golos meus"
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