O jogo mais importante da época? Provavelmente já o jogámos
Muito se tem falado da importância do jogo de hoje, em Setúbal, para a corrida ao campeonato. Sendo a vitória na competição um prémio à regularidade entendo que é forçado entregar a apenas um jogo o papel de definidor. Mas, em total contradição, também eu guardo na minha colecção de memórias alguns jogos que me pareceram determinantes para algumas conquistas.
Assim de repente evoco uma dificílima e tangencial vitória por 1-2 em Guimarães (golos de Duscher e Acosta, creio) na arrancada para final do grande jejum na época de 99/00. O adversário era como sempre difícil de levar de vencida no seu estádio e uma noite de inverno (como provavelmente estará hoje no Bonfim) tornava ainda mais difícil a nossa tarefa. Embora fosse apenas a 13ª jornada, a forma como a equipa se bateu, contra o adversário e contra as condições adversas, deixaram-me a convicção de que aquele ano era nosso, o que se veio a verificar. Não jogávamos bem, não houve recital, mas havia espírito de corpo, uma comunhão muito próxima entre equipa, adeptos e dirigentes e uma vontade indómita de vencer.
Não sei o que se passará mais logo, mas desta feita estou convicto que se haverá jogo definidor da época em curso ele será não uma vitória mas uma derrota. A única até ao momento, com o U. Madeira. A reacção da equipa à adversidade de todo inesperada foi um óptimo sinal, ainda por cima quando se tratava da segunda derrota consecutiva a nível nacional. E, ao contrário de outros momentos da nossa história, no recente clássico, apesar do jogo ter permanecido de resultado incerto até final, a equipa demonstrou não só categoria como personalidade, não dando sinais de tremideira.
Não menos importante, a reacção dos adeptos, que escolheram estar presentes, apesar de preços absurdos para a nossa realidade (o meu sobrinho de 11 anos pagou 45€ ! para a bancada B) ao invés da comodidade do sofá e das repetições da transmissão televisiva.
Se a equipa tiver percebido, ao perder a liderança na Madeira, que todos os jogos contam para as contas finais e que os três pontos que se perdem com o último são, no computo geral, tão importantes e definidores como os que se perdem com o primeiro, o jogo da Madeira pode muito bem ter sido o mais importante da época.
Deixo mais uma pequena nota, que tem a ver com as recentes nomeações. A prova de que nos levam a sério como candidatos é a nomeação de Jorge Ferreira seguida de Jorge Sousa. Por razões diferentes nenhum deles deveria tão cedo arbitrar um jogo do Sporting mas, ao que parece, Vítor Pereira deve andar distraído com as actuações destes seus pupilos. Ou então usa-os como arma de arremesso.
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