Muitas alterações ao último onze: João Pereira, Paulo Oliveira, Jefferson, William e João Mário deram o seu lugar a Esgaio, Ewerton, Jonathan, Aquilani, e Gélson. Certamente que haverá razões diferentes a justificar as mudanças, embora uma possa ser comum a todas elas: a gestão do esforço. Falaremos no final mais em particular sobre isto.
Primeiras indicações positivas, com o Sporting a perceber que tinha que executar rápido e com soluções variadas. Ora procurando a profundidade, de forma directa, com passes para Slimani, ou com variação rápida do local onde estava a bola. Aqui temos que incluir também a postura do Moreirense a pressionar a saída de jogo, procurando, e conseguindo algumas vezes, atrapalhar a construção.
O jogo decorria porém sem que o Sporting conseguisse criar grandes lances de real perigo, apesar do ascendente claro sobre o adversário. Estava o ponteiro dos minutos a descer rapidamente para a meia-hora de jogo quando surge o golo de Gélson. Por certo chegou a pedido dos que estranhavam que o laboratório de Jorge Jesus ainda não tinha produzido nenhum produto eficaz. Ele aí está e esperamos que mais estejam a caminho. Repare-se que para o êxito do lance foi determinante o posicionamento de Esgaio, a bloquear a saída do jogador da barreira que mais hipóteses de êxito tinha para interferir ou anular o movimento de Gélson.
Por falar em Jorge Jesus o segundo golo é um bom exemplo da qualidade do seu trabalho e porque o seu modelo é o que melhor corresponde, para um candidato ao título, às necessidades especificas do nosso campeonato. A execução colectiva é segura e perfeita.
Naldo procura Slimani, jogando longo e directo sobre a direita do ataque. O argelino arrasta consigo um dos centrais do Moreirense (Danielson) que fica perdido para o lance e serve Adrien, sobre a esquina da grande área. A Evaldo em contenção e Fati, que havia descido, acontecerá ao mesmo, após o passe de Adrien. Este, beneficiando do movimento de Teo a levar consigo Marcelo Oliveira, encontra Aquilani liberto, sem oposição, na zona central, fazendo um golo que é praticamente um penalty em movimento. O portador da bola tinha possibilidade de jogar a qualquer um dos postes (Teo ou Ruiz), embora a opção por Aquilani fosse a mais indicada, como sucedeu. Mas está criada a incerteza para quem defende e o Sporting coloca quatro jogadores dentro da área, três dos quais em posição de poder fazer golo.
Como é evidente a subida dos dois médios mais de contenção, essenciais para a obtenção do golo, comporta riscos. Uma perda de bola naquele momento com Adrien e Aquilani teria um potencial de perigo elevado numa transição rápidam embora se constate que esta, a ocorrer, dependendo sempre por onde a bola caísse, encontraria igual número de jogadores. Mas este risco, habitualmente assumido por Jesus, desconstrói a estrutura defensiva adversária. Trata-se de um exemplo apenas, mas é uma marca nas equipas de Jesus.
Houve tempo para tudo até para a rábula do penalty. Tudo acabou bem, mas podia não ter sido assim e Jesus acabou por arriscar sem necessidade. Slimani marcaria à segunda tentativa e é verdade que ninguém pode garantir que Adrien ou mesmo Teo marcasse. Mas as características de Slimani não o recomendam como marcador de penaltys. Acresce que toda a incerteza do "marco eu, marcas tu" é o procedimento menos indicado para um momento que deve ser de concentração total.
Para finalizar as opções de Jorge Jesus. No caso dos laterais, o mau jogo de ambos os escolhidos na quinta-feira, quer um quer outro (João Pereira e Jefferson) em péssimo momento de forma. Esgaio justificou plenamente a oportunidade e obriga Jesus a pensar duas vezes na hora de escolher o lateral-direito. O mesmo não se poderá dizer de Jonathan, a tardar muito em demonstrar crescimento.
Oliveira tem estatuto de indiscutível e por isso Jesus deve preferi-lo mais fresco para o jogo com o Braga e a solução Naldo- Ewerton dá garantias.Deve estar aí a explicação para a sua ausência. Mas a cada jogo mais se desenha a ideia de que a dupla mais eficaz é Oliveira-Ewerton.
William e João Mário parecem ter uma agenda social muito preenchida (o que foi desmentido por Jesus...) e, como se sabe, não se podem servir dois senhores em simultâneo. Deve estar aí a razão do descanso hoje. Gélson e Aquilani agradecem e ambos estiveram em bom nível. O italiano não é um médio de choque e luta mas oferece muita segurança e qualidade no passe, especialmente nos lançamentos longos, quase sempre precisos. Muita classe do italiano.
Resultado interessante, não só pelos 3 pontos e pela manutenção da liderança mas também pela facilidade como foi conseguida. Afinal, a aposta forte (e corretíssima) na qualificação para a fase seguinte da Liga Europa não se traduziu em nenhuma catástrofe a nível nacional. Pelo contrário, a rotação de alguns titulares frente a este Moreirense, o adversário mais fraco deste ciclo, revelou-se plenamente acertada e não impediu em nada uma vitória tranquila. Mais: ainda serviu para relembrar que há jogadores com grande qualidade e prontos a entrar em qualquer altura no XI titular, como Gélson ou Aquilani.
ResponderEliminarHonestamente, face à qualidade que vamos mostrando, creio que só o nevoeiro da Choupana nos poderá impedirá de chegar ao Ano Novo em 1º lugar.
Criticar a exibição de Jonathan para elogiar a exibição de esgaio e principalmente de gelson... de certeza que vimos os mesmo jogo? Dos titulares gelson foi sem dúvida o jogador em menor rendimento e na defesa Jonathan foi o que esteve em melhor destaque.
ResponderEliminarAce-XXI
EliminarSão opiniões. Continuo a achar que Jonathan não tem evoluído, apesar de ter potencial, a minha critica é essa e não tanto sobre o jogo, onde não comprometeu.
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EliminarCaro LdA,
EliminarEstou de acordo que Jonathan demora a crescer, tenho dito isso repetidamente, mas por vezes faz bons jogos que fazem pensar que afinal vale a pena e ontem foi um desses jogos.
WC e JM é que entraram muito mal, acreditando eu que apenas se deveu a pouca concetração de entrar com 3-0